Política

Janaina Paschoal diz não haver motivo para afastar Bolsonaro e quer Moro na disputa presidencial em 2022

Foto: Reprodução/YouTube

Uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma Rousseff em 2015, ao lado dos juristas Miguel Reale Jr. e Hélio Bicudo, a advogada e professora de direito da USP Janaina Paschoal virou referência do antipetismo, uma das estrelas da onda conservadora e quase se tornou vice de Jair Bolsonaro em 2018. Acabou disputando uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo e, com 2 060 786 votos, se tornou a deputada mais votada da história do país. Hoje, vive uma relação dúbia com o bolsonarismo: diz que o presidente acerta no geral, mas critica os seus destemperos, o comportamento inadequado na pandemia e o círculo de pessoas mais próximas a ele, de quem cobra uma postura mais incisiva para controlar os impulsos presidenciais em um momento de grave tensão política. Janaina também ataca a oposição e a CPI e diz que, por ora, não vê motivo para o impeachment, mas entende que isso pode mudar a depender da investigação sobre a compra da vacina Covaxin. Em entrevista por aplicativo de vídeo, ela anuncia a sua saída do PSL, conta que em 2022 tentará chegar a Brasília por meio do Senado e que torce por uma terceira via na eleição presidencial — hoje, seu candidato seria Sergio Moro.

Corremos algum risco de não ter eleições em 2022, como já ventilou o presidente? Nenhum. As instituições no Brasil são muito sólidas. É mais uma retórica do presidente do que uma ameaça real.

Em 2018, a senhora foi convidada para ser vice de Bolsonaro e recusou. Como o avalia hoje? No geral, ele acerta nos méritos, mas erra muito na forma como defende suas ideias. Eu considero muito ruim essa resistência em ser um exemplo, um líder que usa máscara, que não aglomera. Por outro lado, ele tomou medidas importantes, como adotar o auxílio emergencial com rapidez e defender o tratamento no início da doença, que eu apoio. Só que o tom é sempre acima e gera reações. Vivemos um clima de constante tensão. Eu busco interlocutores dele para falar sobre isso, mas eles conseguem ser mais radicais que o presidente. Então, fica difícil.

O país conta hoje mais de 550 000 mortos pela Covid-19. Isso não foi um erro grave do governo? Sempre se pode dizer que isso ou aquilo poderia ter sido feito diferente. Mas daí a atribuir o número de mortes ao presidente me parece má-fé, porque, proporcionalmente, morreu mais gente em São Paulo do que no Brasil. E João Doria foi o anti-Bolsonaro. Seria justo atribuir as mortes ao governador? Não seria, como também não é atribuir tudo ao presidente. Tanto que até surgir essa história do contrato com a Covaxin, a CPI era um acontecimento vazio, um palanque de políticos decadentes que tentam corroer o governo.

No caso Covaxin, o presidente reconheceu recentemente que foi alertado sobre supostas irregularidades na negociação. Esse episódio não complica muito a vida de Bolsonaro? Vai ter de apurar esse caso, mas eu não acho que o local adequado seja a CPI, que se perdeu. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-­MG), deveria pegar os documentos referentes a essa contratação e levar ao Ministério Público ou à Polícia Federal. Tem de ouvir esse deputado Luis Miranda (DEM-DF) de novo em um ambiente técnico, para ele falar tudo o que sabe. Não é razoável ele prestar depoimento e depois sair dando entrevista dizendo: “Olha, eu tenho mais”. Isso é chantagem.

“Vamos imaginar que o caso Covaxin chegue a Bolsonaro e se conclua que ele tenha deixado de agir em função de alguém muito próximo. Aí é outra história, teremos algo concreto”

A senhora defendeu a tese de que Bolsonaro afastasse todos os citados nessa possível negociata da Covaxin, inclusive o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). O presidente está reagindo mal ao episódio? Ele demora muito para tomar decisões. O certo seria afastar, não por reconhecer que o seu líder tem culpa, não é isso. Mas, na medida em que a situação está tão nebulosa, afasta, as coisas se esclarecem e, dependendo, ele volta.

Como a senhora avalia esse último pedido de impeachment, que aponta 23 crimes do presidente? Ele não tem condição de ser apurado, porque está muito mal redigido. São 270 páginas de junção de pedidos anteriores sem enquadrar os fatos na letra da lei. Há alguns requisitos para apresentar uma denúncia, não é apenas o desejo e ter uma lista de assinaturas. As pessoas confundem um pouco as coisas. Vamos imaginar que a investigação em torno da vacina chegue a Bolsonaro ou a um filho dele ou se conclua que o presidente tenha deixado de agir em função do envolvimento de alguém muito próximo. Aí é outra história. Até agora o que a oposição está falando é “o presidente é um genocida…”. Desculpe, isso não é crime de responsabilidade. A gente tem de aguardar a investigação da compra de vacinas e, se houver algo concreto, apresentar uma peça juridicamente apta.

Havia mais motivos para o impeachment de Dilma do que há para o de Bolsonaro? Sim, com certeza. Foram treze anos de desmandos, de bilhões saindo do BNDES para empresários escolhidos, de dinheiro remetido ao exterior para obras que não tinham impacto no âmbito nacional. As pedaladas foram um expediente fiscal para encobrir esses bilhões.

Em sua insistente campanha em defesa do voto impresso, o presidente chamou o ministro Luís Roberto Barroso do STF e do TSE de “idiota” e “imbecil” e disse que “a fraude está no TSE”. Não é esticar a corda demais? Todos estão esticando. É a nota do Exército (criticando a CPI), a entrevista do comandante da Aeronáutica, as agressões verbais do presidente, mas também há os excessos dos ministros do Supremo. Há muito eles não agem dentro dos limites constitucionais. À medida que Barroso entra na discussão, que está no Congresso, como um agente político, é natural que entre em um embate também. Os ministros têm de decidir se são membros do Judiciário, que aguardam a causa chegar para avaliá-la tecnicamente, ou se são agentes políticos — nesse caso, ao serem confrontados, têm de aguentar o tranco. É hora de recuar, não só para Bolsonaro, mas para os ministros também. Está faltando aquela voz de cautela, chamar as pessoas à razão.

Outro foco de crise tem sido os militares. O que acha deles no governo? O presidente poderia rever, buscar quadros não militares para ocupar espaços. Tem muita gente assustada com isso, acreditando que é algo planejado, com finalidade. Então, ele deveria rever, até para dar um viés mais plural ao governo. Não tenho preconceito contra militares, mas isso está gerando uma tensão que não é positiva.

Hoje, o principal adversário de Bolsonaro em 2022 é o ex-presidente Lula. O que a senhora, que foi algoz do PT, acha da volta dele ao jogo eleitoral? Sou do mundo do direito. Concordando ou não, houve uma decisão. Ele recuperou os direitos, é natural que queira concorrer. Mas se a disputa em 2022 for entre Lula e Bolsonaro, votarei de novo em Bolsonaro.

A senhora descarta uma terceira via? O país precisa de um pouco mais de tranquilidade. Esse estilo do presidente, de governar no conflito, não é saudável, é preciso alguém com mais consciência dos papéis constitucionais. Os próprios apoiadores cobram dele essa postura de constante guerrilha, é algo parecido com o PT. Gostaria de votar num candidato com mais consistência. Se o ex-juiz Sergio Moro se candidatasse, eu o apoiaria, mesmo correndo o risco de tirar voto de Bolsonaro. Queria que conseguíssemos criar uma dupla, a Presidência da República tem de ser exercida numa chapa, com um vice que não seja decorativo. Uma conversa que tive com o presidente lá atrás, e que foi muito mal recebida pelo entorno dele, foi nesse sentido: eu queria estabelecer funções para cada um, e acharam que eu queria invadir a competência dele. O vice é um posto muito estratégico, então eu quero ver se surge uma chapa menos personalista e mais preocupada com as instituições. Como sou otimista, creio que há tempo para não termos de nos conformar com Lula ou Bolsonaro.

Por falar na importância do vice, como avalia o papel de Hamilton Mourão? Embora um seja general e o outro, capitão, quem manda é o presidente. Mourão adota uma postura de acatar a hierarquia. Eu não seria como ele. Sou do tipo que invade a sala, e a pessoa tem de me ouvir. É para o bem, não é no intuito de confrontar, tem hora que você precisa fazer isso.

Uma alternativa colocada à mesa nas últimas semanas para evitar novas crises de governo foi a da adoção do semipresidencialismo. O que acha da ideia? Não há sentido nesse tipo de discussão. Vejo o semipresidencialismo como abrandamento ao parlamentarismo. Eu sigo sendo presidencialista. A Constituição tem instrumentos contra um governante que pratica crime de responsabilidade, como o impeachment. Fragilizar a República presidencialista pode trazer ainda mais instabilidade.

“Gostaria de votar para a Presidência num candidato com mais consistência. Eu apoiaria o ex-juiz Sergio Moro se ele se candidatasse, mesmo correndo o risco de tirar votos do Bolsonaro”

Nas últimas semanas, tem tido algum contato com o presidente? Depois da eleição, poucas vezes, em uma ou outra solenidade. Mas um contato de telefone, para trocar ideias, nenhum. Porque o entorno dele acredita que você tem de concordar com tudo, de aplaudir tudo. Então, é muito difícil, porque eu não sou isso. Eu ligaria para o presidente para dizer: “Chega!”. Se estou perto, arranco o telefone dele para que não acesse o Twitter. Tem hora que é preciso fazer uma intervenção, a pessoa tem de ser protegida de si própria.

Depois de descartar a possibilidade de ser vice de Bolsonaro, a senhora foi eleita deputada com uma votação espetacular, mas teve só um projeto aprovado até agora no Legislativo. Está frustrada com a vida parlamentar? A morosidade na Assembleia é muito grande, sou uma pessoa muito agitada e isso me incomoda. A competência estadual é muito restritiva. Se estivesse no âmbito federal…

Será mesmo candidata ao Senado por São Paulo em 2022? Tentarei, sim, o Senado, que é o cargo que mais se afina com o meu perfil. Não tenho vontade de ser deputada federal. Aquilo lá é uma balbúrdia, mais de 500 pessoas. Gosto de fazer um trabalho artesanal. Quando tenho um projeto, bato na porta de cada colega. Na Câmara eu não me sentia bem nem durante o impeachment, era um lugar horrível.

A senhora fica no PSL? Já avisei que não vou ficar. Tive uma reunião com o PRTB, mas não tenho pressa. Sou defensora das candidaturas avulsas, espero que o ministro Barroso dê uma liminar permitindo isso. Acho que o PSL está muito perdido, não sabe o que quer e o que não quer. Fico preocupada de estar amarrada a uma sigla tão indefinida.

Veja

 

 

Opinião dos leitores

  1. Ta pouca a destruição que Bolsonaro está fazendo com o Brasil. Na visão dela precisa de mais…

    1. Vá se tratar, tem psquiatra pelo sus, tá assim pq perdeu uma boquinha?

  2. Não vou nem falar da prevaricação no caso da Covaxin. Mentira deliberada, como Bozo faz diariamente, já é motivo mais que suficiente para afastar esse demente.

    1. Sabe o que é prevaricação? Um dos crimes que o governo instalado de 2003 a 2018 cometeu no Brasil.
      Exatamente por ter responsabilidade e respeito as leis, o governo federal não prevaricou.
      Não comprou vacina sem aprovação da anvisa como queria a esquerda.
      Não comprou vacina acima do preço praticado pelo mercado internacional como queria a esquerda.
      Não aceitou fazer o jogo dos corruptos, com a desculpa da pandemia, como eles tentaram impor as ações ao governo. Nas se quiser ver e saber o que é prevaricação, é só acompanhar o consórcio nordeste

    2. O governo não concretizou a compra das vacinas porque foi pego com a boca na botija, mas o dinheiro foi empenhado. Foi impedido de terminar o crime iniciado. Esse é o governo da mentira.

  3. O Juiz Moro será nossa salvação. Nós, brasileiros, temos que nos unirmos em prol da sua eleição. Pensar de outra maneira é levar o país ao caos; sem rumo. Precisamos de uma liderança não tisnada ainda pela germe da corrupção.

    1. Moro foi uma das enormes decepções que tive. Se mostrou um menino a serviço do PSDB. Ele condenou políticos de todos os partidos e protegeu Aécio de forma inquestionável. Não teve 01 político do PSDB que ele tenha sentenciado e ali existem muitos com conduta questionável, fato!

    2. Não fala merda Tarcísio, a lava jato condenou o ex governador de MG Eduardo Azeredo, que praticava o mensalão mineiro.

  4. Afastar???
    Porquê!
    Kkkkkkk
    Eleições limpas Já!
    Mito no primeiro turno.
    Ponto final.
    Tá com medo de quê??
    O ladrão de nove dedos tá com 60%.
    Porque o medo?
    Kkkkkkkkkkkkkk
    Aí tem viu???

    1. Essa é outra igual a Joice Hasselmann. Depois dessa Live de ontem tão tudo doido pq muita gente concorda com o presidente, na questão do voto impresso auditavel.

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Geral

Governo brasileiro planeja concessões em etanol e minerais críticos em negociação com os EUA

Foto: Folhapress

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu um conjunto de possíveis ofertas aos Estados Unidos na mesa de negociação sobre as tarifas aplicadas contra produtos brasileiros. A primeira reunião presencial entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e representantes americanos, incluindo o secretário de Estado Marco Rubio e o representante comercial Jamieson Greer, ocorre nesta quinta-feira (16).

O encontro, segundo integrantes do governo brasileiro, será uma oportunidade inicial de ouvir as demandas dos EUA, sem caráter definitivo. A equipe brasileira já identifica três frentes para sinalizar abertura: etanol, minerais críticos e big techs. A intenção é deslocar a negociação para o campo comercial, em resposta à aplicação de tarifas de até 50% pelo governo americano e sanções adicionais, como suspensão de vistos e penalidades financeiras a autoridades.

No setor de etanol, o Brasil estuda retomar o regime de cotas ou criar mecanismos para permitir a entrada de etanol americano em portos do Sudeste, o que preocupa produtores e políticos do Nordeste devido à menor competitividade das usinas locais. Sobre minerais críticos, o governo avalia propor uma parceria de investimento com os EUA, garantindo uma cota de compra em troca do financiamento da exploração desses recursos.

Em relação às big techs, as discussões são limitadas, já que envolvem decisões do Congresso e do STF. Ainda assim, o governo brasileiro pode propor grupos de trabalho para tratar da regulação do setor feita pela Anatel e outros pontos de interesse.

Paralelamente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e aliados participaram de reuniões em Washington no Departamento de Estado, no Departamento do Tesouro e na Casa Branca. Segundo o empresário Paulo Figueiredo, as conversas foram positivas, sem indicativos de mudança na política americana, mas vistas como potencialmente benéficas para interesses comerciais brasileiros.

Com informações da Folha de SP

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Economia

Estatais federais acumulam déficit de R$ 8,9 bilhões em 12 meses, aponta BC

Foto: Antonio Lacerda/EFE

As empresas públicas controladas pelo governo federal registraram um déficit de R$ 8,9 bilhões nos 12 meses encerrados em agosto de 2025, segundo dados do Banco Central. O valor é mais que o dobro do prejuízo registrado no mesmo período até agosto de 2024.

Com o aumento dos déficits, o governo precisou elevar os gastos para manter o funcionamento das estatais. As subvenções federais, transferências diretas do Tesouro Nacional, somaram R$ 27 bilhões no ano passado, R$ 3 bilhões a mais que em 2024.

Entre as maiores beneficiárias estão a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), vinculada ao Ministério da Educação e responsável pela gestão de hospitais federais, que recebeu cerca de R$ 11,5 bilhões, seguida pela Embrapa, voltada ao desenvolvimento tecnológico do agronegócio.

O caso dos Correios ilustra o cenário deficitário das estatais. No primeiro semestre de 2025, mesmo com aumento da receita com vendas e serviços para R$ 8 bilhões, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 4 bilhões, alta de mais de 220% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O resultado negativo é atribuído principalmente à elevação dos custos operacionais e das despesas administrativas, reforçando o desafio do governo em equilibrar a operação financeira das empresas públicas.

Com informações da CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Um desgoverno de A a Z com individuos INCOMPETENTES e omisos, levando o País ao fundo do poço e também um congresso de parasitas coniventes e relapsos. O afastamento deste individuo da presidencia da Republica se faz necessario URGENTEMENTE.

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Geral

Facções e milícias alcançam vizinhança de 28,5 milhões de brasileiros, aponta Datafolha

Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

Pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que facções criminosas e milícias alcançaram a vizinhança de 19% da população brasileira, o que equivale a pelo menos 28,5 milhões de pessoas. O levantamento mostra um crescimento de cinco pontos percentuais em relação a 2024, quando 14% dos entrevistados relataram conviver com o crime organizado.

O estudo ouviu 2.007 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios de todas as regiões do país, entre 2 e 6 de junho, abordando situações de violência, presença do crime organizado, roubos, agressões e golpes financeiros. A presença de facções e milícias foi mais frequente em grandes cidades, capitais e na região Nordeste. A percepção sobre o crime organizado é similar entre diferentes faixas de renda: 19% dos que ganham até dois salários mínimos e 18% daqueles com renda de cinco a dez salários afirmaram conviver com grupos criminosos próximos.

A pesquisa também mostra diferenças raciais: 23% das pessoas que se autodeclaram pretas relatam a presença ostensiva do crime organizado, contra 13% da população branca. Entre os que convivem com o crime organizado, há maior frequência de relatos sobre cemitérios clandestinos e cracolândias em trajetos diários. Um em cada quatro entrevistados nessas áreas conhece cemitérios clandestinos, enquanto quatro em cada dez relatam encontrar cracolândias, números acima da média nacional.

O levantamento também abordou a oferta de vigilância privada por policiais de folga, prática proibida em grande parte dos estados, e que foi relatada por 21% dos entrevistados, alta em relação a 18% em 2024. Não houve coincidência relevante entre esses relatos e a convivência com crime organizado, indicando que nem toda segurança privada ilegal atua como milícia. A pesquisa também aponta que 16% já presenciaram abordagens violentas da Polícia Militar, índice mais elevado entre jovens de 16 a 24 anos, homens e moradores de grandes centros.

Além disso, 8% dos entrevistados afirmaram ter parentes ou conhecidos desaparecidos, equivalente a 13,4 milhões de pessoas, predominando nas classes D e E. Para Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum, os dados reforçam a necessidade de coordenação entre órgãos de segurança e políticas duradouras de combate ao crime organizado. “Quando se coordena as diferentes agências e suas competências, o resultado é muito bom. O problema é que a escala disso ainda é muito residual”, afirmou.

Com informações da Folha de SP

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Geral

Plano de Lula para “salvar” Correios revive receita antiga e ineficaz

Foto: Reprodução

O governo federal apresentou nesta semana um plano de reestruturação dos Correios, que prevê cortes de despesas, demissões, venda de ativos e renegociação de contratos com fornecedores. Até o momento, a estatal não divulgou o número de desligamentos, a economia estimada nem o prazo para a execução das medidas.

Segundo o documento, os Correios precisarão de um empréstimo de R$ 20 bilhões, intermediado por um consórcio de bancos com garantia do Tesouro, para evitar o colapso financeiro. Esse recurso se soma a operações anteriores, incluindo um empréstimo de R$ 1,8 bilhão concedido em junho, reforçando a dependência da estatal de socorros externos.

Especialistas e analistas do setor destacam que o plano segue um roteiro já utilizado em administrações anteriores, incluindo ajustes temporários, demissões voluntárias e fechamento de agências. Apesar de medidas semelhantes terem gerado lucros pontuais, a empresa voltou a apresentar déficits nos últimos anos, evidenciando a dificuldade de implementar uma reestruturação sustentável.

Os Correios enfrentam desafios históricos de eficiência e governança. Ao longo das últimas décadas, a empresa registrou rombos em fundos de pensão, desvios de recursos e limitações na competitividade. A estatal mantém sua função social, entregando correspondências e encomendas em áreas remotas, mas ainda depende de recursos do governo para manter a operação.

Entre os pontos centrais do novo plano estão a modernização de processos e a redução de custos, medidas que se repetem em ciclos anteriores sem alteração significativa na estrutura da companhia. A expectativa é de que a execução do programa, combinada à supervisão do governo, permita retomar equilíbrio financeiro, mas o histórico sugere que soluções mais estruturais podem ser necessárias para garantir a sustentabilidade de longo prazo.

Com informações da coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo

Opinião dos leitores

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Geral

Centrão desafia PT na corrida pela próxima vaga do TCU após perder cargos

Foto: Reprodução

O Centrão começou a esquentar o clima com o PT na corrida pela próxima vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), depois que o Palácio do Planalto iniciou o corte de cargos de deputados que se afastam da base do governo. A movimentação mostra que a disputa pelo tribunal vai muito além de formalidades e envolve interesses estratégicos do Congresso.

A vaga em questão será aberta em fevereiro de 2026, quando o ministro Aroldo Cedraz atingir a aposentadoria compulsória aos 75 anos. Originalmente, a posição de indicação da Câmara tinha sido prometida ao PT por Hugo Motta (Republicanos-PB) em troca de apoio à sua candidatura para presidir a Casa. Mas a promessa já enfrenta resistência dentro do próprio Centrão.

Segundo lideranças do bloco, partidos como União Brasil, PP e PSD já sinalizaram a Motta que não pretendem manter o acordo. A intenção é colocar deputados desses partidos na disputa, frustrando os planos do PT. Um cacique do Centrão afirmou que o partido de Lula dificilmente reunirá votos suficientes na Câmara para garantir um nome ligado à sigla no TCU.

O impasse é reforçado pela divergência de agenda fiscal: o PT é visto por muitos no Centrão como incompatível com políticas mais liberais, o que enfraquece a tentativa de indicar alguém do partido. A situação lembra a disputa pela relatoria da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano, quando a sigla queria Carlos Zarattini, mas a posição acabou ficando com Gervásio Maia (PSB-PB).

Entre os nomes do Centrão que já despontam como candidatos ao TCU estão os deputados Pedro Paulo (PSD-RJ), Hugo Leal (PSD-RJ), Elmar Nascimento (União-BA) e Danilo Forte (União-CE). A expectativa é que, até 2026, algum desses parlamentares consiga reunir consenso dentro do bloco, contando até mesmo com apoio do PL de Jair Bolsonaro, e assegure a vaga antes mesmo do PT conseguir avançar.

Com informações do Metrópoles

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Geral

CPI do INSS analisa convocação de irmão de Lula e quebra de sigilos de Lupi

Foto: Reprodução

A CPI do INSS prepara para esta quinta-feira (16) uma ofensiva que promete movimentar os bastidores políticos em Brasília. A comissão deve analisar uma série de requerimentos que incluem a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico — irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva —, além da quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi.

O nome de Frei Chico vem sendo mantido em segundo plano desde o início dos trabalhos, por um acordo entre os integrantes da comissão que priorizava dirigentes de instâncias superiores dos sindicatos investigados. Essa blindagem, no entanto, deve cair. O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), onde ele ocupa a vice-presidência, viu seus convênios e repasses crescerem mais de 500% entre 2020 e 2024 — período em que também explodiram os descontos não autorizados nas aposentadorias.

Relator da CPI, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) considera “indispensável” ouvir Frei Chico para esclarecer como o sindicato alcançou tal expansão. A convocação ganhou força após o silêncio de Milton Baptista de Souza Filho, o Milton Cavalo, presidente do Sindnapi, durante depoimento na semana passada. Gaspar, inclusive, pediu a prisão preventiva de Milton, alegando que ele liderou um esquema milionário de fraudes previdenciárias ao longo da última década, com risco de fuga para o exterior.

Além da convocação do irmão do presidente e da prisão do dirigente sindical, os parlamentares também devem votar requerimentos para quebrar os sigilos de Carlos Lupi. O ex-ministro estava à frente da Previdência quando a Polícia Federal deflagrou a operação Sem Desconto, que investiga o esquema de cobranças fraudulentas no INSS. Segundo opositores, Lupi teria sido informado das irregularidades em meados de 2023 e não tomou providências.

O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), autor de um dos pedidos, acusa o ex-ministro de omissão. “Não houve qualquer ação efetiva de supervisão para coibir os descontos indevidos. Essa inércia abriu espaço para a continuidade das fraudes”, afirmou. A votação dos requerimentos deve acirrar a disputa política em torno da CPI, que vem atingindo figuras próximas ao Planalto.

Com informações do Estadão

Opinião dos leitores

  1. São fundamentais , são o epicentro do terremoto da corrupção , duas pústulas que precisam ser drenadas pra o esgoto.

  2. Petista é doutrina do pra mentir, inventar, distorcer notícias, defender corrupto e ser idiota a vida toda.

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Geral

Correios gastam mais de R$ 1,3 milhão em viagens internacionais enquanto enfrentam crise financeira

Foto: Agência Brasil

Em meio a um rombo bilionário e planos para obter um socorro financeiro de R$ 20 bilhões da União, os Correios continuam acumulando despesas elevadas com viagens internacionais. Levantamento obtido pela coluna revela que a estatal desembolsou R$ 1.383.220,64 apenas com diárias de servidores no exterior desde o início da atual gestão federal, período em que voltou a registrar prejuízo.

Somente nos primeiros quatro meses de 2025, foram R$ 92,3 mil em gastos desse tipo. No ano anterior, o valor foi ainda mais expressivo: R$ 502,8 mil. Os registros indicam que viagens ao exterior continuaram sendo autorizadas mesmo diante da dificuldade da empresa em equilibrar suas contas.

O primeiro ano da atual gestão foi marcado por um ritmo intenso de deslocamentos internacionais. Em 2023, as diárias pagas somaram R$ 788 mil, sugerindo que servidores aproveitaram a retomada das viagens sem grandes restrições orçamentárias. Um dos casos que chamaram atenção foi a ida de um diretor à Flórida, nos Estados Unidos, em fevereiro deste ano — somente a passagem custou R$ 23 mil aos cofres públicos.

Os valores reais podem ser ainda maiores, já que as informações referentes a passagens aéreas estão desatualizadas desde fevereiro e não foram incluídas no levantamento. A ausência de transparência completa dificulta a avaliação do impacto total dessas despesas no orçamento da empresa.

Antes de retornar aos prejuízos, os Correios vinham operando com lucro. A reversão do cenário coincidiu com mudanças na legislação que regia as estatais e com a nomeação de novos dirigentes, em um momento em que a empresa tenta evitar um colapso financeiro sem precedentes.

Com informações do Diário do Poder

Opinião dos leitores

  1. Petista é doutrina do pra mentir, inventar, distorcer notícias, defender corrupto e ser idiota a vida toda. Faz o L que resolve kkk Kkkk

  2. Esse é o modo petista de governar.
    O Lula, sempre viveu pendurado nas tetas dos sindicatos e nas tetas do governo, a única coisa que aprendeu e fez na vida foi torrar dinheiro alheio

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Geral

Missa de sétimo dia de Candinha Bezerra será neste domingo (19)

Foto: Divulgação

A família convida parentes e amigos para a missa de sétimo dia em memória de Candinha Bezerra, que será realizada neste domingo (19), às 10h30, na Igreja do Colégio Maria Auxiliadora, em Natal.

Candinha, uma das figuras mais marcantes da cultura potiguar, faleceu no dia 13 de outubro, aos 81 anos. Compositora, professora de piano, artista plástica, fotógrafa e produtora cultural, deixou um legado de dedicação à valorização da cultura do Rio Grande do Norte.

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Geral

[VÍDEO] Imprudência: grupo trafega na contramão com patinetes e motociclista empina em avenida de Natal

Vídeo: Cedido

Um leitor do Blog do BG registrou, na madrugada desta quinta-feira (16), uma cena perigosa na Avenida Prudente de Morais, em Natal. Pelo menos seis pessoas foram flagradas trafegando na contramão utilizando patinetes elétricos, colocando em risco não apenas a própria segurança, mas também a dos demais motoristas que passavam pela via.

O flagrante aconteceu por volta de 00h30. Enquanto o grupo circulava irregularmente na faixa contrária, um motociclista aparece no vídeo empinando sua moto em plena avenida, aumentando ainda mais o risco de acidentes. A imprudência ocorreu em um trecho movimentado, conhecido por registrar grande fluxo de veículos mesmo durante a madrugada.

O registro evidencia a falta de respeito às normas de trânsito e levanta preocupações sobre o uso irresponsável dos patinetes elétricos na capital potiguar.

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), circular na contramão é infração gravíssima, passível de multa e penalidades. No caso dos patinetes, os usuários também devem seguir regras básicas de circulação, incluindo o respeito ao sentido da via e ao espaço dos veículos.

Opinião dos leitores

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Política

Lula envia Janja para Paris enquanto decreto polêmico dá poder à primeira-dama

Foto: Arquivo

Enquanto a oposição questiona decreto que dá mais poder à primeira-dama, Janja Lula da Silva embarca para Paris sem gastar um centavo do governo. A viagem de três dias, autorizada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, é para participar de seminário sobre transição energética e educação ambiental, conforme a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles.

No evento, Janja é apresentada como “Enviada Especial para Mulheres na COP30”, cargo criado pelo próprio governo. O episódio reacende a discussão sobre o decreto de agosto de 2025, que permite à primeira-dama acessar servidores do gabinete da Presidência e representar oficialmente o Executivo — mesmo sem ter sido eleita ou nomeada para cargo público.

Deputados da oposição já protocolaram projetos para derrubar o decreto. Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, criticou: “Ela não tem autorização legal para ter verba, funcionários ou representar o Executivo em qualquer atividade oficial”.

A ida a Paris, portanto, virou símbolo de um governo que expande o poder da primeira-dama em meio a críticas e questionamentos legais, levantando o debate sobre limites da função.

Opinião dos leitores

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