Por Breno Perruci / @eaiboracorrer
“Nós, seres humanos, temos a mesma capacidade de saltos que os cangurus e as gazelas. Isso já é comprovado cientificamente. A diferença é que eles, pela própria natureza e instinto, armazenam muita energia nos tendões que se transforma em força elástica na hora que eles se lançam pra cima e pra frente. Então, a técnica é usar esse mesmo princípio nos corredores”.
A declaração é do fisioterapeuta Daniel Lima, que recentemente passou a aplicar essa técnica nova em seus pacientes-atletas amadores e profissionais. Os ligamentos dos homens e das mulheres têm uma capacidade elástica subutilizadas de uma forma geral, mas com o avanço dos estudos, a ciência permitiu o desenvolvimento de uma série de atividades que estimulam essa capacidade. O cenário ideal é que esses treinos específicos sejam conduzidos dentro de um trabalho integrado entre fisioterapeuta e professor de educação física.
“A técnica consiste estimular os tendões com alongamentos rápidos que vão provocar o armazenamento de energia nos ligamentos pra que ela seja convertida em força elástica, fazendo as articulações dos corredores funcionarem com uma catapulta. Sendo assim, nas corridas o atleta vai usar essa capacidade praticamente no automático e aí ficará mais eficiente, ou seja, vai correr mais e melhor gastando menos músculos e consequentemente, menos energia”, explica Daniel Lima.
A participação de fisioterapeutas é cada vez maior nos treinamentos de corredores. E não me refiro à presença deles apenas no tratamento de lesões, a grande sacada tem sido a prevenção delas, com o plus da melhoria confortável e segura no desempenho. Os atletas de alto rendimento já contam com esses profissionais há bastante tempo, mas recentemente os amadores também atentaram para esse diferencial.
“Nós atuamos em todas as fases do treinamento de um corredor, tanto no pré-competição, quanto nos regenerativos. Nós temos o olho treinado pra identificar as disfunções e desvantagens biomecânicas e juntos com os professores de educação física, fazemos as correções mais adequadas dentro de um planejamento de treinos, proporcionando a evolução com mais qualidade. Ou seja, juntos nós podemos fazer o atleta correr bem e sem se lesionar, ou, se lesionar, será tão pouco e tão leve que conseguimos reverter rapidamente”, finaliza o fisioterapeuta.
Agora abro espaço pra meu testemunho. Só após fazer uma avaliação biomecânica foi que eu pude ter a real noção de como eu era em termos de disfunções de biomecânica que me atrapalhavam muito nas corridas. Com o laudo em mãos e o trabalho junto com fisioterapeuta e o professor de educação física, agora identificamos como preciso ser e qual o caminho para chegar lá. Então tá aí a dica de hoje, se você ainda não fez essa avaliação, faça, ela pode te abrir um horizonte que até então era desconhecido.
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