Saúde

Apenas oito centros de estética em Natal tem alvará da Covisa

Tribuna do Norte

Seja motivada pela vaidade ou pela necessidade de se fortalecer a auto-estima, a preocupação das pessoas com a beleza tem crescido de modo acentuado nos últimos anos. Esse crescimento, além de contribuir para a elevação do padrão estético da população, serviu também para impulsionar todo um setor da economia voltado à beleza. Os centros de estética são um exemplo. Com uma vasta gama de serviços a oferecer, esses estabelecimentos brotam aos montes, em todos os cantos da cidade, prometendo resultados magníficos com o mínimo de esforço.

Adriano AbreuEm Natal, apenas oito centros de estética são regulares. Outras 28 estão em fase de regularização

O que preocupa, entretanto, é o fato de a maioria destes locais funcionarem hoje sem a permissão da Vigilância Sanitária. De acordo com dados da Covisa, apenas oito centros de estética possuem o alvará sanitário em Natal. Outros 28 solicitaram a regularização, mas ainda aguardam a liberação do documento. Para a enfermeira e integrante da equipe de fiscalização de serviços de saúde do órgão, Conceição de Maria Alves de Sousa, o número não chega nem perto de se equiparar ao verdadeiro montante de clinicas especializadas em beleza existente na capital. “O que nós notamos hoje é a proliferação da oferta destes serviços. Existe um centro de estética em praticamente cada esquina”, disse.

Segundo ela, a pequena quantidade de clínicas que funcionam atualmente com a devida permissão da Covisa pode ser explicada por pelo menos dois fatores. O primeiro deles é a breve existência da norma técnica que regulamenta o funcionamento dos estabelecimentos especializados em estética e embelezamento sem responsabilidades médicas. Instituída pelo decreto nº 9.229, a regra foi aprovada em outubro do ano passado.

“Apesar de nós termos divulgado a instituição da norma na época de sua aprovação, ainda existe gente do ramo que sequer sabe de sua existência”.

Além disso, ela também cita o fato do setor de fiscalização da Covisa ter uma equipe reduzida como outro aspecto que contribui para o baixo número de centros regularizados. “Contamos atualmente com dez pessoas para fiscalizar todos os locais que se enquadram no que chamamos de serviços de saúde. Isso inclui hospitais, clinicas de fisioterapia, odontologia, e etc. Enfim, é muita demanda para o nosso reduzido contingente, portanto, não temos condições de percorrer tantas clinicas como gostaríamos”, explica.

Fiscalização da Covisa é falha


Segundo Conceição de Maria, a última vistoria feita pela Covisa em centros de estéticas ocorreu em agosto deste ano. Na ocasião, foram inspecionados aproximadamente cinco estabelecimentos. Durante as vistoriais, que normalmente são solicitadas pelos locais que desejam regularizar sua situação, os fiscais do órgão costumam analisar os aspectos físicos, estruturais, operacionais e ocupacionais da loja.

As fiscalizações são baseadas nas premissas que estão descritas na norma técnica. São averiguados desde a estrutura física até o registro dos produtos utilizados nos tratamentos, que devem ser reconhecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, também são examinados o bem-estar dos funcionários que ali atuam e a destinação final dos resíduos sólidos que, segundo observa a profissional, é o ponto onde normalmente encontram-se as maiores irregularidades.

“O descarte do lixo destas lojas deve ser semelhante ao realizado por um hospital, pois o que é produzido ali também se trata de resíduo contaminado. No entanto, o que vemos é o oposto disso. Agulhas e cera de depilação usadas nos procedimentos são jogadas no mesmo depósito, que também recebe o lixo comum daquele lugar”, disse, acrescentando que erros no processo de esterilização de equipamentos também são problemas bastante recorrentes.

Uma vez finalizada a fiscalização, os profissionais da Covisa dão ao proprietário do local uma lista das adequações necessárias e um prazo para a aplicação das mudanças, que pode variar entre 30 e 90 dias. Só após uma segunda visita e, ainda sim, se tudo estiver de acordo com a norma, é que o centro receberá o alvará sanitário. O documento, que tem doze meses de validade, deve ser renovado anualmente. Caso os problemas não tenham sido resolvidos à época do retorno dos fiscais, um auto de infração será entregue aos responsáveis, que poderão pagar multas cujos valores variam de acordo com a falha.

Na avaliação de Conceição, o alvará expedido pela Covisa representa tanto uma conquista para os responsáveis pelos centros especializados em embelezamento, quanto uma garantia de segurança para o cliente, que poderá ter a certeza de que escolheu um lugar adequado para realizar seu tratamento.

Clientes desconhecem normas

Apesar de serem os maiores beneficiados pela adequação sanitária dos centros de estética, a maioria dos clientes não costuma se certificar de que optaram por um estabelecimento em dia com as normas da Vigilância Sanitária. São normalmente as indicações de amigos ou os preços que influenciam a escolha da clinica. Questões como asseio e organização acabam relegadas a segundo plano, o que pode levar o cliente a ter um prejuízo maior do que uma eventual economia no valor cobrado pelo tratamento.

“O cliente deve saber que, se existe uma norma, ela foi pensada para priorizar a sua saúde. O consumidor é o maior interessado, ele precisa cobrar isso, precisa pedir pra ver a documentação e se certificar de que aquele é o melhor local”, explica Conceição, informando que é obrigação legal dos estabelecimentos expor a documentação em um ponto visível a todo público que frequenta o local. Mas a profissional admite que não é isso que ocorre na prática.

A advogada Elizandra Rader, por exemplo, escolheu o centro de estética na qual realiza tratamento pós-operatório baseada em opinião de antigos clientes. Ela, que foi submetida a uma abdominoplastia, conta que também procurou informações na internet. “Pesquisei, perguntei, pesei os prós e contras e achei um estabelecimento que me transmitiu confiança”, disse ela. Quando perguntada acerca da questão das licenças sanitárias, ela admitiu que este aspecto específico não mereceu espaço em sua pesquisa.

“Não costumo frequentar clinicas de estética, pois tenho uma rotina bastante atribulada. Essa é a primeira vez que venho”, disse ela, afirmando que ficou satisfeita com os resultados e que deverá continuar indo a estabelecimentos de embelezamento após o final de seu tratamento.

A promoção em um site de compras coletivas foi determinante para que a musicista Sheila de Noronha optasse pelos serviços de um centro localizado na zona sul da cidade. O desconto permitiu que ela iniciasse uma série de tratamentos cujo objetivo principal é reduzir medidas e combater a flacidez. “Tive uma boa impressão do local e resolvi comprar o pacote na internet”, comenta ela, afirmando que já vem notando os resultados positivos dos procedimentos. Assim como a maioria de consumidores que frequentam esse tipo de estabelecimento, ela não buscou informações sobre os alvarás sanitários.

Clínicas garantem tratamentos

Em visita a algumas clínicas  nos bairros de Tirol, Petrópolis e Ponta Negra (locais que concentram cerca de 70% das clinicas desse tipo na cidade, segundo a Covisa), a equipe da TRIBUNA DO NORTE conversou com gerentes de estabelecimentos especializados em beleza que garantiram a eficiência e segurança de todos os serviços. Os responsáveis pelos locais também afirmaram que possuíam os alvarás necessários para o funcionamento, embora os dados da Secretaria Municipal de Saúde confirmassem que nenhum deles tinha o registro sanitário do órgão.

“Os procedimentos estéticos têm uma ótima resposta na maioria dos pacientes. Além de ajudar a sanar problemas que dificilmente desapareceriam somente com malhação ou regime, eles são mais cômodos, já que são indolores e não privam as pessoas de muitas coisas”, comentou a gerente de uma clínica localizada no Tirol.

Para a proprietária de um centro de médio porte no bairro de Ponta Negra, os tratamentos podem levar a resultados extremamente satisfatórios, mas somente quando executados por profissional devidamente qualificado. “Não é qualquer pessoa que pode trabalhar com estética. Como qualquer outra ocupação, esse atividade também exige capacitação “.

Segundo ela, não é comum ver pessoas despreparadas aplicando tratamentos estéticos, principalmente nos estabelecimentos mais modestos.

Para a representante da Covisa, contudo, não é o poder aquisitivo do centro de estética que determina a qualidade do tratamento. “Uma fachada imponente nem sempre significa que o local trabalha de acordo com os padrões de higiene exigidos pela lei. Digo isso porque conheço grandes centros que não possuem o alvará sanitário e clínicas mais simples que possuem o alvará e trabalham totalmente de acordo com as normas da vigilância sanitária”, afirmou.

Opinião dos leitores

  1. Bg, não canso de repetir: os jornais locais sempre deixam a desejar em suas reportagens!Apesar de conter algumas informações importantes a referida reportagem não  cita os nomes ou as ruas onde se localizam os centros de estética e nem o telefone da COVISA para uma possível consulta sobre os centros licenciados.

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Mundo

Trump avisa que dias de poder estão contados para Maduro

Foto: Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou claro que acredita que o regime de Nicolás Maduro na Venezuela está com os dias contados. Em entrevista ao programa “60 Minutes”, da CBS, neste domingo (2), Trump evitou detalhar se os EUA planejam alguma ação militar, mas jogou um alerta que não passou despercebido, segundo informações da CNN.

Questionado sobre a possibilidade de Maduro perder o poder, Trump foi direto: “Eu diria que sim. Acho que sim”. Quando pressionado sobre relatos de ataques dentro do país, o presidente americano se esquivou: “Não estou dizendo que é verdade ou mentira” e reafirmou que não vai antecipar nenhuma medida militar.

Mais cedo, Trump também descartou a ideia de uma guerra aberta com a Venezuela, mesmo após os Estados Unidos reforçarem a presença militar na costa venezuelana. “Duvido. Não acho que vá acontecer”, afirmou, tentando minimizar o temor de conflito direto.

Nos últimos meses, a marinha americana intensificou operações contra embarcações acusadas de tráfico de drogas em águas internacionais, mantendo a pressão sobre Maduro. A mensagem de Trump deixa claro: o regime venezuelano está na mira, mas os Estados Unidos jogam com cautela, entre o aviso e a ameaça silenciosa.

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Cultura

Festival MPB84 anuncia finalistas da edição 2025 e celebra a força da música potiguar

Foto: Divulgação

A música potiguar vai pegar fogo! O Festival MPB84 2025 revelou os 16 finalistas do seu tradicional Concurso de Bandas, consolidando-se como uma vitrine de peso para talentos do RN, novos e veteranos.

Nesta edição, o festival bateu recorde: 106 inscrições de compositores, intérpretes e instrumentistas de todo o estado. Depois da curadoria artística, foram selecionadas 16 músicas — quatro a mais do que o edital previa — com 22 compositores finalistas representando oito cidades: Natal, Parnamirim, Touros, Macaíba, João Câmara, Caicó, São Gonçalo do Amarante e Jardim do Seridó.

O repertório é uma verdadeira festa nordestina: forró, xote, baião e outros ritmos típicos prometem mostrar toda a riqueza e autenticidade da cultura local. Cerca de 70 músicos subirão ao palco na grande final, marcada para terça-feira (4), às 18h30, no Solar Bela Vista, em Natal. A entrada é gratuita, mas pede 1kg de alimento não perecível.

O grande vencedor garante um show especial na Arena das Dunas, ao lado de atrações nacionais, colocando a música potiguar no mesmo palco que grandes nomes do país. “O festival reafirma o papel de descobrir e valorizar nossos talentos. Chegamos à 4ª edição com participação cada vez maior, e a final é sempre momento de celebração e reconhecimento da cena musical do RN”, afirma Marcelo Veni, diretor artístico do Concurso de Bandas.

Finalistas da Edição Regional 2025 – em ordem alfabética:

A Chuva – Almir Felipe (Touros)

A Fé do Sertanejo – Alfredo Neto (Macaíba)

É Desse Lugar Que Eu Sou – Janilson Moura (João Câmara)

E Viva o Forró – Selminha Ferrari (Parnamirim)

Essa Saudade Não Me Deixa – Vlad Formiga (Natal)

Europa Nordestina – Ivando Monte / Luizinho Dantas (Natal)

Fogo Central – Chiquinho da Fé (Caicó)

Forró da Sexta – Leonardo Pinheiro / Alexandre Lacerda (Natal)

Fuleragem – Pablo Jones Souza Amorim (São Gonçalo do Amarante)

Magia, Forró e Poesia – Cristovão Cabral / Jajá do Forró (Parnamirim)

Nó Cego – Rafael Barbosa / Yasmin Martins (Natal)

Oi D’água da Pedra – Julhin de Tia Lica / Mariano da Silva (Jardim do Seridó)

Pôr do Sol Potengi – Itanildo Medeiros (Natal)

Rapadura – Du7 (Natal)

Sabe nem o que Falar – Jane Cortez / Khrystal (Parnamirim)

Sertão Felicidade – Rick Ricardo / Fernandinho Régis (Natal)

Serviço:
Final do Concurso de Bandas – Festival MPB84
Data: Terça-feira, 4 de novembro de 2025
Horário: 18h30
Local: Solar Bela Vista – Natal/RN
Entrada: 1kg de alimento não perecível

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Economia

CAOS ELÉTRICO NO RN: 21% da energia limpa perdida e investimentos atrasados

Foto: Reprodução

O RN desperdiçou 21% da energia eólica e solar que produziu em 2025. Isso mesmo: enquanto o estado lidera o país em geração de energia renovável, 6.897 GWh foram literalmente jogados fora nos primeiros nove meses do ano, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgados pelo Novo Notícias. O termo técnico é “curtailment”, mas pode chamar de desperdício, falha estrutural e política em um só pacote.

O problema é claro: a rede elétrica não aguenta o crescimento da geração limpa. Entre 2022 e 2025, mais de 65% dos cortes ocorreram por falhas elétricas. Especialistas alertam: sem infraestrutura adequada, projetos ficam ameaçados e toda a cadeia de energia renovável na região Nordeste sofre.

O presidente do  Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), Darlan Santos, explicou que o Nordeste precisa deixar de ser só gerador e virar também consumidor inteligente de energia limpa, atraindo indústrias e investimento.

Para tentar frear o caos, o recente Leilão de Transmissão 4/2025 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), do último dia 31 de outubro, promete R$ 805 milhões em obras no RN, gerando 2.299 empregos e reforçando a rede com subestações estratégicas, como a 500 kV Açu III e João Câmara III. Mas, para especialistas, é um remendo tardio diante de tanto desperdício e da insegurança jurídica que ameaça investimentos.

O paradoxo do RN é cruel: líder em energia eólica, com 412 empreendimentos e 12,2 GW de potência instalada, o estado vê sua “riqueza limpa” escorrer pelo ralo. Enquanto isso, o resto do Brasil avança com integração e consumo estratégico, e governadores e presidentes parecem apenas assistir o prejuízo crescer.

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Polícia

VÍDEO: Chefe de quadrilha que matou prefeito de João Dias comandava crimes da cadeia

Imagens: Divulgação/PCRN

Mesmo atrás das grades, o homem apontado como um dos responsáveis pela morte do prefeito de João Dias seguia dando as ordens de dentro da cadeia, segundo a Polícia Civil do RN. Preso no Paraguai e custodiado em Foz do Iguaçu (PR), ele continuava comandando um grupo criminoso que praticava extorsões e ameaças no RN e em outros estados.

Na última quinta-feira (30), a Polícia Civil do RN, com apoio das equipes de São Paulo, deflagrou uma operação que prendeu três suspeitos de integrar a quadrilha. O líder, já preso, teve novo mandado de prisão preventiva cumprido.

Os outros dois, de 23 e 29 anos, foram capturados em Patu (RN) e em São Paulo. De acordo com as investigações, eles eram os “braços” do chefe: cobravam, ameaçavam e repassavam o dinheiro sujo arrecadado pelo grupo.

Mesmo detido, o criminoso seguia determinando quem extorquir e quanto cobrar, com o objetivo de financiar suas despesas pessoais e manter as atividades da organização.

 

 

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Geral

RN está entre os oito Estados com mais funcionários em cargos de confiança do que servidores no Ministério Público

Foto: Divulgação/MPRN

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) está entre os oito Estados do país onde há mais funcionários em cargos de confiança do que servidores efetivos, segundo levantamento da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Ministérios Públicos Estaduais (Fenamp). No RN, 50,81% dos postos do órgão são ocupados por comissionados.

O estudo aponta que a prática, comum em várias unidades do Ministério Público, fere o princípio constitucional do concurso público, já que os cargos de confiança deveriam ser restritos a funções de chefia e assessoramento. A Fenamp enviou o levantamento ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), pedindo medidas para limitar o número de comissionados.

Além do Rio Grande do Norte, os Ministérios Públicos com maior proporção de servidores sem concurso são os de Mato Grosso (65,28%), Santa Catarina (65,07%), Paraná (64,82%), Piauí (64,47%), Rio de Janeiro (53,81%), Goiás (51,61%) e Paraíba (50,07%).

Em contraste, os Estados com menor número de cargos de confiança são São Paulo (2,64%), Amazonas (22,02%), Minas Gerais (22,26%), Rondônia (24,02%) e Espírito Santo (28,22%).

O levantamento também revelou salários acima do teto constitucional em alguns MPs. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, há cargos comissionados que chegam a R$ 47,5 mil, ultrapassando o limite de R$ 46,4 mil, equivalente à remuneração de ministros do STF. Outros Estados com altos salários são Rio Grande do Sul (R$ 41 mil), Mato Grosso (R$ 31 mil), Amazonas (R$ 29,5 mil) e Pará (R$ 27,5 mil).

A Fenamp, com apoio da Associação Nacional dos Servidores do Ministério Público (Ansemp), fez três pedidos principais ao CNMP:

  1. Limitar os cargos de confiança a no máximo 50% do total de efetivos em cada MP;

  2. Garantir que pelo menos metade desses cargos sejam ocupados por servidores de carreira;

  3. Proibir o uso de cargos comissionados em funções técnicas, operacionais ou burocráticas.

A entidade argumenta que a predominância de comissionados enfraquece a transparência e compromete a independência funcional do Ministério Público, que deve ter base técnica e concursada.

Com informações de Coluna do Estadão

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Geral

VÍDEO: Traficante mais procurado do mundo se alia ao PCC e diz que estão ‘prontos para guerra’ na fronteira do Brasil

Enquanto o Rio de Janeiro trava a mais letal operação policial de sua história contra o Comando Vermelho (CV), o Primeiro Comando da Capital (PCC) se fortalece do outro lado do país, com apoio internacional. Um vídeo exclusivo obtido pela coluna revela Sebastián Marset, um dos traficantes mais procurados do planeta, reunido com lideranças do PCC e fazendo ameaças diretas a rivais e forças policiais. Ele ameaça guerra na fronteira do Brasil.

A gravação teria sido feita no fim de semana, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde Marset mantém sua base de operações. No vídeo, ele aparece portando um fuzil e cercado de aliados armados, diante de bandeiras e símbolos que remetem ao PCC e à atuação do grupo também no Paraguai.

Segundo a apuração da coluna da jornalista Mirelle Pinheiro, do Metrópoles, estavam presentes criminosos identificados como Patric Velinton Salomão, o Forjado, Pedro Luiz da Silva Soares, o Chacal e Sérgio Luiz de Freitas Filho, Mijão, apontados como integrantes da chamada liderança das ruas do PCC.

“Estamos prontos para a guerra”

Na gravação, Marset debocha das tentativas de localização e ameaça o Estado:

“Vocês ficam dizendo onde a gente está… Hoje posso estar aqui, amanhã no Paraguai, outro dia na Bolívia, outro na Colômbia. Onde for, estamos preparados para fazer guerra com quem for, com o Colla, com a polícia. Não ligo para ninguém.” E finaliza com um alerta: “Melhor sermos amigos que inimigos. Quem escolhe a guerra com a gente não se dá bem”.

A fala faz referência direta a Erlan “El Colla” García López, ex-aliado de Marset e considerado atualmente um dos seus principais rivais. Investigações indicam que Marset teria sequestrado Colla recentemente, detonando uma disputa violenta entre facções na Bolívia.

Quem é Sebastián Marset

Conhecido como El Jugador, o Jogador, o uruguaio de 34 anos é tratado por agências internacionais como um dos maiores chefes do narcotráfico na América do Sul.

Ele está no topo da lista vermelha da Interpol e é procurado pela DEA (EUA). Agora, tornou-se parceiro estratégico do PCC.

Marset é acusado de: • Enviar mais de 16 toneladas de cocaína pura da Bolívia para a Europa; • Comandar uma rede milionária de lavagem de dinheiro com empresas de fachada; • Corromper instituições nos três países em que atua;

• Financiar e ordenar homicídios ligados a disputas do tráfico.

A estrutura do cartel já foi parcialmente revelada em operações internacionais que apreenderam:

  • 13 aviões
  • 80 caminhões usados no transporte internacional
  • Sete embarcações
  • +5 mil cabeças de gado
  • 10 toneladas de cocaína puríssima
  • US$ 1 milhão em joias

Marset chegou a comprar um time de futebol na Bolívia, no qual atuava em campo como atleta profissional, sob identidade brasileira falsificada.

Aliança com o PCC

A parceria com o PCC foi consolidada após anos de convivência com integrantes da facção na prisão Libertad, no Uruguai. Após ser solto, o cartel uruguaio tornou-se um braço logístico do PCC na rota Bolívia–Brasil–Paraguai–Europa.

Autoridades brasileiras monitoram o avanço da facção nas fronteiras enquanto o Rio enfrenta o CV em seu maior reduto.

Guerra em três países

O poder de Marset se sustenta também na eliminação brutal de rivais. Em agosto, três europeus ligados à máfia dos Bálcãs foram sequestrados, torturados e executados em Santa Cruz, crime atribuído ao grupo do uruguaio.

Antes, no Paraguai, um tenente-coronel do Exército foi executado por pistoleiros após combater a corrupção dentro de presídios em que o PCC atua.

Mulher de Marset está presa

A esposa do traficante, Gianina García Troche, foi extraditada da Espanha e cumpre pena por tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e associação ao tráfico.

A prisão de Gianina, segundo investigadores, ampliou o cerco internacional contra o cartel.

Mirelle Pinheiro – Metrópoles

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Geral

Em menos de 1h após divulgação da data, STF antecipa julgamento de denúncia contra Eduardo Bolsonaro para 14 de novembro

Foto: Jessica Koscielniak/REUTERS

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) antecipou em uma semana o julgamento da denúncia oferecida pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Inicialmente, a análise do caso ocorreria entre os dias 21 de novembro e 1º de dezembro, em plenário virtual.

Contudo, menos de uma hora depois da divulgação, a data foi atualizada para o período entre 14 e 25 de novembro.

O parlamentar é acusado do crime de coação, devido à sua atuação nos Estados Unidos. Os ministros do colegiado vão decidir se ele deve ou não virar formalmente réu em uma ação penal.

De acordo com a PGR, Eduardo e o blogueiro Paulo Figueiredo atuaram para constranger o Poder Judiciário brasileiro e colocar obstáculos ao avanço das investigações sobre a trama golpista.

Na sexta-feira, a DPU (Defensoria Pública da União) enviou ao Supremo a defesa de Eduardo, que optou por não constituir advogado próprio. O órgão pediu a rejeição da acusação.

De acordo com a DPU, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, “não comprova que o denunciado tenha efetivo poder de decisão sobre atos soberanos dos Estados Unidos”, como as sanções aplicadas ao Brasil.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

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Geral

Após decisão do STF, tornozeleira eletrônica de Mauro Cid é retirada

Foto: Tom Molina/STF

O ex-ajudante de ordens da Presidência da República, Mauro Cid, teve a tornozeleira eletrônica retirada nesta segunda-feira (3). A remoção vem após a conclusão do julgamento da trama golpista especificamente em relação a Cid – outros réus ainda aguardam a análise de recursos apresentados ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Na última quinta-feira (30), o ministro Alexandre de Moraes, relator do tema no STF, determinou o início do cumprimento por Cid da pena por tentativa de golpe de Estado.

Delator do esquema golpista, Cid recebeu a pena mais leve entre os condenados pela Primeira Turma do STF. O colegiado fixou a punição em 2 anos de reclusão em regime aberto, com o cumprimento de medidas cautelares.

Diferente dos demais condenados no caso, Cid não apresentou recursos – os chamados embargos de declaração – contra a sentença definida em setembro pela Primeira Turma do STF.

O início do julgamento destes recursos está marcado para esta semana.

Mauro Cid deve tirar 60 dias de férias do Exército a partir desta terça-feira (4). Ele aguarda que o Exército analise um pedido de aposentadoria.

Medidas cautelares

Entre as medidas determinadas por Moraes, Cid também terá que cumprir recolhimento domiciliar no período noturno (entre 20h e 6h) e integralmente nos finais de semana.

  • Proibição de portar armas;
  • Proibição de utilização de redes sociais;
  • Proibição de se comunicar com condenados e investigados pela trama golpista.

O militar tinha planos de se mudar para os Estados Unidos com a família, mas Moraes manteve a proibição de se ausentar do país.

O ministro também determinou que seja levantando por quanto tempo Mauro Cid ficou preso de forma provisória para que esse período seja abatido da pena. Ao longo da investigação, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi preso duas vezes, mas por menos de seis meses.

A defesa do militar pediu que seja descontado o período em que ficou com medidas cautelares, o que poderia gerar a extinção das cautelares. Esse pedido ainda vai ser analisado pelo relator, Alexandre de Moraes.

g1

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Geral

Relatório entregue a governo Trump por Castro pede sanções antiterrorismo contra Comando Vermelho

Foto: Rafael Campos / Governo do Rio

O governador do Rio, Cláudio Castro, atua há pelo menos seis meses junto à gestão de Donald Trump para que os Estados Unidos classifiquem o Comando Vermelho como organização narcoterrorista, o que permitiria aplicar sanções semelhantes às impostas a grupos como o Tren de Aragua (Venezuela) e os Los Zetas (México). A informação é do blog da jornalista Malu Gasper, do O Globo.

O governo Lula é contra a medida, por temer impactos econômicos e diplomáticos — como sanções a empresas, bancos ou até à União, caso Washington entenda que o Brasil não combate o crime organizado com rigor suficiente. A preocupação é que a mudança sirva de pretexto para uma interferência americana no território brasileiro, a exemplo do que ocorre na Venezuela.

Castro e outros governadores de direita querem incluir essa classificação em uma emenda ao projeto de lei antifacção que o Planalto enviará ao Congresso. Em janeiro de 2025, o governo do Rio entregou à embaixada dos EUA um relatório confidencial intitulado “Análise Estratégica: Inclusão do Comando Vermelho nas listas de sanções e designações dos EUA”. O documento argumenta que o CV cumpre os critérios para sanções econômicas, bloqueio de ativos e designação terrorista, o que facilitaria extradições, cooperação internacional com órgãos como Interpol, DEA, FBI e ONU, e sanções a empresas e aliados econômicos ligados à facção.

Esse último ponto é visto com preocupação pelo Planalto, que teme que a medida afete bancos brasileiros e trave transações internacionais, caso os EUA apontem ligações com o CV sem provas sólidas. Um auxiliar de Lula classificou a proposta como “tremenda irresponsabilidade”.

O tema ganhou força após visita ao Brasil, em maio, do assessor do Departamento de Estado americano David Gamble, que discutiu sanções e combate a organizações criminosas. Nenhum representante da Polícia Federal aceitou se reunir com ele, já que a PF é a responsável pelos acordos internacionais sobre crime organizado.

Pouco depois, Castro esteve na sede da DEA, em Nova York, para buscar um acordo direto com o órgão. A megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha e o envio do projeto de lei antifacção ao Congresso reacenderam o debate, e governadores alinhados à direita pretendem pressionar pela nova classificação nas próximas semanas.

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Geral

Em seis dias, governo Lula gasta cerca de R$ 1 milhão para impulsionar posts sobre segurança pública nas redes sociais

Imagem: reprodução

O governo Lula (PT) gastou cerca de R$ 1 milhão em impulsionamento de seis posts no Facebook e Instagram entre 29 de outubro e 3 de novembro, segundo dados da Meta Ad Library.

As publicações destacam ações do governo na área de segurança pública e foram lançadas logo após a megaoperação policial no Rio, que deixou 121 mortos.

Foco da campanha

As postagens exaltam o uso de inteligência no combate ao crime organizado, em contraste com operações violentas como as do Complexo da Penha e do Alemão. O governo também promoveu a PEC da Segurança Pública e o PL Antifacção, propostas que buscam integrar forças policiais e endurecer o combate às facções criminosas.

Valores dos impulsionamentos

  • O impulsionamento mais caro custou entre R$ 600 mil e R$ 700 mil.

  • Outros variaram de R$ 150 mil a R$ 175 mil, R$ 100 mil a R$ 125 mil, R$ 70 mil a R$ 80 mil e R$ 15 mil a R$ 20 mil.

  • Alguns posts foram impulsionados mais de uma vez para ampliar o alcance.

Conteúdo dos posts

  • O primeiro vídeo, publicado em 29 de outubro, critica operações violentas e defende “mais inteligência e menos sangue”.

  • O segundo post, de 30 de outubro , divulga a PEC da Segurança Pública, prometendo operações mais eficientes e com menos risco à população.

  • O terceiro, de 31 de outubro, apresenta o PL Antifacção, afirmando que “facções criminosas oprimem moradores e destroem famílias”.

Poder 360

Opinião dos leitores

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