Ao longo de quatro anos, a movimentação de passageiros e aeronaves no Aeroporto Internacional Gov. Aluízio Alves diminuiu. Os números, obtidos pela TRIBUNA DO NORTE a partir de um processo de raspagem de dados no portal da Inframerica, administradora do terminal aeroviário, apontam queda de 16,85% no pouso e decolagem de aviões e 5,99% no volume de passageiros transportados, em escala ou conexão no aeroporto. Os dados são referentes aos anos de 2014 a 2018 e apontam, ainda, ampliação no quantitativo de cargas despachadas no sítio aeroviário para destinos nacionais e, principalmente internacionais, em 41,52% no mesmo período.
Conforme tabulado pela reportagem no dia 21 de março passado, a movimentação de aeronaves caiu de 22.625 ao longo de 2015 para 18.812 no ano passado. No período, 3.813 aviões deixaram de passar pelo terminal aeroviário, perfazendo redução de 16,85%. Esse percentual inclui aeronaves que operam voos domésticos e internacionais. Em relação ao número de passageiros, a queda na movimentação no período, 2015 a 2018, foi de 154.966 entre domésticos e internacionais. Foram 2.584.355 passageiros transportados em 2015 contra 2.429.389 no ano passado. A Inframerica refuta que o Aeroporto Int. Gov. Aluízio Alves seja subutilizado e diz que a crise financeira nacional impactou todo o setor aéreo nacional.
“Cumpre ressaltar que a decisão com relação à implementação de voos no Aeroporto é das empresas aéreas. Cabe ao Aeroporto disponibilizar capacidade e qualidade de infraestrutura, o que é plenamente atendido pela Inframerica. A crise econômica que afetou o Brasil impôs resultados negativos ao setor aéreo nacional que perdeu mais de sete milhões de passageiros só no ano de 2016. A perda do poder aquisitivo da população e o aumento dos custos operacionais para gestão da infraestrutura resultaram na retração do setor que iniciou em 2015 e perdurou até meados de 2018. Desde então, nota-se um leve crescimento”, destaca a Inframerica em resposta à TRIBUNA DO NORTE.
Desde que foi inaugurado, em junho de 2014, o terminal aeroviário não se aproximou da capacidade de movimentação de passageiros estimada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e publicada pela TRIBUNA DO NORTE em reportagem datada de 16 de outubro de 2011. Na ocasião, a Anac informou que o aeroporto teria capacidade de transportar 5,8 milhões de passageiros e, de 2014 a 2024, ampliaria essa monta para 11,4 milhões de passageiros por ano, incremento de 96,5%. Os altos custos das passagens aéreas são apontados como os principais vilões nessa história. Nem mesmo a redução da alíquota do ICMS incidente sobre o querosene de aviação de 17% para 12%, assinada em 2015, pelo então governador Robinson Faria, ampliou a presença de turistas no Estado nos anos seguintes.
Insegurança e problemas na pista
A recessão na economia nacional, a crise na segurança pública estadual que expôs o Rio Grande do Norte negativamente ao mundo com as rebeliões no Complexo Prisional de Alcaçuz, morte de 26 presos e uma série de ataques ao comércio, além dos problemas na pista de pousos e decolagens do Aeroporto Int. Gov. Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante ampliaram o problema no ano de 2017. Segundo a gestão estadual à época, o ano em destaque seria de consolidação da atividade turística no Estado.
Dados do Anuário Estatístico de Turismo 2018 – Ano Base 2017 do Ministério do Turismo publicado em julho do ano passado mostram redução de 9,39% na movimentação de turistas no Estado em comparação com 2016. Ao longo de 2017 foram registradas 26.598 entradas de visitantes nacionais e estrangeiros no Estado, segundo o Anuário. Esse número é 30,03% menor que o registrado em 2014, quando Natal sediou quatro jogos da Copa do Mundo. Ele é, inclusive, inferior em 25,88% ao período pré-Mundial, que foi o ano de 2013, quando o Estado recebeu 35.888 turistas oriundos de todas as partes do Brasil e do mundo.
Na nota, a Inframerica destaca que “o Aeroporto de Natal não é subutilizado. É uma das portas de entrada de Natal. São mais de 2 milhões de passageiros ao ano. (…) Não há uma queda na utilização do Terminal” e, “hoje a movimentação está estável, crescendo lentamente, devido à crise econômica”. A administradora do Aeroporto declara, ainda, que “as companhias aéreas também estão muito conservadoras nestes anos de crise. Com o dólar alto, as operações aéreas tendem a reduzir. Além do combustível, o leasing dos aviões é calculado em dólar, e, com uma economia estagnada, não há investimento”.
A Inframerica ressalta que a redução do número de turistas que escolhem o Rio Grande do Norte como destino impacta diretamente nas operações do sítio aeroviário. “Leiloado em 2011, o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante foi o projeto-piloto das privatizações do setor aeroportuário do Brasil. Localizado em uma região de forte atração turística, tinha um grande potencial de expansão. Com o agravamento da crise econômica, que vem se arrastando desde 2015, o Rio Grande do Norte, por possuir essa forte característica, vem perdendo justamente seu público alvo, os turistas, o que afeta diretamente o Aeroporto de Natal”, frisa a operadora.
A Inframerica investiu, segundo informa em nota, R$ 650 milhões no Aeroporto Int. Gov. Aluízio Alves.
Cargas
Diferente da movimentação de aeronaves e passageiros, o transporte de cargas no período em análise cresceu 41,52%. Foram transportadas, em 2015, cerca de 10,8 mil toneladas. Em 2018, esse número subiu para 15,4 mil toneladas.
“Apesar do ambiente macroeconômico nacional, o movimento de cargas no Aeroporto de Natal cresceu e atingiu a marca de maior exportador aéreo de mercadorias da região, ultrapassando outros aeroportos nordestinos que até 2014 ocupavam o topo da lista”, enaltece a Inframerica.
A empresa explica, ainda, que “a marca foi alcançada graças ao investimento da Inframerica em infraestrutura, tecnologia e pessoal. As características positivas do Terminal garantiram a conquista de novas rotas regulares, como o cargueiro Boeing 777 da Lufthansa Cargo, que leva semanalmente cerca de 80 toneladas de frutas para a Europa”.
Movimentação em números
Operação de aeronaves
2015: 22.625
2018: 18.812
Variação: -3.813
Queda: 16,85%
Operação de passageiros
2015: 2.584.355
2018: 2.429.389
Variação: -154.966
Queda: 5,99%
Cargas transportadas
2015: 10.895.847 quilos
2018: 15.420.366 quilos
Variação: +4.254.519 quilos
Elevação: 41,52%
Tribuna do Norte
O aeroporto de Recife é dentro da cidade (em Boa Viagem), o de João Pessoa em Bayeux (a 10 min de João Pessoa), o de Fortaleza é dentro da cidade (20min de Aldeota), o de Brasília é no final da Asa Sul (Plano Piloto)…. Já a megalópole… Natal… coloca o aeroporta a 1h de distância de lugar algum…
Está todo mundo desistindo de Natal!
Eu acho é pouco. Volta Aeroporto Augusto Severo!
Precisei viajar nos últimos três meses, por quatro vezes, e optei pelo aeroporto de João Pessoa.
Tem que fechar essa merda de aeroporto e apurar os responsáveis que trouxeram esse presente de grego para o Rio Grande do Norte.
Viajo bastante pelo ramo de trabalho e sempre dou preferência por João pessoa ou Recife, assim como meu círculo de amizades.
Meu aeroporto agora é o Presidente Castro Pinto em João Pessoa. O deslocamento Natal/João Pesso/Natal é mais confortável e seguro do que transitar no caminho Natal/São Gonçalo, infestado de assaltantes. O custo final da viagem é menor, considerando que os preços das passagens partindo/chegando de João Pessoa são escandalosamente inferiores se consideradas com os de Natal, qualquer que seja o destino considerado.
O meu aeroporto agora é o Presidente Castro Pinto em João Pessoa. O deslocamento Natal/João Pessoa/Natal , por via terrestre é mais confortável e seguro do que transitar no caminho Natal/São Gonçalo, infestado de assaltantes. Pra completar, o custo final é menor, em razão da escandalosa diferença de preços nas passagens aéreas partindo/chegando de João Pessoa, qualquer que seja o destino escolhido pelo passageiro.
Um absurdo os valores cobrados pra qualquer destino saindo de Natal ou vindo. Precisamos ir para estados vizinhos, como Paraiba, Pernambuco ou até mesmo Fortaleza, para economizarmos no mínimo 50% do valor cobrado aqui. Pessoas estão descendo tbm nesses estados para visitar o RN ( negócio ou turismo), por causa dos preços cobrados. . O estado só afasta os negócios e o turismo. Quem vai querer investir em um estado com tanta dificuldade de locomoção por causa dos preços abusivos das passagens aéreas? O Estafo tem que tomar alguma providência URGENTE ou nós vamos sofrer muito com a desaceleração da economia.
Longe de tudo e de todos, e ainda por cima o ÚNICO AEROPORTO DO MUNDO que COBRA INGRESSO PARA ENTRAR, e ninguém faz nada.
Todas as obras para a copa até esse momento só beneficiou aos ladrões do dinheiro público!
Tudo no nosso aeroporto, é mais caro que na maioria dos outros. Deslocamento de quem vai ou chega, carrisimo. Estacionamento, outro furto, passagens, mais caras que a nossa vizinha João Pessoa. Depois de tudo, queriam o que?
Queria o quê… Distância, pessimo serviço em tudo, traslado caro… E o pior… Políticos metidos no meio. Só falta dizer. Chupa quê é de uva porra.
Aos que engoliram o lero de que São Gonçalo do Amarante se transformaria em cidade-aeroporto… Snif… Meus pêsames.
Também… N tem passagem mais cara do q vir p Natal ou sair de Natal.