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Em entrevista à Veja, viúva de Pablo Escobar diz que foi estuprada e fala da psicopatia do traficante

A última vez que Victoria Eugenia Henao esteve com o marido foi em agosto de 1993. Chegou vendada ao local conhecido como Casa Azul e passou algumas semanas, com o casal de filhos, no que viria a ser o esconderijo final de Pablo Escobar, o megatraficante colombiano. Escobar morreu em um tiroteio menos de quatro meses depois. Viúva, Victoria, chamada pelo marido de Tata (ela o chamava de Mister), precisou negociar a sobrevivência com o rival cartel de Cáli, mudar-se para Moçambique e de lá para a Argentina, onde trocou seu nome para Maria Isabel Santos Caballero e começou a trabalhar como corretora de imóveis para sustentar a casa. Essas e outras histórias são contadas na autobiografia Sra. Escobar: Minha Vida com Pablo (Editora Planeta), que chega às livrarias brasileiras em 6 de maio. Aos 58 anos, vivendo em Buenos Aires e fazendo palestras como coach, Maria Isabel considera que só agora pode dar por encerrado o longo processo de pesquisar e entender o psicopata por trás do companheiro metido a romântico. A seguir, sua primeira entrevista a um veículo da imprensa brasileira.

A senhora passou quase duas décadas ao lado de Pablo Escobar. Quanto tempo levou para entender que ele era um megatraficante e assassino? 

Sabia que Pablo mexia com drogas. Perguntava, perguntava, e ele dizia: “Não se preocupe, amor. Estou cuidando da família”. Nos primeiros anos, nunca imaginei que Pablo tivesse essa dimensão toda, muito menos que fosse um homem perigoso, um assassino. Quando a guerra entre os cartéis e o governo recrudesceu na Colômbia, a coisa foi ficando mais feia. Pablo acabou sendo preso muitas vezes, eu questionava por que e ouvia: “Tudo o que acontece de ruim neste país falam que é culpa minha. Não é”.

Mesmo diante de tantas evidências, como o assassinato do ministro Rodrigo Bonilla, inimigo de seu marido, a senhora continuava acreditando nele? 

Minha reação foi ficar paralisada, em silêncio, muda. Era movida por uma mistura de amor, um forte senso de permanência da família e medo. Sabia que havia algo de muito errado ali, claro, porque ele vivia fugindo e nos mandava toda hora para uma casa diferente, alegando proteção. Ficamos muito tempo longe um do outro. Nos últimos dez anos de uma união de dezessete, quase não dividimos o mesmo teto. Era sofrido, mas me mantinha em uma bolha de conforto e segurança.

A senhora chegou a encontrar o filho do ministro Bonilla depois do assassinato de seu pai por Escobar. O que disse a ele?

Abracei o rapaz e pedi perdão pela dor causada por Pablo.

Saber que seu marido era ao menos suspeito de tantas atrocidades não criou nenhuma fissura no casamento nem abalou sua vontade de ficar com ele?

Sinceramente, nunca parei de amar Pablo, mas, sim, pensei em deixá-lo várias vezes. Até tentei. Um dia, cheguei para ele e disse: “Não dá mais”. E ele reagiu: “Está maluca? Família é família. Vocês são a razão de tudo”. Um advogado que consultei resumiu: “Separar é impossível”. Não havia saída para mim nessa história. Já pensou? Deixar Pablo e ir morar com a minha mãe? No dia seguinte, dez capangas estariam na porta da casa atrás de mim, para me buscar.

Não a incomodava viver uma vida de luxos sabendo de onde vinha o dinheiro? 

Esse era um setor em que eu não entrava. Ele me dava as coisas, vivíamos muito bem, mas eu atribuía tudo aquilo aos negócios de Pablo, sem ficar cutucando os detalhes. Não era meu papel fazer perguntas. Nesse sistema machista que vigorava em nossa casa — eu, uma mulher muito jovem, onze anos mais nova que ele —, o esperado era que cuidasse dos filhos e mantivesse o lar. E cumpri minha parte direitinho, como havia prometido ao padre.

Chegou a deslumbrar-se com a riqueza?

Era muito bom poder ir à Europa e aproveitar o que havia de melhor. Quando Pablo e eu discutíamos, ele selava a paz com flores e presentes. Certa vez veio com um BMW. Comecei a gostar do mundo da arte. Comprava quadros para decorar nossas propriedades, envolvi-me no universo das galerias e tive até um Salvador Dalí. Mal sabia que esse quadro viria a salvar a mim e meus filhos depois da morte de Pablo.

Como isso aconteceu? 

Ele havia morrido fazia um ano, e o pessoal do cartel de Cáli me chamou para uma conversa. Fui com meu irmão, achando que encontraria por lá umas cinco pessoas, no máximo. Quando cheguei ao local da reunião, eram cinquenta e queriam cobrar pela vida da minha família. “Quanto vocês querem?”, perguntei. Tive de dar a eles propriedades e o meu Dalí. O curioso é que esse quadro tinha sobrevivido a um ataque a uma de minhas casas: lançaram gasolina na estrutura, e boa parte do que estava dentro se perdeu. Mas não o Dalí.

Quanto sobrou da fortuna de Pablo Escobar? 

Ninguém acredita, mas não sobrou nada. Tivemos de dar uma parte aos bandidos do lado inimigo, a outra foi confiscada pelo governo colombiano. Hoje moro de aluguel em Buenos Aires, vivendo de palestras e serviços de coaching, área em que me especializei. Meus filhos têm carreira própria. Seguiram em frente, distantes do crime.

A senhora afirma que não teve participação nos crimes cometidos por seu marido, mas foi alvo de dois processos por lavagem de dinheiro, um ainda em andamento. É culpada? 

De jeito nenhum. No primeiro processo, já arquivado, fui vítima de uma extorsão. Um contador se aproximou de minha família, ficou amigo e descobriu que eu era ex-mulher do Pablo. Aí começou a pedir dinheiro para não revelar minha identidade. Eu pagava, pagava, até que um dia não paguei e o processei pelo achaque. E ele me processou de volta, criando um enredo em que me acusava de lavagem de dinheiro. Esse processo, de 1999, foi arquivado por completa falta de provas. Mas fiquei três meses presa. Agora enfrento outro processo.

A senhora é acusada de intermediar o contato entre dois empresários que viriam a se envolver com o narcotráfico, certo? 

Isso. Apresentei um ao outro num período em que atuava no ramo imobiliário, depois da morte de Pablo. Eles fizeram negócio e eu ganhei uma comissão. O dinheiro, porém, é lícito — nem sabia que os dois tinham envolvimento com atividades criminosas. Mudamos de país, de nome, tentamos não viver no passado, mas nunca deixaremos de ser a família Escobar, e isso tem um grande peso.

Seu marido morreu há 25 anos. Nunca quis reconstruir sua vida afetiva? 

Fiquei tão voltada para a sobrevivência que não sobrou espaço para mais nada. E há outro problema: quando os homens descobrem que sou a viúva de Pablo, eles se afastam. Ninguém quer se misturar com essa história.

Pablo Escobar foi um notório colecionador de amantes. Isso a feria?

Muito. Era uma dor constante. Mas ele sempre dizia que não tinha importância, que nenhuma delas chegava aos meus pés. Se eu ficava enfurecida, ele comprava flores e escrevia cartas românticas. Escrevia bem, aliás. Quando tinha dúvida sobre a ortografia de uma palavra, ia consultar o dicionário.

A jornalista Virginia Vallejo chegou a escrever um livro sobre seus anos como amante de Escobar. A história que ela conta faz sentido? 

Virginia já disse que eu sou uma sem-vergonha, que evito o sobrenome Escobar mas não tenho pudor de usar seu dinheiro. Ela poderia me dizer que dinheiro é esse? Virginia está claramente alheia à realidade. Acha que foi tudo fácil para mim. Pablo e Virginia se encontraram quando ele buscava poder na política e ela estava atrás de poder econômico. A vida deles se cruzou nesse ponto, só que ela não passou de uma de suas inúmeras amantes. Eu era a esposa.

A versão sobre a morte de seu marido defendida por Virginia no livro que inspirou o filme Escobar — A Traição, protagonizado por Penélope Cruz, coloca a amante no centro dos acontecimentos. Ela teria sugerido aos investigadores colombianos que procuravam Escobar que buscassem a senhora e seus filhos na Alemanha, onde estavam escondidos. Escobar entraria em contato e eles rastreariam o sinal do telefone. Aconteceu assim mesmo? 

Não sei de nada disso. O que sei é que ele me ligou e, sim, acabou sendo rastreado.

Não parece uma armadilha muito básica para alguém tão esperto como Escobar? 

Acredito que, perseguido de todos os lados, Pablo tenha se suicidado. A polícia o queria vivo, sem dúvida. Por isso acertaram no joelho. E ele se deu um tiro atrás da orelha. Foi um médico que o acompanhou a vida inteira que o ensinou a achar o ponto certo para um tiro fatal. Vejo nessa decisão final uma tentativa de proteger a família. Nunca teríamos chance de uma vida normal daquele jeito.

A senhora se sente bem retratada nas séries e filmes sobre Escobar? 

Meu filho detectou mais de quarenta imprecisões na série Narcos. É muita ficção. Prefiro não ver. Acabam trazendo à tona a violência e o medo que moram dentro de mim.

A senhora conta no seu livro ter sido violentada por Escobar aos 13 anos. Como foi?

Eu era uma menina e me encantei pelo homem mais velho que andava para cima e para baixo na motocicleta. Um dia ele me abraçou, me beijou e, sem que eu entendesse o que estava acontecendo, tirou minha virgindade. Não tinha maturidade para compreender aquilo. Fiquei paralisada, senti dor. Depois veio a notícia: eu estava grávida. Pablo não me perguntou nada. Só passou para me buscar e me levou para uma casa onde, viria a saber, me submeteriam a um aborto. Não fui consultada, não tive escolha.

Como a senhora definiria hoje Pablo Escobar?

Ele era um sedutor, capaz de encantar as pessoas dando-lhes presentes, construindo campo de futebol, sendo boa-praça, e também um psicopata, pronto para tirar a vida dos outros em nome de poder, vingança, caprichos. O mais estranho é que só tive a real dimensão do personagem agora, à custa de muita análise e com a ajuda do tempo. Estou me divorciando de Pablo Escobar 25 anos depois de sua morte.

Veja

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Geral

“É hora de vestir uniforme do embate”, diz Haddad após derrota do IOF

Foto: Valentina Moreira/Metrópoles

Após a derrota do governo no aumento do IOF, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse durante uma aula na Faculdade de Direito da USP, nesta sexta-feira (27/6), que este “não é um momento político para se recolher”. Haddad também afirmou que já conversou com o presidente Lula (PT) sobre a sua posição a respeito do reajuste do IOF, derrubado pela Câmara dos Deputados e o Senado Federal na quarta-feira (25/6), e vem defendendo a judicialização do caso.

“Não é hora de se recolher (…). Agora é hora de vestir o uniforme do embate, do bom debate público, do debate político, da disputa por ideias, por futuro, com as nossas armas, que é o conhecimento, a empatia, o bom senso (…)”, disse Haddad.

Durante a aula, Haddad defendeu que não é contra o ajuste fiscal, mas que, na história do Brasil, “ajuste fiscal é sinônimo de supressão de direitos”. O governo vem estudando três possibilidades para responder à derrubada do IOF: buscar uma nova fonte de receita, fazer um novo corte no Orçamento, ou recorrer à judicialização – a última é a opção que vem sendo defendida pelo ministro.

A novela do IOF começou no final de maio, quando o governo determinou o aumento da alíquota do imposto durante um anúncio de congelamentos no Orçamento de 2025. Na época, a medida foi recebida de forma negativa pelo mercado financeiro e a gestão Lula precisou voltar atrás.

Para dar sobrevida à taxação, Fernando Haddad se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para negociar mudanças na alíquota. Depois dessa reunião, o governo esperava que o aumento do IOF fosse aprovado, mas não foi o que aconteceu.

A derrota no Congresso pegou o governo Lula de surpresa e representou a primeira derrubada de um decreto presidencial nos últimos 30 anos.

Entenda a derrubada do IOF

  • Nessa quarta-feira, a Câmara dos Deputados e o Senado derrubaram um decreto presidencial de reajuste do IOF.
  •  A derrubada de um decreto presidencial pelo Legislativo é algo que não acontecia há mais de 30 anos.
  •  ⁠A Câmara aprovou a revogação com 383 votos favoráveis e 93 contrários e, horas depois, o Senado confirmou a anulação em votação simbólica.

Metrópoles

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Moraes dá 15 dias para alegações finais dos réus em ação por suposta tentativa de golpe

Foto: Antonio Augusto/STF

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes abriu nesta sexta-feira (27) o prazo para que as partes envolvidas na ação penal por suposta tentativa de golpe apresentem suas alegações finais.

Cada parte terá 15 dias, sucessivamente, para apresentar as suas conclusões. A 1ª será a PGR (Procuradoria Geral da República), que ofereceu a denúncia e deve demonstrar argumentos para a condenação. Em seguida, a defesa do tenente-coronel Mauro Cid terá mais 15 dias para fazer o mesmo. Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos demais acusados terão mais 15 dias depois disso.

Na decisão, Moraes informou que os prazos não serão suspensos durante o recesso do Poder Judiciário, de 2 a 31 de julho, por se tratar de uma ação penal originária com réu preso. Sendo assim, os prazos devem acabar em 11 de agosto.

Na fase de alegações finais, a acusação (PGR) deve analisar as provas e pedir a condenação ou a absolvição. As defesas também devem apresentar seus argumentos finais, buscando comprovar a inocência, pedir a absolvição ou levantar atenuantes.

Finalizada essa fase processual, o relator do caso, Alexandre de Moraes, deverá preparar o relatório e o seu voto. Não há prazo para que o ministro conclua sua análise. Quando a ação penal estiver pronta para julgamento, Moraes libera o processo para ser incluído na pauta de julgamento da 1ª Turma, em que os ministros decidirão sobre uma eventual condenação e sentença.

Núcleo crucial

Os prazos aos quais Moraes se refere dizem respeito ao núcleo crucial da suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo a denúncia da PGR, os acusados seriam os responsáveis por liderar a organização criminosa que tentava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Fazem parte deste núcleo:

  • Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República;
  • Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e deputado federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022.
Poder 360

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Geral

Aprovação de Lula é de 23,9%, menor nível desde início do mandato, diz pesquisa Futura/Apex

Foto:  REUTERS/Adriano Machado

O índice de eleitores que consideram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ótimo ou bom é de 23,9%, o menor percentual desde o início do governo, em janeiro de 2023, segundo pesquisa Futura/Apex divulgada nesta sexta-feira (28).

Além disso, 51,1% classificam o mandatário como ruim ou péssimo, enquanto 24,2% o consideram regular.

Foram ouvidas 2.000 pessoas remotamente entre os dias 12 e 13 de junho. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

CNN Brasil

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Servidor Público de Natal poderá ter folga em caso de morte de animal de estimação

Projeto de autoria do vereador Robson Carvalho reconhece o valor afetivo dos pets e assegura ausência justificada ao trabalho | Foto: Pixabay

A Câmara Municipal de Natal recebeu o Projeto de Lei nº 71/2023, de autoria do vereador Robson Carvalho, que garante ao servidor público municipal o direito de se ausentar do trabalho por um dia em caso de falecimento de seu cachorro ou gato de estimação. A proposta, inovadora no cenário legislativo local, reconhece o forte vínculo afetivo entre tutores e animais e visa proporcionar tempo para que o servidor tome as providências adequadas nesse momento de luto.

“Os animais de estimação são parte da família. Este projeto é um avanço na humanização das relações de trabalho e no reconhecimento dos laços afetivos que muitos servidores têm com seus pets”, explica Robson Carvalho.

De acordo com o texto, o direito à ausência será concedido mediante comprovação do óbito por clínica veterinária ou profissional registrado no Conselho Regional de Medicina Veterinária. Cada servidor poderá utilizar o benefício até três vezes ao ano.

Além da questão emocional, a medida também contempla aspectos práticos e sanitários. Com o tempo garantido por lei, o servidor poderá procurar uma clínica veterinária, zoonoses ou cemitério adequado para realizar a destinação correta do corpo do animal, evitando riscos à saúde pública.

A proposta já foi protocolada e aguarda tramitação nas comissões da Câmara. Para o vereador, a aprovação do projeto será um passo importante para fortalecer a legislação local voltada à causa animal e aos direitos dos servidores públicos. “Esperamos contar com o apoio dos demais parlamentares para que essa conquista se torne realidade”, conclui.

Opinião dos leitores

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Desemprego recua para 6,2% no trimestre terminado em maio, diz IBGE

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A taxa de desemprego brasileira desacelerou e atingiu 6,2% no trimestre encerrado em maio. Nos três meses anteriores, a taxa era de 6,8%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado também representa uma queda de 1 ponto percentual (p.p.) em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior, quando a taxa era de 7,1%.

Ao todo, 6,8 milhões de pessoas estavam sem emprego no país. Esse número representa uma queda de 8,6% em comparação ao trimestre anterior, quando 7,5 milhões de pessoas estavam desocupadas. Em relação aos mesmos três meses de 2024 (7,8 milhões), a queda foi de 12,3%.

Segundo o analista da pesquisa do IBGE, William Kratochwill, o resultado da Pnad indica que o mercado de trabalho está no melhor patamar dos últimos dez anos.

“Esse número de 6,8 milhões de pessoas desocupadas é algo próximo ao que tínhamos no final de 2014, inicio de 2015. Então [desde então], o mercado não esteve tão bem como está agora”, afirma.

Já o contingente de pessoas com carteira assinada no setor privado atingiu um novo recorde no trimestre encerrado em maio, com um total de 39,8 milhões de pessoas. O número, segundo o IBGE, representa uma alta de 0,5% em comparação ao trimestre anterior e um avanço de 3,7% em relação ao observado no mesmo período do ano anterior.

Veja os destaques da pesquisa

  • Taxa de desocupação: 6,2%
  • População desocupada: 6,8 milhões de pessoas
  • População ocupada: 103,9 milhões
  • População fora da força de trabalho: 66,7 milhões
  • População desalentada: 2,89 milhões
  • Empregados com carteira assinada: 39,8 milhões
  • Empregados sem carteira assinada: 13,7 milhões
  • Trabalhadores por conta própria: 26,2 milhões
  • Trabalhadores informais: 39,3 milhões

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Geral

São João de Natal: último fim de semana de shows começa nesta sexta (27) na Zona Norte; veja programação completa

Foto: Secom/Prefeitura de Natal

O São João de Natal 2025 entra na reta final nesta sexta-feira (27), com o início da quarta e última etapa da programação, que será realizada na Avenida da Alegria, no bairro da Redinha, na Zona Norte da capital.

A estrutura contará com palco fixo, ao contrário da abertura do evento em maio, quando trios elétricos circularam pelo local.

De acordo com a Prefeitura do Natal, mais de 760 mil pessoas já participaram da programação nos primeiros polos. A expectativa é de que o evento ultrapasse a marca de 1 milhão de participantes até o encerramento do circuito junino.

Entre as atrações previstas para os últimos dias de festa estão Léo Santana, Henry Freitas, Banda Grafith e Seu Desejo, além de artistas locais.

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Esporte

Jogo do Vasco na Arena já tem mais de 10 mil ingressos vendidos

Foto: Divulgação

O Vasco da Gama enfrenta o Montevideo Wanderers, do Uruguai, no sábado dia 5 de julho, às 17h, na Casa de Apostas Arena das Dunas. O amistoso internacional pela Vitória CUP será com o elenco principal do Vasco em campo. A partida em Natal já tem mais de 10 mil ingressos vendidos e promete ser casa cheia. O setor “Arquibancada Leste Inferior” já está com 95% da carga de ingressos vendida e vai esgotar em breve.
Os setores de arquibancada sul, leste inferior, premium, camarote Rooftop Dunas com open bar e open food e camarotes privativos, seguem à venda e com expectativa de esgotar tudo.

🎟 Vendas Online: casadeapostasarenadasdunas.com.br
📍Vendas físicas:
– Loja Gigante da Colina (Nordestão Cidade Jardim)
– Gol Mania Store (Lagoa Nova e Zona Norte)
⭐ Vendas Camarotes particulares: Whatsapp (84) 3673-6811

Mais informações no instagram: @casadeapostas.arenadasdunas

#VitóriaCUP #FutebolNaArena #CasaDeApostasArenaDasDunas #Arena #NatalRN

*Crianças até dois anos não pagam ingressos.
*Ingresso Social: válido mediante doação de 1kg de alimento não perecível, que deverá ser entregue na portaria de acesso ao setor adquirido.

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Trânsito

Natal anuncia linhas especiais de ônibus para atender público do São João na Zona Norte; veja horários e rotas

Foto: Reprodução

A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana de Natal (STTU) vai operar cinco linhas especiais de ônibus durante os dias de programação do São João na Redinha.

Os veículos vão ligar o bairro da zona Norte a todas as regiões da cidade, com saídas até 30 minutos após o encerramento dos shows. A tarifa será a mesma do sistema regular: R$ 4,90.

Três das linhas — SE2, SE3 e SE10 — já foram utilizadas no carnaval. Outras duas — SE13 e SE14 — foram criadas exclusivamente para o evento. A operação também conta com linhas regulares que podem ser utilizadas tanto na ida quanto na volta.

A STTU recomenda que os passageiros usem o cartão NuBus ou levem o valor da passagem trocado para agilizar o embarque.

Linhas especiais – saindo da Redinha após os shows

SE2 – Redinha x Nova Natal (via Brasil Novo, Parque das Dunas, Pajuçara e Gramoré)

  • Ida: das 16h às 19h (sentido bairros → Redinha)
  • Volta: das 22h até 30 minutos após o fim do show
  • Intervalo: 30 minutos
  • Após o show: saída de três ônibus simultaneamente

 

SE3 – Redinha x Parque dos Coqueiros (via Santarém, Alvorada IV, Jardim Progresso e Vale Dourado)

  • Ida: das 16h às 19h
  • Volta: das 22h até 30 minutos após o fim do show
  • Intervalo: 30 minutos
  • Após o show: saída de três ônibus simultaneamente

 

SE13 – Expresso Igapó (via Av. Dr. João Medeiros Filho)

  • Ida: das 16h às 19h
  • Volta: das 22h até 30 minutos após o fim do show
  • Intervalo: 30 minutos
  • Após o show: saída de três ônibus simultaneamente

 

SE10 – Expresso Zona Sul (via Santos Reis, Rocas, Ribeira, Cidade Alta, Petrópolis, Lagoa Nova, Candelária, Ponta Negra)

  • Volta: das 22h até 30 minutos após o fim do show
  • Intervalo: 30 minutos
  • Após o show: saída de três ônibus simultaneamente

 

SE14 – Expresso Zona Oeste (via Santos Reis, Ribeira, Cidade Alta, Alecrim, Dix-Sept Rosado, Nazaré, Bom Pastor, KM-06, Felipe Camarão, Cidade da Esperança)

  • Volta: das 22h até 30 minutos após o fim do show
  • Intervalo: 30 minutos
  • Após o show: saída de três ônibus simultaneamente

 

Linhas regulares disponíveis

Além das linhas especiais, outras cinco linhas do sistema convencional também podem ser usadas:

  • N-08: Redinha x Mirassol (via Rodoviária)
  • N-25: Redinha x Bairro Nordeste (via Alecrim)
  • N-35: Soledade x Candelária (via Av. Prudente de Morais)
  • N-43: Nova Natal x Morro Branco (via Midway Mall)
  • N-78: Santarém x Nova Descoberta (via Av. Hermes da Fonseca)

G1RN

Opinião dos leitores

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Política

Lula decide ir ao Supremo para reverter queda do IOF

Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu acionar o Supremo Tribunal Federal para tentar reverter a decisão do Congresso de 4ª feira (25.jun.2025), que derrubou os decretos do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O Palácio do Planalto vai argumentar que deputados e senadores atuaram de maneira inconstitucional.

Caso a ação prospere deve haver uma escalada na tensão entre os Três Poderes da República. Executivo, Legislativo e Judiciário têm atuado de maneira pouco amistosa entre si em anos recentes. O Congresso reclama que seus poderes têm sido usurpados pelo STF em várias situações.

A derrubada do IOF se deu por ampla maioria na Câmara, com 383 votos a favor e 98contrários. Dos que votaram a favor, 242 foram deputados de partidos com ministérios na Esplanada de Lula. No Senado, para evitar constrangimentos, a votação foi simbólica, sem registro nominal de votos.

O fato de a votação para derrubar o IOF ter sido expressiva dá ao Congresso o argumento de que o Judiciário não deve interferir nesse tipo de assunto. Do lado do governo, o argumento é que cabe exclusivamente ao Executivo definir tarifas de impostos e os congressistas extrapolaram o poder que têm ao derrubar os decretos presidenciais.

Leia a nota:

A Advocacia-Geral da União (AGU) iniciou, a pedido do Senhor Presidente da República, uma avaliação técnica sobre as medidas jurídicas a serem adotadas para preservar a vigência do Decreto n. 12.499, de 2025 (IOF).

Nesse momento, a AGU solicitou informações ao Ministério da Fazenda para embasar os estudos.

Assim que a análise jurídica for finalizada, a AGU divulgará a decisão adotada.

Assessoria Especial de Comunicação Social da AGU

Opinião dos leitores

  1. Rapaz só deve ter rato mesmo nesse congresso, toda semana um tapa na cara, quando não é o judiciário jogando ofício do presidente da câmara no lixo, é o Executivo indo ao STF pra derrubar decisões desse congresso… (com C minúsculo mesmo). Dá um pouco de pena.

  2. Isso aí eu quero vêr!!
    Os deputados salvo engano são 503, quero só observar um voto monográfico derrubar a autoridade de 503 deputados, ou ainda que seja os 11togados derrubem todos os 503.
    Mais do que isso, derrubam também nós brasileiros donos verdadeiramente do país, vão empurrar no lombo da gente esse IOF para eles brincarem de fazer turismo mundo a fora.
    Quem encabeça a brincadeira é LulaLadrão e Esbanja.
    Kkkkkkkkk.
    Faz o L.
    Bando de trouxas.
    Falta de aviso, não foi.
    Ainda vem a CPMF? É só o que está faltando.
    Faz o L.

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Jornalismo

Barroso gasta mais de R$ 900 mil em viagens com jatinhos da FAB

Foto: STF

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), acumulou 54 viagens em jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB) até o dia 20 de junho. As decolagens, todas entre Brasília e São Paulo, custaram ao menos R$ 940 mil. O jornal Gazeta do Povo divulgou as informações nesta quinta-feira, 26.

Boa parte dos voos não estava vinculada a compromissos oficiais. Em dez casos, apenas um passageiro ocupava a aeronave — prática que tem sido comparada a um “Uber aéreo” financiado pelos cofres públicos.

Além das viagens com agenda conhecida, foram identificados 23 voos classificados como “à disposição do Ministério da Defesa”, com custo adicional de R$ 420 mil. O STF se recusa a divulgar os detalhes desses deslocamentos. Ministros da Corte aparecem como passageiros em vários deles.

Entre 15 e 18 de janeiro, Barroso voou em trechos que somaram R$ 212 mil em gastos, durante o recesso do Judiciário. Em todos os dias, a agenda do presidente do STF registrava: “Nenhum evento para esse dia”. A movimentação incluiu viagens para São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.

No mês seguinte, o ministro voltou a embarcar no jato da FAB rumo a São Paulo, onde participou da entrega de uma comenda a si próprio. O evento ocorreu no Tribunal da 15ª Região, em Campinas.

Já em março, compareceu a solenidades em Florianópolis, no Rio de Janeiro e em Porto Seguro, todas com deslocamentos feitos em aeronave militar.

Barroso também usou o transporte oficial para prestigiar eventos acadêmicos, como a aula inaugural na Universidade do Estado do Rio de Janeiro e o lançamento de um livro com seus próprios textos jurídicos, realizado no Salão Branco do STF.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, aparece com 35 voos em jatos da FAB, ao custo de R$ 678 mil. Em 26 ocasiões, os deslocamentos foram de ida ou volta entre Brasília e São Paulo — a maioria realizada às sextas, às segundas e às terças-feiras. Quase metade das viagens ocorreu com dois ou três passageiros a bordo.

Segundo o Decreto 10.267/2020, ministros do STF, o vice-presidente e os presidentes da Câmara e do Senado podem usar aviões da FAB para retornar a suas cidades de origem nos fins de semana, alegando segurança. A medida, no entanto, não obriga justificativa pública nem critérios objetivos para o uso dessas aeronaves.

Em 2023, o Ministério da Defesa passou a autorizar voos sigilosos com base em brechas do decreto. Ministros da Corte alegaram ameaças em aeroportos como motivação. O ministro Alexandre de Moraes foi o maior beneficiado pelas viagens secretas no primeiro ano da prática.

Vital do Rêgo, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), também utilizou os jatinhos da FAB. Em um dos voos, realizado entre Belém e Brasília, havia apenas três passageiros.

O tribunal alegou que a agenda institucional impediu o uso de voos comerciais naquele dia. A justificativa citou o artigo 2º do decreto presidencial que autoriza o Ministério da Defesa a liberar aeronaves para outras autoridades por “razões de segurança”.

Inclusive, o próprio TCU tentou, durante dois anos, abrir os dados sobre o uso das aeronaves oficiais. Sem sucesso, acabou aderindo à prática que antes questionava. Atualmente, o conteúdo das viagens está sob sigilo total.

Revista Oeste

Opinião dos leitores

  1. Isso é uma vergonha! Até quando vamos ter que conviver com essa imoralidade? O STF enverganha o cidadão brasileiro com esse tipo de abuso

  2. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
    Esse é o criador do jargão, PERDEU MANÉ.
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
    Eu acho é pouco!!!!
    Kkkkkkkkkkkk.

  3. Esse é um ser supremo iluminado, autor das frases: Nós derrotamos o Bolsonarismo e, perdeu Mané.

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