O Rio Grande do Norte atravessa um momento muito difícil tanto do ponto de vista da atividade econômica quanto empresarial. Um olhar atento sobre alguns dos principais setores da economia potiguar vai constatar um quadro de dificuldades que deve preocupar nossas principais lideranças tanto políticas quanto da área econômica.
Na área de confecção perdemos a Coteminas da Zona Norte e parte da produção das indústrias Alpargatas e Guararapes. Milhares de postos de trabalho foram perdidos em um setor que tradicionalmente sempre deu uma grande contribuição à economia potiguar.
No setor da carcinicultura, a crise é grande e está instalada há vários anos. Os produtores estão se matando para honrar financiamentos e ainda correm o risco de ver a importação de camarão proveniente da China ser autorizada pelo governo Brasileiro através da Argentina.
Na fruticultura, setor que um dia já foi a menina-dos-olhos da nossa economia no campo, é que a crise é grande mesmo. O Projeto Baixo-Açu não consegue deslanchar, a Delmonte já diminuiu a produção aqui, a Nolem também e agora a Fomosa anunciou a transferência de 30% da produção para o Ceará.
No segmento de produção de energia eólica não é diferente. A crise dispensa comentários. E não precisa nem relatarmos nesse post o que já estamos publicando há tempos.
A indústria de laticínios é outra que vive uma situação dramática, com o programa do leite abatido pelas falhas de gestão e agravada agora por uma seca prolongada que está dizimando o rebanho leiteiro do Estado, obrigando os produtores a se desfazerem dos planteis.
Este é o quadro da crise dramática que se instalou há anos e que vem alcançando, a cada ano que passa, mais e mais setores. Diante disso, é cada vez mais freqüente, nos meios sindicais, econômicos, empresariais e políticos, o seguinte questionamento: diante de tudo isto o que vem sendo feito pela maior entidade empresarial do Estado, devidamente aparelhada de recursos financeiros e com ampla capacidade de articulação?
A FIERN é hoje uma das instituições mais fortes no Rio Grande do Norte. Dispõe de orçamento próprio não alcançado por boa parte das secretarias da Administração Pública Estadual. A Federação reúne 27 sindicais patronais e tem direito a 15 por cento de toda a contribuição sindical paga no setor em todo o Rio Grande do Norte.
Mas, essa mesma Fiern, tão poderosa, é, para muitos e para o grande público, uma verdadeira caixa preta quando se trata de indicações de cargos e nomeações de seus ocupantes. Corre à boca miúda e há muitos anos, comentários que versam sobre nepotismo cruzado e troca de interesses diversos.
Por conta de inúmeras informações e comentários que chegam freqüentemente ao nosso conhecimento, o Blog do BG resolveu abordar a questão, tendo o cuidado de procurar diretamente a Assessoria de Comunicacao Social da FIERN.
Por email enviado à assessoria e também diretamente ao assessor – que reproduzimos a seguir, apresentamos os nossos questionamentos. Por mensagem SMS endereçada ao jornalista Albimar Furtado, assessor de comunicação da FIERN, informamos sobre o envio do email com pedido de respostas e que estaríamos publicando hoje, dia 24, uma reportagem sobre o assunto.
Apesar do esforço e da insistência – os emails e a mensagem SMS foram enviados ontem, dia 23, pela manhã e voltamos a falar com o jornalista às 14h27, quando ele, de forma gentil, informou que estava a caminho da FIERN, que leria o email e daria resposta – o Blog do BG não recebeu qualquer retorno.
Não obtivemos resposta para nenhum questionamento que fizemos e por isso decidimos transcrever abaixo o conteúdo do email enviado à FiERN, deixando claro que não estamos fazendo juízo de valor, mas tão somente desejamos uma resposta para perguntas tão frequentes. Estamos cientes de que o presidente deve satisfação apenas a sua diretoria, mas há quem garanta que nem mesmo a diretoria tem conhecimento de tudo que acontece e das decisões tomadas em alguns setores.
Segue o email enviado FIERN:
Caro Albimar, o Blog do BG está fazendo uma reportagem sobre a estrutura da FIERN, os cargos e as indicações politicas, dentre outros assuntos. A matéria completa será publicada amanhã (24).
Sendo o senhor responsável pela comunicação da federação, gostaria de uma posição para alguns questionamentos. Seguem:
Obtive as informações de que na federação trabalham quatro filhas de desembargadores. São elas:
Filha de João Rebouças – Gabriela
Filha de Osvaldo Cruz – Tatiana
Filha de Rafael Godeiro – Luana
Filha de Saraiva Sobrinho – Sayonara
Essa informação procede? É apenas coincidência? Elas foram nomeadas quando e por indicação de quem?
Também temos a informação que a ex-governadora Wilma de Faria, na gestão de Flávio Azevedo, indicou os seguintes nomes: Nina Salustino, Leonardo Diniz e Marilia Faria. Estas pessoas foram realmente indicação dela? Se não, qual foi o critério para contratação?
Também estão lotados na FIERN os ex-vereadores Américo Godeiro e Geraldo Neto. Qual o critério para lotação deles e qual atividade eles representam na instituição? Eles dão expediente?
A senhora Claudia Rocha trabalha em qual setor na FIERN? Procede que ela foi colocada na Federação pelo então presidente Abelirio Rocha?
As indicações do Sr. Pandofe e do Sr Walter Gomes pertencem a quem?
Referente à confraternização natalina do sistema S realizadas nos dias 12 e 13 de dezembro, tivemos a informação que foram gastos mais de R$ 250 mil reais com hospedagem de todos os servidores do sistema no RN nos hotéis Arituba e Vila Park, Buffet, além de gastos com shows, humoristas, atrações, bebidas e brindes. Esta informação procede?
Qual o intuito da FIERN ter um consultor de propaganda e publicidade recebendo mais de R$ 10 mil reais por mês, se ela tem uma agência de propaganda para realizar esse serviço? Sem falar que ainda há o publicitário Tulio Rego na folha de pessoal?
Como a FIERN explica ter como consultor de publicidade o senhor Ricardo Rosado, ter a agência dele contratada pelo sistema e ainda anunciar no blog dele, já que é ele quem define para onde vai a verba de publicidade do sistema S?
O Blog continua a disposição e o espaço disponível para a Federação esclarecer o que achar necessário.
Pra você ver como é importante para um comunicador social da potiguarânia não ter cursado uma faculdade de jornalismo no RN. Tivesse o BG sido aluno de Albimar, Serejo, Cassiano ou Ricardo Rosado as chances de um questionamento como o desse post seriam remotíssimas. E por razão mais que óbvia: o carreirismo jornalístico que prevalece neste elefante-rosa. Aqui, jornalista independente e qualificado como o pão que o diabo amassou, sobretudo se colocar em prática a lição primordial de que o jornalismo é essencialmente incômodo. Porque aqui quase todo mundo se afaga mutuamente aspirando uma assessoria institucional ou uma conta publicitária oficial para se dar bem na vida, pouco importa se mandando os escrúpulos às favas.
O que há de atos secretos e expedientes ocultos no mundo institucional potiguar não tá no gibi. Mas o medo de acabar sobrando no exíguo mercado local tolhe a liberdade de expressão de muitos comunicadores. Estes tornam-se malditos e relegados a vil ostracismo, quando não acabam se cansando de responder a inúmeros processos judiciais por suposto "delito de opinião", isto em pleno limiar do século XXI. É brincadeira não.
E o verdadeiro toma lá da cá, esta em todas as areas, político, judiciário e executivo para os poderosos para o pessoal da corte não faltam empregos nem altos salários, trem mais gente Jamilson Martins indicado por Henrique Eduardo Alves
E o lobby da energia eolica , essa defesa toda, interessa a construtora de quem? Procure saber……
Mande saber sobre quem constroi as bases de concreto da torres de cataventos das eolicos. Ai voce vai descobrir muita coisa. Tota .
Tambem seria interessante ver a situação sindical de alguns diretores.
Alguns dirigem sindicatos sem terem mais nem o exercicio da empresa do setor onde preside sindicato. Café!