Política

A rachadinha de R$ 2 milhões de Davi Alcolumbre; senador ficou com boa parte dos salários de seis assessoras de seu gabinete

Foto: Aloisio Mauricio / Fotoarena

Marina, Lilian, Erica, Larissa, Jessyca e Adriana são moradoras da periferia do Distrito Federal, pobres, desempregadas e personagens de uma ignóbil trapaça. As seis foram contratadas como assessoras do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) em Brasília, mas nunca trabalharam. As seis tinham vencimentos que variavam de 4 000 a 14 000 reais por mês, mas não recebiam esse dinheiro de forma integral. As seis revelam uma história que, na melhor das hipóteses, vai constranger o Congresso Nacional como um todo e o parlamentar amapaense em particular. Até o início deste ano, Alcolumbre presidiu o Senado e atualmente comanda a poderosa Comissão de Constituição e Justiça. Durante muito tempo, ele empregou em seu gabinete mulheres, cuja única função era servir como instrumento de um conhecido mecanismo de desvio de recursos públicos. Admitidas, elas abriam uma conta no banco, entregavam o cartão e a senha a uma pessoa da confiança do senador e, em troca, ganhavam uma pequena gratificação. Salários, benefícios e verbas rescisórias a que elas teriam direito não ficavam com elas. Valor da fraude? Pelo menos 2 milhões de reais.

“O senador me disse assim: ‘Eu te ajudo e você me ajuda’. Estava desempregada. Meu salário era mais de 14 000, mas topei receber apenas 1 350 reais. A única orientação era para que eu não dissesse para ninguém que tinha sido contratada no Senado”. Marina Ramos Brito dos Santos, 33 anos, diarista.

O esquema começou em janeiro de 2016 e funcionou até março deste ano. Sabe-se que cada senador tem direito a uma verba de 280 000 reais por mês para contratar auxiliares. Há pouca ou quase nenhuma fiscalização sobre o uso desse dinheiro. Essas mulheres que agora admitem a prática foram empregadas como assessoras parlamentares, mas nenhuma delas tinha curso superior nem qualquer tipo de experiência legislativa. Eram todas pessoas humildes, que mal sabiam onde ficava o Congresso, atraídas pela proposta de ganhar um dinheiro sem precisar trabalhar. Bastava às candidatas emprestar o nome, o CPF, a carteira de trabalho e atender a uma exigência: manter tudo sob o mais absoluto sigilo. A diarista Marina Ramos Brito conta que ouviu essa proposta indecorosa da boca do próprio Davi Alcolumbre. Até fevereiro do ano passado, ela ocupou o cargo de “auxiliar sênior” do senador. Além do salário fixo de 4 700 reais, acumulava benefícios, como auxílio-alimentação, auxílio-pré-escolar e até uma curiosa gratificação por desempenho. Somando tudo, os vencimentos passavam de 14 000 reais. Marina, porém, recebia menos de 10% disso.

“Meu salário era acima dos 14 000 reais, mas eu só recebia 900 reais. Eles ficavam até com a gratificação natalina. Na época, eu precisava muito desse dinheiro. Hoje tenho vergonha disso”. Erica Almeida Castro, 31 anos, estudante.

“Eu ficava com apenas 1 350 reais”, conta a ex-assessora a VEJA. “Foi esse o acordo que fiz com o senador”, ressalta. Marina foi contratada em janeiro de 2016. Soube, através de um parente, que poderia ganhar algum dinheiro sem precisar trabalhar. Passando por dificuldades financeiras, não pensou duas vezes. Fez tudo que orientaram, mais o que foi combinado diretamente com o próprio Alcolumbre. A diarista compareceu ao Congresso, apresentou os documentos necessários e abriu duas contas bancárias — uma funcional, para receber o salário, na agência do Banco do Brasil da Câmara dos Deputados, e outra pessoal, na Caixa Econômica Federal, em Luziânia (GO), a cidade onde mora. O cartão e a senha da conta funcional foram entregues a um funcionário do gabinete. Era uma troca de favores. “O senador me falou que eu não era capacitada para o emprego, que não tinha curso superior, mas que iria me ajudar. Ele disse assim: ‘Eu te ajudo e você me ajuda’ ”, lembra Marina. Essa parceria se estendeu por quatro anos.

“Eles pegaram meu cartão do banco e a senha. Uma pessoa sacava o dinheiro e dava minha parte na mão. Cheguei a ter um salário de 11 000 reais, mas recebia apenas 800 por mês”. Lilian Alves Pereira Braga, 29 anos, dona de casa.

No mesmo dia em que o pagamento dos funcionários do Congresso era creditado, a conta pessoal da diarista em Luziânia recebia a “ajuda” prometida pelo senador — um depósito em dinheiro, que começou com 800 e terminou em 1 350 reais, como mostram extratos bancários a que VEJA teve acesso. Simultaneamente, alguém usava o cartão e a senha da conta funcional para sacar todo o salário da funcionária. A diarista conta que, na conversa com o senador, a única exigência feita foi que ela não comentasse com ninguém os detalhes sobre o novo emprego: “Ele disse para não contar a ninguém em Luziânia que eu tinha sido contratada no Senado”. Tempos depois, Marina lembra que recebeu um pedido para arregimentar cinco mulheres que estivessem desempregadas, precisando de dinheiro e dispostas a fazer o mesmo acordo — de preferência, que tivessem filhos pequenos. Explica-se: o Senado paga um auxílio de 830 reais para cada filho em idade pré-escolar. Ou seja, os vencimentos embolsados ficariam ainda mais gordos quanto mais filhos a servidora fantasma tivesse.

“Eu retirava o pagamento no banco e entregava a parte deles, para pessoas que o chefe de gabinete do senador indicava. Tinha medo de denunciar isso, mas agora tomei coragem”. Jessyca Priscylla de Vasconcelos Pires, 29 anos, dona de casa.

Mãe de cinco filhos e beneficiária do programa Bolsa Família, a dona de casa Adriana Souza de Almeida topou a oferta e foi contratada como “ajudante júnior” de maio de 2017 a fevereiro deste ano. O holerite mostra que os vencimentos dela somavam 4 000 reais. “Mas eu só recebia 800 reais por mês”, revela. Ela é empregada de uma fazenda, onde mora com o companheiro e os filhos, diz que esteve no Senado “umas quatro vezes” para levar os documentos, não tem a mínima ideia do cargo que exercia e nem sabe direito por que foi demitida. “Nunca prestei nenhum tipo de serviço para o senador, e também nunca vi ele”, confirma. Adriana foi convidada pela amiga Marina, aceitou a proposta e seguiu à risca as orientações — abriu uma conta-salário na Caixa Econômica do Senado, repassou o cartão e a senha para um funcionário do gabinete de Alcolumbre e nunca disse nada a ninguém. Os extratos a que VEJA teve acesso mostram, de novo, que tão logo o salário era creditado na conta alguém imediatamente sacava todo o dinheiro. Das seis funcionárias fantasmas, aliás, apenas uma, Jessyca Priscylla Pires, se recusou a entregar o cartão e a senha do banco. Todos os meses, ela sacava o dinheiro na boca do caixa, retirava sua parte, 800 reais, e entregava o restante, cerca de 5 000 reais, a uma pessoa indicada por Paulo Boudens, chefe de gabinete do senador. Desempregada até hoje, Jessyca sobrevive com 253 reais do Bolsa Família. “Tinha medo de denunciar isso, mas agora tomei coragem”, diz ela.

“O combinado era que eu não precisava aparecer lá. Eles tinham a senha da conta, o cartão do banco, tinham tudo. O meu salário era de uns 3 000 e poucos reais por mês, mas eu só recebia 800 reais. Para quem estava na pior…”. Larissa Alves Pereira Braga, 25 anos, desempregada.

Entre fevereiro de 2019 e janeiro de 2021, Davi Alcolumbre presidiu o Congresso. É um dos cargos mais importantes da República, o terceiro na linha sucessória de poder. Nesse período, chegou a assumir interinamente a Presidência da República por três dias, despachou no Palácio do Planalto e comemorou o fato de ser “o primeiro filho do Amapá” a assumir o posto, mesmo que interinamente. A estudante Erica Almeida Castro já “trabalhava” com o senador durante esse período. Contratada como assessora sênior, com salário que chegava a 14 000 reais, ela recebia apenas 900 reais. O esquema era o mesmo: duas contas, cartão bancário confiscado, depósito em dinheiro no dia do pagamento. Estudante de contabilidade, Erica é a mais instruída das funcionárias fantasmas de Alcolumbre. Ela tem noção do que se envolveu, diz que não se orgulha, mas topou entrar no esquema por pura necessidade. “Me arrependo amargamente de ter me envolvido nisso. Na época, eu precisava muito desse dinheiro, mas hoje tenho vergonha”, diz. O contrato da ex-assessora foi encerrado em dezembro do ano passado. Oficialmente, o Senado creditou 11 079 reais na conta dela, referente às verbas rescisórias, mas ela não viu um único tostão dessa bolada. Quem ficou com o dinheiro? “Imagino que foram eles, que administravam a conta, tinham o cartão e a senha”, diz a estudante. “Eles ficavam até com a gratificação natalina”, informa a estudante.

“Nunca prestei nenhum tipo de serviço, nunca vi o senador e nem sei quanto eu ganhava. Me pediram para abrir uma conta. Dei a eles a senha, o cartão do banco e recebia 800 reais por isso”. Adriana Souza de Almeida, 36 anos, dona de casa.

Em muitos lugares do país, a contratação de fantasmas e a rachadinha (quando o funcionário devolve parte do salário) não chegam a ser uma novidade. O caso do senador Flávio Bolsonaro, acusado da prática quando era deputado estadual no Rio, ocupa há três anos a cobertura política nacional. No Congresso, porém, é uma embaraçosa novidade, especialmente se levado em consideração a importância do artífice da fraude. A dona de casa Larissa Alves Braga está processando Davi Alcolumbre. Em 2019, ela foi contratada como “auxiliar júnior”. Como suas colegas, os vencimentos somavam quase 5 000 reais, mas ela só recebia 800. Em outubro do ano passado, seu contrato de trabalho foi encerrado sem nenhum aviso prévio. Detalhe: ela estava grávida. “Estou pedindo indenização na Justiça, porque fui exonerada com sete meses de gravidez”, diz.

Situação similar à de outras duas ex-funcionárias. Lilian Alves Braga, irmã de Larissa, foi “assessora júnior” do gabinete de Alcolumbre até março deste ano. Ela também admite que nunca trabalhou. Somadas as gratificações e benefícios, os vencimentos dela chegavam a 11 900 reais. “Fui demitida com oito meses de gravidez”, conta ela, que também cobra uma indenização do senador por não ter recebido os direitos trabalhistas. No processo que tramita na Justiça, as irmãs e a diarista Marina Brito, que também teve o contrato encerrado quando esperava um filho, anexaram documentos para provar a relação funcional que tiveram com o senador. Entre os papéis, há extratos bancários que comprovam que alguém zerava as contas das ex-funcionárias a partir do instante em que o pagamento era creditado. Os saques eram feitos num caixa eletrônico que fica a 200 metros do gabinete do senador. Procurado, o senador disse que se concentra nas atividades legislativas e que questões administrativas, como a contratação de funcionários, ficavam a cargo de seu então chefe de gabinete, Paulo Boudens. Alcolumbre afirma que não se lembra das ex-funcionárias citadas na reportagem e garante que ninguém estava autorizado a ficar com os salários das servidoras. Boudens foi exonerado em 2020. Ele não foi localizado até o fechamento desta edição.

Veja

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Brasil

Tarcísio cobra ligação de Lula a Trump: “Vai fazer a diferença”

Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de SP

Durante o Congresso Brasileiro do Agronegócio na manhã desta segunda-feira (11), o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) cobrou uma ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar do tarifaço sobre produtos brasileiros, que está em vigor desde o dia 6 de agosto.

“Quantas vezes vamos ter reuniões de alto nível no Departamento de Estado? Quantas vezes vamos ter a ligação do presidente brasileiro com o presidente americano? É isso que vai fazer a diferença. Para que a gente mostre e traga os argumentos”, disse o governador.

Tarcísio afirmou ainda ser contra a Lei da Reciprocidade, regulamentada por Lula no dia 15 de julho como uma resposta às tarifas econômicas impostas ao Brasil de forma unilateral, como o anunciado por Trump no dia 9 daquele mês.

O decreto do governo brasileiro permite a suspensão de “concessões comerciais, de investimentos e obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual em resposta a ações unilaterais de países ou blocos econômicos que afetem negativamente a sua competitividade internacional”.

Para Tarcísio, a lei “é aquele tipo de instrumento que você tem, você coloca na gaveta e você não usa, até porque isso não funciona quando você tá tratando de uma economia que é 15 vezes maior do que a nossa. Então, é necessário ir pra mesa de negociação”.

CNN

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RN

Prefeita Nilda lança ferramenta que permite a emissão de alvarás em poucos minutos em Parnamirim


A Prefeitura de Parnamirim lançou nesta segunda-feira (11) o “Alvará Tá na Mão”, sistema que libera licenças para construção e abertura de empreendimentos em poucos minutos. Antes, o processo podia levar até 40 dias.

Agora está mais simples, rápido e prático obter autorização para abrir um empreendimento ou iniciar uma obra em Parnamirim.

O lançamento oficial ocorreu nesta segunda-feira (11), em solenidade no auditório do Centro Administrativo, com a presença da prefeita Nilda Cruz. A iniciativa agiliza a emissão de licenças, colocando o município na liderança da modernização dos serviços no Rio Grande do Norte.

A novidade atende aos seguintes tipos de empreendimentos:

  • Residenciais unifamiliares;
  • Residenciais multifamiliares com até 4 unidades habitacionais;
  • Edificações com até 250 m² de área total construída.

O acesso é feito pelo Parnamirim Digital: (https://portalparnamirimdigital.parnamirim.rn.gov.br/). Basta preencher as informações solicitadas e, se tudo estiver correto, o sistema libera o alvará em poucos minutos.

“Estamos desburocratizando, inovando e criando um ambiente de negócios saudável e com segurança jurídica em Parnamirim. Enquanto poder público, devemos trabalhar para atrair investimentos com foco na geração de emprego, renda e trabalho. O Alvará Tá na Mão é uma ação pioneira a nível de Rio Grande do Norte, mostrando que a nossa cidade está na vanguarda”, destacou a prefeita.

Com a nova ferramenta, a gestão municipal espera estimular a economia local e facilitar a vida de quem quer investir na cidade.

Blog do BG 

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Brasil

Moraes, Zanin e Fux divergem sobre penas a réus do 8 de janeiro

Foto: Fellipe Sampaio/Gustavo Moreno/

Os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), têm divergido entre si sobre as penalidades a serem aplicadas aos executores dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Os dois últimos têm sugerido dosimetrias menores, mas o voto do relator tem prevalecido na Primeira Turma da Corte, composta também pelo ministro Flávio Dino e pela ministra Cármen Lúcia.

Nos bastidores da Corte, a leitura é de que essas discordâncias podem se refletir no julgamento da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, que está previsto para setembro e tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como principal réu.

Entre junho e o início de agosto, o STF condenou mais 119 acusados pelos atentados. Desses, 41 estavam envolvidos diretamente na invasão e na depredação das sedes dos Três Poderes. Foi em relação a esse grupo que houve a divergência entre os ministros.

Em um dos casos, Moraes e Dino votaram por 17 anos de prisão e cem dias-multa. Já Zanin entendeu que a penalidade deveria ser de 15 anos de prisão e 45 dias-multa. Fux divergiu parcialmente, e indicou 5 anos e 6 meses de reclusão. Cármen não votou.

Noutro processo, Moraes estabeleceu 14 anos, enquanto Zanin propôs 11 e Fux, 9 anos e seis meses. Novamente, Dino seguiu o relator. Cármen também não participou da sessão virtual da semana.

Em várias outras ações penais do 8 de janeiro, a tendência se repetiu, com Moraes e Dino mais rigorosos, Zanin como uma espécie de “voto médio” e Fux votando pelas penas mais brandas.

Ao longo das últimas semanas, as defesas dos réus pela tentativa de golpe têm apostado em Fux como um voto divergente, já que o próprio ministro declarou publicamente que considera algumas das penas “exacerbadas”.

Em seus votos sobre os atos antidemocráticos, Fux tem dito que vê comprovadas a materialidade e autoria dos crimes, mas tem aplicado o chamado “princípio da consunção” entre golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A consunção é quando um crime é considerado um meio para que outro crime se concretize. Nessa hipótese, as penas não se acumulam – é como se um crime “absorvesse” o outro. Na prática, isso significa um “alívio” nas penas.

As defesas dos réus pedem a aplicação desse princípio, mas a PGR (Procuradoria-Geral da República), nas suas alegações finais, se manifestou contra essa hipótese – Paulo Gonet entende que os delitos são autônomos e que as penas devem se somar, e não se sobrepor.

CNN

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Geral

Expectativa de inflação segue em patamar incômodo para o Banco Central, diz Galípolo

Foto: Washington Costa/MF

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse em evento na capital paulista nesta segunda-feira (11) que a desancoragem das expectativas do mercado para a inflação segue em “patamar incômodo” para a autoridade monetária.

“Ainda não enxergamos as expectativas de médio e longo prazo produzirem a convergência para a meta, como é desejável para o Banco Central. As expectativas continuam desancoradas em um patamar incômodo para o Banco Central”, disse.

Segundo o Boletim Focus publicado nesta segunda, o mercado prevê inflação de 5,05% em 2025; de 4,41% em 2026; de 4% em 2027; e de 3,8% em 2028. Os valores ficam distantes do centro da meta perseguido pelo BC, de 3%.

Do outro lado da moeda, Galípolo celebrou o fato de que 90% dos entrevistados do último QPC (Questionário Pré-Copom) disseram que o BC tomaria a decisão que de fato foi concretizada e indicaram que esta seria a escolha correta. “Credibilidade é muito importante”, destacou.

O Banco Central decidiu em julho manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, indicando que manterá a taxa nesse patamar por período prolongado, sem dar sinalização sobre o momento em que poderia eventualmente iniciar um ciclo de corte.

“Talvez, ao longo do final de 2025 e de 2026 vão demandar a vigilância do Banco Central como a gente vem fazendo. E por isso que a gente vem repetindo que demandam a gente manter a taxa no patamar bastante restritivo por um período prolongado”, completou.

CNN Brasil

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Geral

Haddad diz que resposta ao tarifaço será dividida em três linhas de atuação: financiamento, análise de impostos e compras públicas

Imagem: reprodução/GloboNews

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que a Medida Provisória (MP) criada pelo governo Lula em reação ao tarifaço dos EUA, prevê três linhas de atuação junto às empresas brasileiras: financiamento, compras públicas e análise de impostos.

“Isso [exportações de produtos focados aos EUA] a MP trata de três formas diferentes: as linhas de financiamento; tem a questão tributária, que vai receber um tratamento específico; e estamos mexendo também com compras governamentais”, disse, durante entrevista do ministro ao Estúdio i, da GloboNews quando questionado sobre produtos produzidos especificamente ao mercado norte-americano.

A sobretaxa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros entrou em vigor no dia 6 de agosto. Entre os motivos, Trump citou processos da Justiça brasileira contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que responde a processos no Supremo Tribunal Federal (STF).

O governo ainda não divulgou oficialmente a proposta em resposta ao tarifaço, o que deve ocorrer até esta terça (12). Segundo o ministro, a medida precisa ser flexível para ser adaptada por todas as empresas que exportam para os Estados Unidos e são impactadas pela tarifa.

Nesta segunda-feira (11), o presidente Lula se reúne com o vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin para alinhar os últimos detalhes do plano de contingência ao tarifaço.

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Geral

Após denunciar adultização, Felca diz que começou a sofrer ameaças e passou a andar de carro blindado e segurança particular

Foto: Reprodução/YouTube

O youtuber e influenciador Felipe Bressanim, mais conhecido como Felca, revelou, durante conversa em um podcast, que após se pronunciar contra casas de apostas online e denunciar a exploração de menores de idade na criação de conteúdos na internet, passou a receber ameaças e precisou começar a andar de carro blindado e segurança particular.

“A questão das bets, muitas ameças. A da adultização existem muitas ameaças de processo. Provavelmente e a gente conta com isso, que vai existir alguns processos”, contou o influenciador durante entrevista ao canal PodDelas.

O vídeo publicado pelo youtuber, chamado de “Adultização” possui mais de 50 minutos e já ultrapassa o total de 27 milhões de visualizações.

Nele, Felca expõe o influenciador Hytalo Santos, como alguém que cria conteúdos para a internet sexualizando menores de idade, ele também entrevista uma psicóloga que conta o perigo dessa exposição para a “alimentação” de conteúdos à pedófilos.

Hytalo já é investigado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) desde 2024, pela exploração da imagem de crianças e adolescentes nas redes sociais. O influenciador que possui mais de 20 milhões de seguidores, teve sua conta do Instagram desativada após a repercussão do vídeo de Felca.

Bets

Na época em que alguns influenciadores foram chamados à CPI das Bets para prestar esclarecimentos sobre a publicidade para casa de apostas, Felca chegou a criticar e afirmar que já foi convidado para esse tipo de divulgação.

Sempre se posicionando contra o assunto, ele também alertou o público a não acreditar nesse tipo de publicidade, afirmando que os influenciadores ganhavam em cima da perda de seus seguidores.

CNN Brasil

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Geral

TARIFAÇO: Reunião de Haddad com secretário do Tesouro dos EUA é cancelada

Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que a reunião que teria com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, foi cancelada. O ministro do Governo Lula atribui o cancelamento a uma articulação de grupos de extrema-direita.

Embora não tenha mencionado nomes diretamente, Haddad afirmou que ao ter conhecimento do encontro, o grupo agiu para impedir que ele acontecesse. Ele não citou o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas deu a entender que houve interferência política.

A reunião agora está sem nova data marcada, e segundo o ministro, não há previsão de que ocorra nos próximos dias. Haddad destacou ainda que os Estados Unidos estão promovendo mudanças estruturais em sua política externa, alterando a forma como se relacionam com o mundo, e que isso não se trata apenas de uma questão ideológica.

O ministro também afirmou que Lula não fechou portas para uma eventual ligação com Trump, apesar da declaração recente em que afirmou que “não se humilharia” para fazer esse contato. O ministro destacou ainda que o governo brasileiro tentou, por diversas vezes, remarcar a reunião com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent.

A declaração foi dada durante entrevista ao Estúdio i da GloboNews. Haddad participa ainda hoje de uma reunião, à tarde, com o presidente Lula e com o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin.

Com informações de CBN

Opinião dos leitores

  1. Normal, aprendemos com extrema esquerda em toda gestão do extrema presidente Jair Bolsonaro, foram quatro anos a extrema esquerda com a parceria do supremo tribunal federal, sabotando a gestão do Mito, agora aguenta, com o Galeguinho dos olhos azuis o coco é seco.

  2. Vai se desculpar, chorar, correr atrás, arrotar prepotência, burrice, latir fino e não vai resolver.

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Geral

Macaíba ganha uma das mais modernas escolas públicas do RN no Dia do Estudante

Em plena manhã do Dia do Estudante, nesta segunda-feira (11), Macaíba testemunhou a inauguração da nova sede da Escola Municipal Iolanda Chaves de Lucena, localizada na comunidade rural de Lagoa do Mato. A entrega das novas instalações da unidade de ensino, sediada nos últimos cerca de 10 anos em uma sede improvisada onde funcionaram baias de cavalo, marca uma mudança de grande simbologia para a educação macaibense.

Essa escola possui arquitetura lúdica e conta com quatro salas de aula, uma sala de professores e de coordenação, uma sala de informática, uma sala de leitura, sala multifuncional, um refeitório e banheiros com acessibilidade, abrangendo uma área construída total de 513 metros quadrados. A unidade tem capacidade para receber mais de 100 alunos a partir do nível III da Educação Infantil até o 5º ano do Ensino Fundamental. A partir da próxima segunda (18), já começa o ensino em tempo integral para os alunos da modalidade do Fundamental.

As salas de aula são climatizadas, com retroprojetor e tablets para os alunos do Ensino Fundamental. Brevemente, será instalada energia solar no imóvel. O valor para a sua construção foi destinado por uma emenda parlamentar do senador da República, Styvenson Valentim, totalizando R$ 1,1 milhão de reais. Possui características inovadoras e singulares, por ser a primeira unidade pública de ensino no Rio Grande do Norte a contar com tecnologias de ponta como reconhecimento facial, monitoramento por vídeo e botão de pânico integrado ao Centro de Operações Integradas da Segurança Pública (COISP) de Macaíba, tornando-se referência para a implementação do programa “Escola Segura”.

Durante a solenidade, houve uma apresentação e alunos da escola com a música “Salve nosso planeta”. A estudante Laysa Willayane falou em nome da comunidade escolar: “Hoje, estamos realizando um sonho antigo, que vem sendo sonhado há mais de 11 anos por toda a comunidade de Lagoa do Mato, que é a conclusão de uma escola nova, uma escola nossa, um sonho que se realiza”.

Muito satisfeito com esse momento histórico, o prefeito Emídio Jr. começou destacando a parceria com o mandato do senador Styvenson Valentim, substituindo o espaço onde um dia funcionaram baias de cavalo por um prédio modelo, com estrutura moderna e sistema inovador de segurança e tecnologia. Emídio entregou um Preito de Gratidão pelos relevantes serviços prestados a Macaíba. Em seguida, narrou toda a sua trajetória de luta junto ao senador, desde a época de vereador, para que a nova escola saísse do papel. “Hoje, estamos entregando a escola mais moderna do Rio Grande do Norte, e sem essa parceria isso não seria possível. A escola está pronta e entregue à população de Lagoa do Mato e região, onde serão atendidas 100 crianças e teremos o projeto Escola Segura e vocês vão ter certeza que seus filhos vão estar seguros com esse monitoramento que serve de exemplo para todo o RN, porque nossa gestão tem um olhar diferenciado. Hoje é Dia do Estudante e vocês estão ganhando esse grande presente!”.

O senador Styvenson Valentim relatou: “Se eu disser que vou fazer, eu vou fazer. Foram mais 1,4 milhão de reais para construir e equipar. Uma escola como essa merece palmas. Você, Emídio, conseguiu fazer uma obra boa e de qualidade com tudo o que já foi dito aqui de tecnologia com 1.460.000 reais. Está aí o que a política pode fazer. Eu mando recursos, eu cobro o prazo, porque eu quero o melhor. Esse dinheiro não é presente meu, mas é minha obrigação com o dinheiro de vocês (população). Através do nosso mandato, estamos entregando o que vocês sempre mereceram para vocês e seus filhos”.

O prefeito Emídio Jr. esteve acompanhado pelos (as) vereadores (as): Érika Emídio (presidente da Câmara), Ana Catarina, Tafarel Freitas, Clarissa Matias, Edi do Posto, Dadaia Ribeiro, Rita Oliveira, Igor Targino, Venício Filho, Socorro Nogueira, Aroldo da Saúde, Otacílio Andrade e Sérgio Lima, secretários municipais, servidores, alunos e comunidade de Lagoa do Mato e região.

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Geral

Corregedoria tem 48 horas para analisar se a Câmara pune deputados envolvidos em ocupação da Mesa Diretora

Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES

A Corregedoria Parlamentar da Câmara dos Deputados recebeu, nesta segunda-feira (11/8), as representações de afastamento contra 14 deputados que participaram, na última semana, da obstrução dos trabalhos na Casa.

A decisão sobre os pedidos de suspensão e cassação dos parlamentares será analisada pelo corregedor Diego Coronel (PSD-BA), que terá 48 horas para se manifestar.

Na sexta-feira (8/8), a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados encaminhou as representações de afastamento contra os deputados por até seis meses.

Veja quem são:

  • Sóstenes Cavalcante (PL-RJ);
  • Nikolas Ferreira (PL-MG);
  • Julia Zanatta (PL-SC);
  • Luciano Zucco (PL-SC);
  • Allan Garcês (PP-MA);
  • Caroline de Toni (PL-SC);
  • Marco Feliciano (PL-SP);
  • Domingos Sávio (PL-MG);
  • Marcel Van Hattem (Novo-RS);
  • Zé Trovão (PL-SC);
  • Bia Kicis (PL-DF);
  • Carlos Jordy (PL-RJ);
  • Marcos Pollon (PL-MS);
  • Paulo Bilynskyj (PL-SP).

A decisão foi tomada pela Mesa, sob o comando do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), após os congressistas se recusarem a deixar a cadeira de Motta e a Mesa Diretora durante a retomada das sessões na Casa, na última quarta-feira (6/8).

Metrópoles

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Geral

Decisão sigilosa de Toffoli trava investigações sobre fraudes em descontos de aposentados e pensionistas do INSS; entenda

Foto: Antonio Augusto/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli determinou que a Polícia Federal envie para seu gabinete todas as investigações sobre fraudes em descontos de benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para analisar se o caso deve tramitar sob sua competência.

Apesar de não determinar a suspensão das apurações, a decisão, na prática, acabou paralisando o andamento dos inquéritos da Operação Sem Desconto. Diante da incerteza sobre a competência do caso, os investigadores estão aguardando uma definição para evitar a anulação de diligências.

A determinação de Toffoli foi revelada pela revista Piauí e confirmada pelo Estadão.

Toffoli abriu um processo sigiloso para concentrar as investigações do caso. Em um dos seus despachos enviados à PF, o ministro não deixou claro qual seria a fundamentação para que o processo ficasse sob sua competência, ou seja, que fosse relator do caso.

“Esclareço, quanto ao pedido formulado no sentido de que o diretor-geral da Polícia Federal informe os números de todos os inquéritos tramitando pelo País envolvendo a temática, que já há procedimento sigiloso específico instaurado em meu gabinete visando a essa providência”, escreveu o ministro, em decisão proferida no mês de junho.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda não se manifestou sobre a eventual prevenção de Toffoli no caso.

A Operação Sem Desconto teve sua primeira fase deflagrada pela PF em 23 de abril, em uma ação que afastou o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e apontou suspeitas de descontos irregulares bilionários dos beneficiários.

Esses descontos, de acordo com as apurações, foram feitos de forma irregular por uma atuação de associações e sindicatos de aposentados em conjunto com integrantes do INSS. Essa primeira fase cumpriu 211 mandados de busca e apreensão.

A investigação tramita por meio de diferentes inquéritos abertos em diversos Estados, que miram diferentes sindicatos envolvidos nas fraudes.

Até o momento, o INSS calcula em R$ 3,3 bilhões o dinheiro necessário para ressarcir os aposentados lesados.

Com as decisões de Toffoli, entretanto, esses inquéritos estão paralisados à espera da definição da competência.

Estadão Conteúdo

Opinião dos leitores

  1. Sabe de uma coisa.e mais uma conta que a população vai pagar .e os ladrões rindo da cara de todos.

    1. A galera nem está preocupada em estragar o velório, estão atirando na cara.

  2. É essa a democracia que esse povo enche a boca, estufa o peito e diz que defende?

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