Saúde

A psicologia por trás da corrida por papel higiênico em meio a “medo contagioso” do coronavírus

FOTO: BBC NEWS BRASIL

O clima em um supermercado de Londres está diferente.

É noite de segunda-feira (09/03) e o local está cheio, com filas gigantes incomuns e pessoas agitadas enchendo suas cestas de produtos.

O corredor onde ficam produtos de limpeza, incluindo papel higiênico, está praticamente vazio. Macarrão, óleo, comidas enlatadas e água sanitária também estão sumindo das prateleiras.

Não há notícias, contudo, de que o Reino Unido esteja sofrendo de desabastecimento. Mas muitas pessoas aderiram à corrida por papel higiênico e por outros produtos que podem compor um “bunker de sobrevivência” antecipando possíveis medidas extremas de isolamento pelo novo coronavírus — algo ainda não anunciado por autoridades.

É o chamado “panic buying”, ou as compras motivadas pelo pânico.

Nesta quarta-feira (11/03), o Reino Unido tinha 460 casos de coronavírus confirmados, com 8 mortes registradas. O governo já anunciou que o número de casos vai subir rapidamente nas próximas duas semanas e que deve começar a orientar pessoas com sintomas de gripe a se autoisolar por 10 a 14 dias.

No Brasil, o número de casos confirmados pelo Ministério da Saúde era de 52 até a quarta-feira.

No entanto, uma quarentena como a que foi imposta a todos os cidadãos na Itália ainda não foi anunciada por autoridades do Reino Unido, e o governo disse que “não há necessidade” de estocar produtos.

“É muito importante que as pessoas tenham um comportamento responsável e pensem nas outras”, disse o primeiro-ministro Boris Johnson.

Mesmo assim, imagens de pessoas comprando papel higiênico e outros produtos têm viralizado em redes sociais. E não só no Reino Unido.

Em Cingapura, houve aumento na demanda por arroz e macarrão; em Auckland, na Nova Zelândia, gastos no supermercado subiram 40% no dia seguinte à confirmação do primeiro caso do novo coronavírus no país; na Austrália, duas mulheres brigaram por rolos de papel higiênico, e um vídeo da briga viralizou. A lista continua com casos similares em outros países.

No Reino Unido, alguns supermercados restringiram as vendas de alimentos essenciais para regularizar o fluxo de suprimentos. Uma rede limitou em até cinco as compras de itens como macarrão, leite e legumes enlatados.

Tony Richards, diretor de operações da empresa Essity, que produz papel higiênico e domina quase um terço desse mercado no Reino Unido, disse à BBC News que 63 milhões de rolos foram vendidos nas últimas duas semanas. Em comparação, 24 milhões foram vendidos no mesmo período do ano passado.

“Não entrem em pânico, pensem em toda a comunidade. Nós conseguimos levar papel higiênico para as prateleiras, só precisamos de tempo”, afirmou Richards.

Simbologia do papel higiênico

Autor do livro The Psychology of Pandemics (A Psicologia de Pandemias, em tradução livre), lançado três semanas antes do início do surto do coronavírus na China, Steven Taylor diz que compras motivadas pelo pânico aconteceram em outras pandemias também, mas foram pouco documentadas.

Segundo ele, durante a Gripe Espanhola, em 1918, as pessoas esvaziaram prateleiras de Vick Vaporub, nome comercial da pomada criada para desobstruir as vias aéreas durante gripes e resfriados. A empresa produtora da pomada até fez uma série de propagandas especiais relacionadas à pandemia.

Dessa vez, além do álcool em gel, as fotos que viralizam são de pessoas estocando papel higiênico. Taylor tem uma teoria. “O papel higiênico virou um símbolo de segurança, embora não vá impedir que as pessoas sejam infectadas pelo vírus. Mas quando as pessoas ficam sensíveis a infecções, aumenta a sensibilidade delas para o que é nojento. É um mecanismo para nos proteger de patógenos”.

Para ele, o papel higiênico é visto, então, como um instrumento para evitar coisas nojentas e vira um símbolo de segurança.

Ele observa que as pessoas fazendo compras motivadas pelo pânico são geralmente ansiosas. E que essa pandemia é uma pandemia das redes sociais.

“A diferença fundamental dessa pandemia para outras são as redes sociais e nossa interconexão. As pessoas são expostas a vários materiais, inclusive fotos e textos dramáticos. É uma ‘infodemia'”, afirma. E o que viraliza são as imagens de corredores e prateleiras vazios, não de pessoas fazendo compras normalmente, como é a maioria dos casos.

E por causa da conexão entre as pessoas pelo mundo inteiro, se houver qualquer orientação oficial para que a população estoque produtos em um país, essa informação pode viajar para outros locais e estimular as compras mesmo onde não houver necessidade semelhante, inflando artificialmente a sensação de ameaça.

Do melhor ao pior cenário possível

Para Andreas Kappes, professor da City University, em Londres, e especialista em psicologia e neurociência, o pânico não começa de imediato.

“No começo, as pessoas acham que estão de alguma forma seguras. Somos bons em negligenciar o pior e permanecer otimistas porque isso nos protege do estresse e nos mantém produtivos”, explica.

Kappes estuda como a incerteza afeta nosso comportamento e conduziu uma pesquisa em que inventou uma “gripe africana” para avaliar como as pessoas agiriam para tomar decisões que poderiam colocar a vida de outras pessoas em risco.

Kappes diz que, embora haja diferenças individuais, as pessoas geralmente preferem informações “desejáveis” a informações “indesejáveis”, e subestimam a probabilidade de que coisas ruins possam acontecer com elas em comparação com outras pessoas. “Podemos pensar: ‘Não é provável que eu pegue o novo coronavírus, mas as outras pessoas, sim’.”

Mas um momento de estresse rompe essa bolha otimista — no caso do novo coronavírus, pode ser o aumento do número de casos, ou sua maior proximidade, ou então o espaço de cobertura na imprensa.

Também pode ser um sentimento de empatia por alguém afetado pelo vírus. “Quando lemos uma notícia de alguém que tinha 60 anos que tinha uma família, ficou doente e morreu, podemos nos colocar no lugar da pessoa, ou imaginar que poderia ser alguém que conhecemos, da nossa família, por exemplo”, afirma. Paramos de ver os números e pensamos nas histórias por trás deles.

FOTO: BBC NEWS BRASIL

Além disso, as pessoas são normalmente otimistas sobre si mesmas, mas não sobre o conjunto da população ou as instituições em geral. Então, podem pensar que o governo, por exemplo, não está lidando bem com a crise — outro estresse.

Esse sentimento de estresse, então, nos força a pensar no pior cenário possível. As pessoas tornam-se mais pessimistas e partem do pressuposto de que o pior deve acontecer.

Passam a imaginar: “Como seria se eu pegar coronavírus, como seria se eu tivesse que me autoisolar, como isso impactaria minha vida, o que vai acontecer se houver um pânico geral e eu não tiver comida?”.

E, então, passam a agir de acordo com essa ideia.

“Parte das compras em supermercados para armazenar em casa também é muito racional. Se todo mundo comprar para armazenar e você não, você não terá nada para comer”, afirma ele.

Efeito manada

Kappes diz que há outro sentimento que guia a corrida pelos produtos no supermercado. “Agimos de determinadas maneiras guiados por evidências sociais. Olhamos para os outros para obter informações sobre o que deveríamos ou não deveríamos fazer”, diz.

Ele cita um exemplo: a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que lavemos as mãos com mais frequência e de maneira mais precisa, mas muitas vezes só seguimos essa orientação se vemos que outras pessoas estão fazendo isso.

Steven Taylor, autor do livro sobre a psicologia de pandemias, diz que somos guiados pelo chamado “efeito manada”. O termo define reações irracionais iguais de um grupo que são guiadas por um ou mais indivíduos.

Para o autor, isso acontece em situações em que há incerteza. “As pessoas observam as outras para saber como devem responder, é mais instintivo do que racional. É como fogo dentro do cinema — as pessoas não fogem por causa da fumaça, mas porque veem outras pessoas correndo. O medo é contagioso.”

Além disso, o papel higiênico, item que tem sido buscado pelas pessoas, vem em um pacote “altamente visível”, diz Taylor. “É grande e facilmente identificável quando se está em um supermercado”, o que incita uma pessoa a comprar o item quando vê outra com o produto.

Outro motivo para as compras em excesso, segundo Taylor, é que não acreditamos quando nos dão uma solução pequena para um problema grande. “O governo nos diz que não devemos usar máscaras, e que a solução é lavar as mãos bem e com frequência. Mas nós pensamos que grandes problemas requerem soluções especiais”, diz ele. Então, fazer grandes compras parece compensar essa “pequena solução” de lavar as mãos que, na realidade, é uma das coisas mais importantes que podemos fazer para evitar a dispersão do vírus.

Fazer lista de compras e doar o que foi comprado em excesso

Baruch Fischhoff, professor de ciência das decisões da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA, atribui a atitude das pessoas de comprarem em excesso à falta de informações confiáveis de determinados governos. Ele refere-se especificamente aos Estados Unidos, onde a quantidade de testes aplicada às pessoas para avaliar se estão com coronavírus foi considerada pequena e por isso tem sido criticada.

“As pessoas são boas em analisar os riscos com os dados que têm em mãos. Mas agora estão incertas sobre os riscos porque nosso governo não tem feito muitos testes”, diz ele. “Quando não sabem avaliar, decidem agir com cuidado. Comprar papel higiênico em excesso é o sintoma, não o problema.”

Mas, para Taylor, o medo da escassez pode causar real escassez. “As pessoas que vivem com o dinheiro para o dia a dia, que não podem comprar em antecedência ou que recebem doações podem ficar sem os produtos necessários.”

Ele diz que é possível preparar-se sem entrar em pânico.

Caso o autoisolamento seja necessário, quem for sair às compras deve sentar antes e fazer uma lista do que precisa, realisticamente e sem exageros. “Assim você inocula o efeito manada”, diz ele. Além disso, quando entrar no supermercado, é preciso lembrar que possivelmente haverá pessoas em pânico ali, e então usar a cabeça e não agir da mesma forma que outras pessoas estão agindo.

Em outras pandemias, de acordo com Taylor, as pessoas se uniram mais para ajudar umas às outras: pessoas se voluntariavam em hospitais, faziam compras para os que estavam muito doentes para fazê-lo. Ele diz ainda esperar ver mais desse tipo de solidariedade nessa pandemia.

Uma sugestão: Taylor defende que as pessoas que armazenaram produtos em excesso façam doações do que foi comprado para entidades de caridade. “Seria a coisa certa a fazer. Diminuiria a ansiedade do público.”

“As pessoas têm responsabilidades em relação às outras. Estamos todos conectados na maneira como lidamos com o vírus. Dependemos uns dos outros para enfrentá-lo. Lidar com esse surto é um esforço comunal. Temos que nos lembrar que não é sobre nós, é sobre todo mundo.”

BBC Brasil

 

Opinião dos leitores

    1. Tá vendo como é um país civilizado? No Brasil só se usa papel higiênico para friccionar o monossílabo.

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Mundo

Carro do presidente do Equador é atacado por multidão; Noboa não se feriu

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do Equador, Daniel Noboa, escapou ileso de um atentado na noite desta terça-feira (7), em um episódio que acende o alerta sobre a tensão política no país. A informação foi confirmada pelo governo, e a ministra de Energia, Inés María Manzano, garantiu que o presidente não sofreu ferimentos. Noboa segue monitorando a situação e deve se pronunciar oficialmente nesta quarta-feira (8).

O ataque aconteceu na província de Cañar, região Central do Equador. Segundo relatos, o veículo oficial de Noboa foi cercado por cerca de 500 pessoas e atingido por disparos. Até o momento, não há registros de feridos entre a equipe presidencial.

O atentado ocorre em meio a protestos contra o aumento do preço do diesel, que passou de US$ 1,80 para US$ 2,80 por galão (aproximadamente de R$ 9,60 para R$ 15, na cotação atual). O reajuste foi motivado pelo fim de um subsídio concedido pelo governo.

Os protestos, que envolvem bloqueios de estradas e mobilizações em diversas cidades, refletem a insatisfação de comunidades indígenas com o impacto direto do aumento do combustível na economia local. Analistas alertam que a crise pode se aprofundar se medidas emergenciais não forem adotadas pelo governo.

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Política

Câmara abre processo contra deputados bolsonaristas por motim após prisão de Bolsonaro

Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu processos contra os deputados bolsonaristas Marcos Pollon (PL-MS), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC) por participação no motim que ocupou o plenário da Casa pouco depois da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro.

Os pedidos de suspensão foram enviados pelo corregedor Diego Coronel (PSD-BA) à Mesa Diretora, com Pollon podendo receber a punição mais severa por duas representações: ocupar a mesa da presidência e ofender Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara.

Van Hattem poderá ser afastado por até 30 dias por se recusar a levantar da cadeira de presidente durante a chegada de Motta. Zé Trovão enfrenta a mesma pena por impedir que o presidente da Câmara chegasse à mesa durante a obstrução. Os relatores dos processos serão definidos pelo presidente do Conselho de Ética, Fábio Schiochet (União Brasil-SC), após sorteio das listas tríplices.

Dos 14 parlamentares envolvidos no motim, apenas esses três tiveram pedidos de afastamento. Os demais, incluindo o líder da bancada do PL, Sóstenes Cavalcantes (RJ), receberam censura escrita, uma advertência formal. A medida reforça que, mesmo em ações de protesto político, deputados podem sofrer punições formais no Conselho de Ética.

Relembre o motim

O motim ocorreu no retorno do recesso parlamentar, quando aliados de Bolsonaro ocuparam os plenários da Câmara e do Senado para pressionar a tramitação do “pacote da paz”, que incluía anistia, fim do Foro Privilegiado e impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes. O impasse só foi resolvido após acordo com líderes do Centrão, que se comprometeram a levar a anistia à pauta do plenário.

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Política

Déficit e dívidas milionárias: RN pode enfrentar crise histórica, alerta José Dias

Foto: Eduardo Maia/ALRN

 

O deputado José Dias (PL) voltou a levantar o alerta sobre a situação financeira do Estado nesta terça-feira (7), durante a sessão da Assembleia Legislativa do RN. Segundo ele, o governo estadual deixará uma “herança terrível” para a próxima administração, marcada por déficit, dívidas e compromissos futuros.

O parlamentar criticou o atraso no pagamento das emendas parlamentares, que prejudicam diretamente a população. Ele citou Ceará-Mirim como o município mais afetado, mesmo após o governo estadual ter registrado uma “vitória imensa” na cidade. E enfatizou que o problema não é pessoal, mas social e financeiro, atingindo quem depende desses recursos.

Além das emendas, o deputado expressou preocupação com o futuro econômico do RN. Ele afirmou que a situação foi agravada por uma “estratégia da esquerda, principalmente do PT”, que teria deixado problemas quase irrecuperáveis, forçando medidas impopulares para desacreditar governos futuros.

O parlamentar concluiu destacando que a mudança dependerá do voto consciente da população nas próximas eleições: “Essa é uma missão poderosa que nós podemos exercer no próximo ano”, disse.

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Geral

Lula dispara: ‘É muito difícil alguém ganhar de mim em 2026’ e avisa aliados: ‘quem quiser, vá para o outro lado’

Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

Faltando menos de um ano para as eleições de 2026, o presidente Lula (PT) afirmou nesta terça-feira (7) que será “muito difícil alguém ganhar” de seu governo. A declaração foi feita em entrevista à TV Mirante, afiliada da Rede Globo no Maranhão, onde Lula cumpriu agenda na segunda-feira.

“Se a gente brincar em serviço, a gente termina dando para os adversários a chance de ganhar que eles não têm hoje. É muito difícil alguém ganhar as eleições de nós em 2026”, disse Lula. Ele reforçou que o governo vai encerrar seu mandato “muito bem” e destacou que o país atravessa um momento “excepcional”.

Questionado sobre alianças políticas para a reeleição, Lula foi direto: não pretende “implorar” pelo apoio de nenhum partido. A fala surge em meio à saída de União Brasil e PP (Progressistas) de ministérios importantes do governo, como o Esporte e o Turismo.

“Quando chegar a época das eleições, cada um vai para o canto que quiser. Eu não vou implorar para nenhum partido estar comigo. Vai estar comigo quem quiser estar comigo”, afirmou. O presidente ainda desejou sorte a quem optar por seguir outros caminhos e reforçou que a extrema direita não deve retornar ao poder.

Lula critica expulsão de ministros por União Brasil e PP

Lula também criticou a decisão de União Brasil e PP de expulsar ministros do governo. Ele classificou como “equívoco” e “bobagem” a saída de André Fufuca (PP), do Esporte, e Celso Sabino (União Brasil), do Turismo.

“Acho que é um equívoco do PP querer expulsar o Fufuca, da mesma forma que acho que é um equívoco do União Brasil querer expulsar o Celso Sabino. Acho um erro, uma bobagem. Mas vou conversar com eles, eles têm mandato, sabem o que decidir e têm maioridade para isso”, explicou o presidente.

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Saúde

Cientistas do RN criam moléculas que podem frear o melanoma, câncer de pele mais letal do Brasil

Foto: Reprodução

O melanoma é o tipo de câncer de pele mais agressivo. Ele é raro, representando apenas 5% dos casos de câncer de pele, mas causa 75% das mortes por essa doença. Pensando nisso, pesquisadores da UFRN e da Univasf criaram novas moléculas que podem ajudar a combater o melanoma.

O estudo, publicado na revista Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, usou computadores e programas avançados para criar nove novas moléculas. Uma delas, chamada Q3, mostrou resultado promissor contra o melanoma. Segundo o coordenador da pesquisa, Edilson Alencar Filho, o estudo também ajudou a entender como essas moléculas podem agir no corpo para frear o câncer.

Os cientistas usaram programas de Inteligência Artificial (IA) que conseguem aprender padrões e prever quais moléculas teriam mais chances de funcionar. Com isso, conseguiram acelerar o estudo, que normalmente levaria muito mais tempo e custaria mais caro.

As simulações indicaram que as moléculas podem se ligar a uma proteína chamada Aurora Kinase A. Essa proteína ajuda o câncer a crescer, e bloquear sua ação pode impedir que o tumor se espalhe. Isso abre caminho para tratamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais.

O trabalho do grupo ALQUIMIA vai além do melanoma. Eles também pesquisam moléculas para controlar o mosquito Aedes aegypti, proteger abelhas e criar produtos agrícolas e medicamentos.

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Geral

Por proposição do presidente da Câmara, Dr. César Maia, projeto “Aeroporto Digital” será discutido em audiência pública nesta quinta (9) em Parnamirim

O projeto “Parnamirim Aeroporto Digital” será tema de uma audiência pública nesta quinta-feira (09), às 14h, no Plenário Dr. Mário Medeiros, da Câmara Municipal de Parnamirim. A sessão foi proposta pelo presidente da Casa, vereador Dr. César Maia, e tem como objetivo discutir os detalhes e impactos da iniciativa que promete transformar a área do antigo aeroporto da cidade em um moderno polo de inovação.

De iniciativa do Executivo Municipal, o projeto visa integrar tecnologia, pesquisa e desenvolvimento ao potencial histórico e econômico de Parnamirim, com foco especial no setor aeronáutico. A proposta pretende impulsionar o crescimento da cidade, fortalecer a economia local e consolidar o município como referência em inovação e empreendedorismo no Rio Grande do Norte.

A estrutura planejada para o espaço é ampla e multifuncional. O complexo contará com seis salas de aula, 16 ambientes para startups, sala de treinamento, laboratórios de informática e tecnologia, auditório com capacidade para 145 pessoas, além de praça de alimentação, museu, midiateca, sala de projeção de realidade virtual, estúdio de podcast, salas de reuniões e áreas de convivência internas e externas, com amplo estacionamento.

O “Parnamirim Aeroporto Digital” representa um passo importante para a cidade ao unir inovação tecnológica e valorização da identidade local, reafirmando o compromisso do município com o desenvolvimento sustentável e a modernização.

Serviço
O quê: Audiência Pública “Discussão sobre o Aeroporto Digital no município de Parnamirim/RN”
Quando: Quinta-feira, 09/10, às 14h
Propositor: Vereador Dr. César Maia, presidente da Câmara Municipal de Parnamirim
Onde: Plenário Dr. Mário Medeiros – Câmara Municipal de Parnamirim

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Geral

Maior maré do ano em Ponta Negra vira munição da oposição contra gestão Paulinho Freire

Praia de Ponta Negra às 8h da manhã desta terça-feira (7) – Imagem: reprodução/Livecam Natal no YouTube

A maior maré do ano atingiu a Praia de Ponta Negra, em Natal, na madrugada desta terça-feira (7), com 2,3 metros de altura, avançando sobre parte da faixa de areia recuperada pela obra de engorda concluída no início de 2025. O fenômeno virou mais uma vez alvo político da oposição, que usou o episódio para criticar a gestão do prefeito Paulinho Freire (União).

O secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), Thiago Mesquita, afirmou que, sem a obra de engorda, a maré teria levado o calçadão, barracas e parte do comércio local. “Graças a Deus temos uma terra hidráulica. Imagine o que teria acontecido com a costa de Ponta Negra ontem se não houvesse essa barreira. Teríamos problemas seríssimos em toda a linha de costa, com certeza absoluta”.

Ele explicou que o avanço da maré faz parte da dinâmica costeira, o movimento natural de avanço e recuo do mar. “Esse comportamento é resultado de fenômenos naturais e continuará ocorrendo mesmo após a conclusão da engorda. É normal em qualquer praia”, disse.

Thiago ressaltou que o aterro hidráulico — técnica usada para ampliar a faixa de areia — não altera o regime das ondas e foi projetado para suportar marés intensas. “Na maré alta, a praia tem cerca de 50 metros de faixa de areia, e 100 metros na maré baixa. Parte desse espaço será naturalmente ocupado pelo mar. O aterro não é uma barreira intransponível, mas parte da natureza”, explicou.

POPULISMO: Oposição intensifica críticas à obra de engorda

Apesar da explicação técnica, a oposição reforçou as críticas. A deputada federal Natália Bonavides (PT) classificou a situação como “grave” e acusou a Prefeitura de irregularidades: “Sem chuva, Ponta Negra amanhece alagada. Foram mais de R$ 100 milhões em uma engorda mal feita. Destruíram nosso cartão postal para ganhar eleição!”, afirmou.

O vereador Daniel Valença (PT) afirmou que “o problema não é a maré, mas a forma como a gestão realizou o serviço. Uma maré alta já mostrou a inconsistência da obra, feita a toque de caixa e sem estudos básicos de impacto ambiental e social”.

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Geral

Gestão Nilda apresenta acréscimo de 4,5% na geração de empregos com relação a 2024

De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgados pelo Governo Federal, o Município contabilizou um saldo positivo de 1644 postos de trabalho nos oito primeiros meses do ano, alcançando a vice-liderança entre as cidades potiguares e ficando a frente de grandes centros urbanos como Mossoró. Impulsionada pelas ações de incentivo, investimentos, concessão de benefícios fiscais e a garantia de segurança jurídica executadas, gestão da prefeita de Parnamirim Nilda Cruz, se coloca em posição de destaque em matéria de geração de empregos.

“Estamos muito felizes com esses dados. Isso demonstra que nossas políticas públicas para impulsionar a cadeia produtiva local, recolocar Parnamirim no rumo do desenvolvimento, atrair novos empreendedores dispostos a investir em nossa cidade, gerando emprego e renda estão funcionando”, disse a prefeita.

Desde o início da gestão, a prefeita abriu vários canais de diálogo com entidades como a Fiern, Sebrae e CDL, também incrementou as ações de encaminhamento ao mercado de trabalho através da Coordenadoria do Trabalho, realizou um feirão de oportunidades em parceria com uma multinacional do setor, alcançando 300 candidatos, também concedeu incentivos fiscais para a manutenção de 500 empregos no setor industrial da cidade e retomou obras paralisadas, como também iniciou outras novas, reaquecendo o setor da construção civil.

Entre janeiro e agosto deste ano, foram 17.482 trabalhadores admitidos formalmente na cidade. Isso representa um crescimento de 4,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

“Temos muitas potencialidades e nossa gestão está trabalhando para garantir segurança jurídica, mostrar que o Município possui um bom ambiente de negócios e está de portas abertas para receber quem deseja fortalecer a nossa economia. Vamos intensificar essas ações para que a cidade Trampolim da Vitória seja cada vez mais uma terra de oportunidades”, concluiu Nilda.

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Geral

PESQUISA PERFIL/PEDRA GRANDE: Prefeito Pedro Henrique é aprovado por 91,75%; aprovação entra pra história do município

O Prefeito do município de Pedra Grande, Pedro Henrique, entrou para a história do município com a maior aprovação popular já registrada. De acordo com a Pesquisa Perfil realizada nos dias 1º e 2 de outubro de 2025, apontam que 91,75% da população aprovaram a gestão do prefeito Pedro Henrique. O levantamento aponta que 43,75% consideram a administração ótima, 32,25% boa e 15,75% regular. Um dado que também chama atenção é que menos de 8% da população avalia a gestão como péssima ou ruim.

Os números representam uma marca histórica para o município e reflete o reconhecimento ao trabalho desenvolvido em diversas áreas, como a construção de estradas, a edificação de 100 casas populares com recursos próprios e obras de reforma e melhorias que continuam transformando Pedra Grande.

A pesquisa com 400 entrevistados, com margem de erro de 4,9% pontos percentuais, tem 95% de confiança.

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Geral

DE SAÍDA? Barroso comete ato falho e diz que foi juiz por 12 anos: ‘Fui não, ainda sou’

Foto: Tom Molina/STF

Em um ato falho, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira, 7, que foi juiz durante 12 anos. “Fui não, ainda sou”, se corrigiu o ministro.

Barroso deixou a presidência do STF em setembro, após um mandato de dois anos, e admitiu publicamente que considera antecipar a aposentadoria. Ele pode ficar no Supremo até 2033.

O ministro afirmou que não tem nenhum arrependimento pelas decisões que tomou nos últimos 12 anos como magistrado.

“Não estou dizendo que eu estava certo sempre. Mas eu sempre fiz o que achava certo. E consegui sobreviver em Brasília nesses últimos 12 anos, o que não é fácil”, brincou em palestra no Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).

Barroso arrancou risos da plateia ao afirmar que fez o encerramento da gestão no STF “e não da carreira”.

Na saída do evento, ao ser questionado pelo Estadão, o ministro não quis comentar a possível saída do STF. “Amanhã tem sessão, estarei lá”.

A ministra Ellen Gracie, aposentada do STF, que também participou do evento, disse que a sociedade gostaria “de seguir contando com a sua presença na Suprema Corte”.

Estadão Conteúdo – Fausto Macedo

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