O Promotor de Justiça do Meio Ambiente João Batista Machado Barbosa recebeu na manhã desta terça-feira (25), um estudo desenvolvido por sete pesquisadores do Departamento de Arquitetura da UFRN acerca da importância histórica, simbólica e arquitetônica do Hotel Reis Magos. Trata-se do primeiro estudo oficial sobre o imóvel à disposição do Ministério Público Estadual.
Entregaram o documento os pesquisadores Natália Vieira, George Dantas e José Clewton Nascimento; o Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Norte, Raquelson Lins; e a representante do Instituto de Arquitetura do Brasil (IAB/RN), Patrícia Luz.
De acordo com o promotor, a partir do estudo será possível adotar, de forma ainda mais embasada, as medidas protetivas necessárias em relação ao prédio. “Esse é o primeiro estudo oficial sobre o assunto que chega a esta Promotoria. Assim, poderemos nos articular com mais embasamento dos estudos realizados pelos especialistas, o que, certamente, é de grande contribuição para o nosso trabalho”, explicou João Batista Machado.
O pesquisador George Dantas afirmou que a demolição do edifício não foi autorizada pela justiça, o que significa que ainda há possibilidades de intervenção. “Ainda não foi aceito o pedido de demolição do Hotel, como recentemente divulgado por alguns veículos de comunicação aqui de Natal. O objetivo dos nossos estudos é explicar mais sobre a importância do Hotel Reis Magos para o patrimônio de nossa cidade, estado, região e até mesmo do nosso país”, disse o arquiteto.
O estudo, que levou aproximadamente um mês para sua realização, consiste na atribuição de valor ao Hotel dentro de quatro perspectivas. A primeira trata do prédio como um ícone representativo do modernismo em Natal. A segunda avalia o edifício como um elemento que estrutura o desenvolvimento urbano na área, o que caracteriza seu fator histórico. Em seguida, foi feita a leitura específica do ponto de vista arquitetônico, enfatizando a corrente modernista da arquitetura brasileira, além de trazer atributos de qualidade técnica, construtiva, espacial e artística. Por fim, atribuiu-se valor simbólico ao edifício, discutindo o que ele significa para a cidade, histórica e simbolicamente.
“A manutenção do edifício, assim como é equivocadamente dito, não significa a manutenção do abandono. Ao contrário, é possível modernizar o prédio e manter sua estrutura histórica. Temos diversos exemplos disso como a Casa da Ribeira, o IFRN da Cidade Alta e a Capitania das Artes. Da mesma forma, a preservação não significa a falta de desenvolvimento econômico. Esse pensamento é totalmente antiquado”, defendeu Natália Vieira.
Durante a reunião na Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, também foi discutida a questão da viabilização da estrutura e seu aproveitamento. Para os pesquisadores, ainda não há nenhum estudo ou laudo que comprove que o prédio não apresenta condições de preservação, sendo necessária uma avaliação oficial da estrutura do Hotel e, dessa forma, haver o uso compatível com a preservação de suas características físicas, estilísticas e ambientais essenciais.
Após avaliação e considerações do Promotor de Justiça João Batista Machado, o estudo será encaminhado à Fundação José Augusto e à Fundação Cultural Capitania das Artes (Funcarte).
MPRN
Os impostos municipais que incidem sobre este imóvel estão pagos? estão "em dia"???????? Porque a Prefeitura não executa estes débitos, para início de conversa?????
Esse movimento todo do MP cuidando de um patrimônio esquecido e prejudicial a cidade e seus moradores, quando ele próprio, MP, tem um prédio que sequer teve a preocupação de usar. Macaco só vê o rabo dos outros.