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O presidente argentino Alberto Fernández aumentou os impostos sobre as exportações de soja e outros grãos, com um decreto publicado neste sábado no Diário Oficial, uma medida “urgente” para enfrentar a “grave situação” das finanças públicas da Argentina, de acordo com o texto. Além disso, Fernandéz sancionou uma medida que encarece os custos das empresas ao demitir trabalhadores no país.
De todo o trigo que o Brasil importa, a Argentina é o principal fornecedor. A medida, portanto, pode ter impacto sobre os preços de derivados do trigo, como pão e macarrão. Mas ainda é cedo para dimensionar o efeito, pois o Brasil poderia redirecionar suas compras para outros países, como EUA e Canadá, que também são grandes produtores do grão.
Neste ano, o governo brasileiro aumentou de 1 milhão para 2 milhões de toneladas a cota de importação de trigo dos EUA, com redução tarifária de 15% para zero.
— Por ora, ainda e cedo para projetar aumento de preços dos produtos cuja base é o trigo — explica Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil e sócio da Consultoria Barral M Jorge. — O Brasil, numa redução das importações argentinas, tem canal de compra com Estados Unidos e Canadá. É possível que, por conta do frete, haja algum impacto nos preços. Entretanto, ainda é muito cedo para dimensionar um possível aumento em produtos como o pão ou macarrão.
O decreto de Fernández prevê que os impostos sobre as vendas de grãos para o exterior terão uma taxa fixa de 12%. Para a soja, principal commodity de exportação do país, permanece a base de 18%, o que significa que o imposto total sobre o produto vai alcançar 30%.
Inicialmente, interpretou-se que a taxa estipulada pelo governo Fernandez seria de 9%. Entretanto, os jornais argentinos confirmaram, na verdade, o percentual de 12%.
Desde setembro de 2018, os grãos pagavam 4 pesos por dólar exportado, o que no início representava um imposto de 12%, mas que ficou desatualizado pela forte crise da argentina, que fez com que a moeda local tivesse depreciação de 70% desde o início do ano passado. Na prática, de acordo com o jornal “Clarín”, a sobretaxa de 4 pesos por dólar representava uma tarifa adicional de 6,5% nas vendas argentinas de grãos para o exterior.
O governo também fechou os registros de exportações até segunda-feira para evitar que utilizem a alíquota anterior.
Esta é uma das primeiras medidas econômicas desde que Fernández, peronista de centro-esquerda, assumiu a presidência na terça-feira passada. A Argentina enfrenta uma recessão há mais de um ano, com inflação de 55% ao ano e índice pobreza de quase 40%.
O Globo
Temos um produto que pode trabalhar associado com trigo na fabricação dos pães, e mesmo assim o governo não eleva os olhos para essa mina de ouro branco que temos que é a goma extraída da mandioca, com 30% de goma adicionada ao trigo temos um pão mais saboroso e nutritivo quem prova não troca por nada.