Toninho Medina é candidato a deputado federal pelo PTB com o número 1410. O mesmo que era utilizado pelo ex-deputado Romeu Queiroz, um dos condenados no escândalo do mensalão. Algo que coloque algum peso sobre Medina? Não, porque ele diz que sequer conhecia o fato. “Não o conheço, ele não me conhece e nem nunca me viu tão gordo. Só ganhei o número lá”, diz, aos risos.
Medina, que está em sua terceira eleição, filou-se ao PTB apenas neste pleito e conta que ganhou o número 1410 quase por acaso. Ele lembra que, perguntado sobre qual número gostaria de usar, afirmou que o partido poderia escolher por ele. Foi aí que um colega deu a sugestão. “Ele me disse: ‘Poxa, você é 10’. Aí ficou o 10 para completar o número”, relata.
Geralmente, os números dos candidatos são definidos na convenção estadual dos partidos. Quem é candidato à reeleição tem preferência para manter o mesmo número. E se mais de um concorrente quer a mesma combinação, é realizado um sorteio.
Medina estava no PSC e se mudou para o PTB junto com um grupo do antigo partido. Por isso, diz não ter nem conhecido o ex-deputado Romeu Queiroz. “Não acredito que possa influenciar, isso [ter o mesmo número] é indiferente. Sou totalmente diferente e o que importa é que o que eu pretendo fazer se for eleito”, afirma.
Aos 69 anos, o candidato se vê como uma renovação no Congresso. “Tenho quase 70 anos e ouço: ‘Você já era, coroa’. Não é isso. Se continuar do jeito que está, ficará ruim para a gente e para quem vem por aí”, diz.
Ao listar suas propostas, Medina fala com “consertar os direitos humanos e pensar mais na segurança”. “Hoje você não pode sair no portão de casa com medo de violência, desse negócio de droga. Acho que quem comete qualquer crime tem que ser punido, sem olhar a idade”, fala.
Medina ainda defende que, em caso de uma condenação de 30 anos, por exemplo, é preciso cumprir toda a pena. Na opinião do candidato, relaxamento de pena é errado.
Outra proposta do novo 1410 nas urnas de Minas Gerais é regularizar os cassinos. E Medina não poupa farpas para defender seu ponto de vista. “Tem que abrir o cassino no País porque já existe casa de bingo para todos os lados e é todo mundo trabalhando na clandestinidade. Você ganha o seu dinheiro e pode fazer dele o que você quiser. Você vai lá na lotérica, gasta o seu dinheiro e o governo não fala nada e inclusive incentiva você com apostas, raspadinha. Se o jogo é proibido no Brasil, então fecha tudo. É o meu ponto de vista. Se não, deixa todo mundo jogar. Pelo menos seria legal, pagaria imposto e quem trabalha teria todos os direitos”, explica.
Outro candidato que não sabia que seu número já havia sido usado por um condenado do mensalão é João Arruda. Ele concorre à reeleição como deputado federal no Paraná pelo PMDB com o número 1511. Antes, quem usava a combinação era José Borba.
Arruda só ficou sabendo da “herança” quando já havia sido eleito pela primeira vez, em 2010. E naquele pleito, quem havia o ajudado a optar pelo 1511 foi uma tia.
Na época restavam poucos números disponíveis para deputado federal. Arruda poderia ficar com o 1509 ou o 1511. “Estava na dúvida e a Dona Nadia, que é bem sensitiva, disse para eu optar pelo 1511. Usei em 2010, me elegi e mantive o número”, conta o candidato.
IG
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