Saúde

A psicologia por trás da corrida por papel higiênico em meio a “medo contagioso” do coronavírus

FOTO: BBC NEWS BRASIL

O clima em um supermercado de Londres está diferente.

É noite de segunda-feira (09/03) e o local está cheio, com filas gigantes incomuns e pessoas agitadas enchendo suas cestas de produtos.

O corredor onde ficam produtos de limpeza, incluindo papel higiênico, está praticamente vazio. Macarrão, óleo, comidas enlatadas e água sanitária também estão sumindo das prateleiras.

Não há notícias, contudo, de que o Reino Unido esteja sofrendo de desabastecimento. Mas muitas pessoas aderiram à corrida por papel higiênico e por outros produtos que podem compor um “bunker de sobrevivência” antecipando possíveis medidas extremas de isolamento pelo novo coronavírus — algo ainda não anunciado por autoridades.

É o chamado “panic buying”, ou as compras motivadas pelo pânico.

Nesta quarta-feira (11/03), o Reino Unido tinha 460 casos de coronavírus confirmados, com 8 mortes registradas. O governo já anunciou que o número de casos vai subir rapidamente nas próximas duas semanas e que deve começar a orientar pessoas com sintomas de gripe a se autoisolar por 10 a 14 dias.

No Brasil, o número de casos confirmados pelo Ministério da Saúde era de 52 até a quarta-feira.

No entanto, uma quarentena como a que foi imposta a todos os cidadãos na Itália ainda não foi anunciada por autoridades do Reino Unido, e o governo disse que “não há necessidade” de estocar produtos.

“É muito importante que as pessoas tenham um comportamento responsável e pensem nas outras”, disse o primeiro-ministro Boris Johnson.

Mesmo assim, imagens de pessoas comprando papel higiênico e outros produtos têm viralizado em redes sociais. E não só no Reino Unido.

Em Cingapura, houve aumento na demanda por arroz e macarrão; em Auckland, na Nova Zelândia, gastos no supermercado subiram 40% no dia seguinte à confirmação do primeiro caso do novo coronavírus no país; na Austrália, duas mulheres brigaram por rolos de papel higiênico, e um vídeo da briga viralizou. A lista continua com casos similares em outros países.

No Reino Unido, alguns supermercados restringiram as vendas de alimentos essenciais para regularizar o fluxo de suprimentos. Uma rede limitou em até cinco as compras de itens como macarrão, leite e legumes enlatados.

Tony Richards, diretor de operações da empresa Essity, que produz papel higiênico e domina quase um terço desse mercado no Reino Unido, disse à BBC News que 63 milhões de rolos foram vendidos nas últimas duas semanas. Em comparação, 24 milhões foram vendidos no mesmo período do ano passado.

“Não entrem em pânico, pensem em toda a comunidade. Nós conseguimos levar papel higiênico para as prateleiras, só precisamos de tempo”, afirmou Richards.

Simbologia do papel higiênico

Autor do livro The Psychology of Pandemics (A Psicologia de Pandemias, em tradução livre), lançado três semanas antes do início do surto do coronavírus na China, Steven Taylor diz que compras motivadas pelo pânico aconteceram em outras pandemias também, mas foram pouco documentadas.

Segundo ele, durante a Gripe Espanhola, em 1918, as pessoas esvaziaram prateleiras de Vick Vaporub, nome comercial da pomada criada para desobstruir as vias aéreas durante gripes e resfriados. A empresa produtora da pomada até fez uma série de propagandas especiais relacionadas à pandemia.

Dessa vez, além do álcool em gel, as fotos que viralizam são de pessoas estocando papel higiênico. Taylor tem uma teoria. “O papel higiênico virou um símbolo de segurança, embora não vá impedir que as pessoas sejam infectadas pelo vírus. Mas quando as pessoas ficam sensíveis a infecções, aumenta a sensibilidade delas para o que é nojento. É um mecanismo para nos proteger de patógenos”.

Para ele, o papel higiênico é visto, então, como um instrumento para evitar coisas nojentas e vira um símbolo de segurança.

Ele observa que as pessoas fazendo compras motivadas pelo pânico são geralmente ansiosas. E que essa pandemia é uma pandemia das redes sociais.

“A diferença fundamental dessa pandemia para outras são as redes sociais e nossa interconexão. As pessoas são expostas a vários materiais, inclusive fotos e textos dramáticos. É uma ‘infodemia'”, afirma. E o que viraliza são as imagens de corredores e prateleiras vazios, não de pessoas fazendo compras normalmente, como é a maioria dos casos.

E por causa da conexão entre as pessoas pelo mundo inteiro, se houver qualquer orientação oficial para que a população estoque produtos em um país, essa informação pode viajar para outros locais e estimular as compras mesmo onde não houver necessidade semelhante, inflando artificialmente a sensação de ameaça.

Do melhor ao pior cenário possível

Para Andreas Kappes, professor da City University, em Londres, e especialista em psicologia e neurociência, o pânico não começa de imediato.

“No começo, as pessoas acham que estão de alguma forma seguras. Somos bons em negligenciar o pior e permanecer otimistas porque isso nos protege do estresse e nos mantém produtivos”, explica.

Kappes estuda como a incerteza afeta nosso comportamento e conduziu uma pesquisa em que inventou uma “gripe africana” para avaliar como as pessoas agiriam para tomar decisões que poderiam colocar a vida de outras pessoas em risco.

Kappes diz que, embora haja diferenças individuais, as pessoas geralmente preferem informações “desejáveis” a informações “indesejáveis”, e subestimam a probabilidade de que coisas ruins possam acontecer com elas em comparação com outras pessoas. “Podemos pensar: ‘Não é provável que eu pegue o novo coronavírus, mas as outras pessoas, sim’.”

Mas um momento de estresse rompe essa bolha otimista — no caso do novo coronavírus, pode ser o aumento do número de casos, ou sua maior proximidade, ou então o espaço de cobertura na imprensa.

Também pode ser um sentimento de empatia por alguém afetado pelo vírus. “Quando lemos uma notícia de alguém que tinha 60 anos que tinha uma família, ficou doente e morreu, podemos nos colocar no lugar da pessoa, ou imaginar que poderia ser alguém que conhecemos, da nossa família, por exemplo”, afirma. Paramos de ver os números e pensamos nas histórias por trás deles.

FOTO: BBC NEWS BRASIL

Além disso, as pessoas são normalmente otimistas sobre si mesmas, mas não sobre o conjunto da população ou as instituições em geral. Então, podem pensar que o governo, por exemplo, não está lidando bem com a crise — outro estresse.

Esse sentimento de estresse, então, nos força a pensar no pior cenário possível. As pessoas tornam-se mais pessimistas e partem do pressuposto de que o pior deve acontecer.

Passam a imaginar: “Como seria se eu pegar coronavírus, como seria se eu tivesse que me autoisolar, como isso impactaria minha vida, o que vai acontecer se houver um pânico geral e eu não tiver comida?”.

E, então, passam a agir de acordo com essa ideia.

“Parte das compras em supermercados para armazenar em casa também é muito racional. Se todo mundo comprar para armazenar e você não, você não terá nada para comer”, afirma ele.

Efeito manada

Kappes diz que há outro sentimento que guia a corrida pelos produtos no supermercado. “Agimos de determinadas maneiras guiados por evidências sociais. Olhamos para os outros para obter informações sobre o que deveríamos ou não deveríamos fazer”, diz.

Ele cita um exemplo: a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que lavemos as mãos com mais frequência e de maneira mais precisa, mas muitas vezes só seguimos essa orientação se vemos que outras pessoas estão fazendo isso.

Steven Taylor, autor do livro sobre a psicologia de pandemias, diz que somos guiados pelo chamado “efeito manada”. O termo define reações irracionais iguais de um grupo que são guiadas por um ou mais indivíduos.

Para o autor, isso acontece em situações em que há incerteza. “As pessoas observam as outras para saber como devem responder, é mais instintivo do que racional. É como fogo dentro do cinema — as pessoas não fogem por causa da fumaça, mas porque veem outras pessoas correndo. O medo é contagioso.”

Além disso, o papel higiênico, item que tem sido buscado pelas pessoas, vem em um pacote “altamente visível”, diz Taylor. “É grande e facilmente identificável quando se está em um supermercado”, o que incita uma pessoa a comprar o item quando vê outra com o produto.

Outro motivo para as compras em excesso, segundo Taylor, é que não acreditamos quando nos dão uma solução pequena para um problema grande. “O governo nos diz que não devemos usar máscaras, e que a solução é lavar as mãos bem e com frequência. Mas nós pensamos que grandes problemas requerem soluções especiais”, diz ele. Então, fazer grandes compras parece compensar essa “pequena solução” de lavar as mãos que, na realidade, é uma das coisas mais importantes que podemos fazer para evitar a dispersão do vírus.

Fazer lista de compras e doar o que foi comprado em excesso

Baruch Fischhoff, professor de ciência das decisões da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA, atribui a atitude das pessoas de comprarem em excesso à falta de informações confiáveis de determinados governos. Ele refere-se especificamente aos Estados Unidos, onde a quantidade de testes aplicada às pessoas para avaliar se estão com coronavírus foi considerada pequena e por isso tem sido criticada.

“As pessoas são boas em analisar os riscos com os dados que têm em mãos. Mas agora estão incertas sobre os riscos porque nosso governo não tem feito muitos testes”, diz ele. “Quando não sabem avaliar, decidem agir com cuidado. Comprar papel higiênico em excesso é o sintoma, não o problema.”

Mas, para Taylor, o medo da escassez pode causar real escassez. “As pessoas que vivem com o dinheiro para o dia a dia, que não podem comprar em antecedência ou que recebem doações podem ficar sem os produtos necessários.”

Ele diz que é possível preparar-se sem entrar em pânico.

Caso o autoisolamento seja necessário, quem for sair às compras deve sentar antes e fazer uma lista do que precisa, realisticamente e sem exageros. “Assim você inocula o efeito manada”, diz ele. Além disso, quando entrar no supermercado, é preciso lembrar que possivelmente haverá pessoas em pânico ali, e então usar a cabeça e não agir da mesma forma que outras pessoas estão agindo.

Em outras pandemias, de acordo com Taylor, as pessoas se uniram mais para ajudar umas às outras: pessoas se voluntariavam em hospitais, faziam compras para os que estavam muito doentes para fazê-lo. Ele diz ainda esperar ver mais desse tipo de solidariedade nessa pandemia.

Uma sugestão: Taylor defende que as pessoas que armazenaram produtos em excesso façam doações do que foi comprado para entidades de caridade. “Seria a coisa certa a fazer. Diminuiria a ansiedade do público.”

“As pessoas têm responsabilidades em relação às outras. Estamos todos conectados na maneira como lidamos com o vírus. Dependemos uns dos outros para enfrentá-lo. Lidar com esse surto é um esforço comunal. Temos que nos lembrar que não é sobre nós, é sobre todo mundo.”

BBC Brasil

 

Opinião dos leitores

    1. Tá vendo como é um país civilizado? No Brasil só se usa papel higiênico para friccionar o monossílabo.

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Chuvas

VÍDEO: Neoenergia Cosern divulga nota sobre impactos das chuvas em Natal

Através de uma nota, a Neoenergia Cosern informou nesta sexta-feira (09) que reforçou o número de equipes de plantão para atender o aumento das ocorrências causadas pelas chuvas intensas e ventos fortes que atingiram a Grande Natal. Interrupções pontuais no fornecimento de energia afetaram milhares de clientes em diversos bairros da capital e distritos de Parnamirim, principalmente pela queda de galhos e materiais de construção sobre a rede elétrica.

Confira a nota:

A Neoenergia Cosern informa que reforçou o número de equipes de plantão para atender o aumento de ocorrências provocadas pelas chuvas registradas nesta sexta-feira (09) na Grande Natal, que foram acompanhadas de ventos fortes que jogaram telas usadas na construção civil e galhos de árvores sobre a rede elétrica.

Ocorreram interrupções pontuais no fornecimento nos bairros de Ponta Negra, Lagoa Nova, Capim Macio, Neopolis, Lagoa Seca, Alecrim, Candelaria e Tirol. E nos distritos de Japecanga e de Taborda, em Parnamirim..
No momento mais crítico, por volta das 08h, cerca de 6.600 clientes tiveram o serviço interrompido por poucos minutos e a Neoenergia Cosern já normalizou o fornecimento para 78% dos clientes e as equipes estão trabalhando para restabelecer 100% do serviço o mais rápido possível, respeitando as regras de segurança para os colaboradores e a população.

A Neoenergia Cosern reforça que, para receber comunicados sobre atuação da empresa em ocorrências e previsão de retorno da energia, é importante o cliente manter o cadastro sempre atualizado, informando e-mail e o número de celular. A atualização dos dados é rápida e prática, basta acessar o link

https://cloud.neoenergiacosern.com.br/atualizacaoselofatura

Ao informar uma eventual falta de energia, o cliente deve informar o número do Código do Cliente, destacado na parte superior direita da conta, para agilizar o atendimento. A Neoenergia Cosern disponibiliza canais digitais de atendimento como WhatsApp (84 3215 6001), aplicativo e Agência Virtual no site www.neoenergia.com/rn, além do teleatendimento 116.

Orientações de segurança em casos de chuvas com raios:

Busque abrigo tão logo veja nuvens carregadas no céu ou escute um trovão;

Evite colher frutas, legumes ou verduras, abrigar-se ou caminhar perto de árvores;

Não fique próximo a animais e nem ande a cavalo;

Não fique próximo a cercas de arame;

Não fique próximo a objetos metálicos pontiagudos como enxadas, pás e facões;

Não se abrigue debaixo de varandas, barracos e celeiros;

Não caminhe em áreas descampadas;

Não fique parado em rodovias, ruas ou estradas;

Não suba em locais como telhados, terraços e montanhas;

Não tome banho em praia, rio, açude ou piscina durante uma

tempestade;

Não utilize equipamentos elétricos ligados à rede elétrica;

Não fale ao telefone com fio ou utilizar o celular conectado ao carregador;

Não tome banho utilizando o chuveiro elétrico.

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Política

Prefeita Nilda volta de Brasília com conquistas importantes para Parnamirim

Foto: Divulgação

Com objetivo de buscar recursos para aplicar em diversos setores da administração pública municipal, a prefeita de Parnamirim, Nilda Cruz, esteve em Brasília nesta semana e apresentou diversos pleitos da cidade aos deputados federais do Rio Grande do Norte. Dentre as principais demandas, esteve a conquista de recursos para ampliação e reforma da Unidade de Pronto Atendimento de Nova Esperança e para o reforço e fortalecimento da rede pública de ensino.

“Fomos muito bem recebidos nos gabinetes dos parlamentares. Apresentamos nossas necessidades e todos foram bastante solícitos. Parnamirim é uma das principais cidades do Estado e precisa ter uma atenção especial da nossa bancada. Foram encontros muito proveitosos. Trago na bagagem ótimas conquistas para a nossa população”, informou a prefeita.

Junto ao deputado Sargento Gonçalves, a chefe do executivo municipal garantiu recursos de uma emenda para a ampliação da UPA de Nova Esperança. Em outro encontro, Nilda também confirmou que a cidade vai receber recursos, oriundos de uma emenda do deputado Benes Leocádio para aplicar na melhoria da infraestrutura viária. Ela também se encontrou com os deputados Fernando Mineiro, General Girão ,Robinson Faria, Natália Bonavides e Carla Dickson.

Nilda, também se encontrou com o Senador Styvenson Valentim, que confirmou investimentos para Parnamirim, e com a Senadora Zenaide Maia, que reforçou sua parceria com Parnamirim, indicando fazer investimentos ainda maiores através de emendas.

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Geral

VÍDEO: Passageiro filma água escorrendo dentro de ônibus da linha Redinha/Mirassol

Um usuário do transporte público de Natal flagrou água entrando dentro de um ônibus que faz a linha Redinha/Mirassol na manhã desta sexta-feira (9). O registro foi feito pelo estudante de jornalismo Jhonnathan Malveira, enquanto se deslocava para o trabalho.

Veja vídeo:


Novo Notícias 

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Chuvas

Natal amanhece com 6 pontos de alagamento e árvore caída na Prudente de Morais

Foto: José Aldenir

Devido as fortes chuvas, Natal registrou, na manhã desta quinta-feira 9, seis pontos com alagamento em vias monitoradas pela Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU), todos classificados como transitáveis até o momento. A situação, no entanto, pode mudar ao longo do dia, com a possibilidade de surgimento de trechos intransitáveis, a depender da continuidade das chuvas e do acúmulo de água nas vias.

Uma das ocorrências registradas envolve a queda de uma árvore na Avenida Prudente de Morais, entre a Rua Ceará-Mirim e a Rua Apodi. Agentes da STTU estão no local para realizar o atendimento e organizar o fluxo de veículos na região.

Além da árvore caída, a STTU acompanha 24 pontos da cidade por meio de videomonitoramento e ações de agentes em campo. As vias com alagamentos, mas ainda transitáveis, são:

  • Avenida Solange Nunes, próximo à Unimetais, Cidade Nova
  • Rua Antônio Freire de Lemos com Rua Marcos Augusto Teixeira, Planalto
  • Rua Presidente Sarmento, Alecrim (próximo ao mercado)
  • Avenida Hermes da Fonseca com Rua Ângelo Varela
  • Avenida Nevaldo Rocha com Coronel Estevam
  • Avenida da Integração, próximo à lagoa de captação de Candelária

De acordo com a STTU, “as vias que apresentarem situações de alagamentos serão classificadas como transitáveis ou intransitáveis, sendo devidamente atualizadas caso haja mudanças”.

Também foi registrado o apagão em um semáforo no cruzamento da Rua Apodi com a Avenida Deodoro da Fonseca. Segundo a secretaria, “equipe semafórica está em deslocamento ao local” para normalizar o funcionamento.

Agora RN

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Cidades

Mais de 27 mil trabalhadores do RN fizeram empréstimos com garantia do FGTS; valor ultrapassa R$ 130 milhões

Mais de 27,2 mil trabalhadores do setor privado com carteira assinada do estado do Rio Grande do Norte já utilizaram o Crédito do Trabalhador, o programa lançado pelo governo federal que permite empréstimos consignados com garantia do FGTS.

O valor total dos contratos no estado chegou a R$ 130,54 milhões até 7 de maio. Em média, os empréstimos são de R$ 4,7 mil, e as parcelas de R$ 274,60.

Com pouco mais de um mês de funcionamento, o programa superou R$ 10 bilhões de empréstimos consignados aprovados para 1,8 milhão de trabalhadores com carteira assinada no país. A média nacional dos empréstimos alcança quase R$ 5,4 mil por contrato, com prestação média de R$ 323,76 e prazo de 17 meses.

“O programa melhora a qualidade de vida das famílias trabalhadoras, que podem tomar um crédito com juros mais baixos, visto que os empréstimos têm garantias que chegam a 10% do FGTS”, diz o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

No comparativo entre os nove estados do Nordeste, o Rio Grande do Norte é o quinto colocado em número de empréstimos e em valores contratados.


Medida recente, a troca de dívidas ajudou o programa a aumentar em R$ 2 bilhões o valor total de empréstimos liberados nos últimos 12 dias. A migração de dívidas antigas (consignadas ou CDC) começou a ser possível em 25 de abril.

A partir de 16 de maio, outra forma de migração estará disponível: a portabilidade. Será possível transferir a dívida para uma instituição financeira que ofereça juros mais baixos, promovendo concorrência entre bancos.

Segundo o governo federal, atualmente o programa conta com 35 instituições financeiras parceiras. Dos R$ 10,1 bilhões de empréstimos, o Banco do Brasil acumula o maior volume, já tendo emprestado R$ 2,7 bilhões.

G1RN

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Economia

Pix movimenta R$ 81 bilhões no RN nos primeiros quatro meses de 2025

Foto: Magnus Nascimento

O uso do Pix segue em alta no Rio Grande do Norte e apresentou crescimento expressivo nos primeiros quatro meses de 2025. De janeiro a abril, foram realizadas 371,3 milhões de transações, que movimentaram R$ 81 bilhões no estado, segundo dados do Banco Central (BC). Em comparação com o mesmo período de 2024, o número de operações cresceu 35,5%, enquanto o valor movimentado aumentou 33%. No primeiro quadrimestre do ano passado, o sistema registrou 274 milhões de transações e um volume financeiro de R$ 60,9 bilhões.

No recorte por tipo de usuário, as pessoas físicas foram as maiores responsáveis pelo total de transações no estado neste ano: 323,5 milhões, que somaram R$ 47,4 bilhões. Já entre pessoas jurídicas, o sistema contabilizou 47,8 milhões de operações, movimentando R$ 33,5 bilhões. Em ambos os segmentos, os dados superam os resultados do ano anterior, quando foram registradas 260,8 milhões de operações entre pessoas físicas e 13,1 milhões entre empresas, com R$ 38,2 bilhões e R$ 22,6 bilhões movimentados, respectivamente.

Para o economista Helder Cavalcanti, conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon-RN), a expansão no uso do Pix reflete a consolidação da ferramenta como meio de pagamento preferencial no cotidiano do brasileiro. “O Pix tem um poder de atingir a todas as camadas da população. Quando a gente tem uma economia que começa a se aquecer e a gente começa a ter os negócios, as transações com mais frequência, as pessoas se valem do mecanismo de transferência de recurso. Nisso, o Pix é a ferramenta mais acessível, mais democrática que está para todo mundo”, afirma.

A facilidade de uso, a ausência de tarifas e a liquidez imediata são características que tornam o Pix especialmente atrativo, sobretudo em economias locais, onde predomina o comércio de bens e serviços de baixo valor. No Rio Grande do Norte, segundo dados de 2024 da pesquisa “Geografia do Pix”, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os moradores do estado usaram o sistema em média 36 vezes por mês, ficando acima da média nacional (32 transações) e superando, inclusive, estados como São Paulo (29) e Rio de Janeiro (34). O valor médio por operação no estado foi de R$ 146,26, o que indica predomínio de transações rotineiras, como pagamentos em supermercados, salões de beleza, oficinas e serviços informais.

Tribuna do Norte

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Mundo

Papa Leão XIV “será um segundo papa Francisco”, diz irmão do novo pontífice

Foto: John Prevost/ABC News

John Prevost disse acreditar que seu irmão, o papa Leão XIV, “será um segundo papa Francisco”.

“Acho que ele seguirá seus passos trabalhando pelos menos privilegiados”, disse Prevost à afiliada da CNN, WBBM.

Ele disse que seu irmão será um bom papa porque o papa Leão tem “um profundo sentimento pelos desfavorecidos, pelos pobres, por aqueles que não foram ouvidos”.

“Acho que o próprio fato de que, em seu coração, em sua alma, ele queria ser missionário. Ele não queria o bispo. Ele não queria o cardeal, mas foi isso que lhe pediram para fazer, então foi o que ele fez”, disse Prevost.

Visão semelhante a de Francisco

Durante o primeiro discurso para os fiéis católicos, Leão XIV disse que enxerga a Igreja como aquela que “constrói pontes” e dialoga. Além disso, o pontífice também prestou uma homenagem ao falecido papa Francisco, incentivando os fiéis a lembrarem o legado do seu antecessor.

“Guardemos em nossos ouvidos a voz débil do papa Francisco que abençoa Roma. O papa que abençoou Roma deu sua bênção ao mundo inteiro naquela manhã de Páscoa”, disse Leão XIV, se referindo ao dia do falecimento de Francisco, em 21 de abril.

“Permitam-me dar continuidade a essa bênção. Deus nos ama. Deus ama a todos. O mal não prevalecerá”, completou em italiano, dirigindo-se à multidão reunida no Vaticano.

CNN

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Geral

STF começa a julgar Zambelli nesta sexta por invasão do sistema do CNJ

Foto: Reprodução/X

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar, às 11h desta sexta-feira (9/5), o mérito de ação contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti, réus pela invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e por falsidade ideológica. O caso será analisado em plenário virtual e tem previsão para terminar no dia 16 de maio, se não houver pedido de vista ou destaque.

Em maio de 2024, os cinco ministros da Turma, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino, aceitaram a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ambos.

Segundo a denúncia da PGR, Carla Zambelli foi responsável por comandar a invasão de sistemas utilizados pelo Judiciário com o intuito de adulterar informações oficiais. Enquanto Delgatti teria sido o responsável pela realização do crime, entre agosto de 2022 e janeiro de 2023.

Invasão

  • Pelo que é analisado na Ação Penal 2428, a deputada Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti teriam invadido seis sistemas do Poder Judiciário por 13 vezes e supostamente inseriram nas plataformas 16 documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, seguido pela ordem de quebra de sigilo bancário e bloqueio de bens do ministro.
  • A denúncia da PGR afirma que os dois queriam “adulterar dados, tudo no intuito de prejudicar a administração do Judiciário, da Justiça e da credibilidade das instituições e gerar, com isso, vantagens de ordem política para a denunciada”.
  • Delgatti e Zambelli respondem por: invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica.
  • Eles negam as acusações.

O Ministério Público argumenta que “entre agosto e novembro de 2022, Carla Zambelli, ciente de que Walter Delgatti possuía conhecimento técnico e meios necessários para tanto, o abordou com a proposta de invasão a sistemas de elevado interesse público, oferecendo, em retorno pelo serviço prestado, a contratação formal para prestação de serviços relacionados à sua atividade parlamentar”.

“Carla Zambelli, diante da informação apresentada por Walter Delgatti de que seria viável a invasão ao sistema utilizado pelo CNJ, determinou a concretização da prática delituosa, que haveria de incluir a emissão de mandado de prisão do Ministro Alexandre de Moraes, como se ele mesmo estivesse determinando a própria prisão. A denunciada Carla Zambelli foi, ainda, responsável pela elaboração do texto a ser utilizado por Walter Delgatti na confecção do mandado fraudulento”, disse o MP.

À época, Zambelli afirmou ter “a absoluta confiança de que a deputada não cometeu qualquer ilícito penal e tem certeza de que isso vai ficar comprovado durante o trâmite do processo”.

Metrópoles

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Geral

Auditoria no TCU sobre “farra do INSS” deve levar cerca de quatro meses

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A conclusão da auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a chamada “farra do INSS” deve levar aproximadamente quatro meses, segundo fontes do tribunal.

Depois desse prazo, a conclusão dos auditores ainda precisa ser submetida a julgamento no plenário da Corte de Contas para definição das medidas a serem tomadas.

Em junho de 2024, o TCU determinou ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) uma série de medidas para coibir fraudes como os descontos associativos sem autorização do beneficiário.

Porém, a autarquia e as associações recorreram, o que travou a realização da auditoria até que esses recursos fossem julgados no plenário do TCU.

O relator, ministro Aroldo Cedraz, adiou seis vezes o julgamento dos recursos. Na prática, isso beneficiou as entidades que hoje estão na mira da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU).

O julgamento só foi concluído nesta quarta-feira, quando o plenário negou os recursos, em uma sessão marcada por cobranças públicas a Cedraz pela demora na condução dos processos.

A partir de agora, os auditores do TCU vão poder mergulhar a fundo na questão para examinar onde houve falhas, quem foram os responsáveis e em que medida cada um deverá responder.

Devido à complexidade do trabalho, ministros ouvidos pela CNN têm expectativa de que a auditoria esteja pronta apenas em meados de setembro. A partir daí, caberá a Cedraz levar o caso ao plenário.

CNN

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Geral

Boulos pede o bloqueio do Discord no Brasil

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) solicitou a suspensão da plataforma Discord no Brasil, sob a alegação de que o aplicativo tem sido utilizado como espaço de articulação para crimes graves. A denúncia foi formalizada no Ministério Público Federal (MPF) na terça-feira 29, com pedido de instauração de inquérito civil e criminal.

Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados na última terça-feira, 6, Boulos citou “uma transmissão ao vivo de um assassinato de um morador de rua” e “uma ameaça-bomba no show da Lady Gaga no Rio de Janeiro” como exemplos de casos estimulados a partir da plataforma.

Segundo ele, trata-se de um ambiente virtual “sem nenhum tipo de moderação, que se tornou um criadouro de discurso de ódio de extremistas de direita, que sequer tem CNPJ no Brasil”. A declaração, no entanto, foi desmentida por usuários da rede social X.

De acordo com o parlamentar, a ausência de registro legal no país impede a responsabilização da empresa por conteúdos ilícitos. “Não possui CNPJ, escritório ou representante legal”, escreveu, nas redes sociais. “Sabe o que isso significa na prática? Que nem dá pra notificá-los formalmente sobre os crimes que ocorrem lá dentro.”

Psol comenta o projeto

Segundo comunicado divulgado pelo Psol, o parlamentar busca coibir a atuação de grupos que usam o Discord para “aliciamento de jovens para a prática de crimes graves, como tentativas de assassinato, exploração sexual e automutilação”.

Boulos enfatiza que o pedido não tem como objetivo banir permanentemente a plataforma, mas suspender seu funcionamento até que se adeque à legislação brasileira. “A suspensão será temporária e condicionada à regularização legal: ter CNPJ, nomear representante com poderes plenos e cooperar com as autoridades”, afirmou.

O deputado também comparou a situação com outras redes sociais que já enfrentaram sanções temporárias no país. “Vamos lembrar: o X também ficou fora do ar por um tempo, ano passado, por desrespeitar ordens judiciais”, argumentou. “Quando acatou, voltou a funcionar.”

A ação se insere no debate mais amplo sobre a regulamentação da internet. “Não dá para a rede social ser terra de ninguém, porque aí se torna terra de crimes, sobretudo de extremistas, de fascistas”, disse o deputado, que clamou por regulação: “Basta, basta de terra de ninguém nas redes sociais, é preciso regulamentação já”.

Boulos é refutado pela comunidade

A publicação de Boulos no X recebeu “notas da comunidade”, como são chamadas as checagens de informações na plataforma. Ao contrário do alegado pelo deputado, o Discord tem representante legal no país: trata-se do escritório Licks Attorneys, com unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e em Tóquio, no Japão.

O escritório foi responsável por intermediar um treinamento oferecido pela rede social a autoridades policiais brasileiras, por meio de iniciativa do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Durante o ano de 2023, a plataforma treinou cerca de mil profissionais de segurança pública nacional sobre como a plataforma funciona para refinar suas práticas de combate aos crimes cibernéticos em seus aplicativos, um esforço ativo para coibir crimes que possam ocorrer no Discord.

Fundado em 2015, o Discord é uma plataforma de comunicação por voz, vídeo e texto com mais de 150 milhões de usuários ativos mensais globalmente em 19 milhões de servidores. Hoje, é o quinto aplicativo de comunicações mais utilizado no Brasil, à frente de redes sociais como o Snapchat.

Revista Oeste

Opinião dos leitores

  1. O governador da Bahia declarou que queria ver Bolsonaristas colocados na vala por uma retro escavadeira. Alguém sabe me dizer se o Psol já entrou com alguma ação criminal contra o governador da Bahia?

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