Em casa, com o apoio maciço da torcida e amparados pelo maior investimento financeiro já feito em um ciclo olímpico.
Mesmo assim, os esportistas brasileiros não atingiram a meta estabelecida pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) de terminar os Jogos do Rio de Janeiro entre os dez primeiros, considerando o critério do total de medalhas, independentemente da cor de cada uma.
Neste domingo (21), ao não ganhar medalha na maratona masculina, o país se viu impedido de terminar o maior evento multiesportivo do planeta à frente do Canadá, décimo na tábua de medalhas, com 22.
O Brasil tem 18, conquistará ainda mais uma, na final do vôlei masculino, e poderá obter duas no ciclismo mountain bike, apesar de improvável, pois compete com dois azarões. Máximo: 21.
Assim, houve tão somente a confirmação de uma previsão que se fortaleceu nos últimos dias da semana passada. Desde quinta (18), sabia-se que a possibilidade de o país alcançar esse objetivo era remota, e ela foi se tornando hora a hora inviável.
A sexta-feira mostrou-se decisiva. Enquanto a nação da América do Norte, que iniciou o dia com três medalhas de vantagem (18 a 15), subiu ao pódio no hipismo, no futebol feminino e no atletismo, o anfitrião Brasil passou em branco.
Apenas a matemática não permitia cravar o fracasso na obtenção da meta, já que, pelo número de provas a serem realizadas, era possível atingi-la, mesmo contra todos os prognósticos, pois não se esperava sucesso dos brasileiros nas provas de atletismo que restavam, no pentatlo moderno masculino, no triatlo feminino e na ginástica rítmica.
O Brasil, no final desta manhã, estava na 12ª posição pelo total de pódios, empatado com a Holanda e com a Nova Zelândia. Entre esses países e o Canadá, situava-se a Coreia do Sul (11ª, com 21 medalhas). O Cazaquistão, com 17 láureas, era o 15º.
Levantamento do UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, mostra que neste ciclo olímpico (Londres-2012 até Rio-2016) o Brasil investiu no esporte, com verba pública, R$ 3,19 bilhões, considerando estrutura, capacitação de profissionais, logística e salários de esportistas. No ciclo anterior (Pequim-2008 até Londres-2012), o investimento foi de quase R$ 2 bilhões.
Com esse aporte, o país conseguiu ganhar seu maior número de ouros na história (6, sem incluir o resultado do vôlei e do mountain bike), superando os 5 de Atenas-2004, e também a maior quantidade de medalhas (19, já incluindo a do vôlei) —o recorde anterior era de Londres-2012 (17).
O diretor-executivo de esportes do COB, Marcus Vinícius Freire, declarou antes da Olimpíada que o Brasil tinha atletas em condições de lutar por 22 a 29 medalhas e pelo top 10. Nos últimos dias, declarou que o comitê só comentaria o desempenho do Brasil na Rio-2016 depois do término das competições. A Folha tentou contato com o dirigente hoje, mas, participando de um evento, ele não pôde atender.
Os EUA serão os campeões da Olimpíada novamente. Isso acontece desde Atlanta-1996. Os norte-americanos lideram com folga o quadro de medalhas, tanto pelo número de ouros (43) quanto pelo de ouros, pratas e bronzes juntos (116).
Grã-Bretanha e China disputam a segunda posição pelo total de primeiros lugares -a China deve ficar à frente dos britânicos na quantidade de pódios.
Folha
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