A queda de Marcos Cintra está longe de estancar a crise na Receita. Nos últimos dias, quando a permanência do agora ex-secretário da área já estava ameaçada, uma série de denúncias com relatos detalhados de desvios de integrantes do fisco foi encaminhada a órgãos de controle. Há queixas anônimas e outras nas quais o autor se identifica e oferece colaboração. Ministros e investigadores que acessaram os documentos viram neles um sinal de que diversas alas da entidade seguem em guerra.
Membros do Supremo foram informados oficiosamente dos relatos de desvios na Receita. Motivo: um dos fatores que agravou a crise no órgão foi a descoberta de que integrantes do STF e seus parentes tiveram as contas devassadas por auditores.
Antes de perder o cargo, Cintra enviou ofício ao Tribunal de Contas da União no qual se comprometia a entregar à corte os nomes dos auditores que acessaram, com ou sem justificativa formal, dados de autoridades públicas nos últimos cinco anos.
A primeira reação da Receita foi a de tentar driblar a ordem do TCU. Houve forte reação na corte e o então secretário do órgão decidiu ceder.
Nesta quinta (12), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou ao Ministério da Justiça abertura de inquérito policial contra dois servidores da Receita apontados pelo próprio órgão como os responsáveis pelo vazamento de dados sigilosos do ministro Gilmar Mendes, do Supremo.
No ofício, Dodge informa que o fisco classificou o vazamento dos dados de Mendes como acidental após investigação administrativa interna, mas ressalta que isso não exclui a necessidade de apuração criminal, já que os dados do ministro e de qualquer contribuinte são protegidos por sigilo legal.
FOLHAPRESS
Fernando, o senhor tem razão.
Qualquer movimentação suspeita, independente de quem seja, o auditor tem por obrigação fazer um levantamento. Isso era pra ser fazer parte do regimento da receita. Imoral, tentar penalizar servidor por ter seguido o regimento, isso é quebra do padrão democrático. Bem ao estilo Carlos Bolsonaro.
Movimentação suspeita sim, mas quando não tem? Quando um juiz ou procurador para tentar pressionar uma pessoa a fazer o que eles querem começa a determinar que procurem problemas, inclusive em familiares, para conseguir o intento? Isso é muito bonito quando não é com a gente. Para combater o crime não o cabra não pode se transformar num criminoso.
Exato, o auditor tem que ter liberdade, dentro de suas prerrogativas, de agir com todos da mesma maneira, seja ele filho de Bolsonaro, de LULADRAO ou de outro qualquer.
Ser a própria lei, desde quando isso da certo?
As movimentações eram suspeitíssimas, incompatíveis com os rendimentos dos analisados, portanto, dentro do processo legal, tem que ser averiguadas e se comprovado as entradas sem origem, entregar ao MP para instaurar os procedimentos legais. Que ilicitude tem nisso? Nada, Só na defesa de um criminoso, teria.