Saúde

A gente se sentia explorado, diz cubano que saiu do Mais Médicos e ficará no Brasil

Integrante do Mais Médicos por quase três anos, o médico cubano Adrian Estrada Barber disse à Folha que se sentia explorado pelo programa e acha que muitos colegas irão abandoná-lo para ficar no Brasil até o final do ano.

Barber lamentou o fim da parceria com Cuba, mas atribuiu a decisão a uma “estratégia política” do regime cubano, e não às exigências do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que pediu a realização de testes de capacidade, o envio do salário integral aos profissionais (hoje, eles recebem apenas parte do subsídio, que é retido por Cuba) e a possibilidade de que eles trouxessem suas famílias ao Brasil.

“Eu concordo totalmente [com as exigências]. A maioria se sentia explorada”, disse.

O profissional deixou o Mais Médicos em 2016, quando passou no Revalida (prova para validar o diploma no país) e começou a clinicar por conta própria. Por causa disso, foi qualificado como “desertor” e está proibido de voltar a Cuba por oito anos.

Barber se casou com uma brasileira, após uma longa espera judicial motivada por impedimentos em seu contrato de trabalho, como noticiado pela Folha. Hoje, ele tem um filho de dois anos, nascido no Brasil.

Folha – Quanto tempo o sr. ficou no Mais Médicos? Fiquei um pouco menos de três anos. Eu recebia R$ 2.976 por mês de Cuba, mais a ajuda do município [em Arapoti, interior do Paraná], de moradia e alimentação, de R$ 2.500. O resto do pagamento ia todo para o governo de Cuba. Era suficiente [para pagar as contas]. Era só a minha mulher e eu, não tínhamos criança, nada. Não dava para comprar um carro bom, uma casa, mas dava para as continhas, sim. Mas, para um padrão de um médico, no Brasil, está muito fora da realidade.

O sr. se sentia explorado? Explorado, acho que todo cubano se sente. Com certeza. A gente saiu de Cuba com o objetivo de economizar uma grana para continuar o estudo por lá, depois. Para a gente, era muito bom esse dinheiro, porque era muito mais do que conseguíamos ganhar em Cuba. E também ter outra experiência, sair, olhar a realidade do mundo. Mas quando a gente chega aqui e vê como funciona o mundo, aí, para mim, ficou decidido que não dava mais para voltar.

Eu acho que a maioria dos médicos se sente reprimida pelo sistema de Cuba. A gente não tem liberdade de fazer as coisas. Por exemplo, agora, eu não consigo entrar no meu país durante oito anos [por ter deixado o Mais Médicos]. Tive a minha liberdade completamente limitada.

Aqui no Brasil, ainda foi muito mais tranquilo do que na Venezuela [que também mantém um programa de intercâmbio com médicos de Cuba]. Eu não cheguei a ir para lá, mas tenho colegas que foram. Tinham que dar uma preliminar do que iriam fazer durante o dia, não podiam sair depois das 18h. Foi uma perseguição terrível.

Mas o sr. tinha alguma restrição em sua rotina no Brasil? Não, aqui não tinha regra. Mas, por exemplo, na hora do casamento, eu estava com medo. Segundo o contrato, eu tinha que pedir autorização ao governo cubano, tinha que falar que ia casar. Eu acho um absurdo isso. Não preciso falar com ninguém do governo. Eu sou livre para casar ou não.

Eu lembro que vocês fizeram uma reportagem. No dia 23, vocês foram a Arapoti. No dia 24, o coordenador do programa [que era cubano] me ligou. Queria saber o que estava acontecendo, por que eu estava dando entrevista. Me questionando. Aí eu falei para a minha esposa: vamos casar logo, porque eu não sei o que vai acontecer. Aí casamos dia 25, com medo de que me falassem para voltar para Cuba.

Por que o sr. decidiu deixar o Mais Médicos? Eu fiz o Revalida com o objetivo de ficar no Brasil, porque eu havia casado, minha esposa estava grávida. Tinha que fazer para ter uma estabilidade profissional e econômica no Brasil. Eu não sabia o que ia acontecer. E se me mandam embora para Cuba? Não tinha como. Eu não ia deixar minha família aqui.

Aí, fiz o Revalida. Passei [em 2016] no exame teórico, depois no prático e na prova de proficiência em português. Apresentei minha documentação na universidade e pronto, me deram o CRM [registro do Conselho Regional de Medicina].

Aí, pedi para me descredenciarem do programa. Mas [representantes de Brasil e Cuba] foram enrolando. Eu era livre, tinha permanência legal no país, tinha CRM. Mas me questionaram, falaram que eu não podia me desligar, que eu não estava indo mais. Eu realmente não estava, porque não queria mais estar no programa. Eu pedi para me liberarem, mas não queriam. Disseram que eu tinha um consultório particular. Pô, mas eu tenho CRM. Eu posso ter um consultório.

Como o sr. avalia o fim da parceria com Cuba? Eu acho que foi uma grande estratégia política. O governo do PT era afim ao governo de Cuba. Eram dois governos de esquerda. Para mim, eles disseram: ‘Fala para o governo de Cuba mandar todo mundo embora’. Para começar o governo do Bolsonaro de um jeito ruim.

Então, o sr. atribui a responsabilidade pelo rompimento do programa ao governo cubano, e não ao brasileiro?
Com certeza. Não foi o governo brasileiro que mandou os médicos embora. Ele colocou algumas exigências, mas não exigiu o fim. E o governo cubano decidiu mandar todo mundo embora. Porque vai perder. Não vão mais mandar grana para lá.

O sr. concorda com as exigências que o governo Bolsonaro fez? Lógico. Porque não tem por que duvidar da nossa capacidade. Por que não fazer o teste? Que faça, sim. O Mais Médicos está funcionando errado, atualmente. A prioridade [para contratação no programa] eram os médicos brasileiros. Depois, os brasileiros que não têm CRM. Uma terceira opção seriam os médicos estrangeiros. E, como última opção, os médicos conveniados pela OPAS, que são os cubanos. A gente acabou virando a prioridade, mas éramos a quarta escolha. Não está correto. Meu país também está precisando de médico. E por que mandou todo mundo para cá? É tirar a roupa de um santo e vestir em outro.

Foi uma opção política, com certeza. Eles achavam que iam mudar a ideia do povo brasileiro, para continuar com um governo de esquerda. Espalharam médicos cubanos por todo o país. Mas por quê? No Norte, Nordeste, onde ninguém queria trabalhar, beleza, eu acho ótimo. Que vão lá trabalhar. Mas, por exemplo, tem uma cidade bem próxima aqui, Ponta Grossa, que fica a 100 km de Curitiba. Por que Ponta Grossa tem que ter 60 médicos cubanos? A prefeitura fez um concurso público recentemente, e teve um monte de médico brasileiro que se alistou para fazer. Não tem médico interessado? Tem, sim. Mas o prefeito prefere pagar um valor muito baixo e justificar dizendo que não há médico brasileiro.

O sr. acha que os municípios se aproveitaram do programa? Tem muito município que se aproveitou, sim. Muitos tiraram o médico brasileiro do posto de saúde para colocar um cubano. Está errado. Em Wenceslau Braz [no interior do Paraná], tinha um dermatologista que trabalhava no posto e foi retirado para colocarem um médico cubano. Em Arapoti, conheci um médico que tinha CRM e queria entrar no programa, e não deixaram entrar, porque disseram que só tinha vaga para cubanos.

O Mais Médicos é um programa bom, porque prioriza as áreas carentes, dá atendimento à população. Mas não é tão bom para o médico. O objetivo final dele foi político. Para Cuba, era bom, porque recebia muito dinheiro do Brasil. E, para o governo brasileiro, era bom porque estavam fazendo a cabeça de todo mundo.

Mas e a população? Muitos municípios vão ficar sem médicos em função do fim da parceria com Cuba.
Tem município que vai ficar sem cobertura, sim, por um tempinho. Mas eu acredito que há médicos suficientes no Brasil para fazer essa cobertura. Você consegue estimular isso por meio de programas sociais. Por exemplo, há muito financiamento público de faculdade. “Olha, você vai ter dois anos para pagar isso, trabalhando lá no Xingu”, por exemplo. E se ele gosta do trabalho? E se ele casa por lá? Tem muita chance de que esse médico fique trabalhando por lá.

Bolsonaro chegou a dizer que os médicos cubanos desempenham um “trabalho análogo à escravidão”. O sr. concorda? Concordo plenamente. E não é só aqui no Brasil. Acontece no meu país, também. Em Cuba, um funcionário da rede de hotéis Meliá recebe US$ 2.000 por mês. Mas isso não chega na mão dele, não. Vai para o governo, que converte isso em pesos cubanos, e manda para o funcionário o equivalente a US$ 80 por mês. E fica com o resto. É um trabalho escravo. Está roubando dinheiro do funcionário.

Depois que o sr. deixou o Mais Médicos, como ficou sua situação? O governo cubano me qualifica agora como desertor. É um termo usado no Exército. As pessoas são condenadas por isso. É como se eu fosse propriedade do Estado. Mas eu não sou militar, eu sou médico. Eu não pertenço ao Estado. Eu sou meu.
Não posso voltar a Cuba durante oito anos.

Eles [o governo] queriam que eu voltasse para lá, para então me desligar do programa. Para mim, tinha uma chance bem alta de me deixarem lá. Já aconteceu com muitos colegas meus: ficaram cinco anos esperando para voltar para o país em que trabalhavam. Gente casada com um estrangeiro, com filho. Aí eu, com esposa grávida, vou voltar para Cuba, e arriscar ficar cinco anos longe? Jamais.

O sr. ainda tem família em Cuba? Sim, meus pais e irmão ainda estão em Cuba. Não sofreram represália. Eles podem vir me visitar, mas é toda uma burocracia, demora três meses para liberar, é caro. Só a documentação dá cerca de R$ 1.000. E a gente tem que pagar, porque o salário do meu pai é de cerca de R$ 15 por mês. Daí, imagina. Atualmente, eu ganho mais do que na época do Mais Médicos, mas trabalho mais, também. Faço plantão, trabalho em posto. Mas valeu a pena. Hoje, eu sustento minha família aqui e minha família em Cuba. São três famílias: a minha, a do meu pai e do meu irmão.

O que o sr. acha que vai acontecer com seus colegas cubanos agora? Acha que muitos irão desertar? Com certeza. Tomara que fiquem. Porque a probabilidade de um médico cubano passar no Revalida é muito alta. Eu escuto muito comentário, que tem cubano que não é médico, que vieram socorristas… Eu duvido muito. Todos são médicos, tenho certeza absoluta. E são competentes. Por exemplo, recentemente, houve outra prova do Revalida aqui no Paraná. 15% dos que passaram na prova teórica eram cubanos. Tem muitos que querem ficar, não querem ir embora. Vai ter muito cubano fazendo o Revalida. E passando.

Folha de São Paulo

 

Opinião dos leitores

  1. Trabalhando para os convênios no Brasil ela vai ver o que é bom para tosse (sem trocadilho)

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Geral

Sicredi RN inaugura nova agência em Goianinha

Instituição entrega estrutura ampliada, com conforto e atendimento ainda mais qualificado aos associados da cidade e região

A Sicredi RN iniciou na segunda-feira, 24 de novembro, as operações de sua nova agência em Goianinha. Instalado na Avenida Monsenhor Armando de Paiva, 137, loja 27, no centro da cidade, o espaço foi projetado para proporcionar uma experiência ainda mais moderna e acolhedora, com ambientes que garantem mais conforto e praticidade aos associados.

Presente há mais de cinco anos na região, a cooperativa reforça, com a mudança de endereço, seu compromisso em ampliar a capacidade de atendimento e oferecer uma estrutura alinhada ao crescimento da base de associados na região.

Para o presidente da Sicredi RN, Damião Monteiro, a nova agência representa mais que um ponto renovado de atendimento. “Entregamos um espaço pensado para o relacionamento e para disponibilizar um portfólio completo de soluções financeiras. No Sicredi, o associado escolhe como quer se relacionar — seja presencialmente ou pelos canais digitais — e, em todos eles, preservamos a proximidade e a confiança que caracterizam nosso modelo cooperativo.”

Fundada em 1993, a Sicredi RN é a maior instituição financeira cooperativa do estado, com cerca de 30 mil associados. Com presença em 11 municípios-polo — Natal, Parnamirim, Mossoró, Caicó, Currais Novos, Goianinha, Pau dos Ferros, São Gonçalo do Amarante, Assú, Apodi e Santa Cruz — oferece mais de 300 produtos e serviços financeiros de maneira simples, próxima e voltada às necessidades de pessoas físicas e jurídicas.

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Brasil

Bolsonaro e militares terão patentes julgadas no STM em 2026 por colegas de farda e ex-subalternos

Foto: Reprodução

O STM (Superior Tribunal Militar) deve julgar só no meio de 2026 a perda de patente dos cinco militares do núcleo crucial da trama golpista liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A decisão deve ser tomada após desentendimentos públicos entre ministros da corte e envolverá, no papel de juízes, antigos colegas de farda e subalternos dos condenados.

O STM irá avaliar os casos de Bolsonaro, que é capitão reformado, dos generais da reserva Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira e do almirante Almir Garnier.

Segundo a Folha apurou, a expectativa é a de que cada um dos fardados tenha o caso relatado por um ministro diferente, após sorteio para atribuição de relatores e revisores.

O entendimento é que, embora os casos tenham sido analisados em conjunto pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o STM julga o comportamento dos militares, portanto, não haveria justificativa para a reunião dos casos sob uma única relatoria.

O tribunal irá avaliar se os militares cometeram atos considerados indignos para oficiais e devem ter suas patentes cassadas. Estão sujeitos a esse tipo de ação oficiais das Forças Armadas condenados, com sentença transitada em julgado, a pena privativa de liberdade superior a dois anos por crime militar ou comum.

Por causa desse recorte, não será analisado o caso do delator Mauro Cid, que recebeu pena de dois anos no STF.

Os condenados na Justiça Militar são expulsos das Forças, declarados “mortos fictícios” e deixam pensão para os familiares.

O STM é composto por 15 ministros: 5 civis e 10 militares (quatro do Exército, três da Marinha e três da Aeronáutica).

Entre eles, estão colegas de farda e ex-subalternos dos militares da trama golpista.

Heleno foi instrutor na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) de dois dos quatro ministros-generais da atual composição da corte, os cadetes Odilson Sampaio Benzi e Marco Antônio de Farias.

Paulo Sérgio foi comandante do Exército por 13 meses, de 31 março de 2021 a 1º de abril de 2022. Nesse período, teve em seu Alto Comando dois dos quatro ministros que ocupam as cadeiras destinadas ao Exército, os generais Lourival Carvalho Silva e Guido Amin Naves.

Garnier esteve no Almirantado —colegiado de almirantes da mais alta patente— com os três ministros do STM oriundos da Força Naval, os almirantes-de-esquadra Leonardo Puntel, Celso Luiz Nazareth e Cláudio Portugal de Viveiros.

As relações pessoais dos ministros com os condenados e o histórico profissional dos generais implicados na trama golpista devem permear o julgamento, avaliam três integrantes do STM ouvidos pela Folha.

Condenado a 21 anos de prisão, Heleno é citado como um dos generais mais respeitados no Exército. Ele foi uma das principais referências da Força nos últimos 20 anos, com atuação destacada no Haiti e no Comando Militar da Amazônia.

No caso de Braga Netto, a situação é tida como menos favorável pelo fato de ele ter proferido ataques aos chefes do Exército e da Aeronáutica contrários ao golpe e, segundo a acusação, financiado um plano para assassinar o ministro do STF Alexandre de Moraes, o que o militar nega.

Folha de S. Paulo

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VÍDEO: Prefeito Paulinho Freire anuncia que 13º dos servidores de Natal será pago integralmente no dia 10 de dezembro

O prefeito Paulinho Freire anunciou que o pagamento integral do 13º salário de todos os servidores da Prefeitura do Natal será feito no dia 10 de dezembro de 2025.

Além disso, o salário de novembro estará na conta dos servidores na sexta-feira (28), disse o prefeito. Paulinho também agradeceu a todos que trabalham com empenho pelo município de Natal.

 

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RN assina contrato de R$ 16,7 milhões para construir parque urbano na Via Costeira

Foto: reprodução/TN

O Governo do Rio Grande do Norte assinou o contrato para construção do Costeira Parque, novo parque urbano que ficará na Via Costeira, na antiga área do Vale das Cascatas. O acordo com o Consórcio Cieng Costeira Parque, publicado nesta quinta-feira (27), prevê investimento de R$ 16,7 milhões e prazo de execução entre 540 e 600 dias.

A obra será financiada pelo Idema, usando recursos da Taxa de Inspeção e Licenciamento Ambiental. A contratação foi feita por concorrência eletrônica.

O projeto inclui:

  • Estacionamento com 185 vagas e bicicletário

  • Quadras de areia

  • Pista de skate e patins

  • Academia ao ar livre

  • Playground

  • Espaço para artesanato, camping e piqueniques

  • Pista de caminhada e corrida

  • Lanchonetes, área administrativa e posto do Corpo de Bombeiros

O parque terá áreas voltadas ao lazer, esporte, cultura e convivência.

O projeto foi anunciado pela primeira vez em 2017, mas foi suspenso após questionamentos do MPF e decisões judiciais que apontaram irregularidades no edital. Em 2020, houve nova tentativa de retomada, que também não avançou.

Enquanto isso, o espaço virou ponto informal de lazer, parapente e piqueniques, mas precisou ser isolado recentemente por causa de erosões provocadas pela chuva.

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Em visita a Bolsonaro, Jair Renan diz que pai se sente injustiçado e está muito mal: “teve crises de soluço a noite toda”

Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

O vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC) visitou nesta quinta-feira ex-presidente Jair Bolsonaro, preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Segundo ele, o pai está fragilizado, continua com crises de soluço e se sente injustiçado. Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.

Renan relatou que encontrou o pai por cerca de 30 minutos:

Meu pai está muito mal. Ele teve crises de soluço a noite toda. Encontrei com ele durante 30 minutos e ele estava com crise de soluço. É muito triste o que está acontecendo.

Ele afirmou ter levado livros de caça-palavras para distraí-lo e disse que evitaram falar de política:

Tentei levantar o ânimo do meu velho. Como filho, está sendo muito triste ver tudo isso. Conversei com ele mais sobre futebol. Tentei distrair a cabeça do meu velho. Tentar tirar um sorriso dele… Muito difícil. Está se sentindo injustiçado.

A visita ocorreu após idas de Flávio e Carlos Bolsonaro, autorizadas pelo STF. Desde a prisão, a família tem seguido protocolos rígidos, como tempo limitado e proibição de celulares.

Bolsonaro foi preso no sábado por ordem do ministro Alexandre de Moraes, que apontou risco de fuga. Na terça-feira, Moraes determinou o trânsito em julgado da condenação e o início imediato do cumprimento da pena na PF.

Com informações de O Globo

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Neoenergia Cosern desmente boato sobre desligamento de energia no próximo sábado (29) no RN

A Neoenergia Cosern divulgou uma nota na tarde desta quinta-feira (27), desmentindo uma informação sobre um suposto desligamento da energia em todo o Rio Grande do Norte no próximo sábado (29). O boato circulou pelas redes sociais e em grupos de WhatsApp.

O boato cita que o suposto desligamento aconteceria durante a tarde, inclusive durante o horário da final da Copa Libertadores da América entre Flamengo e Palmeiras. A notícia falsa segue os moldes de um outra espalhada em 2019, na ocasião em que o Flamengo disputou a final Libertadores contra o River Plate.

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Congresso impõe série de derrotas ao governo e derruba vetos em meio à crise com o Planalto

Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

O Congresso Nacional impôs um novo revés ao governo Lula nesta quinta-feira ao derrubar uma série de vetos presidenciais e restabelecer pontos centrais do Orçamento de 2025, do Propag e do novo marco do licenciamento ambiental. A sessão conjunta de deputados e senadores marcou uma das maiores demonstrações de força do Legislativo desde o agravamento da crise entre governo e Congresso.

Apesar do movimento, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), negou que a votação seja uma resposta política e afirmou que o Parlamento apenas cumpre seu papel constitucional.

Propag: derrota mais sensível

A maior preocupação da equipe econômica foi a derrubada de trechos essenciais do Propag, o novo programa de renegociação das dívidas estaduais. A articulação foi conduzida pelo governador do Rio, Cláudio Castro (PL), que passou os últimos dias no Congresso em reuniões com líderes do Centrão, governistas e oposição.

O acordo que destravou a votação foi fechado na manhã desta quinta-feira na residência oficial do Senado. Com isso, foram derrubados vetos que o Ministério da Fazenda tentava preservar, como:

  • uso de recursos do FNDR para abater juros;

  • permissão para estados reduzirem dívida ao executar obras federais;

  • dedução de despesas realizadas pelos estados entre 2021 e 2023.

A reversão aumenta o risco fiscal, segundo a Fazenda, e exigirá que o Tesouro refaça cálculos e negociações com os estados.

Licenciamento ambiental: pontos estruturais caíram

No licenciamento ambiental, o Congresso manteve alguns vetos, mas derrubou dispositivos considerados estratégicos pelo governo, como:

  • dispensa de licenciamento para atividades de impacto mínimo;

  • redução das exigências de estudos prévios;

  • diminuição do peso de pareceres de órgãos como Funai e Iphan.

A Frente Parlamentar da Agropecuária atuou para recompor o texto original aprovado pelo Congresso.

Crise política como pano de fundo

A ofensiva ocorre em meio ao desgaste entre Planalto e Legislativo. Na véspera, Alcolumbre e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não compareceram à cerimônia de sanção da ampliação da faixa de isenção do IR, gesto visto como recado político.

Alcolumbre segue insatisfeito com a escolha de Jorge Messias para o STF, enquanto Motta acumula atritos com o PT — da PEC da Blindagem à recente crise envolvendo a fuga de Alexandre Ramagem.

Mesmo após tentativas de aproximação, como a reunião entre Motta e a ministra Gleisi Hoffmann, as votações desta quinta-feira evidenciam que a relação com o Congresso ainda está longe de pacificada.

Com informações de O Globo

Opinião dos leitores

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Governo Lula usou apenas 15% das verbas de combate ao feminicídio

Foto: Getty Images

O governo Lula utilizou menos de 15% dos recursos destinados ao plano de combate ao feminicídio, segundo relatório da Consultoria de Orçamento do Senado solicitado pela senadora Mara Gabrilli (PSD-SP).

O Plano de Ação do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, lançado em março de 2024, recebeu R$ 1,4 bilhão para 2024 e 2025, mas apenas 14,7% foi executado até junho de 2025. Em 2024, só 28,4% da verba prevista foi usada; em 2025, até junho, a execução caiu para 5,3%.

O relatório destaca que o feminicídio segue em alta: foram 1.492 casos em 2023, o maior número desde 2015.

Gabrilli criticou a baixa execução: “Não é falta de norma, é falta de prioridade”. A consultoria admite dificuldade em identificar todas as ações ligadas ao plano, mas aponta “baixa execução” geral.

Opinião dos leitores

  1. Um presidente que tem dado declarações dando a entender qual lado ele defende, que todos sabaem, jamais vai investir contra a violencia.

  2. Estou aguardando o STF dá 72 horas pra Lula aplicar os 85% restantes em até 72 horas. (Sentença aplicada frequentemente na gestão do ex presidente Jair Messias Bolsonaro).

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Projetos pilotos do Programa de Aquicultura Familiar avançam em São Gonçalo

O Programa de Aquicultura Familiar, lançado na gestão do prefeito Jaime Calado durante a 5ª edição da Feira Agropecuária da Região Metropolitana de Natal (Agrofest), segue avançando em seu processo de implantação no município de São Gonçalo do Amarante.

Durante o evento, foram instalados três tanques demonstrativos para exposição do cultivo de peixes e camarões. Ao final da feira, esses equipamentos foram sorteados entre os participantes moradores de São Gonçalo. Após o sorteio, equipes da Secretaria de Agropecuária, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Aquicultura (SEMADA) visitaram as propriedades dos contemplados para avaliar e definir os locais adequados para a instalação dos tanques.

Com os dois primeiros tanques já montados, a etapa seguinte consistiu no abastecimento com água e na instalação do equipamento de aeração do reservatório, onde os peixes serão cultivados. Na manhã da última sexta-feira (21), foi realizada a fase de povoamento, com a inserção dos alevinos (filhotes de peixes na sua fase inicial de desenvolvimento) nos tanques localizados na comunidade de Barra de Camaragibe e no bairro Santa Terezinha.

Em Barra de Camaragibe, o agricultor Emílio Etevaldo recebeu um tanque de 11 metros de comprimento por 5 metros de largura, no qual cultivará aproximadamente 500 peixes. Já no bairro Santa Terezinha, o morador Clinto Francisco foi contemplado com um reservatório de 12 metros por 6 metros, com capacidade para cerca de 1.000 peixes.

Os alevinos foram adquiridos pelos próprios beneficiados, que contarão com acompanhamento técnico da SEMADA durante todo o período de cultivo, até a despesca.

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Geral

FOTOS: Carros de luxo, relógios e até jatinho são apreendidos pela PF em operação contra produção ilegal de remédio para emagrecer

Carro de luxo e avião apreendidos pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (27), durante a chamada 'Operação Slim'. — Foto: Reprodução/GloboNews

Relógios apreendidos pela Operação Slim, da Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (27). — Foto: Reprodução/GloboNews

Avião apreendido pela Polícia Federal (PF) durante a chamada 'Operação Slim', nesta quinta-feira (27). — Foto: Reprodução/GloboNewsFotos: Reprodução/GloboNews

Na operação contra uma quadrilha que produzia ilegalmente o medicamento de emagrecimento Mounjaro (Tirzepatida) deflagrada nesta quinta-feira (27), a Polícia Federal areendeu carros de luxo, relógios caros e até um avião, registrado em nome de um laranja, segundo os investigadores.

A operação cumpriu 24 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro. Um dos principais alvos é o médico e escritor Gabriel Almeida, que atende em um consultório instalado em uma mansão no bairro dos Jardins, em São Paulo, e tem mais de 750 mil seguidores nas redes sociais.

De acordo com a PF, Almeida e outros profissionais manipulavam ilegalmente o princípio ativo do Mounjaro, sem autorização da Anvisa, sem pagar patente e divulgavam o produto como se fosse regularizado. Eles ofereciam o tratamento para emagrecimento nas redes sociais.

A investigação durou quase um ano e começou após uma denúncia da empresa detentora da patente do medicamento.

Operação da PF mira quadrilha que fabricava remédio para emagrecimento Mounjaro ilegalmente — Foto: DivulgaçãoImagem: divulgação/PF

O que diz Gabriel Almeida

Em nota, a defesa do médico Gabriel Almeida disse:

“O Dr. Gabriel Almeida é médico, escritor e palestrante. Ele não fabrica, não manipula e não rotula qualquer espécie de medicamento. A acusação de que ele seria responsável pela produção de fármacos é fática e tecnicamente impossível, visto que sua atuação profissional se restringe, exclusivamente, à medicina clínica e à docência.

A relação do Dr. Gabriel Almeida com a substância Tirzepatida (princípio ativo do Mounjaro) é estritamente científica e acadêmica. Em suas redes sociais, cursos e palestras, o médico exerce sua liberdade de cátedra para analisar, à luz de estudos internacionais, a farmacocinética da substância. O médico não faz propaganda de produtos ilegais; ele promove o debate técnico sobre as diferenças, vantagens e desvantagens entre a medicação de referência e as possibilidades da medicina personalizada (manipulados), sempre pautado na literatura médica vigente. Confundir debate científico com comércio ilegal é um erro grave de interpretação.

Opinião dos leitores

  1. Aqui no estado tem um bocado desses “empresários “. Se a polícia apertar, desmancha o esquema.

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