Por Interino
Após uma série de levantamentos feitos, foi descoberto que as despesas geradas pelo Carnatal superavam bastante a receita recolhida nos quatro dias de folia.
Lógico que há ganhos particulares – propiciados pela atividade. A rede hoteleira, restaurantes, taxistas e ambulantes, por exemplo, tiravam sua parcela de lucro no atendimento aos turistas que corriam atrás dos trios elétricos.
Os custos decorrentes do evento particular atingiam tanto a folha da Prefeitura como a do Governo do Estado, enquanto a contrapartida oferecida, através da arrecadação tributária, correspondia a pouco mais de um terço do que era desembolsado em ações específicas da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e as várias secretarias envolvidas na logística da farra da axé music, como a de Serviços Urbanos (Semsur), de Mobilidade Urbana (Semob), de Saúde (SMS) e a Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana).
De acordo com a auditoria do Tesouro Municipal, o volume de tributos diretamente ligados ao Carnatal, que são arrecadados pela prefeitura, girava em torno de parcos R$ 350 mil. É importante salientar que estão incluídos nesse valor os impostos recolhidos junto ao comércio, ao setor hoteleiro e à própria empresa organizadora do evento, a Destaque Promoções.
A falta desses R$ 350 mil, quando diluída na receita anual da cidade, não representa impacto relevante nas contas do município. O valor não é significativo.
Com informações de Cleo Lima – Novo Jornal
Foto: Divulgação
Isto não é novidade. Desde a criação dessa quermesse que a empresa Destaque arrecada altas cifras usando serviços públicos. Qualquer cidadão comum que solicite serviços públicos para eventos privados receberá um sonoro não. Menos a Destaque, claro.
Mas ainda bem que esta festa privada com recursos públicos está com os dias contados. Pelo balanço e "animação" do Carnatal 2013 é muito provável que a Destaque desista e procure outra mina. Esta galinha dos ovos de ouro está morre não morre e a teta já deu o leite que podia.
A cidade do Natal não conta com festas populares. A única festa que temos é o Carnatal! Trata-se de um evento que, em que pese ser privado e gerar lucros para uma empresa, não deixa de ser uma festa verdadeiramente popular, tendo em vista que permite que todas as pessoas possam acompanhar também os blocos, na pipoca. E como toda festa popular traz consigo alguns parcos transtornos que atingem pequenina parte da população que mora nas proximidades do local. Registre-se que se a Prefeitura e o Governo resolvessem contratar apenas uma das bandas do Carnatal para tocar uma única noite na cidade gastaria o equivalente aos incentivos concedidos. Outrossim, é importante lembrarmos ainda que, assim como o Direito à Saúde, à Educação, ao Trabalho, à moradia e a vários outros direitos sociais, o Direito ao Lazer também é garantido pela nossa Carta Maior, em seu art. 6º. Assim, acredito que defender o fim da única festa popular da cidade é, no mínimo, insensato! Típico de pessoas ranzinzas, que só vivem de reclamar da vida e que guardam consigo um rancor que não as permite ver outras pessoas se divertindo.
Isso não é novidade para qualquer um que realiza um número razoável de sinapses. Todos sabíamos que a empresa organizadora sugava a cidade e seus habitantes e era a única que auferia lucros.
Esperemos uma resposta a seguinte pergunta: Um evento promovido por particulares e sendo deficitário para os cofres públicos, porque ficou tanto tempo contando com essa "mãozinha"?
Ou seja, festa privada patrocinada com dinheiro dos meus impostos!