Política

A rachadinha de R$ 2 milhões de Davi Alcolumbre; senador ficou com boa parte dos salários de seis assessoras de seu gabinete

Foto: Aloisio Mauricio / Fotoarena

Marina, Lilian, Erica, Larissa, Jessyca e Adriana são moradoras da periferia do Distrito Federal, pobres, desempregadas e personagens de uma ignóbil trapaça. As seis foram contratadas como assessoras do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) em Brasília, mas nunca trabalharam. As seis tinham vencimentos que variavam de 4 000 a 14 000 reais por mês, mas não recebiam esse dinheiro de forma integral. As seis revelam uma história que, na melhor das hipóteses, vai constranger o Congresso Nacional como um todo e o parlamentar amapaense em particular. Até o início deste ano, Alcolumbre presidiu o Senado e atualmente comanda a poderosa Comissão de Constituição e Justiça. Durante muito tempo, ele empregou em seu gabinete mulheres, cuja única função era servir como instrumento de um conhecido mecanismo de desvio de recursos públicos. Admitidas, elas abriam uma conta no banco, entregavam o cartão e a senha a uma pessoa da confiança do senador e, em troca, ganhavam uma pequena gratificação. Salários, benefícios e verbas rescisórias a que elas teriam direito não ficavam com elas. Valor da fraude? Pelo menos 2 milhões de reais.

“O senador me disse assim: ‘Eu te ajudo e você me ajuda’. Estava desempregada. Meu salário era mais de 14 000, mas topei receber apenas 1 350 reais. A única orientação era para que eu não dissesse para ninguém que tinha sido contratada no Senado”. Marina Ramos Brito dos Santos, 33 anos, diarista.

O esquema começou em janeiro de 2016 e funcionou até março deste ano. Sabe-se que cada senador tem direito a uma verba de 280 000 reais por mês para contratar auxiliares. Há pouca ou quase nenhuma fiscalização sobre o uso desse dinheiro. Essas mulheres que agora admitem a prática foram empregadas como assessoras parlamentares, mas nenhuma delas tinha curso superior nem qualquer tipo de experiência legislativa. Eram todas pessoas humildes, que mal sabiam onde ficava o Congresso, atraídas pela proposta de ganhar um dinheiro sem precisar trabalhar. Bastava às candidatas emprestar o nome, o CPF, a carteira de trabalho e atender a uma exigência: manter tudo sob o mais absoluto sigilo. A diarista Marina Ramos Brito conta que ouviu essa proposta indecorosa da boca do próprio Davi Alcolumbre. Até fevereiro do ano passado, ela ocupou o cargo de “auxiliar sênior” do senador. Além do salário fixo de 4 700 reais, acumulava benefícios, como auxílio-alimentação, auxílio-pré-escolar e até uma curiosa gratificação por desempenho. Somando tudo, os vencimentos passavam de 14 000 reais. Marina, porém, recebia menos de 10% disso.

“Meu salário era acima dos 14 000 reais, mas eu só recebia 900 reais. Eles ficavam até com a gratificação natalina. Na época, eu precisava muito desse dinheiro. Hoje tenho vergonha disso”. Erica Almeida Castro, 31 anos, estudante.

“Eu ficava com apenas 1 350 reais”, conta a ex-assessora a VEJA. “Foi esse o acordo que fiz com o senador”, ressalta. Marina foi contratada em janeiro de 2016. Soube, através de um parente, que poderia ganhar algum dinheiro sem precisar trabalhar. Passando por dificuldades financeiras, não pensou duas vezes. Fez tudo que orientaram, mais o que foi combinado diretamente com o próprio Alcolumbre. A diarista compareceu ao Congresso, apresentou os documentos necessários e abriu duas contas bancárias — uma funcional, para receber o salário, na agência do Banco do Brasil da Câmara dos Deputados, e outra pessoal, na Caixa Econômica Federal, em Luziânia (GO), a cidade onde mora. O cartão e a senha da conta funcional foram entregues a um funcionário do gabinete. Era uma troca de favores. “O senador me falou que eu não era capacitada para o emprego, que não tinha curso superior, mas que iria me ajudar. Ele disse assim: ‘Eu te ajudo e você me ajuda’ ”, lembra Marina. Essa parceria se estendeu por quatro anos.

“Eles pegaram meu cartão do banco e a senha. Uma pessoa sacava o dinheiro e dava minha parte na mão. Cheguei a ter um salário de 11 000 reais, mas recebia apenas 800 por mês”. Lilian Alves Pereira Braga, 29 anos, dona de casa.

No mesmo dia em que o pagamento dos funcionários do Congresso era creditado, a conta pessoal da diarista em Luziânia recebia a “ajuda” prometida pelo senador — um depósito em dinheiro, que começou com 800 e terminou em 1 350 reais, como mostram extratos bancários a que VEJA teve acesso. Simultaneamente, alguém usava o cartão e a senha da conta funcional para sacar todo o salário da funcionária. A diarista conta que, na conversa com o senador, a única exigência feita foi que ela não comentasse com ninguém os detalhes sobre o novo emprego: “Ele disse para não contar a ninguém em Luziânia que eu tinha sido contratada no Senado”. Tempos depois, Marina lembra que recebeu um pedido para arregimentar cinco mulheres que estivessem desempregadas, precisando de dinheiro e dispostas a fazer o mesmo acordo — de preferência, que tivessem filhos pequenos. Explica-se: o Senado paga um auxílio de 830 reais para cada filho em idade pré-escolar. Ou seja, os vencimentos embolsados ficariam ainda mais gordos quanto mais filhos a servidora fantasma tivesse.

“Eu retirava o pagamento no banco e entregava a parte deles, para pessoas que o chefe de gabinete do senador indicava. Tinha medo de denunciar isso, mas agora tomei coragem”. Jessyca Priscylla de Vasconcelos Pires, 29 anos, dona de casa.

Mãe de cinco filhos e beneficiária do programa Bolsa Família, a dona de casa Adriana Souza de Almeida topou a oferta e foi contratada como “ajudante júnior” de maio de 2017 a fevereiro deste ano. O holerite mostra que os vencimentos dela somavam 4 000 reais. “Mas eu só recebia 800 reais por mês”, revela. Ela é empregada de uma fazenda, onde mora com o companheiro e os filhos, diz que esteve no Senado “umas quatro vezes” para levar os documentos, não tem a mínima ideia do cargo que exercia e nem sabe direito por que foi demitida. “Nunca prestei nenhum tipo de serviço para o senador, e também nunca vi ele”, confirma. Adriana foi convidada pela amiga Marina, aceitou a proposta e seguiu à risca as orientações — abriu uma conta-salário na Caixa Econômica do Senado, repassou o cartão e a senha para um funcionário do gabinete de Alcolumbre e nunca disse nada a ninguém. Os extratos a que VEJA teve acesso mostram, de novo, que tão logo o salário era creditado na conta alguém imediatamente sacava todo o dinheiro. Das seis funcionárias fantasmas, aliás, apenas uma, Jessyca Priscylla Pires, se recusou a entregar o cartão e a senha do banco. Todos os meses, ela sacava o dinheiro na boca do caixa, retirava sua parte, 800 reais, e entregava o restante, cerca de 5 000 reais, a uma pessoa indicada por Paulo Boudens, chefe de gabinete do senador. Desempregada até hoje, Jessyca sobrevive com 253 reais do Bolsa Família. “Tinha medo de denunciar isso, mas agora tomei coragem”, diz ela.

“O combinado era que eu não precisava aparecer lá. Eles tinham a senha da conta, o cartão do banco, tinham tudo. O meu salário era de uns 3 000 e poucos reais por mês, mas eu só recebia 800 reais. Para quem estava na pior…”. Larissa Alves Pereira Braga, 25 anos, desempregada.

Entre fevereiro de 2019 e janeiro de 2021, Davi Alcolumbre presidiu o Congresso. É um dos cargos mais importantes da República, o terceiro na linha sucessória de poder. Nesse período, chegou a assumir interinamente a Presidência da República por três dias, despachou no Palácio do Planalto e comemorou o fato de ser “o primeiro filho do Amapá” a assumir o posto, mesmo que interinamente. A estudante Erica Almeida Castro já “trabalhava” com o senador durante esse período. Contratada como assessora sênior, com salário que chegava a 14 000 reais, ela recebia apenas 900 reais. O esquema era o mesmo: duas contas, cartão bancário confiscado, depósito em dinheiro no dia do pagamento. Estudante de contabilidade, Erica é a mais instruída das funcionárias fantasmas de Alcolumbre. Ela tem noção do que se envolveu, diz que não se orgulha, mas topou entrar no esquema por pura necessidade. “Me arrependo amargamente de ter me envolvido nisso. Na época, eu precisava muito desse dinheiro, mas hoje tenho vergonha”, diz. O contrato da ex-assessora foi encerrado em dezembro do ano passado. Oficialmente, o Senado creditou 11 079 reais na conta dela, referente às verbas rescisórias, mas ela não viu um único tostão dessa bolada. Quem ficou com o dinheiro? “Imagino que foram eles, que administravam a conta, tinham o cartão e a senha”, diz a estudante. “Eles ficavam até com a gratificação natalina”, informa a estudante.

“Nunca prestei nenhum tipo de serviço, nunca vi o senador e nem sei quanto eu ganhava. Me pediram para abrir uma conta. Dei a eles a senha, o cartão do banco e recebia 800 reais por isso”. Adriana Souza de Almeida, 36 anos, dona de casa.

Em muitos lugares do país, a contratação de fantasmas e a rachadinha (quando o funcionário devolve parte do salário) não chegam a ser uma novidade. O caso do senador Flávio Bolsonaro, acusado da prática quando era deputado estadual no Rio, ocupa há três anos a cobertura política nacional. No Congresso, porém, é uma embaraçosa novidade, especialmente se levado em consideração a importância do artífice da fraude. A dona de casa Larissa Alves Braga está processando Davi Alcolumbre. Em 2019, ela foi contratada como “auxiliar júnior”. Como suas colegas, os vencimentos somavam quase 5 000 reais, mas ela só recebia 800. Em outubro do ano passado, seu contrato de trabalho foi encerrado sem nenhum aviso prévio. Detalhe: ela estava grávida. “Estou pedindo indenização na Justiça, porque fui exonerada com sete meses de gravidez”, diz.

Situação similar à de outras duas ex-funcionárias. Lilian Alves Braga, irmã de Larissa, foi “assessora júnior” do gabinete de Alcolumbre até março deste ano. Ela também admite que nunca trabalhou. Somadas as gratificações e benefícios, os vencimentos dela chegavam a 11 900 reais. “Fui demitida com oito meses de gravidez”, conta ela, que também cobra uma indenização do senador por não ter recebido os direitos trabalhistas. No processo que tramita na Justiça, as irmãs e a diarista Marina Brito, que também teve o contrato encerrado quando esperava um filho, anexaram documentos para provar a relação funcional que tiveram com o senador. Entre os papéis, há extratos bancários que comprovam que alguém zerava as contas das ex-funcionárias a partir do instante em que o pagamento era creditado. Os saques eram feitos num caixa eletrônico que fica a 200 metros do gabinete do senador. Procurado, o senador disse que se concentra nas atividades legislativas e que questões administrativas, como a contratação de funcionários, ficavam a cargo de seu então chefe de gabinete, Paulo Boudens. Alcolumbre afirma que não se lembra das ex-funcionárias citadas na reportagem e garante que ninguém estava autorizado a ficar com os salários das servidoras. Boudens foi exonerado em 2020. Ele não foi localizado até o fechamento desta edição.

Veja

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Brasil

Petistas formam “time Janja” no PT e tentam blindar primeira-dama

Foto: Tania Rego/Agência Brasil

A primeira-dama Janja da Silva conta com o apoio de um grupo que se articulou no PT e no governo para blindá-la do “fogo amigo” e das críticas da oposição.

À frente do grupo estão a ex-prefeita Marta Suplicy e o advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas.

Ambos enxergam Janja como um quadro que pode oxigenar o PT no pós-Lula e promoveram eventos que aproximaram a primeira-dama de lideranças do mundo jurídico, político e empresarial.

Em outra frente, o advogado-geral da União, Jorge Messias, mapeia e responde às representações contra a primeira dama na Justiça, TCU e MPF.

Já Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, e Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, não deixam sem resposta as críticas contra a primeira dama nas redes sociais.

Em tempo: como cônjuge, pela lei eleitoral, Janja não pode disputar cargos eletivos enquanto Lula for presidente.

Pedro Venceslau/ CNN 

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Brasil

PL propõe anistia apenas a quem participou de depredação dos atos do 8/1

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Partido Liberal (PL) elaborou um novo esboço do projeto de lei da anistia, que concede perdão aos condenados por atos antidemocráticos. O texto alternativo restringe o perdão apenas para “pessoas físicas que tenham participado diretamente das manifestações” de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

A nova versão anistia os condenados pelo crime de abolição do Estado Democrático de Direito e prevê que o perdão não exclui a responsabilização civil pelos danos causados ao patrimônio público, e nem afasta as multas aplicadas aos envolvidos nos crimes.

A versão anterior do texto, elaborada pelo relator Rodrigo Valadares (União-SE) na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), previa anistia a todos que participaram de manifestações “em qualquer lugar do território nacional” entre o dia 8 de janeiro e a data de entrada em vigor da lei.

A justificativa da proposta argumenta que “não se pode admitir que manifestações, pacíficas ou não, sejam interpretadas como tentativa de golpe de Estado, sob pena de, a cada alternância de poder, condenarmos manifestantes contrários ao governante da ocasião à cadeia por supostamente atentarem contra à Democracia”.

O texto ainda defende a “dura condenação de todos os baderneiros que participaram do famigerado 8 de janeiro”. Afirma, no entanto, que em manifestações anteriores de outras organizações e movimentos político-sociais manifestaram “jamais houve resposta parecida do poder público como a que estamos testemunhando contra os manifestantes de janeiro de 2023”.

Em resumo, a defesa do projeto é pela responsabilização civil e penal da eventual depredação de bens públicos e privados e do atentado contra integridade física de policiais e seguranças — exceto por abolição violenta do Estado Democrático de Direito ou golpe de Estado.

CNN

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Geral

Regulamentação da atividade de flanelinhas é debatida em audiência na Câmara Municipal de Natal

A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Municipal de Natal promoveu, nesta terça-feira (20), uma audiência pública para discutir a regulamentação do trabalho de guardadores e lavadores autônomos de veículos automotores. O objetivo da iniciativa foi propor o debate e buscar alternativas para regulamentar a atividade, diante de relatos de cobranças indevidas e casos de intimidação a motoristas em áreas públicas. Estiveram presentes no encontro os vereadores Kleber Fernandes (Republicanos), Daniel Santiago (PP) e Camila Araújo (União Brasil), representantes da Prefeitura de Natal e integrantes de associações comerciais.

Em diversas regiões da cidade, a presença dos profissionais, popularmente conhecidos como “flanelinhas”, é uma realidade consolidada há décadas. Eles atuam em áreas de grande movimentação, como centros comerciais, hospitais, praias e eventos públicos. Embora a atividade seja fonte de renda para muitas famílias em situação de vulnerabilidade, ela também desperta apreensão em parte dos motoristas, que relatam sentimento de insegurança, abordagens indevidas e ausência de fiscalização. A falta de regulamentação clara contribui para um cenário de incerteza tanto para os trabalhadores quanto para os cidadãos que utilizam o espaço público.

“A sociedade natalense tem se sentido amedrontada, coagida e até extorquida por flanelinhas que abordam condutores de veículos fazendo solicitações de pagamento, inclusive antecipado. Diante deste contexto, apresentei a todos os presentes um projeto de minha autoria que tem o intuito de fazer o cadastramento desses flanelinhas no âmbito do poder público municipal, a exemplo do que já acontece com vendedores ambulantes e feirantes. Assim, todos terão que apresentar comprovante de residência, informar se existem antecedentes criminais, passar por treinamento e padronização com o uso de coletes e crachás de identificação. Acredito que isso trará mais segurança para as pessoas e valorização para a atividade”, defendeu o presidente da Comissão, vereador Kleber Fernandes.

“Também aproveitamos a oportunidade para encaminhar a criação de um termo de cooperação técnica entre instituições e entidades que possam se envolver na regulamentação dessa atividade e que seja criado um plano intersetorial que possa, através de um cronograma de ações, implementar medidas de fiscalização, de mapeamento, de credenciamento e de cadastramento. Cabe ressaltar o aspecto social da questão, pois sabemos que muitas crianças trabalham nas ruas de Natal como flanelinhas, menores de idade que deveriam estar na escola”, completou.

Na sequência, o secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), Thiago Trindade, explicou como a pasta pode colaborar para concretizar a proposta da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara. “Podemos ajudar na formatação do cadastro geral, indispensável para podermos identificar quem está utilizando o espaço público, o que considero regra básica. Ainda é possível definir os espaços que podem ser utilizados, principalmente para a atividade de lavagem dos carros, e verificar se está havendo uma ocupação irregular”.

Por sua vez, Rodrigo Vasconcelos, presidente da Associação Viva o Centro de Natal, disse que a audiência foi corajosa e propositiva na abordagem de um problema com grande impacto social e econômico na cidade. “A gente precisa encontrar soluções e ver como acontece em outras cidades. Por exemplo, Manaus criou a Zona Azul, em 2019, com estacionamento rotativo nos quais os flanelinhas viraram monitores, vendendo os bilhetes. Aplicando essa ideia em Natal, a prefeitura poderia gerir estes espaços através do aplicativo Natal Digital, cadastrando esses flanelinhas para vender os tickets de acesso aos estacionamentos para os clientes”, sugeriu.

Ao fazer uso da palavra, o vereador Daniel Santiago frisou que a intenção do debate não é tirar o ganha-pão de ninguém, mas de organizar a atividade do mesmo jeito que foi feito com os ambulantes da Praia de Ponta Negra, além de deixar claro que o cidadão não tem obrigação de pagar para estacionar seu carro em um espaço público. “Temos que avançar nas medidas para regulamentar os flanelinhas, estabelecer uma secretaria que possa fazer o cadastro e respaldar esses trabalhadores. Com o treinamento, até a abordagem será muito mais qualificada, pois o flanelinha estará consciente de que a gorjeta é voluntária”.

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Geral

‘Há grande possibilidade’ de sanção contra Alexandre de Moraes, diz secretário de Estado de Trump

O presidente dos EUA, Donald Trump, ao lado do secretário de Estado, Marco Rubio — Foto: Saul Loeb/AFP

O chefe do Departamento de Estado americano, Marco Rubio, disse que o governo de Donald Trump estuda implementar sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes nesta quarta-feira em um depoimento na Comissão de Relações Exteriores do Congresso.

“Isso está sob análise no momento e há uma grande possibilidade de que isso aconteça”, disse Rubio, em resposta a um questionamento do republicano Corry Mills.

Citando um “alarmante declinio dos direitos humanos no Brasil”, “perseguição política” da oposição e a iminência de uma “prisão política de Bolsonaro”, Mills perguntou se Rubio considerava implementar as chamadas “sanções Magnitsky”, em referência a uma lei criada no governo Barack Obama (2009-2017) para autorizar punição a autoridades estrangeiras violadoras de direitos humanos.

“Nós temos visto uma censura generalizada e perseguição política a toda a oposição, incluindo jornalistas e cidadãos comuns. E o que estão fazendo agora é uma iminente prisão por motivos políticos do ex-presidente Bolsonaro. Essa repressão se estende para além das fronteiras do Brasil e atinge indivíduos em solo americano”, disse Corry Mills na sessão antes de perguntar a Rubio: “ O que o senhor pretende fazer a respeito?”

O questionamento veio à tona em um momento em que o Supremo aprofunda as investigações de uma trama golpista para impedir a posse de Lula e manter Bolsonaro no poder. O ex-presidente e outros 30 investigados são réus por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado

A ofensiva contra o Supremo nos Estados Unidos é capitaneada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que em março passado viajou para o país de Trump e não voltou. De lá anunciou que ficaria e pediria asilo político. Na prática, o filho do ex-presidente pediu uma licença do mandato de deputado federal por 120 dias e passou a fazer um périplo por gabinetes de Republicanos e do governo americano em campanha por sanções a ministros do Supremo.

No final de fevereiro, o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos – equivalente à Câmara dos Deputados – aprovou um projeto de lei que permite barrar Moraes de entrar no país ou até mesmo de deportá-lo. O texto ainda depende da análise do plenário da Casa, controlada pelo partido Republicano.

Em paralelo, bolsonaristas e republicanos fizeram um pedido formal a Trump e a Rubio pedindo que Moraes fosse alvo das sanções Ofac, sigla em inglês para Office of Foreign Assets Control, o Escritório de Controle de Ativos Externos do Departamento do Tesouro.

O Globo – Malu Gaspar

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Geral

[FOTOS] Veja as anotações apreendidas pela Polícia Civil na operação contra ‘influencers do tigrinho’


Foto: PCRN

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte realizou nesta quarta-feira (21), as operações “Shadow Influence” e “Cassino Royale”, com foco em esquemas de lavagem de dinheiro envolvendo influenciadores digitais e plataformas de apostas, como do Jogo do Tigrinho.

Anotações com nome de influencers e metas foram apreendidas pelos policiais. Objetivos como viagens e números de seguidores estavam escritos em um quadro. Até mesmo horário da “vida fitness” era estabelecido.

Um detalhamento de como seria o esquema chamado de “máquina dos milhões” foi revelado também pela Polícia Civil nas imagens divulgadas da operação. Um organograma era feito com páginas, cursos e direcionamentos.

Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão nos estados do RN, SP, PE e MA. As ações resultaram no bloqueio de cerca de R$ 40 milhões e na apreensão de bens de alto valor. Em breve mais informações.

Além do bloqueio de R$ 40 milhões, as duas operações resultaram na apreensão de veículos de luxo, dinheiro em espécie, drogas, cartões, aparelhos celulares, cigarros e documentos.

Opinião dos leitores

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Geral

Ministério da Agricultura tentou distribuir testes de gripe aviária com certificado vencido

Foto: Divulgação/Ascom Seapi

O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) tentou enviar a técnicos estaduais do Rio Grande do Sul caixas de testes de gripe aviária que estavam com os certificados vencidos e materiais com prazo de validade próximo a expirar. As remessas foram rejeitadas pela Secretaria da Agricultura do estado.

Conforme informações obtidas pela Folha, as tentativas de distribuição do material tiveram início em abril, antes mesmo de o primeiro caso de gripe aviária ser confirmado no dia 15 de maio, na cidade de Montenegro (RS). Os desdobramentos se estenderam até a última semana.

Em abril, o Departamento de Saúde Animal e da Coordenação de Sanidade Avícola do ministério questionou se a Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul tinha interesse em receber frascos com a solução utilizada para preservar amostras coletadas por meio dos chamados swabs, os cotonetes longos e estéreis, similares ao que humanos usam em testes de Covid-19.

Os frascos continham solução química para permitir a identificação de possível presença de vírus, como o da influenza aviária.

Além desses frascos, os kits emergenciais possuem swabs, caixas de isopor e caixas homologadas para transporte aéreo de amostras biológicas. Ao tratar do assunto, o Ministério da Agricultura declarou que o material estava com validade próxima, entre maio e junho, e que a recomendação aos estados interessados era fazer a retirada o quanto antes, para evitar desperdício.

Ainda em abril, a Secretaria da Agricultura gaúcha informou que as caixas de kits homologadas para transporte aéreo estavam com certificado vencido, o que impedia seu uso legal.

O Rio Grande do Sul afirmou ao ministério que já tinha um estoque de frascos com solução para os testes, mas que gostaria de receber os swabs e as caixas de isopor, partes dos kits que ainda seriam úteis aos técnicos locais.

A burocracia acabou travando o processo. Passados mais de 20 dias desde a oferta inicial, ainda havia dúvida sobre a possibilidade de atender ou não à solicitação, uma vez que os documentos do ministério falavam apenas da doação dos frascos de solução e não da entrega fracionada.

No início de maio, a Coordenação de Sanidade Avícola do Mapa em Brasília informou que a oferta se referia exclusivamente à solução líquida estéril, também conhecida como MTV (Meio de Transporte Viral), usada para preservar vírus em amostras biológicas coletadas.

No dia 17 de maio, dois dias após o caso de contaminação de gripe aviária ser oficialmente comunicado pelo Ministério da Agricultura, os servidores no Rio Grande do Sul ainda tentaram articular uma forma de evitar o desperdício de insumos.

O órgão estadual de Sanidade Agropecuária do Rio Grande do Sul encaminhou um pedido para retirada dos swabs e caixas de isopor que estavam no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária no Rio Grande do Sul, uma unidade regional pertencente ao ministério. Mais uma vez, porém, não teve sucesso.

A Folha questionou o Mapa sobre o assunto. Não houve posicionamento até a publicação desta reportagem.

A Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul confirmou, por meio de nota, que não conseguiu ter acesso aos kits, porque a entrega estava vinculada aos MTV’s (Meio de Transporte Viral). “Como estavam próximos da data de vencimento, a Secretaria da Agricultura do RS optou por não receber, em razão de que o Estado adquiriu esses produtos recentemente e sendo o estoque atual suficiente para atender a demanda”, declarou.

“O estoque está com quantidade suficiente para a demanda e tem kits espalhados com as equipes do Serviço Veterinário Oficial no Rio Grande do Sul. Nesta terça-feira (20/5), o Serviço Veterinário já vistoriou 100% das propriedades rurais, que são 540, no raio de dez quilômetros do foco de gripe aviária e hoje também já revisitou as que ficam no raio de três quilômetros, sendo 19 propriedades com presença de aves”, informou a secretaria.

Em operações como a ocorrida em maio de 2023, no Espírito Santo, quando foi identificado um caso de gripe aviária em animal silvestre, pelo menos cerca de 3.000 amostras de animais haviam sido coletadas em todo o Brasil.

“É de extrema importância que o uso desses kits diagnósticos seja feito da forma com que os fabricantes indicam, e que se respeite os prazos de validade. O uso de forma inadequada ou com elementos já vencidos pode diminuir a acurácia, a precisão desses testes e desencadear resultados errôneos”, diz o biólogo e epidemiologista Anderson Sena Barnabe, professor de Saúde Pública e Epidemiologia das Faculdades Oswaldo Cruz, em São Paulo.

O especialista também fala sobre a regularidade de realização dos testes. “Um ponto importante é que essa vigilância com base em exames preventivos seja feita periodicamente e com supervisão técnica, sendo essa uma das estratégias mais importantes na contenção de eventuais epizootias, quando o surto da doença atinge um número elevado de animais em um curto período de tempo”, afirma Barnabe.

A confirmação do foco de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) ocorreu no dia 15 de maio. Foi a primeira detecção de gripe aviária em aves comerciais no Brasil. Por isso, o país teve seu status de livre da doença suspenso, conforme definição da Organização Mundial de Saúde Animal.

Na mesma data, foi confirmada a infecção pelo vírus em um cisne negro e um cisne do pescoço preto, no zoológico do município de Sapucaia do Sul, também no Rio Grande do Sul.

As amostras que levaram à confirmação dos casos foram obtidas a partir de uma investigação epidemiológica realizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, e enviadas para análise no dia 13 de maio, no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo.

Folhapress

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Geral

VÍDEO: Motorista de app é preso por abusar de crianças e adolescentes durante corridas em Natal


Imagem: Polícia Civil-RN

Um motorista de aplicativo foi preso por prisão por estupro de vulnerável em Natal. Ele é suspeito de abusar de crianças e adolescentes durante corridas realizadas enquanto trabalhava. A ação ocorreu nesta terça-feira (20) e foi coordenada pela Delegacia Especializada na Proteção da Criança e do Adolescente (DPCA/Natal), com apoio do 1º Núcleo de Investigação Qualificada (NIQ) e da Delegacia Especializada na Investigação de Crimes Contra a Ordem Tributária (DEICOT).

O homem de 53 anos estava foragido, mas os policiais conseguiram localizá-lo após diligências investigativas. A Justiça havia expedido mandado de prisão preventiva contra ele, que foi cumprido imediatamente após sua localização.

Outro homem, de 37 anos, também foi preso na operação. Ele já havia sido condenado a 13 anos e 6 meses de prisão em regime fechado por estupro de vulnerável. Ambos foram encaminhados ao sistema prisional, onde permanecerão à disposição da Justiça.

Opinião dos leitores

  1. Antecedentes criminais já para Uber e 99. Fosse uma contravenção, pensão alimentícia, mas deixar um condenado por estupro de vulnerável dirigir…

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Geral

[VÍDEO] CPI: Padre Patrick pede que influencers sejam “inibidos” a divulgar bets

O padre Patrick Fernandes prestou depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Bets, que investiga possíveis crimes e irregularidades em casas de apostas virtuais, e criticou a atuação de influenciadores que divulgam jogos de azar. Ele pediu aos senadores que a legislação seja mais dura para “inibir” a propaganda de cassinos online.

Ação criminosa

Padre Patrick foi convidado a depor na CPI do Senado Federal. O religioso afirma ter recebido convites de empresas para fazer publicidade de apostas on-line, mas não aceitou. O depoimento dele ocorreu após a presença de famosos como Virginia Fonseca e Rico Melquiades na comissão.

Em sua fala, ele afirmou que as casas de apostas têm uma atuação criminosa. “Eu acho que não existe nenhuma responsabilidade social por parte dessas casas de apostas, não acredito que exista por parte deles, e eu vejo como uma ação criminosa”, sacramentou.

Criticou influencers

“Acho que eles têm consciência clara de que ninguém está ganhando dinheiro com aquilo que eles estão oferecendo”, completou. Em seguida, ele pediu uma legislação mais rígida quanto à publicidade desse tipo de produto.

“Eu acho (…) que deveria ter alguma legislação para ao menos inibir as divulgações, os influenciadores que estão fazendo, já que não tem como, pela lei que nos rege, acabar com as casas de apostas, acho que deveria ter políticas para inibir quem está divulgando, com uma represália maior, imposto, sei lá”, comentou.

Padre Patrick também criticou os influencers que fazem fortuna divulgando casas de apostas nas redes. “Quando eles querem entretenimento, eles pegam os jatos, vão viajar, vão fazer outra coisa. Eles não se divertem jogando joguinho. Precisamos iluminar isso (…) Talvez algumas pessoas vão começar a se sentir envergonhadas, como já está acontecendo”, concluiu.

Fábia Oliveira – Metrópoles

Opinião dos leitores

  1. Eita, parabéns ao padre, muito sensatas as falas dele, essa história de jogos online que destroem vidas já foi longe demais com tudo muito frouxo. Mais uma vez parabéns a ele.

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Geral

Senado aprova projeto que criminaliza tatuagens e piercings em cães e gatos

 

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Geral

Servidores da UFRN e Ufersa anunciam paralisação de 48 horas para cobrar cumprimento de acordo firmado com o Governo Federal

Foto: Sintest-RN / Reprodução

Servidores técnico-administrativos da UFRN e da Ufersa farão uma paralisação de 48 horas nesta quinta e sexta (22 e 23 de maio). O movimento foi aprovado em assembleia geral do Sintest.

De acordo com a categoria, a paralisação tem o objetivo de fazer uma “defesa do serviço público” e cobrar o cumprimento integral do acordo de greve firmado com o Governo Federal em 2024.

Os servidores cobram a valorização da categoria, a recomposição salarial e a efetivação dos compromissos assumidos durante a greve, além da defesa do “serviço público como um direito da população”.

Durante os dois dias de paralisação, estão programados atos públicos de mobilização e pressão social, com a participação da categoria em Natal e Mossoró.

Relembre

Os técnico-administrativos das universidades federais realizaram uma greve entre maio e julho do ano passado. Eles cobravam reajustes salariais, plano de carreira e melhores condições de trabalho.

O desfecho para os técnicos incluiu um reajuste de 8%, também escalonado (4% em 2025 e 4% em 2026), além de compromissos sobre concursos públicos e revitalização de cargos.

Segundo a categoria, é este acordo que não foi integralmente cumprido até agora.

Agora RN

Opinião dos leitores

  1. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK, faz o L seus veneradores de socialistas. kkkkkkkkkk eu dô é risada. kkkkkkkkkk

  2. Vocês são os cachorrinhos do Lula, agora enfiem o rabo entre as pernas e façam o L. Acho pouco. O grosso ainda vai entrar.

  3. Todo castigo pra comunista é pouco. Ficam ensinando esquerdismo para os nossos jovens seus salafrários. Agora tomem! Acho muito bem feito!

  4. Bote quente nesses parasitas meu presidente Lula! Bando de inoperantes que não querem estar sala de aula. Só querem benefícios, mas trabalhar que é bom nada!

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