Economia

Com problemas de caixa e muitas dívidas, empreiteiras envolvidas na Lava-Jato perdem espaço

Multas bilionárias impostas pelos acordos de leniência, dívidas extremamente elevadas e o brusco encolhimento das carteiras de projetos colocaram as grandes construtoras do país, todas envolvidas na Operação Lava-Jato, em uma situação delicada, que não deve mudar tão cedo. Os problemas são muitos. Odebrecht e Andrade Gutierrez, por exemplo, negociam com bancos a contratação de novos créditos para arcar com compromissos milionários que vencem este mês. A UTC está em atraso com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em um dos acordos fechados no âmbito das investigações de corrupção, e a OAS está com os salários de parte de seus funcionários atrasados.

Para analistas, no entanto, a economia vai superar os efeitos da crise das grandes empreiteiras. O economista Claudio Frishtack, presidente da Inter.B Consultoria, vê o espaço dessas construtoras em crise sendo ocupado por outras de médio porte, que se associam a outras. Ele vê, em um segundo momento, frutos positivos para a economia:

– Algum efeito na economia teve, mas, ao mesmo tempo, vai se criar um ambiente mais competitivo, mais aberto. Isso vai ter impacto sobre o PIB (Produto Interno Bruto), com ganho de produtividade, o que compensará eventuais perdas. Teremos um ambiente em que todos efetivamente competem de igual para igual, sem cartelização.

Frishtack diz que essas construtoras tiveram papel de enorme relevância, “até excessiva”, mas não são insubstituíveis:

— Meu pai dizia que o cemitério está cheio de pessoas insubstituíveis. Elas vão voltar para o mercado público, do privado elas nunca saíram, mas em condições bastante diferentes. O mercado público reduziu-se muito.

Para ele, a única expertise das empreiteiras que será difícil de substituir é na construção de barragens para hidrelétricas, o que não está no horizonte no momento, ressalta.

MÉDIAS CONSTRUTORAS OCUPAM MERCADO

As empresas, hoje, se veem entre a dificuldade de obter recursos para atender a compromissos financeiros assumidos na época de bonança e a necessidade de pagar as multas dos acordos de leniência e outras decorrentes dos processos de investigação dos esquemas de corrupção.

— Devagar, essas empresas estão se recuperando. Aparece um projeto ou outro, mas isso vai ocorrer de forma lenta. Elas mudaram (estão com menos projetos e receitas menores), mas a estrutura de capital continuou a mesma (dívidas elevadas) e ainda há as multas dos acordos — diz Marcos Schmidt, analista sênior da agência de classificação de risco Moody’s.

Eduardo Padilha, professor de infraestrutura do Insper, avalia que, quando as grandes obras forem retomadas, as médias construtoras nacionais e as estrangeiras vão entrar na concorrência. O maior entrave para que esse tipo de projeto saia do papel, diz, é macroeconômico:

— O governo encontra dificuldade de estruturação dos projetos e também não tem dinheiro para obras grandes. Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) tem sido mais rigoroso na análise, o que tem tornado mais difícil a aprovação dessas obras.

Alessandra Ribeiro, sócia e responsável pela área de macroeconomia e política da Tendências Consultoria, afirma que, depois de quatro anos de Lava-Jato, o impacto na economia da crise das empreiteiras vai sendo diluído:

— Já vemos algumas empresas médias se associando a outras de fora. O mercado vem sendo ocupado. O efeito ruim para o investimento tem sido atenuado por esse movimento.

Segundo Alessandra, a construção civil residencial já está começa a esboçar reação, mas o mesmo não aconteceu com as obras de infraestrutura. Em grande parte, diz, porque o programa de concessões não deslanchou no governo Michel Temer.

A Odebrecht, maior construtora do país, viu sua carteira de projetos cair de US$ 34 bilhões, em 2014, início da Lava-Jato, para cerca de US$ 16 bilhões. Ou seja, menos recursos entrando no caixa. O contrato mais recente, fechado com Furnas para expansão da termelétrica de Santa Cruz, no Rio, foi de R$ 578 milhões. Em setembro, segundo a Moody’s, a Odebrecht Engenharia e Construção tinha US$ 700 milhões em caixa.

O vencimento das dívidas, porém, prossegue. Uma parcela de R$ 500 milhões, referente à emissão de títulos no exterior tem de ser paga até o dia 30, e outros R$ 400 milhões vencem ao longo do ano. Paralelamente, a empresa tem de começar a honrar o acordo de leniência, cuja multa, de R$ 8,5 bilhões, será paga no prazo de 22 anos.

Quando fechou o acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), a Odebrecht adotou um plano de venda de ativos, para levantar R$ 12 bilhões. Conseguiu R$ 7 bilhões. Mas a expansão da Lava-Jato, com denúncia de pagamento de propina a autoridades no Peru, levou ao congelamento dos seus bens naquele país. Com isso, a empresa não conseguiu receber US$ 1,4 bilhão (R$ 4,4 bilhões) referente à venda da hidrelétrica Chaglla para a State Grid, e hoje negocia com grandes bancos créditos de R$ 3 bilhões.

O Grupo UTC, por sua vez, deixou de arcar com uma das parcelas do termo de compromisso de cessação (TCC) fechado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), no valor de R$ 139 milhões. E ainda há uma multa de R$ 574 milhões do acordo de leniência. Segundo a empresa, o atraso decorre da dificuldade em ter acesso a alguns créditos a receber.

Mais delicada é a situação da Mendes Júnior. Quase dois anos após pedir recuperação judicial, a empresa não chegou a um acordo com seus 3.371 credores sobre como a dívida de R$ 360 milhões será paga. Se não for encontrada uma solução na assembleia marcada para a próxima segunda-feira, dia 16, pode ser decretada a falência da companhia, segundo a administradora judicial, a advogada Maria Celeste Morais Guimarães.

A proposta feita pela construtora de converter parte das dívidas em debêntures (títulos de dívida), com prazo para iniciar o pagamento em 15 anos, não foi aceita pelos credores. A Mendes Júnior então propôs pagar em dinheiro, em 60 dias, a quem tinha saldo a receber de até R$ 15 mil. Acima desse limite, foi oferecido um deságio de 30% e início de pagamento em 15 anos, o que os credores rejeitaram. Outra oferta foi deságio de 50% de valores acima de R$ 15 mil e início de pagamento em 7 anos.

— Os credores acharam o deságio muito alto. Além disso, boa parte deles é de empresas de transporte, de aluguel de máquinas e equipamentos. Não estão acostumadas com o mercado financeiro e nem sabem o que fazer com debêntures — diz uma pessoa que acompanha as conversas.

Os credores propõem deságio de 25% da dívida e 36 meses para início do pagamento.

 

A situação de caixa da Mendes Júnior é tão ruim que a construtora não fechou acordo de leniência porque não há recursos suficientes para pagar as multas. Declarada inidônea, a construtora não pode tocar obras públicas.

A Andrade Gutierrez, que tem R$ 1 bilhão para pagar em seu acordo de leniência, precisa antes se livrar de dívidas anteriores à Lava-Jato. A empresa tinha em setembro R$ 700 milhões em caixa, mas precisa pagar R$ 1,1 bilhão referente a títulos de dívida que vencem neste mês. O caixa frágil decorre da queda do volume de projetos, que passou de R$ 34 bilhões antes da Lava-Jato para R$ 18,3 bilhões.

A OAS também entrou em recuperação judicial. Com dívidas de mais de R$ 9 bilhões e uma carteira de projetos reduzida à metade, para R$ 5 bilhões, a empresa chegou a atrasar salários em março. Um alívio pode vir na transferência de sua participação na Invepar para um grupo de credores. Mas, por se tratar de uma concessionária de serviço público, a aprovação da alienação das ações demorou a sair. O tema será levado à assembleia de credores do dia 26, que deverá estabelecer um novo cronograma para pagar as dívidas.

O GLOBO

Opinião dos leitores

  1. Essa é a grande herança da "lava jato": a destruição da indústria nacional. Punir sim, as pessoas, não os empregos!!!

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Geral

VÍDEO: Homem circula com camiseta do Hamas em evento na Câmara dos Deputados

Por proposição dos deputados João Daniel (PT-SE) e Padre João (PT-MG), a Comissão de Legislação Participativa da Câmara discutiu nesta quarta-feira (24) a “Crise Humanitária na Faixa de Gaza, Violações dos direitos humanos e do Direito Internacional pelo Estado de Israel”.

Chamou a atenção um homem vestido com camiseta do Hamas distribuindo panfletos para os parlamentares membros da comissão. Hamas é o grupo terrorista que promoveu verdadeira carnificina em Israel.

Ocasião em que o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) usou um keffiyeh palestino – lenço xadrez preto e branco que geralmente é usado em volta do pescoço ou da cabeça.

Representando o Itamaraty, o diplomata Antônio Carlos Antunes Santos falou sobre “A Soberania palestina, a relação diplomática Brasil-Palestina, perspectivas para a paz na região e a política de repatriação no conflito”.

Com informações de BZNotícias

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Geral

VÍDEO: Delegado diz que preso pela morte de psicóloga queria o celular dela para verifica mensagens com ex-namorada

Diretor da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o delegado Márcio Lemos informou, em coletiva de imprensa nesta quarta (24), que o advogado João Carvalho, 41, preso pelo assassinato da psicóloga Fabiana Maia Veras, 42, não confessou oficialmente o crime, mas os indícios coletados na investigação levaram à autoria.

Disse que ele ameaçou os agentes da Polícia Civil no momento da prisão. O homem que dirigiu o carro em que ele chegou à casa de Fabiana, em Assú, foi motorista por aplicativo contratado e a participação dele no homicídio foi descartada.

Segundo o delegado, o advogado manteve contato com a psicóloga por meio de redes sociais, marcaram o encontro e ele planejou o assassinato. A intenção do homem era pegar o aparelho celular dela para verificar possíveis trocas de mensagens com a ex-namorada de suposto assassino. O celular estava desmontado no apartamento dele e será periciado.

BZNotícias

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Geral

Com Crispim Oliveira e Carlos Medeiros, Chapa 1 traz representatividade para eleição sábado do Sicoob Potiguar

Com o nome “Um novo tempo para renovar”, a chapa 1 formada por Crispim Oliveira (presidente) e Carlos Medeiros (vice-presidente) está inscrita para a eleição do Sicoob Potiguar, que acontece no próximo sábado (27) e será 100% online por meio do aplicativo Sicoob Moob disponível tanto na App Store quanto na Google Play.

Além deles, a chapa é formada por um time qualificado de conselheiros que, juntos, querem demonstrar mais representatividade junto aos associados e comprometimento com os resultados.

Os membros da chapa 1 também objetivam aumentar a transparência na instituição dentro do escopo de “conectar pessoas para promover justiça financeira e prosperidade e proporcionar a melhor experiência financeira aos nossos cooperados”, conforme informa a missão do Sicoob Potiguar.

Além de Crispim Oliveira para presidência e Carlos Medeiros para vice, a chapa 1 conta com os seguintes nomes para conselheiros: Ana Luiza Flor, Francisco Veloso, Neto Camelo, Djalma Barbosa da Cunha Júnior, Roberto Wagner e George Hasbun.

A eleição para o Sicoob Potiguar acontece no sábado (27) e será 100% online no aplicativo Sicoob Moob disponível tanto na App Store quanto na Google Play.

Opinião dos leitores

  1. Chapa 1 é da hora, renovação, honestidade e transparência. Nada de conchavos. Queremos uma cooperativa para todos.

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Geral

Defesa de Bolsonaro vai pedir novamente a Moraes liberação de passaporte para ir a Israel

Foto: REUTERS/Adriano Machado

Após a decisão do ministro Alexandre de Moraes (STF) de arquivar a investigação sobre a estada de Jair Bolsonaro (PL) na Embaixada da Hungria em Brasília, a defesa do ex-presidente vai pedir novamente a liberação do seu passaporte para que ele possa viajar a Israel a convite de Benjamin Netanyahu.

Os advogados Paulo Bueno, Daniel Tesser e Fabio Wajngarten vão pedir uma permissão para que Bolsonaro fique 6 dias no país.

“Vamos mostrar que ele atende sempre todas as cautelares vigentes e que tem agendas já programadas para depois da hipotética viagem para Israel. Não há nenhuma razão para que ele não autorize”, disse Wajngarten à CNN.

CNN Brasil

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Geral

VÍDEO: Minuto da Câmara Municipal de Natal – Comissão de Defesa do Consumidor

Minuto da Câmara de Natal no ar trazendo os assuntos mais importantes debatidos na última semana, na Casa.

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Política

CCJ da Câmara aprova projeto que autoriza estados a legislarem sobre posse e porte de armas

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) aprovou, nesta quarta-feira, por 34 votos a 30, um Projeto de Lei que concede aos estados e ao Distrito Federal a competência para legislar sobre “a posse e porte de armas de fogo, tanto para fins de defesa pessoal, como também para as práticas esportivas, e de controle da fauna exótica invasora”. De acordo com o texto de autoria da deputada Caroline de Toni (PL-SC), que também é presidente da CCJ, os estados poderiam alterar a lei vigente por meio das assembleias locais.

Neste caso, os estados precisariam “comprovar a capacidade de fiscalizar quem possui a arma por meio de um sistema de controle integrado ao Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp)”.

O texto mantém a proibição da aquisição de armas de fogo e munições proibidas, além de restringir o alcance das leis locais aos estados em que forem aprovadas, além de delimitar que apenas pessoas nascidas naquele estado poderiam ser beneficiadas pela regulamentação.

A expectativa é que o projeto vá a plenário. Entretanto, não há previsão para que isto ocorra.

A sessão foi marcada por embate entre os favoráveis, que foram em maioria os opositores, e os contrários, representados pelos governistas. Aqueles que se opunham ao texto argumentavam que apenas a União pode legislar sobre materiais bélicos.

— Se querem mudar isso, mudem primeiro a Constituição, depois o Estatuto do Desarmamento. Mas, este projeto é inconstitucional. É um atalho para burl(”).

Já os favoráveis à constitucionalidade do projeto se apoiaram no artigo 22 da Constituição, que diz que “compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de material bélico”.

— O cidadão de bem armado vai defender a sua família. Mas, para os governistas, é o MST que deve ficar armado. Quem é contra também defende drogas e abortos — disse o deputado Éder Mauro (PL-PA).

A deputada Fernanda Melchiona (PSOL-RS) disse que o discurso de Éder Mauro é “golpista”.

— Esse é um discurso golpista, que quer armar a população para fomentar atos golpistas, como o do dia 8 de janeiro. Não permitiremos isto.

Caroline de Toni, que por ser autora do projeto não pôde presidir a sessão, se manifestou.

— Em Santa Catarina, os javalis são uma praga agrícola que traz doenças e destrói lavouras. É errôneo falar que isto é inconstitucional. Não há uma lei complementar que verse sobre isto. É necessário valorizar a pluralidade cultural do nosso país, por isto peço a aprovação.

O Globo

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Política

PT lidera ranking dos partidos que mais receberam emendas na Câmara

Imagem: reprodução/GloboNews

Deputados do PT tiveram o maior volume de emendas liberadas na Câmara neste ano pelo governo. É o que mostra o Portal do Orçamento Federal.

Nos recursos distribuídos por partidos, deputados do PT já receberam R$ 617,8 milhões em emendas. Na sequência, vem o MDB, com R$ 450,1 milhões. Seguido do União Brasil com R$ 446 milhões.

Em relação aos deputados do PL – partido que tem a maior bancada da Câmara – foram liberados R$ 367,5 milhões em emendas – o menor valor dentre os sete maiores partidos da Casa.

A liberação de valores maiores a aliados tem gerado insatisfações. Parlamentares de oposição querem derrubar o veto parcial do governo à Lei de Diretrizes Orçamentárias, no artigo que previa a criação de um calendário para o pagamento de emendas. A sessão está prevista para ocorrer nesta quarta-feira (24).

Em uma semana de pautas-bomba, o governo acelerou a liberação de emendas. Nesta segunda-feira (22), foram empenhados R$ 2,7 bilhões.

Com isso, já foram autorizados R$ 5,5 bilhões a deputados e senadores neste ano. O valor inclui, além das emendas impositivas, as emendas de comissão e de bancadas da Câmara e do Senado.

As emendas individuais são impositivas, ou seja, o governo é obrigado a pagá-las. Mas o ritmo pode ser ditado pelo Poder Executivo. Parlamentares têm reclamado da lentidão na liberação dos valores.

Por se tratar de ano eleitoral, os empenhos precisam ser feitos no primeiro semestre ou então apenas após as eleições.

O interesse dos parlamentares é de que os valores sejam liberados logo, pois há interesse na aplicação dos recursos antes do início do processo eleitoral.

g1

Opinião dos leitores

  1. Aí cabe a pergunta.
    PRA ONDE ESSE DINHEIRO ESTÁ INDO???
    PRA ONDE??
    A ONDE ESTÁ AS OBRAS?
    AS AÇÕES??
    Com a palavra, Natália Bonavides e Fernando Mineiro.
    Fala!!!!!
    A onde está indo o nosso dinheiro??

  2. Que coisa horrível…era pra dar mais dinheiro para o PL da besta fera…👉👉👉🤡

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Mundo

Biden sanciona lei que pode banir TikTok nos EUA

Foto:  Dado Ruvic/Illustration/Reuters

O presidente dos EUA, Joe Biden, sancionou nesta quarta-feira (24) um projeto de lei que ordena que o TikTok, controlado pela empresa chinesa ByteDance, tenha um novo dono nos Estados Unidos.

Com isso, a ByteDance terá 270 dias (até meados de janeiro) para encontrar um comprador para a operações do TikTok no país. Esse prazo poderá ser renovado por mais 90 dias. Caso contrário, a rede social terá que deixar o mercado americano.

Após a assinatura de Biden, Shou Zi Chew, presidente-executivo do TikTok, disse que “os fatos e a Constituição estão do nosso lado” e que espera reverter a decisão.

“Esta proibição devastaria 7 milhões de empresas e silenciaria 170 milhões de americanos”, disse a empresa em comunicado no X, antigo Twitter.

A proposta de banir o TikTok nos EUA surgiu com o ex-presidente Donald Trump. Hoje, no entanto, em plena campanha eleitoral, o republicano tem outro discurso e diz que os “jovens podem ir à loucura” com a proibição. Segundo ele, “há muita coisa boa e muita coisa ruim” com a plataforma. Ele também diz que não deseja fortalecer o Facebook com o banimento da rede chinesa.

Os EUA alegam que o TikTok coleta dados confidenciais de americanos e que isso representa um risco à segurança nacional.

O país teme que a China possa usar as informações de mais de 170 milhões de usuários americanos da plataforma para atividades de espionagem. O TikTok, por sua vez, nega a acusação.

No sábado (20), a Câmara dos Estados Unidos aprovou a nova versão de lei por 360 votos a 58. O novo texto dava mais tempo para o TikTok encontrar um comprador. O Senado deu aval para o PL na noite desta terça-feira (23) e, para valer, só dependia da sanção de Biden.

Caso a empresa não cumpra a decisão americana e não encontre um comprador, as big techs Apple e Google terão que remover o TikTok de suas lojas de aplicativo, App Store e Play Store, respectivamente.

O presidente-executivo do TikTok, Shou Zi Chew, disse após a sanção de Biden que a empresa espera vencer uma contestação judicial contra a legislação.

“Fiquem tranquilos, não vamos a lugar algum”, disse ele em um vídeo postado momentos depois que Biden sancionou a lei. “Os fatos e a Constituição estão do nosso lado e esperamos prevalecer novamente”, completou.

g1

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Polícia

Preso pelo assassinato de psicóloga em Assu portava faca, pistola e socos ingleses

Foto: PCRN/divulgação

João Batista de Carvalho Neto, 41 anos, principal suspeito de matar a psicóloga a Fabiana Maia Veras, de 42 anos, portava uma pistola, carregadores, faca e socos ingleses quando foi preso por policiais civis, em um condomínio de apartamentos no bairro de Nova Descoberta, em Natal. A prisão ocorreu na tarde desta quarta-feira (24). O crime foi cometido no bairro Dom Elizeu, em Assú (RN), no final da tarde de terça-feira (23).

A ação contou com agentes da 97ª Delegacia de Polícia de Assú (97ª DP), da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Núcleo de Investigação Qualificada (NIQ).

De acordo com a PCRN, investigações apontam que o “homem chegou ao imóvel e estabelecimento da vítima na tarde de terça-feira (23), por volta das 17h, encapuzado, com máscara e luvas cirúrgicas. O corpo da psicóloga foi encontrado no início da noite por uma funcionária. Imediatamente, a equipe de plantão da Polícia Civil foi acionada e realizou as diligências iniciais no local do fato”.

Com informações de Tribuna do Norte e BZ Notícias

Opinião dos leitores

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Geral

Seturn solicita prioridade para transporte público, com faixa exclusiva, na Felizardo Moura, sentido Quintas/Zona Norte das 16h às 18h30

Foto: Cedida

Diariamente passam pelo trecho, em média, 105 mil passageiros nas 33 linhas que trafegam pela ponte de Igapó

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de passageiros do Município do Natal (Seturn), manifestou preocupação em ofício enviado a STTU com a retenção de ônibus que circulam no acesso à ponte de Igapó, no sentido Quintas/Zona Norte, onde o trânsito tem se tornado cada vez mais congestionado, nos horários compreendidos entre 16h e 18h30, em dias úteis. Para solucionar a retenção, com base na lei federal 12.587/12 que estabelece a prioridade do transporte coletivo diante do transporte individual e de carga, foi sugerida uma faixa exclusiva para o transporte coletivo, com a restrição de veículos no trecho, no referido horário, por se tratar de via de extrema importância para o deslocamento diário dos cidadãos no retorno para suas residências.

Desde janeiro, o sentido Zona Norte/Centro da ponte de Igapó está fechado para a passagem de veículos particulares das 6h às 8h. A restrição acontece de segunda a sexta-feira, e deve seguir até a conclusão das obras de restauração da via. Apenas veículos de transporte público estarão autorizados a passar no local nesse horário. “No sentido inverso o que se pede é uma faixa exclusiva. Em média, são transportados 105 mil passageiros nas 33 linhas que trafegam pela ponte de Igapó. Com isso as pessoas estão chegando nos horário programados em seus trabalhos e locais de estudo, mas retornam para casa com longos atrasos devido a retenção dos ônibus”, explica Nilson Queiroga, consultor técnico do Seturn.

Como medida emergencial, a equipe técnica do Seturn sugere a faixa exclusiva para melhorar a mobilidade urbana e garantir fluidez no acesso à ponte de Igapó para o transporte coletivo. Com isso, foi solicitada a sinalização vertical a ser afixada pela STTU, na Felizardo Moura no sentido Quintas/Zona Norte no horário das 16h às 18h30. A iniciativa trará benefício para os 105 mil passageiros do sistema de transporte por ônibus das 33 linhas que trafegam pela ponte de Igapó, contribuindo para a melhoria da mobilidade naquela região.

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