Política

Fora do poder, FHC diz que é oposição ao governo Bolsonaro

 

Presidente do Brasil entre 1995 e 2002, Fernando Henrique Cardoso, fundador e presidente honorário do PSDB, está em Paris, onde participou do diálogo com o sociólogo e seu ex-professor, Alain Touraine. O ex-presidente concedeu entrevista exclusiva à RFI logo antes de entrar na sala, lotada, para debater com o colega, com quem mantém um diálogo que já dura cinco décadas.

No debate intitulado “Ordem contra a democracia?”, organizado pelo Colégio de Estudos Mundiais, da Fundação Casa das Ciências do Homem (FMSH, na sigla em francês) e que teve lugar na Casa da América Latina, em Paris, os dois sociólogos discutiram a crise dos sistemas democráticos ocidentais. Dando continuidade a este ciclo de debates, a Fundação organiza, no dia 31 de janeiro, também na capital francesa, uma conferência intitulada “Brasil: as raízes da vitória da extrema direita”.

Na entrevista para a RFI, FHC, como é conhecido no Brasil, explica por que, mesmo não tendo votado no presidente Jair Bolsonaro e sendo “oposição”, não apoiou Haddad em outubro de 2018. Fala também da crise da democracia brasileira, do fim de um ciclo iniciado com a Constituição de 1988 e de suas expectativas quanto ao novo governo.

No final do evento, membros do coletivo Alerta França-Brasil, criado em Paris em 2016 por ocasião do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, abriram uma faixa em frente à mesa onde aconteceu o debate e chamaram o ex-presidente de “golpista”. Perguntado se tinha se incomodado com o protesto, Cardoso disse que não, pois “estava acostumado”.

RFI – O que aconteceu com o Brasil?
FHC – Uma transformação muito grande, porque o sistema político tal como ele foi montado por nós mesmos com a Constituição de 1988 chegou ao fim de um ciclo. Houve uma desmoralização da vida política, houve também um processo de corrupção que corroeu bastante o poder no Brasil e um desencantamento do povo. E o povo reagiu elegendo um candidato que era pouco conhecido, mas que aparecia como se fosse uma ruptura com tudo o que tinha sido feito anteriormente. Não acho que isso signifique o fim da democracia – na França muitas pessoas acreditam que foi –, é mais complexo que isso, é um ciclo que chega ao fim. É preciso refazer o sistema político, recriar confiança nas pessoas. Quem vai ser capaz de fazer isso é a questão.

RFI – Mas se não é o fim da democracia, como alguns pregam, é o sinal de uma crise da democracia?
FHC – Bom, as democracias estão em crise em geral. Onde há democracia representativa, mesmo aqui na França, penso que há um certo desencontro entre a vontade das pessoas e a representação delas na vida política. Então neste sentido sim, porque você tem hoje novas formas de comunicação que são fundamentais, que conectam as pessoas com muito mais velocidade, independentemente das instituições sociais e tudo o mais. Então, neste sentido, é uma transformação. Se a gente chamar de crise, é uma crise. No nosso caso, a gente tem um problema mais sério, que é a desmoralização. Não só uma crise de desajuste das regras democráticas na vida social, mas também de corrupção no próprio poder, que ficou visível, gerando repulsa da população. Há risco para a democracia? Sempre há risco para a democracia. Eu acho que era o Sérgio Buarque de Holanda que dizia que a democracia é uma plantinha tênue, que tem que regar todo dia, tem que molhar para poder vicejar, para florescer. Então eu não vou dizer que não haja sempre o perigo de uma tentativa de autoritarismo. Eu já passei por momentos bem difíceis no Brasil e sei como é isso, mas por enquanto temos bastante liberdade na imprensa, na movimentação social. Vamos ver como o governo vai se posicionar. Eu, pessoalmente, tenho discrepâncias grandes com a visão de alguns setores do governo, mas isso faz parte do jogo, às vezes você ganha e às vezes você perde. Quando as pessoas que ganham querem evitar que haja a mudança de governo, que haja eleições, que haja liberdade de imprensa, aí complica. Aí você tem uma crise mais profunda. Nós não chegamos a este ponto, ao meu ver.

RFI – Em uma entrevista recente, o senhor falou que, se este governo for de extrema direita, seria oposição. Ainda existe esta dúvida se é ou não um governo de extrema direita?
FHC- Não, não tenho dúvidas. Eu seria oposição de qualquer maneira, eu não votei nele. E eu não votei nesse porque tinha um outro candidato [em quem votar], de um outro partido, e também porque eu não concordo com as ideias que ele expressou durante a campanha. Agora isso não me leva a dizer que o governo vá ser um governo que quebre as regras democráticas, isso é outra coisa. Eu discordo da orientação política e acho que o que eu tentei dizer foi o seguinte: na eleição, não houve uma votação de escolha entre esquerda e direita, entre democracia e ditadura. Isso não estava em jogo. O que estava em jogo era esta irritação da população com a corrupção e pela existência de uma violência espraiada no país. Eles queriam ordem. Foi mais em função de simbolizar a ordem e não estar vinculado a processos corruptivos que levou Bolsonaro à eleição. O que não quer dizer que o governo não tenha dentro dele elementos de direita. Tem.

RFI – E de extrema direita?
FHC – De extrema direita. Com visão bastante reacionária, em alguns setores. Agora, isso vai prevalecer? Aí depende, depende do jogo da sociedade, depende da resistência do Parlamento, da imprensa, não é tão simples assim. As pessoas quando ganham, não fazem tudo o que querem. Eu fui presidente eu não fiz tudo o que eu queria. Não se consegue, a sociedade existe. Então eu acho que a oposição precisa sempre existir. Na democracia, é necessário que exista oposição. Agora oposição, ao meu ver, o que não pode é ser destrutiva, no sentido de dizer que tudo o que vai ser feito pelo governo é errado porque vem do governo. Eu não sei, o que fizer errado eu sou contra. O que não tiver errado, por que eu vou ficar contra? Eu digo errado no sentido do bem-estar do povo, do crescimento da economia, da manutenção das regras democráticas. Se houver e quando houver atentado quanto a estas questões, eu acho que quem está na condição deve protestar, deve reagir.

RFI – O senhor acabou de dizer que não votou em Bolsonaro. Por que não declarou voto ou apoiou a Haddad, num momento tão decisivo da História do Brasil?
FHC – Isso é outra coisa, porque eu nunca estive de acordo também com as posições do PT, que levaram à situação, a este descalabro em que nós estamos. Eu me dou com o Haddad, pessoalmente, e não tenho nada contra ele, pelo contrário. Agora, ele botou uma máscara de Lula. Bom, o Lula fez coisas positivas, sem dúvida, mas ao mesmo tempo é responsável pelas transformações negativas ocorridas na vida política brasileira. Então há momentos em que a gente tem que ter noção de que “pô, eu não tô nem cá, nem lá”, não é a minha escolha, eu não sou obrigado a optar. Se houvesse o risco de quebra da democracia, aí sim. Depende da avaliação. Eu avaliei que não, que nós temos capacidade de resistência. Não vi nestes termos. Eu sei que muitas pessoas do PT dizem: “É o fascismo”. Mas eles não conhecem a História. Não tem fascismo, assim como não tem comunismo. Os dois lados têm esta visão um pouco antiquada. Então eu não sou obrigado a fazer uma escolha, eu não estou escolhendo entre a liberdade e a ditadura, entre o fascismo… Bom, também entre o fascismo e o comunismo fica difícil fazer uma escolha.

RFI – Esta questão se deve ao fato de que aqui na França eles estão acostumados a ver os partidos tradicionais fazerem uma frente republicana contra a extrema direita cada vez que ela chega ao segundo turno de uma eleição. E, poucos dias antes do segundo turno no Brasil, eu fui à Assembleia Nacional francesa e falei com deputados de diversos partidos e tendências que não entendiam por que não houve isso no Brasil.
FHC – Eu sei, eu conheço bem a vida francesa. Mas não houve também nenhum esforço, o PT nunca se mostrou aberto neste sentido, então é difícil encontrar razões [para apoiar]. Fizeram tantas coisas erradas, será que o meu voto vai fortalecer estas coisas erradas? Mas também não vou votar naquele em quem eu não acredito. Eu não vi como uma situação de que o novo governo é uma ameaça à democracia. Neste caso, teria de se fazer uma frente democrática. Mas não foi posto assim lá. Foi posto depois ou na hora do desespero da campanha final. Mas não é o que estava em jogo, eram outras questões que estavam em jogo. Talvez eu esteja equivocado, vamos ver daqui a pouco. Se eu estiver é ruim, porque aí vamos ter de lutar pela liberdade. Eu já lutei outras vezes, eu não teria nenhuma dificuldade, ainda mais agora, a esta altura da vida, eu digo o que eu penso. Eu não achei que valesse a pena comprometer minha posição de pensamento por uma candidatura que se dizia progressista, mas que tem em si as marcas do desastre que houve no Brasil: a estagnação da economia, pauperização, não intencionada, mas como consequência de muitos malfeitos e muita corrupção. A corrupção não era pessoal só, mas das instituições, o que é mais grave.

RFI – Esta corrupção das instituições já não existia antes? Não é um caso crônico do Brasil?
FHC – Não, aí é que está a diferença. Você pode dizer que sempre houve corrupção, sempre haverá, aí é outra coisa. Não é isso não: é a organização da corrupção como base de poder. É outra coisa, muito mais grave. Não é corrupção de A, de B ou de C que é má-conduta pessoal, que está errado, mas além disso você tem aqui a corrupção de um sistema que passava pela utilização de empresas públicas para financiar empresas privadas que financiavam partidos de maneira sistemática. Isso é algo muito contra a democracia, contra a liberdade. E eu não posso escolher este lado contra o outro.

RFI – Qual a sua opinião em relação à Operação Lava Jato, o senhor a apoiou?
FHC – Eu sempre apoiei, mesmo se há exageros. Vou dar um exemplo: um governador do meu partido, do estado de Minas Gerais, foi condenado a 21 anos. O que ele fez? Ele eu não sei se fez, mas algumas pessoas que trabalhavam com ele fizeram um contrato com o governo, que na verdade era para usar dinheiro para a campanha dele. Foi condenado a 21 anos, é um exagero. Como é que você resolve isso? Apelando. Porque a Justiça funciona. Você não pode dizer que há uma perseguição política no Brasil. Há muita gente na política que está sendo condenado, por acusações de corrupção, de mau uso do dinheiro público. Você pode discutir isso na Justiça, pode discutir se a pena é correta. Os juízes da Lava Jato são da primeira instância, depois você recorre à segunda instância e ainda tem o Supremo Tribunal Federal. Então, se todas instâncias dizem que é culpado, o que que eu vou fazer? Ou eu acredito que a Justiça e a democracia existem ou eu faço o quê?

RFI – Voltando ao governo Bolsonaro, já estamos no 14º dia de seu governo, qual a sua avaliação destes primeiros dias? O senhor acha que o fato de o Brasil ter eleito um presidente de extrema direita vai afetar negativamente a imagem do país no exterior e particularmente na França?
FHC – Vamos começar por aí. Afeta. É claro que afeta. A percepção do resto do mundo e particularmente na França é negativa. O governo começou complicado, com a recusa do pacto de imigração, dizer que vai sair da convenção sobre o clima, são posições difíceis de imaginar que o mundo aceite com aplausos. Dentro do governo, tem setores ultraliberais, na parte econômica, setores que são culturalmente atrasados, reacionários, e setores que são fora do mundo, “démodé”.

RFI – E como fazer com que isso funcione? Para que eles se entendam para governar?
FHC – Este é o ponto, é difícil ver. Você vê que, no começo do governo, estão dando muitas cabeçadas, um diz uma coisa, o outro diz outra coisa e tal. Eu sou prudente, eu fui presidente, eu sei que é difícil, não gosto de jogar pedra toda hora e às vezes no começo as pessoas custam a se ajeitar. Mas aí é mais do que isso, são setores muito desencontrados. Eu sou brasileiro em primeiro lugar; o meu partido, para mim, vem depois. Eu quero o bem-estar do povo e tenho uma visão de mundo. Acredito na humanidade, acho que tem valores universais, direitos humanos, essa coisa toda, então eu torço para que não façam erros, não torço para que errem. Deixa ver o que vai acontecer. Mas que estão dando cabeçada, estão.

Folhapress

Opinião dos leitores

  1. BG
    Esse individuo não tem autoridade para falar nada. Devia encher os ouvidos de algodão que faria muito bem ao País e deixar de falar asneiras.

  2. Se ele foi “oposição velada” aos próprios candidatos do seu partido…o ego é grande demais. Nas últimas décadas o único apoio que vimos dele foi para não prender Lula. Logo a credibilidade que tem é (-) menos 100%.

  3. Esse véio tá gagá e deu muita sorte porque na época dele o MP e o Poder Judiciário não eram tão atuantes.

  4. a maconha ou Viagra esta fazendo mal ao cérebro dessa criatura inócua que insiste em não desencarnar

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RN

Refine esclarece legalidade de contrato para fornecimento de alimentação à SEAP


A empresa Refine Refeições Industriais Especiais Ltda, divulgou uma nota nesta terça-feira (12), para esclarecer informações sobre o contrato firmado com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP) para o fornecimento de refeições aos privados de liberdade nas unidades de Natal e Grande Natal.

Segundo a empresa, todos os documentos e procedimentos já passaram por análise de órgãos de fiscalização e do sistema de Justiça, sem que fosse identificada qualquer irregularidade. O Ministério Público Estadual do Rio Grande do Norte, inclusive, teria concluído que o contrato é regular.

O aditivo que acrescentou a ceia às refeições diárias foi firmado em cumprimento a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) celebrado entre o Ministério Público e a SEAP.

A Refine também ressaltou que o procedimento instaurado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) faz parte das atribuições normais de fiscalização e que a empresa apresentará todos os documentos que, segundo ela, comprovam a legalidade dos atos e a qualidade dos serviços prestados.

Confira a nota na íntegra:

REFINE ESCLARECE FATOS E MOSTRA TODA LEGALIDADE DO CONTRATO PARA FORNECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO À SEAP

A Refine Refeições Industriais Especiais Ltda. repõe a verdade dos fatos e esclarece que não há qualquer ilegalidade no contrato firmado para fornecimento das refeições aos privados de liberdade nas unidades mantidas pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária em Natal e na Grande Natal. Os mais diversos órgãos de fiscalização e do sistema de Justiça já analisaram documentos e comprovam a completa lisura do processo e dos seus atos.
Inclusive, tal contrato já foi objeto de análise detalhada do Ministério Público Estadual do Rio Grande do Norte que não identificou nenhuma irregularidade. O aditivo do contrato, onde foi acrescida a ceia na refeição diária dos privados de liberdade, foi firmado seguindo determinação de Termo de Ajustamento de Conduta firmado pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária.
O procedimento do Tribunal de Contas do Estado, instaurado, é uma investigação legítima daquela Casa que tem como uma das suas funções fiscaliza a gestão pública. A partir de agora a Refine trará todos os documentos e provas que atestam a legalidade dos seus atos e a qualidade dos seus serviços.
A Refine Refeições Industriais Especiais Ltda. mantém extremo zelo em todos os seus atos contratuais e na execução dos seus serviços. A excelência é a marca da empresa que atua há mais de 26 anos no mercado e assim permanecerá.

Natal, 12 de agosto de 2025

Assessoria de Comunicação da Refine Refeições

Blog do BG

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Brasil

Moraes autoriza saída de Bolsonaro para ir em hospital fazer exames

Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

O ministro Alexandre de Moraes do STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou nesta terça-feira (12) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a deixar a prisão domiciliar para fazer exames médicos em um hospital particular de Brasília.

A defesa do ex-presidente terá até 48 horas após a realização dos exames para apresentar o atestado médico. Os exames estão marcados para o próximo sábado (16), no DF Star, e a liberação deverá ocorrer em, no máximo, oito horas.

O pedido para que Bolsonaro fosse liberado a ir ao hospital foi feito pela defesa do ex-presidente.

Segundo os advogados, os exames são necessários para dar “seguimento de tratamento de medicamentos em curso, da necessidade de reavaliação dos sintomas de refluxo e soluços refratários, bem como da verificação das condições atuais de saúde”.

Em abril deste ano, Bolsonaro passou por mais uma cirurgia por complicações decorrentes da facada que sofreu em 2018. Ele teve alta somente duas semanas depois.

Na mesma decisão, o ministro também autorizou visitas a Bolsonaro nas seguintes datas:

Senador Rogério Marinho (PL-RN), no dia 22 de agosto;

Deputado federal Altineu Côrtes (PL-RJ), no dia 25 de agosto;

Vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Augusto (Pl-SP), no dia 26 de agosto;

Deputado estadual, Tomé Abduch (Republicanos-SP), no dia 27 de agosto.

CNN

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Brasil

ÁUDIO: Juiz que auxiliou Moraes no STF desabafa: “Não aguento mais”


Em reclamação feita por áudio, o juiz Airton Vieira, que auxiliou Alexandre de Moraes no STF entre 2018 e março de 2025, relatou pressões sofridas enquanto atuava no gabinete do ministro.

Na conversa, Vieira disse que teve a família “extremamente prejudicada” e que havia chegado ao limite físico, psicológico e emocional.

O desabafo foi endereçado em 14 de janeiro de 2023 a Eduardo Tagliaferro, que chefiava a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), à época presidido por Moraes.

“Olha, realmente a coisa está feia, viu? Eu não estou aguentando mais em termos físicos, psicológicos, emocionais. Eu não consigo dormir sossegado, eu não tenho tranquilidade, eu estou perdendo completamente a higidez mental, o pouco que eu ainda tinha, viu? Realmente a coisa está feia”, diz Vieira a Tagliaferro.

“Até depois, em questões de audiência de custódia, sabe, ele vem dando palpite. Espera um pouco, né? Olha, eu não sei como vai evoluir isso, honestamente falando, mas eu sei que eu já cheguei ao meu limite, aliás, já ultrapassei o meu limite faz tempo. É que agora eu estou numa situação, né, eu havia pensado já. Já tinha decidido antecipar a minha passagem”, afirma o juiz, referindo-se a antecipar seu retorno ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Problemas familiares

O magistrado relatou ainda estar passando por problemas familiares devido à pressão sofrida no gabinete de Moraes, no STF, mas que havia decidido permanecer na função para não deixar o ministro “na mão”.

“Eu falei: bom, agora que a temperatura vai diminuir, etc., etc. Só que voltou a subir de uma forma exponencial e agora eu fico constrangido de antecipar qualquer coisa, porque passaria a impressão de que eu estaria saindo, pulando do barco, justamente no momento, talvez, de maior tempestade. Isso eu acho desagradável e eu não faria, né? Deixando, no caso, o ministro na mão, mas está muito, muito, muito difícil”, contou Vieira.

“Minha família está sendo extremamente prejudicada e toda essa situação, além de tudo, do trabalho. Porque se a situação do trabalho fosse boa, tudo bem, mas essa situação, sabe? Pressão para tudo quanto é lado, cobrança, o que a gente fala não tem crédito, tudo para anteontem”, lamentou o magistrado.

Na última sexta-feira (8/8), Moraes negou o pedido da defesa de Tagliaferro de acesso aos autos do inquérito que o investiga. Ele é investigado pelo vazamento de conversas de WhatsApp trocadas com integrantes do gabinete do ministro, relacionadas ao bloqueio de perfis de direita em redes sociais. A Polícia Federal indiciou o ex-assessor por violação de sigilo funcional com dano à administração pública.

A coluna tentou contato com o juiz Airton Vieira, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para eventual manifestação do magistrado, que deixou o gabinete de Moraes em março deste ano.

Metrópoles

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Geral

INGRATO: Eraldo Paiva perde de 6 a 1 no TRE e continua levando o “apelido” para casa

Parece que o título de “Ingrato” vai continuar colado no ex-prefeito de São Gonçalo do Amarante, Eraldo Paiva, por muito tempo. Nesta terça-feira (12), o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) deu mais um “não” ao recurso eleitoral movido por ele, que pedia a cassação do mandato do prefeito Jaime Calado e a inelegibilidade dele.

Eraldo não gostou de ter sido chamado justamente pelo apelido que o deixou famoso em todo o Estado: “Ingrato”. Segundo o ex-prefeito, isso configuraria ofensa. Mas o que se viu no plenário foi um verdadeiro baile jurídico: o placar terminou 6 a 1 contra o ex-gestor, que saiu do tribunal com mais uma derrota.

Vale lembrar que o processo já estava na segunda instância, o que significa que Eraldo subiu mais um degrau apenas para descer de escorregador. E, pelo visto, o apelido que ele tanto queria apagar vai continuar ecoando nas conversas políticas e nas esquinas de São Gonçalo.

Com informações do Portal Ariel Dantas 

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Geral

Governo Lula enviará projeto de regulação das redes sociais ao Congresso nos próximos dias, diz Rui Costa

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou, nesta terça-feira, 12, que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende enviar, nos próximos dias, um projeto para o Congresso Nacional para a regulação das redes sociais.

O motivo da nova investida é a repercussão de denúncias feitas pelo influencer Felca de que alguns influenciadores e páginas lucram com vídeos de crianças e adolescentes e atraem a atenção de pedófilos.

Em razão disso, Costa afirmou que o governo vai insistir na regulação das redes e na criação de regras para a internet, além daquelas já existentes de 2014, com o Marco Civil da Internet.

“O governo brasileiro e o presidente Lula é favorável à regulamentação, à fiscalização dessas plataformas digitais que ganham muito, muito dinheiro às custas da saúde mental e da saúde física às vezes, de criança, de adolescente, de mulheres que são exploradas e são enganadas através de redes sociais e de plataformas”, disse Costa em entrevista à rádio Alvorada FM.

Em sua conta no X, Costa fez um longo texto, no qual defende a regulação das redes. Ele começa, em letras maiúsculas, afirmando que “regular as redes sociais é questão de segurança”. E, parafraseando a máxima que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), usa para censurar perfis de políticos e influenciadores conservadores, Costa escreveu: “Liberdade de expressão não é autorização para cometer crimes”.

Segundo ele, “a denúncia feita pelo youtuber Felca sobre a adultização de crianças é mais um alerta para um problema que acontece no mundo inteiro e reforça a necessidade de pais, mães, avós e responsáveis redobrarem o cuidado com o acesso de menores às redes sociais”.

Os críticos da regulação dizem que o pretexto é censurar opiniões políticas divergentes e críticas ao governo e às instituições, como tem ocorrido nos últimos anos por meio do STF. Além disso, a lei já obriga que as plataformas retirem do ar conteúdos impróprios, a partir da notificação privada e garante que os pais exerçam o controle sobre o que os filhos menores acessam na internet.

Por isso, segundo ele, Lula vai enviar ao Congresso um projeto de lei sobre o tema nos próximos dias. “O governo brasileiro defende a regulamentação e fiscalização dessas empresas, que acumulam lucros bilionários, muitas vezes às custas da integridade física e psicológica das pessoas”, escreveu.

O ministro seguiu e falou em “aperfeiçoamento da legislação”. Estamos falando de algo muito perigoso. Mais do que nunca, é preciso regular, fiscalizar e punir não apenas quem publica, mas também quem viabiliza a disseminação desses conteúdos. A legislação precisa ser aperfeiçoada para coibir e punir de forma efetiva essas atividades criminosas”, acrescentou.

No ano passado, o governo Lula tentou aprovar o PL das Fake News, mas, sem apoio dos parlamentares, a proposta voltou para gaveta.

Revista Oeste

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Geral

Disputa inédita entre Brasil e EUA pode se agravar facilmente, diz Financial Times

Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

A disputa entre o Brasil e os Estados Unidos deflagrada após o tarifaço de 50% é destaque nesta terça-feira (12) no site do Financial Times, um dos periódicos de economia e negócios mais influentes do mundo.

Em uma longa reportagem, o jornal britânico aponta que os entraves abertos entre Brasília e Washington são “sem precedentes”, alerta que a situação pode se agravar “facilmente”, e que o embate entre os países “não mostra sinais de resolução rápida”.

“Trump demonstrou no passado a capacidade de mudar rapidamente de rumo, de modo que nenhuma disputa com seu governo é intratável. Mas o impasse entre os EUA e o Brasil não será fácil de resolver — e pode facilmente se agravar”.

Ao veículo, a especialista Bruna Santos, do think tank Diálogo Interamericano, descreve o confronto como “a pior crise em 200 anos de relações bilaterais”.

Influência política

O Financial Times atribui parte do entrave à influência de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente está sendo acusado pela justiça brasileira de planejar um golpe de Estado após perder a eleição de 2022. Ele nega as acusações.

O jornal britânico relembra que a imposição das tarifas extras ao Brasil, oficializadas por meio de uma carta enviada no dia 9 de julho, cita o julgamento do ex-presidente como uma “caça às bruxas” que deveria ser “interrompida imediatamente”.

Quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ignorou o pedido, o republicano declarou que o país representava uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional dos EUA. Foi oficializada, então, a taxação de 50% sobre todas as exportações brasileiras (revertida em partes depois, mas ainda assim relevante).

A retaliação não parou por aí. Quando o STF impôs o uso da tornozeleira eletrônica em Bolsonaro, Washington utilizou a Lei Magnitsky, reservada a graves infratores de direitos humanos, para impor sanções financeiras abrangentes ao presidente do Supremo, Alexandre de Moraes.

O que não impediu Moraes de colocar o ex-presidente em prisão domiciliar na segunda-feira passada (4), por descumprimento de medidas cautelares.

“Trump se identificou pessoalmente com a situação de Bolsonaro. Lula não tem poder para interromper o julgamento, mesmo que quisesse, e vê vantagem política interna em enfrentar Washington”, escreve o FT.

Dos males… mais um

Trump “dedica um tempo considerável ao Brasil. E aqui está o motivo número um: ele obviamente entende que Bolsonaro é o ‘Trump dos Trópicos'”, disse o ex-estrategista-chefe de Trump, Steve Bannon, ao FT. “Ele é muito próximo de Bolsonaro, mas também se trata de liberdade e autonomia.”

Apesar disso, o Financial Times entende que a proximidade com o ex-presidente não é o único motivo de tensão entre os dois países.

O jornal cita as tentativas de Donald Trump de reverter a regulamentação das empresas de mídia social americanas, alegando que o STF emitiu centenas de “ordens de censura secretas e ilegais”. O republicano também criticou os “déficits comerciais insustentáveis” do Brasil.

Por esta razão, Bannon afirmou ao veículo que governo Trump “continuará a pressionar o Brasil”. “Lula está tentando desafiar o… presidente dos EUA”, disse. “Não acho que isso vá funcionar bem para o povo brasileiro.”  

Mônica de Bolle, especialista em Brasil do Instituto Peterson de Economia Internacional, defendeu ao jornal que Trump não está pessoalmente envolvido com Bolsonaro. “Ele é o tipo de pessoa que não tem compromisso com ninguém, então é muito fácil para ele”, argumentou a especialista.

“Se ele conseguir encontrar algo que lhe permita dizer ‘negociamos com o Brasil e conseguimos o que queremos’, então tudo vai passar.”

Impactos de ambos os lados

Independentemente dos motivos pelos quais o conflito começou, “é provável que haja algum impacto negativo no curto prazo para ambos os lados”, afirma o jornal britânico. 

Isso porque, apesar da lista de 694 exceções, alguns setores importantes ficaram de fora das isenções. Café, carne bovina, madeira, pescados, frutas: as tarifas, em vigor no dia 6 de agosto, tornaram a exportação destes produtos ao país norte-americano inviáveis.

CNN Brasil

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Geral

Governo Trump critica Moraes e gestão Lula em relatório que cita piora de direitos humanos no Brasil

Foto: Ken Cedeno/Reuters

O Departamento de Estado dos Estados Unidos, sob comando do governo Donald Trump, fez novas críticas ao governo brasileiro e à atuação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O órgão afirmou que o governo reprimiu “o debate democrático” e restringiu a expressão de simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto as cortes tomaram decisões que minam a liberdade de expressão.

O documento, que foi enviado ao Congresso americano, também diz que a situação dos direitos humanos se “deteriorou” em 2024.

“O governo censurou conteúdos online considerados em violação a ordens do Supremo Tribunal Federal (STF), que instruíram as plataformas a remover conteúdos que supostamente disseminavam desinformação relacionada ao sistema eleitoral ou às instituições judiciais, ou que depreciavam autoridades judiciais com ameaças ou assédio online”, afirma o relatório.

A atuação do STF na contenção de conteúdos nas redes sociais também foi alvo do relatório.

“Registros judiciais revelam que o ministro Alexandre de Moraes ordenou pessoalmente a suspensão de mais de 100 perfis de usuários na plataforma de mídia social X (anteriormente Twitter), suprimindo de forma desproporcional a liberdade de expressão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, ao invés de adotar medidas mais específicas para penalizar conteúdos que incitassem ações ilegais iminentes ou assédio.”

Folhapress

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Geral

Motta propõe comissão para tratar de ‘adultização’ de crianças em tentativa de mudar pauta da Câmara

Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), propôs nesta terça-feira a criação de uma comissão geral para debater a chamada “adultização” de crianças nas redes sociais, tema que ganhou projeção nacional após um vídeo do influenciador Felca viralizar nas últimas semanas. A decisão foi tomada durante reunião com os líderes da Casa.

A sessão está prevista para esta quarta-feira e deve reunir representantes da sociedade civil, juristas e ativistas.

Qualquer projeto de lei sobre o assunto, contudo, só será pautado após a comissão apresentar um parecer, o que pode levar até 30 dias. No Congresso, o movimento é visto como uma forma de ganhar tempo e tentar reduzir o clima de embate que marcou a última semana.

A ideia de Motta seria usar o debate como uma pauta de “pacificação” num momento em que a Câmara vive tensões. A estratégia também busca deslocar o foco das pautas da oposição, como a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado, defendidos por aliados de Jair Bolsonaro.

Fora do PL, líderes avaliam não ter clima para pautar. O líder do MDB, Isnaldo Bulhões Júnior, afirmou isso ao deixar a reunião:

— Meu feeling é de que não tem clima.

Mais cedo, Motta se reuniu com Sostenes Cavalcante, líder do PL, em sua residência oficial. Cavalcante alegou que o foro seria pautado:

— Depois da semana passada, a gente tem que aparar arestas, alinhar as coisas. Está tudo superado. O foco da reunião era a gente se acalmar depois do que aconteceu. Não vamos pautar a anistia agora. O acordo foi pautar o fim do foro, aprovar nas duas Casas e, depois, pautar a anistia. Assim, a gente tira a corda do pescoço dos parlamentares — disse Sostenes.

O Globo

Opinião dos leitores

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Geral

Natal, Macaíba e Parelhas são cidades do RN mais afetadas por tarifaço dos EUA; confira o top 10

Foto: José Aldenir / AGORA RN

Natal, Macaíba, Parelhas são as três cidades potiguares mais impactadas pelas novas tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos para produtos exportados pelo Rio Grande do Norte, vigentes desde o último dia 6.

A lista das 10 cidades do RN mais afetadas:

(Valor US$ FOB*)
Natal – US$ 13.966.467,00
Macaíba – US$ 5.466.533,00
Parelhas – US$ 4.396.249,00
Baía Formosa – US$ 4.317.408,00
Mossoró – US$ 3.785.030,00
Currais Novos – US$ 1.565.372,00
São Paulo do Potengi – US$ 1.370.324,00
Porto do Mangue – US$ 1.147.014,00
Touros – US$ 1.040.578,00
Macau – US$ 789.923,00

Total: US$ 37.844.898,00

De janeiro a julho de 2025, os produtos exportados pelos 10 municípios – e que estão sendo taxados – somaram US$ 37.844.898,00 em valores *FOB (Free on Board), ou seja, o preço da mercadoria incluindo custos de produção e transporte até o ponto de embarque, mas sem frete e seguro após o embarque.

Os dados foram compilados pelo Observatório da Indústria MAIS RN, da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), e são semelhantes à análise da Balança de Exportação para os Estados Unidos, elaborada pelo Sebrae-RN.

O documento enumera as dez cidades que mais venderam para o país norte-americano. Guamaré seria o município que encabeçaria a lista, mas os produtos que a cidade exporta (Combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação; matérias betuminosas; ceras minerais) ficaram isentos da tarifa.

Excluindo Guamaré pela razão mencionada acima, a capital do estado é a mais impactada, com US$ 13,9 milhões em produtos de exportação no período. Entre eles estão obras de pedra, gesso, cimento, amianto, mica ou matérias semelhantes; móveis; mobiliário médico-cirúrgico; colchões e almofadas; aparelhos de iluminação; anúncios luminosos; pérolas naturais e cultivadas; pedras preciosas; metais preciosos e folheados; bijuterias; moedas; além de vestuário e acessórios, exceto de malha.

Reportagem completa na Tribuna do Norte

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[VÍDEO] Ditador Nicolás Maduro reage a recompensa dos EUA por informações que levem à captura dele: “resposta pode ser o início do fim do império americano”

Foto: reprodução

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, reagiu à última oferta de recompensa dos Estados Unidos por informações que levem à captura dele na emissora de televisão venezuelana VTV, na segunda-feira (11).

Maduro disse para “os imperialistas” que não se atrevam a atacá-lo porque a resposta “pode ser o início do fim do império americano”.

Ele acrescentou que na Venezuela, até cadetes do primeiro ano recebem formação com uma visão anti-imperialista.

“Eu digo aos imperialistas, e digo ao meu povo: não ousem”, disse ele durante a transmissão.

Esses comentários vieram após os EUA anunciarem que iriam dobrar a recompensa por informações que levem à prisão do ditador da Venezuela. Inicialmente, o valor foi anunciado em US$ 25 milhões, e agora, passa a ser US$ 50 milhões.

Anteriormente, o governo americano já havia argumentado que a vitória de Maduro nas eleições em 2024 foi “ilegítima”, além de emitir uma ordem para captura do mandatário.

A oposição alega ter vencido o pleito, e o resultado foi amplamente contestado por observadores internacionais.

Maduro, presidente desde 2013, foi declarado vencedor das eleições de julho de 2024 pela autoridade eleitoral e pelo tribunal superior da Venezuela, embora nunca tenham sido publicadas as apurações detalhadas que confirmam sua vitória.

CNN Brasil

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