Passada a invasão da Prefeitura Municipal de Natal ficaram reflexões e lições para o futuro.
O blog acompanhou ontem todo o desenrolar das negociações e arrisca dizer primeiramente que, por mais legítimo que tenha sida a manifestação dos permissionários, maior ainda foi a ordem de desocupação, que não foi cumprida pelos manifestantes.
Os eventos de ontem colocaram os protestos de Natal em outro patamar pela sugestão que fica adiante: e se outra categoria decidir ocupar o que quer que seja para ter seus pleitos atendidos? Vai ser assim sempre? Vão paralisar sempre o que já não funciona a contento? Virou casa de mãe joana mesmo?
O poder público tem a obrigação de assistir a todos, mas medidas extremadas como as que vimos nos dois últimos dias – com decisão judicial sendo descumprida – têm de ter respostas igualmente extremas. A policia inclusive tem que ter cuidado para não ficar desmoralizada.
As manifestações não podem tornar a cidade refém de um estado de sítio permanente. Protestar não deve ser confundido com aterrorizar, e quem acompanhou os desdobramentos da calçada do Palácio Felipe Camarão sabe que a tensão era constante. Por Deus – e pela OAB – o pior não sobreveio.
O modelo de ontem já tinha sido repetido duas vezes na Câmara Municipal, mas foi só nessa invasão que foi exposta a sua fragilidade e risco ao impedir que direitos do coletivo fossem cortados em prol de uma minoria.
Não passou despercebido ainda que tal ato de protesto tenha se desdobrado justamente durante a gestão do prefeito Carlos Eduardo a quem há oposição no âmbito de uma ala do Sitoparn, o sindicato dos permissionários. O viés político, contudo, passou despercebido.
As medidas postuladas pelos permissionários, sobretudo a que diz respeito à unificação da bilhetagem, devem ser discutidas no âmbito da Câmara Municipal, que covardemente se furtou ao debate ao devolver o projeto de licitação para o Executivo, sugerindo que esse seja responsável pela realização de audiências.
Na ciranda de confusão, os prejuízos foram debitados na conta do natalense que teve mais um dia de rotina alterado em razão das dificuldades geradas pela falta de bom senso.
Como assim, se furtou???? O prefeito quem quis se livrar logo do projeto e enviou de qualquer jeito para o legislativo. Acho muito bom que o legislativo tenha visto que o projeto tenha vários vícios e devolvido o projeto de Lei, para que esse possa ser corrigido e devolvido. Quer dizer quero Executivo faz a besteira e é o legislativo que paga o pato?!?! Neeeem!
Do mesmo jeito que a policia nao pode ficar desmoralizada, o legislativo tbm nao deve! Palmas para quem teve coragem de devolver a “batata quente” pra quem tem, POR OBRIGAÇÃO LEGAL, enviar o projeto de forma correta.