O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu um telefonema na quinta-feira passada, poucas horas depois de voltar dos Estados Unidos, que traduziu a temperatura política de Brasília. “Se você ficasse mais uma semana fora, a vaca ia para o brejo. Ninguém quer votar mais nada”, disse a ele o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), chefe do Solidariedade, resumindo o mau humor do Centrão com o Palácio do Planalto.
Maia respondeu que a agenda econômica precisava ser votada. Naquela mesma manhã, porém, ele recebeu na residência oficial outros deputados do mesmo grupo, que não só reclamaram da falta de interlocução com a equipe do presidente Jair Bolsonaro como disseram ser preciso “reformar a reforma’’ da Previdência e apresentar uma proposta alternativa. Uma das ideias em discussão é tirar os Estados das mudanças na aposentadoria, para mostrar quem manda na Casa. Com a desarticulação do governo, o Centrão tenta, cada vez mais, ditar a pauta no Congresso.
O clima piorou na sexta, quando Bolsonaro compartilhou pelo WhatsApp uma mensagem de “autor desconhecido” com fortes críticas ao Legislativo, dizendo que o Brasil é “ingovernável” fora de conchavos promovidos por “corporações” instaladas nos três Poderes. O texto causou revolta e, nos bastidores, foi classificado por deputados como uma “provocação”, que deve ter “troco”.
Visto como fiador da estabilidade em qualquer governo, da direita à esquerda, o Centrão se notabilizou, nesta temporada, por fustigar Bolsonaro e impor derrotas em série ao governo. Na prática, nada anda na Câmara sem o aval desses partidos com espectro de centro, centro-direita e direita que, muitas vezes, fazem dobradinha com a oposição.
Agora, por exemplo, a maioria do grupo – que reúne cerca de 230 dos 513 deputados – só concorda em aprovar a Medida Provisória da reforma administrativa se o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ficar fora da alçada do ministro da Justiça, Sérgio Moro.
A “providência” para escantear o ex-juiz da Lava Jato já foi tomada pela comissão mista do Congresso, mas ainda pode ser revertida em plenário. A MP diminui o número de ministérios de 29 para 22 e expira em 3 de junho. Se não receber sinal verde do Congresso até essa data, as fusões de ministérios serão desfeitas e o governo poderá ter de recriar até dez pastas.
“Eu já vi governo com bom diálogo, como o do ex-presidente Lula, votar 30 MPs em um dia. É que a base do governo Bolsonaro está desorganizada, mas dá para votar, sim”, disse Maia.
A estratégia que emparedou Moro foi definida na casa de Maia, no início do mês, em reunião do núcleo duro do Centrão, formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade. O encontro ocorreu seis dias após Paulinho da Força dizer no palanque, em um ato pelo Dia do Trabalho, que era preciso “desidratar” a reforma da Previdência para impedir a reeleição de Bolsonaro.
“Você quase derruba a República, rapaz!”, afirmou o deputado Wellington Roberto (PB), líder do PR, dirigindo-se a Paulinho. “Vamos trancar você, no ano que vem, no dia 30 de abril e só soltar em 2 de maio”, completou Maia. Todos riram.
Em seu terceiro mandato como presidente da Câmara, Maia se tornou o principal articulador do Centrão, mas nem sempre concorda com o grupo – no caso da Previdência, por exemplo, ele diverge da proposta de reforma alternativa. O deputado teve o apoio do bloco, de “agregados” do PSDB e de parte da oposição para se reeleger, em fevereiro, além do respaldo do próprio PSL de Bolsonaro, hoje o único partido da base aliada.
A pedido do presidente, Maia indicou Alexandre Baldy (PP), secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, para comandar o Ministério das Cidades, se a pasta for mesmo recriada. A indicação, porém, contrariou uma ala do Centrão.
ESTADÃO CONTEÚDO
Vamos deixar de confusão e vamos aprovar a reforma tudo melhora
Por "Governo desarticulado" entende-se NÃO CEDER às chantagens de corruptos.
Quem manda no brasil e o CENTÃO É O STF
ainda acho que seria melhor o exercito tomar conta dessa zona e mandar estes bandidos para gaiola, fazerem companhia para o chefe da organização
Pra votar o que precisa ser feito no País, não precisa de ARTICULAÇÃO, essa palavra no fundo, no fundo se traduz em troca de favores, o famoso toma lá dá cá. É por isso que o presidente disse a frase, " sem a sociedade o país se torna ingovernável" ou seja, o povo tem que precionar esses FDP cumilões de DINHEIRO público, marque aí nos Estados, quem é o parlamentar que faz parte dessas cachorradas. Fora os deputados do centrão.
Essa chamada era melhor: o povo desarticulado fazem os ladrões do congresso aumentar o caos financeiro e o desemprego, e não votam projetos que tentem barrar a violência e a corrupção. Enfim mostram pra que estão ali.
O que faz o governo e o povo perder no congresso, são os que estão ali pra roubar e não serem punidos, por isso querem que voltem os números exagerado de ministério pra poder assaltar os cofres públicos sem freios, e as despesas públicas estourarem. Ao mesmo tempo que não votam o projeto anti crime do Moro, pois querem continuar sem controle da justiça, ao mesmo tempo com lei ineficientes pra Gilmar Mendes continuar soltando ladrões no STF. Essa é a única pauta do central, o povo que exploda. A mascara do congresso caiu, vamos derrubá-los, a nação não merece esse congresso insensível ao sofrimento do povo.