Diversos

Caixa confirma intenção de reajustar prestação do Minha Casa, Minha Vida

A presidente da Caixa Econômica, Miriam Belchior, confirmou nesta quarta-feira (13) a intenção do governo de elevar as prestações mínimas do Minha Casa, Minha Vida para beneficiários da primeira faixa do programa, que ganham até R$ 1.800,00 por mês. A informação foi antecipada pela Folha de S.Paulo.

Segundo ela, o aumento é necessário, pois não há reajuste deste 2009.

Miriam defendeu que não haverá “penalização” dos beneficiários nem diminuição de subsídios. “O aumento da prestação está em linha com o aumento da renda e do valor dos imóveis”, afirmou.

JUROS MAIORES

Desde o dia 4 de janeiro, a Caixa está contratando imóveis para o Minha Casa, Minha Vida com os juros maiores anunciados no ano passado para o programa habitacional. Para famílias com renda a partir de R$ 2.350 (faixas 2 e 3 do programa), as taxas variam agora entre 6% e 8% ao ano. Anteriormente, ficavam entre 5% e 7,16% ao ano.

O Ministério das Cidades informou que a fase 3 do programa ainda não foi lançada, mas que a Caixa tem autonomia para liberar financiamentos nessas duas faixas, que contam com recursos do FGTS, sem uso de dinheiro do governo.

Para o lançamento da fase 3 do programa, faltam definir as novas regras para uso dos recursos do Orçamento, que bancam parte dos imóveis para famílias com renda inferior a R$ 2.350.

CAIXA SEGURIDADE

Questionada sobre a abertura de capital da Caixa Seguridade, processo que está suspenso, Miriam disse que a operação vai acontecer quando a situação do mercado “desanuviar”.

Segundo ela, a primeira janela possível, mas não provável, para a oferta inicial de ações do braço da Caixa no ramo de seguros e previdência será em abril.

Folha Press

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Brasil

Lula diz que não sairá da chefia do Mercosul sem fechar acordo com UE

Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quinta-feira (5) que assumirá a presidência rotativa do Mercosul, que dura seis meses, e não sairá do cargo sem fechar um acordo do bloco com a União Europeia.

A fala foi feita durante uma declaração conjunta com o presidente da França, Emmanuel Macron, em Paris, onde Lula realiza uma visita de Estado de seis dias.

Após a fala do brasileiro, Macron discordou, afirmando que o texto “precisa ser aprimorado” e que os agricultores franceses “devem ser protegidos”.

CNN

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Cidades

Volume de chuvas no RN cai 42% e reservatórios preocupam

Foto: Júnior Santos

As previsões climáticas feitas no início do ano para o Rio Grande do Norte não se concretizaram. Dados da Emparn apontam que, entre março e maio, choveu em todas as regiões do estado, mas bem abaixo do esperado. No mesmo período de 2024, foram 440 mm. A estimativa para este ano era de cerca de 382 mm no acumulado do trimestre, mas foram registrados apenas 252 mm. Isso significa uma queda de 42% entre o que choveu em 2025 e o que choveu no ano passado. O reflexo imediato desse cenário é a queda no volume dos reservatórios potiguares, que terminaram maio com 50,23% da capacidade total, índice inferior aos 61,34% registrados no fim de janeiro.

O levantamento do Instituto de Gestão das Águas (Igarn) mostra que os 70 reservatórios monitorados somam atualmente 2,65 bilhões de metros cúbicos de água, frente a uma capacidade total de 5,29 bilhões. É uma redução considerável em relação ao volume registrado no início do ano. “Os dados mostram que houve baixa recarga dos reservatórios do Rio Grande do Norte. Quando você tem menos água, você tem que fazer já uma gestão prioritária para alguns usos”, afirma Procópio Lucena, diretor-presidente do Igarn.

O cenário contraria as projeções feitas em fevereiro, quando os meteorologistas indicaram que as chuvas ocorreriam dentro da normalidade, sem influência direta dos fenômenos El Niño e La Niña. No entanto, a instabilidade climática acabou impondo outro caminho. Ele relata que março até começou promissor, mas a segunda quinzena já trouxe sinais de queda nas precipitações. “Se não chover bem em março e abril, não tem recarga nos mananciais. E abril foi ainda pior”, relata Bristot. Para o meteorologista, esse comportamento anômalo vem agravando a situação hídrica e agrícola no estado.

Agora, a preocupação do Igarn é garantir que o volume de água atual seja suficiente para atravessar o restante de 2025 e chegar até a próxima quadra chuvosa. “A prioridade é o consumo humano e matar a sede dos animais. Ainda estamos com um percentual razoável, se olhar só para o momento atual. Mas, olhando para 2026, já sinaliza uma preocupação”, alerta Procópio Lucena.

A barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior reservatório do estado, acumula 60,23% da capacidade. A Oiticica, em Jucurutu, está com apenas 14,46%. Outros reservatórios importantes, como Santa Cruz do Apodi (66,80%), Umari (70,94%), Gargalheiras (65,82%) e Dourado (34,68%) também não atingiram níveis que garantam a sangria esperada.

Diante do cenário, o Igarn destaca que a gestão hídrica será mais rigorosa. “Agora é fazer a gestão, o monitoramento e o planejamento do uso daquilo que nós temos. Precisamos esticar essa água ao máximo que puder para garantir as necessidades humanas e produtivas que temos no nosso estado”, reforça Lucena. Ele também defende que é hora de iniciar uma mobilização junto à sociedade. “Vamos fazer uma série de ações envolvendo os municípios, movimentos sociais, nosso governo do estado, igrejas, federações de agricultores e trabalhadores, para que todos entendam a necessidade de usar essa água com parcimônia, sem exageros.”

Tribuna do Norte

 

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Geral

Moraes manda BC informar detalhes de Pix recebidos por Zambelli

Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um novo inquérito contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A decisão inclui uma ordem ao Banco Central para que informe, com detalhes, os valores e os remetentes das transferências via Pix recebidas pela parlamentar nos últimos 30 dias.

A medida faz parte de uma investigação sobre a possível prática dos crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação de organização criminosa.

Além do pedido ao Banco Central, o ministro determinou à Polícia Federal que realize o monitoramento das redes sociais da parlamentar e de pessoas próximas para preservar eventuais provas, e que colha o depoimento de Zambelli no prazo de 10 dias.

O inquérito foi motivado por declarações recentes de Zambelli em uma entrevista ao canal AuriVerde, no YouTube, na qual afirmou estar fora do país. A fala levou a Procuradoria-Geral da República (PGR) a pedir sua prisão preventiva, que acabou sendo autorizada por Moraes. O ministro também solicitou à Interpol a inclusão do nome da deputada na lista de procurados.

Arrecadação via Pix

Após condenação no STF, a deputada passou a pedir doações por Pix em suas redes sociais, alegando não ter condições de arcar com multas judiciais a que foi condenada. Em um vídeo divulgado online, Zambelli afirmou ter recebido mais de R$ 166 mil em doações. O valor, segundo ela, seria para custear multas judiciais em processos nos quais foi condenada.

Carla Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e oito meses de prisão e ao pagamento de R$ 2 milhões em danos morais coletivos por sua participação em um esquema de invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023.

A ação, segundo a Corte, teve participação do hacker Walter Delgatti Neto e incluiu a publicação falsa de um mandado de prisão contra o próprio ministro Alexandre de Moraes.

Metrópoles

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Geral

Buraco causa prejuízos e risco de acidentes em rotatória movimentada de Natal

Foto: Cedida

Um buraco de grandes proporções, que já pode ser considerado uma verdadeira cratera, está colocando em risco a segurança de motoristas que passam pela rotatória entre a Rota do Sol e o conjunto Cidade Verde, na zona Sul de Natal. A situação já dura mais de um mês, sem que nenhuma providência tenha sido tomada pelos órgãos responsáveis.

De acordo com denúncias recebidas pelo Blog do BG, o buraco está localizado bem no meio da via e já causou diversos prejuízos aos condutores. Pneus estourados, suspensão danificada e riscos de acidentes graves são relatos frequentes de quem passa pelo trecho diariamente.

As imagens mostram a gravidade da situação: a cratera ocupa boa parte da faixa de rolamento e está acumulando água, o que torna ainda mais perigosa a sua visualização, principalmente à noite ou em dias chuvosos – confira abaixo:

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Geral

Quaest: 66% acham que Lula não deveria se candidatar à reeleição

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (5) mostra que, para 66% dos entrevistados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deveria se candidatar à reeleição em 2026.

O número contrasta com os 32% que pensam que o petista deveria tentar um quarto mandato à frente do Palácio do Planalto no próximo ano. Na outra ponta, 2% disseram não saber ou não responderam.

Foto: Divulgação/Genial

Os eleitores contrários à tentativa de reeleição de Lula aumentaram. Em março de 2025, a mesma pesquisa mostrou que 62% compartilhavam a opinião, o que remonta a uma alta de quatro pontos percentuais.

Quando comparado ao mesmo período, os números de cidadãos favoráveis ao presidente disputando o cenário eleitoral de 2026 diminuiu, saindo de 35% para 32%.

A pesquisa ouviu 2.004 pessoas presencialmente entre os dias 29 de maio e 1º de junho de 2025. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

CNN

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Economia

Estímulos do governo atrasam efeito da Selic na atividade econômica, dizem economistas

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

As altas na taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central estão levando meses a mais do que o normal para desacelerar a atividade e reduzir as expectativas de inflação, por causa dos estímulos fiscais que, na direção contrária, empurram a economia brasileira neste momento.

Mesmo quando o BC sobe a Selic em situações em que esses incentivos não são tão pesados, o impacto não é imediato. Os efeitos na ponta —como a reação de empresas e consumidores ao novo patamar de juros e os efeitos sobre preços— vão sendo lentamente percebidos até atingirem seu potencial máximo entre seis a nove meses depois da mudança na taxa.

Esse tempo está maior, segundo economistas. A estimativa de Gabriel Barros, economista-chefe da ARX Investimentos, é que a defasagem da política monetária (nome técnico do fenômeno) varia hoje entre 12 e 16 meses. Em 2022, antes do salto no valor do programa Auxílio Brasil (que depois voltou a se chamar Bolsa Família), o especialista calculava a demora em nove meses.

“A defasagem ficou maior porque o fiscal está entupindo os canais de transmissão da política monetária”, afirma Barros. “Tem muito estímulo fiscal acontecendo, e isso está tirando a potência da política monetária. É como se o BC tivesse uma bola de ferro no pé, que atrapalha de progredir na direção da meta de inflação.”

O especialista afirma esse cenário foi visto no segundo mandato do governo de Dilma Rousseff, quando os estímulos fiscais e subsídios alcançaram patamar elevado. “É um momento parecido com o que vivemos hoje, com programas como o Vale-Gás, o Pé-de-Meia, a nova faixa do Minha Casa, Minha Vida e o consignado privado, entre outros.”

No ano passado, o governo gastou R$ 278,9 bilhões com o Bolsa Família e o BPC (Benefício de Prestação Continuada), mas os estímulos vão bem além disso, já que os subsídios medidos pelos gastos tributários (isenções fiscais), por exemplo, foram de R$ 544,5 bilhões em 2024.

“O gasto tem apresentado uma tendência de crescimento quase independente dos governos de plantão”, afirma o economista-chefe da Warren e especialista em contas públicas Felipe Salto.

Hoje em 14,75% ao ano, a Selic vem subindo desde setembro de 2024, quando estava estava estacionada em 10,50%, mas a taxa básica está acima de 10% desde o início de 2022. Apesar disso, a economia vem se mostrando resiliente, com o PIB surpreendendo para cima nos últimos anos.

“Quando a política fiscal é mais expansionista, diminui a potência da política monetária, que passa a ter menos efeito para desacelerar a atividade econômica. Isso gera uma convergência mais gradual, com uma defasagem mais longa”, afirma Fernando Machado, superintendente de pesquisa econômica do Itaú Unibanco.

Os dados de emprego divulgados na semana passada pelo IBGE são o sinal mais recente desse movimento. A taxa de desemprego ficou em 6,6% em abril, o menor patamar para o mês desde o início da série histórica, iniciada em 2012.

“Estamos convivendo há três anos e meio com juros acima de 10%. A economia já deveria mostrar algum sinal de desaceleração. Isso significa que os juros não estão funcionando? Eles provavelmente estão impactando a atividade, mas há outros fatores compensando, como a política fiscal”, aponta Ivo Chermont, economista-chefe da gestora Quantitas.

Apesar da forte injeção de juros na economia, as expectativas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para 2026 e 2027 estão em 4,50% e 4%, respectivamente, acima do centro da meta perseguida pelo BC, de 3%.

“Estamos no maior nível de juros em quase 19 anos, e poderíamos ter uma queda mais rápida da inflação. Mas a política fiscal expansionista tira a eficácia da política monetária”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

É a mesma avaliação de Emerson Marçal, coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP), que lembra que isso acontece apesar da política monetária ter ganhado força com a explosão do crédito à pessoa física observada nos últimos anos.

“É uma força contrária, um volume grande de benefícios, muitos subsídios”, diz. “E isso deve se manter, porque o ciclo político vai falar mais alto neste ano e no ano que vem. Só haverá correção de rumo a partir de 2027, se é que isso vai acontecer”, afirma Marçal.

Para Fernanda Guardado, economista-chefe do BNP Paribas para América Latina e ex-diretora do Banco Central, não houve mudanças substanciais nos canais de transmissão da política monetária.

“Quando se observa as taxas de juros no crédito para pessoas físicas e jurídicas, a conclusão é que elas vêm subindo da forma esperada”, afirma. “Outro canal que reage rápido à política monetária é o câmbio, e o real de fato vem se apreciando”.

Ela acredita que a economia perderá força no segundo semestre deste ano em consequência dos juros mais altos. “O mercado de trabalho é o último indicador que reflete o esforço monetário, porque depende da desaceleração da demanda, redução dos planos de investimentos e eventuais decisões de desligamentos”, afirma.

Na avaliação da economista, o Banco Central ainda subirá os juros uma última vez na próxima reunião, a 15% ao ano, e os deixará nesse patamar por bastante tempo. “Acredito que os juros só voltam a cair em maio de 2026”, diz.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Fazenda afirmou que não tinha porta-vozes com disponibilidade de agenda para conceder entrevista.

Folha de S.Paulo

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Geral

Regulação das big techs vira disputa institucional e expõe tensões entre Poderes

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Em meio à urgência para a regulamentação das redes sociais no Brasil, o STF (Supremo Tribunal Federal) retomou na quarta-feira (4) o julgamento sobre a responsabilização das plataformas digitais por conteúdos publicados por usuários. Apesar disso, a discussão do tema pela corte é criticada por alguns parlamentares, que entendem que o assunto é de competência do Poder Legislativo.

Atualmente, sem uma regulamentação definida, as big techs seguem as regras do Marco Civil da Internet. A norma, criada em 2014, cita que a responsabilização por parte das empresas só pode ocorrer caso o usuário responsável pelo conteúdo ofensivo descumpra uma ordem judicial de remoção, com exceção de conteúdo sexual não autorizado ou casos que violam direitos autorais.

Para o doutor em direito civil Luiz Fernando Plastino, embora a discussão sobre a constitucionalidade da lei e a responsabilidade das big techs seja necessária, o avanço do debate tem sido prejudicado pela crescente politização e polarização, que acabam distorcendo seu real propósito.

“Hoje, a direita e as big techs têm se aproximado, mas, na época da aprovação do Marco Civil, entidades de esquerda estiveram alinhadas à questão de liberdade de informação implicada. Do mesmo modo, responsabilidade das empresas é algo que sempre foi visto como necessário ao livre mercado, mas, hoje, é algo visto com desconfiança por algumas alas da direita. Falamos da forma de se manter valores democráticos que ultrapassam alinhamento político, mas não conseguimos discutir de forma isenta nesse aspecto”, comentou Plastino.

O especialista avalia que não há motivo para tensão entre os Poderes, já que o debate gira em torno da possível inconstitucionalidade de uma lei. Nesse cenário, cabe ao STF, caso entenda pela inconstitucionalidade, determinar sua retirada do ordenamento jurídico.

“O ideal é que o Congresso, eleito para isso, trate de atualizar a legislação. Independentemente de ser declarada ou não inconstitucional, ela não parece mais refletir o nosso tempo. Mas é dever do STF julgar se há compatibilidade com a Constituição em primeiro lugar”, completou.

Congresso x STF

Ao rebater as críticas sobre o STF invadir capacidades do Congresso, o presidente da corte, ministro Luís Roberto Barroso, negou que o tribunal esteja regulando ou legislando ao decidir sobre a responsabilização das redes sociais.

“Estamos decidindo casos concretos em que surgiram litígios, pessoas se sentiram lesadas em seus direitos e procuraram o Judiciário. O Judiciário não está legislando e muito menos regulando em caráter geral, abstrato e definitivo as plataformas digitais”, afirmou Barroso ao retomar o julgamento do tema nessa quarta.

“Deixando claro, os critérios adotados pelo tribunal só prevalecerão até que Congresso legisle, se e quando entender que deve legislar. Quando o Congresso legislar a respeito, é a vontade do Congresso que prevalecerá, desde que compatível com a Constituição”, completou o presidente do STF.

A expectativa é que a corte amplie as hipóteses em que redes sociais e big techs podem ser responsabilizadas por publicações ofensivas, ilegais ou que incitem ódio.

Das ações analisadas, um recurso do Facebook questiona decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que determinou a exclusão de um perfil falso da rede social. No outro tema, o Google contesta decisão que a responsabilizou por não excluir do Orkut uma comunidade criada para ofender uma pessoa e determinou o pagamento de danos morais.

As ações discutidas no STF debatem a possibilidade de remoção do conteúdo ilegal, sem a necessidade de uma ordem judicial. Para o ministro Dias Toffoli, relator de uma das ações, a exigência dá imunidade às plataformas. Assim, ele propõe que a responsabilização se baseie em um dispositivo que preveja a retirada do conteúdo mediante simples notificação.

Barroso, que já apresentou o voto dele no julgamento, entende que a regra do Marco Civil não dá proteção suficiente a direitos fundamentais, como a dignidade da pessoa humana, e a valores importantes para a democracia. Ele defende que, se a plataforma for notificada de algo que representa crime, como a criação de um perfil falso, a retirada do conteúdo seja imediata.

No Congresso, o principal projeto que discute a regulamentação das plataformas, conhecido como PL das Fake News, foi aprovado pelo Senado, mas segue parado na Câmara dos Deputados.

Lula defende regulamentação

Na terça-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a regulamentação das redes sociais e afirmou que o governo quer acelerar o processo de maneira democrática. Ele também disse que os trâmites podem ser feitos pelo Congresso ou pelo STF.

“Temos que fazer uma regulamentação pelo Congresso Nacional ou pela Suprema Corte. Nós queremos apressar a regulamentação da forma mais democrática possível, ouvindo a sociedade brasileira”, disse em coletiva a jornalistas.

Ao pedir pela regulação das plataformas digitais, Lula defendeu a medida como estratégia de preservação da democracia e criticou opositores políticos que interpretam a legislação como retirada da liberdade de expressão. Sem citar nomes, contextualizou a fala com a atuação de envolvidos nos atos do 8 de Janeiro e afirmou que a todos foi concedido o direito de defesa.

“Não é possível que um cara tente dar um golpe de Estado neste país e diz que isso é liberdade de expressão. Depois de se estar fazendo justiça no país dando a eles o direito de defesa como pouca gente teve, eles acham que estamos tirando a liberdade de expressão”, comentou.

R7

Opinião dos leitores

  1. O objetivo não é regulamentar é CENSURAR, até porque regulamentada já está com a aprovação do “marco civil da Internet.

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Geral

Governo Lula gasta R$ 168 mil em show para jantar de Lula, Janja e Macron

Foto: Reprodução/Instagram

O governo federal vai desembolsar R$ 168 mil em cachê artístico para a cantora Roberta Sá se apresentar em um jantar nesta quinta-feira, 5. O evento em Paris atende a um convite do líder francês, Emmanuel Macron, ao presidente Lula da Silva. O Diário Oficial da União divulgou os termos do contrato para o show nesta quarta-feira, 4.

A apresentação da cantora integra um roteiro diplomático. A programação inclui tradicionais discussões sobre acordos bilaterais, espaço para cerimônias, protocolos e ações culturais — tudo financiado com dinheiro público.

Governo convive com impasse comercial

O jantar vai ocorrer em meio às negociações do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. A pauta enfrenta forte resistência do governo francês, principalmente por questões ambientais, bem como proteção ao setor agrícola local.

Lula vai permanecer na França até o próximo domingo, 9. A agenda prevê encontros sobre temas como a mudança climática e a guerra na Faixa de Gaza. Busca, do mesmo modo, destravar o impasse do acordo entre os blocos econômicos. O presidente brasileiro, que não tem curso superior, também receberá um título de doutor honoris causa e participará de debates na Universidade de Sorbonne.

Artistas, homenagens e cheques públicos

A expectativa é que Lula e Macron assinem cerca de 20 atos bilaterais que envolvem acordos nas áreas de vacinas, segurança pública, educação e ciência. Esta é a primeira visita de Estado de um presidente brasileiro à França em 13 anos. A última ocorreu em 2012, durante o governo Dilma Rousseff.

Roberta Sá, de 44 anos, é considerada um dos nomes de destaque da música popular brasileira contemporânea. Ela tem passagens por gêneros como MPB, samba e bossa nova. A cantora, aliás, já foi indicada ao Grammy Latino e, assim, mantém parcerias com nomes como Chico Buarque e Gilberto Gil.

Em maio, ela recebeu a Ordem do Mérito Cultural, maior honraria da cultura brasileira. O símbolo foi entregue pessoalmente pelo presidente Lula, assim como pela primeira-dama Janja da Silva. O evento marcou um novo gesto que reforça a percepção de que cultura, política e viagens oficiais caminham juntos neste governo à base de dinheiro do pagador de impostos.

Revista Oeste

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Geral

Moraes abre inquérito contra Zambelli e determina oitiva em 10 dias

Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um novo inquérito para investigar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A decisão, proferida nesta quarta-feira (4), estabelece que a Polícia Federal ouça a parlamentar no prazo de até 10 dias.

O objetivo é apurar indícios de suposta prática de dois crimes: coação no curso do processo e obstrução de investigação que envolva organização criminosa.

Na decisão, Moraes também determinou que a Polícia Federal realize o monitoramento e a preservação de postagens feitas por Zambelli ou por pessoas próximas a ela nas redes sociais, desde que tenham relação com a investigação.

Além disso, o ministro ordenou que o Banco Central informe, de forma detalhada, os valores e os remetentes de transferências via Pix recebidas por Zambelli nos últimos 30 dias. Segundo a parlamentar, ela arrecadou mais de R$ 166 mil com doações via transação eletrônica.

O inquérito foi aberto após a deputada dar uma entrevista ao canal AuriVerde, no YouTube, na qual afirmou estar fora do país. A fala gerou reação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pediu a prisão preventiva de Zambelli. Em seguida, Moraes determinou sua detenção e a inclusão do nome da parlamentar na lista vermelha de procurados da Interpol.

Resposta por escrito

Como Zambelli está fora do país e sem previsão de retorno, o que inviabilizaria o interrogatório presencial dentro do prazo estipulado, Moraes permitiu na decisão desta quarta que ela envie por escrito os esclarecimentos necessários à investigação.

Além disso, diante do desconhecimento do paradeiro exato da parlamentar, o ministro do STF determinou que ela seja notificada pelos endereços eletrônicos.

Metrópoles

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Geral

Impopularidade de Lula torna mais cara fatura no Congresso e afasta apoios para reeleição

Foto: Rafaela Araújo/Folhapress

É recorrente ouvir nos corredores do Congresso que, hoje, poucos deputados e senadores têm coragem de postar uma foto com o presidente Lula (PT) em suas redes sociais, dada a impopularidade atual do petista, reforçada por pesquisas de opinião em série.

Desta vez, foi o levantamento da Quaest a apontar que a percepção negativa sobre a gestão permanece elevada, num momento em que o governo se vê às voltas com as crises do IOF e, principalmente, do INSS.

O medo de perder eleitores faz com que até parlamentares de partidos de esquerda hesitem em divulgar a aliança com o petista.

Há três dias, Lula participou da cerimônia que deu posse a João Campos na presidência do PSB e afirmou que, se continuar “bonitão”, a “extrema direita não volta a governar esse país”. Era natural que, após comparecer ao evento, Lula tivesse fotos e vídeos publicados pelos parlamentares da sigla nas redes, mas eles pareceram não concordar com o autoelogio.

Dos 15 deputados federais do PSB, só 4 postaram retratos ou falas do petista nas últimas semanas em seus feeds. Dos 4 senadores, 2 não publicam imagens do presidente há meses.

Se a vinculação ao governo afeta até os congressistas de esquerda, é no centrão que a impopularidade de Lula bate mais forte: a fatura para aprovar no Congresso as propostas de interesse do Planalto será cada vez mais alta, e as chances de apoio à reeleição parecem praticamente nulas.

MDB e PSD já não escondem que estão distantes da “frente ampla” pela reeleição. Seus líderes argumentam que apenas os políticos da região Nordeste topam essa foto. Nos demais estados, a percepção é que estar ao lado de Lula na reeleição tirará votos e que não há motivo para impor esse desgaste quando a prioridade é fortalecer as bancadas na Câmara e no Senado.

Nos demais partidos de centro-direita e direita, a hesitação é maior e provoca momentos inusitados. Em abril, quando Lula jantou com líderes partidários, alguns políticos fugiram discretamente da lente do fotógrafo para não aparecer no registro do encontro. Nem o protagonista do livro “Onde Está Wally?” se escondeu tão bem.

A pesquisa Quaest desta quarta (4) acaba reforçando a falta de boa vontade dos políticos do centrão com o petista dentro do Congresso. Os dados mostram dificuldade de recuperação de Lula em seu pior momento, com 43% de avaliação negativa e apenas 26% de positiva. Em março, eram 41% a 27%. A margem de erro é de dois pontos.

No começo do ano, os motivos que levaram Lula a atingir o que os petistas esperavam ser o fundo do poço eram a inflação alta e a crise do Pix. Agora, a impressão sobre a alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis caiu, o que pode até ser comemorado por eles, mas a fraude contra aposentados e os protestos de empresários contra a nova alta de impostos mantiveram o desgaste em patamar elevado.

No caso do INSS, o governo Lula foi incapaz de fazer a população acreditar na sua estratégia de jogar a culpa no governo Bolsonaro e assumir o papel de algoz dos malfeitores, responsável por devolver o dinheiro pilhado dos velhinhos. Para 31% dos eleitores, a culpa é, sim, da atual gestão. Apenas 8% atribuem a paternidade da fraude nos descontos à administração anterior.

Na crise do IOF, a população se mostra mais inclinada a apoiar os atores que defendem derrubar a alta do imposto do que enxergar mérito nos argumentos do governo, de que é necessário elevar novamente a arrecadação para o poder público não travar.

A pesquisa mostra que 50% dos entrevistados consideram o aumento do tributo um erro, embora só 39% tivessem conhecimento de que isso havia ocorrido quando foram questionados pelos entrevistadores.

A falta de apoio popular à iniciativa deixa o Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda em situação delicada para negociar as medidas compensatórias que permitam a Lula recuar da alta do imposto e, ao mesmo tempo, manter o patamar de despesas nos níveis pretendidos.

Folha de S.Paulo

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