Jornalismo

João de Deus: milionário após garimpo, aficionado por ‘carrões’ e curandeiro desde os 16 anos

João de Deus faz atendimentos na casa de Dom Inácio de Loyola, fundada por ele em 1976, no interior de Goiás. Ele recebe por dia entre 2 mil e 3 mil pessoas Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
João de Deus faz atendimentos na casa de Dom Inácio de Loyola, fundada por ele em 1976, no interior de Goiás. Ele recebe por dia entre 2 mil e 3 mil pessoas Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

O GLOBO

Ele serviu como alfaiate no Exército durante a juventude e fez fortuna garimpando ouro em Serra Pelada, o “eldorado” do Pará, no início da década de 80. Mas foi com a mediunidade que João Teixeira de Faria ganhou fama, atraiu a atenção de multidões — incluindo celebridades e políticos — e se tornou o João de Deus. Ou “John of God”, como também é frequentemente chamado, já que, hoje, cerca de 40% dos que o procuram são estrangeiros, segundo contas do prefeito José Aparecido Diniz, de Abadiânia, cidade onde o líder religioso atende.

Homem de 1,80 metro e dentes de porcelana, o médium mais famoso do Brasil é analfabeto funcional, devido à pouquíssima escolaridade que recebeu em Cachoeira da Fumaça, vilarejo goiano onde nasceu, em 1942. É o mais novo de seis filhos de um casal pobre — pai alfaiate e mãe dona de casa. Frequentou a escola apenas até o equivalente ao segundo ano do ensino fundamental.

“Passei fome e trabalhei muito para ter o que tenho”, relata ele na biografia “João de Deus: Um médium no coração do Brasil”, lançada em 2016 pela historiadora Maria Helena Machado — e com venda suspensa pela editora, a Companhia das Letras, após a onda de denúncias.

Embora tenha exercido diversos trabalhos quando jovem, João de Deus, hoje com 76 anos, enriqueceu como garimpeiro. Ele repetiu em várias entrevistas ao longo dos anos que foi “um dos primeiros a chegar” a Serra Pelada, o maior garimpo a céu aberto do mundo. O lugar, no interior do Pará, chegou a reunir mais de 100 mil pessoas atrás de ouro. Na época, João já fazia trabalhos de cura, e muitos acreditam que a paranormalidade também o ajudou a encontrar pepitas gigantes — uma delas pesava mais de 250 kg. Rezava a lenda que ele, com poderes paranormais, ele descobria veios de minério no subsolo.

Dono de garimpo e de fazenda de R$ 2 milhões

Sua fortuna atual ninguém sabe ao certo, mas inclui um garimpo de ouro em Nova Era, Minas Gerais, do qual ele é sócio, e pelo menos uma fazenda no valor estimado de R$ 2 milhões. Não está claro em qual estado fica essa fazenda.

A assessoria de imprensa do médium já disse em algumas entrevistas nos últimos anos que ele tem outras propriedades rurais, mas não informa onde ficam, nem qual é o valor delas. Em 2008, a revista “Galileu” publicou que o médium tinha quatro fazendas. Em algumas, criava gado, e em outras cultivava soja.

Não à toa, ele é sempre visto durante seus atendimentos no centro espiritual que mantém, localizado na pequena cidade de Abadiânia, interior de Goiás, com um grosso cordão de ouro em volta do pescoço e um chamativo anel de esmeralda.

A “Veja” publicou em junho de 2017 que ele tinha em seu nome 28 casas em Abadiânia. Segundo a publicação, ele também teria adquirido, desde 2008, nove propriedades em Anápolis, a 40 quilômetros de distância do centro espiritual. Suas vaidades, segundo o próprio João, são os “carrões”. Ele contou à revista ser também dono, ao menos na época, de um avião Seneca II de seis lugares.

Casado por dez vezes, e com 11 filhos

O médium é casado com a décima mulher, a advogada Ana Keyla Teixeira Lourenço, 40 anos mais nova do que ele. E tem 11 filhos, dos quais somente a caçula é filha de Ana Keyla.

De formação católica, ele afirma que teve sua primeira experiência mediúnica aos 9 anos de idade. Diz que, aos 16, serviu de médium pela primeira vez na “cura” de uma pessoa. Logo em seguida, atravessou vários estados do país realizando seus trabalhos.

Em uma de suas andanças, João decidiu montar um centro em Abadiânia. Foi então que, em 1976, fundou a Casa de Dom Inácio de Loyola — santo do qual é devoto e cujo espírito diz incorporar. É lá onde ele realiza dois tipos de “cirurgias espirituais”: as invisíveis, feitas apenas com o poder da mente, e as que incluem cortes com utensílios domésticos, como facas e tesouras. Ele realiza cortes e incisões sem sequer o uso de anestesia.

Denúncias de charlatanismo

Quando começou a fazer tais “cirurgias”, logo depois de fundar a Casa, ele foi alvo de uma avalanche de críticas de instituições espíritas e de denúncias de exercício ilegal da medicina junto ao Conselho Regional de Medicina de Goiás. No final da década de 70, antes da fama, ele chegou a ser preso por charlatanismo.

Passou, então, a andar com uma pastinha debaixo do braço, repleta de cartas de delegados e deputados. Todas atestando a idoneidade, a eficácia, a compaixão e a generosidade de suas cirurgias espirituais. É que, depois das primeiras acusações de exercer a medicina ilegalmente, ele descobriu que recomendações de autoridades eram a melhor salvaguarda para conseguir fazer os atendimentos sem risco de prisão.

“Se eu chegasse em um lugar e fosse atender o povo, primeiro tinha de visitar as autoridades”, contou ele ao “Correio Braziliense”, em abril de 2017.

A polêmica é mesmo um marco em sua biografia. João de Deus já foi acusado de sedução de menor, atentado ao pudor, contrabando de minério e até assassinato. Em nenhum dos casos o médium foi julgado culpado.

Devido a pressões de padres da Igreja Católica, João de Deus cogitou, em 1983, mudar a sede de seu centro para outra cidade. No entanto, ele foi convencido a permanecer graças a um bilhete do médium ícone do espiritismo brasileiro, Chico Xavier, que disse ser Abadiânia o lugar ideal para o centro: “Prezado João, caro amigo, Abadiânia é o abençoado recinto de sua iluminada missão e de sua paz”, dizia a cartinha.

João não cobra nada pelas consultas e operações espirituais, mas vende os remédios prescritos por ele mesmo e fabricados por uma farmácia de manipulação própria, a JTF (iniciais do seu nome).

Alcance mundial

A popularidade de João de Deus foi alavancada em 1991, quando a atriz americana Shirley MacLaine se tratou com ele de um câncer na região abdominal. A partir daí, ele não só se tornou muito mais conhecido no Brasil, como também ganhou fama mundial. Passou a atrair turistas vindos de países como Índia, Austrália, Alemanha e Estados Unidos.

Um novo marco na trajetória do médium foi quando a apresentadora Oprah Winfrey visitou o centro de Abadiânia em 2012 e exibiu na televisão uma entrevista com ele. Segundo relatos de funcionários, Oprah chorou feito criança durante o encontro. Na exibição, a americana acompanha uma das cirurgias feitas pelo médium, mas se sente mal e é obrigada a parar a gravação. Depois, Oprah disse ter tido uma revelação.

“Surgiram lágrimas de gratidão. Gratidão pela jornada de toda minha vida e não apenas pelo que havia dado certo, mas também pelo que não tinha”, afirmou ela, em seu programa.

A lista de pacientes de João de Deus é gigante. Já recebeu vários ex-presidentes da República brasileiros e estrangeiros, entre eles Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, Michel Temer, Hugo Chávez, Alberto Fujimori e Bill Clinton. Também já recebeu as apresentadoras Xuxa e Luciana Gimenez, as atrizes Dira Paes e Giovanna Antonelli e a modelo internacional Naomi Campbell — apenas para citar alguns.

Incorporação de 33 entidades

Ele conta que incorpora 33 entidades. A mais influente seria Dom Inácio de Loyola — que dá nome ao centro espiritual de Abadiânia —, padre espanhol que fundou a Companhia de Jesus, no século XVI.

Em entrevista à “Época”, durante visita da reportagem ao centro em julho deste ano, ele disse não se recordar de nada do que se passa durante as sessões. Afirmou que “quem cura é Deus”. Frase muito repetida por ele ao longo dos anos.

“Nunca atendi ninguém. Quem atende é Deus. Nunca curei ninguém. Quem cura é Deus. Eu sou só o mensageiro”, disse ele ao “Correio Braziliense”, em abril de 2017.

Todos esses espíritos teriam uma única missão: a de tratar doenças que vão de depressão e esclerose até câncer — enfermidade das que mais leva fiéis a Abadiânia.

Atualmente, nenhum serviço comercial abre na via principal da cidadezinha sem receber “aval” de alguma entidade recebida pelo médium.

Em setembro de 2015, apesar de defender a veracidade de suas curas, João de Deus não quis passar por uma “cirurgia espiritual” para tratar um câncer agressivo no aparelho digestivo. Ele se submeteu a uma longa e delicada cirurgia convencional no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, um dos mais renomados do Brasil, onde ficou internado por mais de três semanas.

Como é a rotina do centro espiritual

João de Deus atende entre 2 mil e 3 mil pessoas por dia, todas as quartas, quintas e sextas-feiras. Isso representa cerca de 20 mil fiéis por semana. O centro, chamado de Casa de Dom Inácio de Loyola, tem 40 funcionários e 20 voluntários — os chamados “filhos da Casa”.

Dentro do centro, há uma televisão que repete à exaustão as “cirurgias visíveis”, com cortes. Na primeira filmagem, João passa uma faca de cozinha no globo ocular de uma mulher; na segunda enfia uma tesoura com algodão no nariz de um senhor e gira; na terceira faz um corte na barriga de uma jovem e aperta. Esse tipo de procedimento só é feito a pedido do fiel. Após uma intervenção, visível ou não, é necessário repouso absoluto por 24 horas. Em torno da área de espera, encontra-se também a livraria, que vende lembranças variadas, pedras semipreciosas e os curiosos terços que apresentam um triângulo no lugar do crucifixo.

O triângulo é um símbolo da Casa. As três arestas simbolizam os três pilares que a Casa diz seguir: fé, amor e caridade. Na varanda em frente ao cômodo onde são feitos os atendimentos, há um altar com um triângulo de madeira na parede, com aproximadamente 1 metro de altura, no qual fiéis encostam a testa ou colocam fotos, exames médicos e cartas.

Passando por uma pequena porta azul que leva à sala em formato de U onde são feitos os trabalhos, outro triângulo — este translúcido — está pregado na parede acima da cadeira em que João de Deus se encontra.

Dentro do grande salão onde ele faz os atendimentos públicos, um rádio alterna hinos católicos com canções sobre a Casa tocadas em moda de viola e, não raro, algumas músicas de Roberto Carlos.

Uma parte importante do tratamento oferecido na Casa de Dom Inácio são as pílulas de passiflora. Vendidas em frascos de 50 unidades, devem ser tomadas todos os dias pela manhã e pela tarde, de forma que cobram-se R$ 100 pelos dois frascos necessários para os 50 dias de tratamento. Na farmácia da Casa também são vendidos remédios que seriam indicados para emagrecimento, xarope e uma pomada para cicatrização.

Opinião dos leitores

  1. Uma pena que João das Deusas tenha incorporado o velho tarado por mulheres vulneráveis. Espiritualmente ele suplantou a tão decantada eficácia do Viagra.

  2. HÁ MUITOS DOENTES AQUI VIU…..! O QUE DIABOS TEM A VER LULA COM ESSA REPORTAGEM???? E É PORQUE O CARA TÁ PRESO….!!!!KKKKKKKKKKKKK

  3. CHARLATÃO E PICARETA COMO MUITOS NESTE PAÍS DE ANALFABETOS , VIDE O MOLUSCO E A SIGLA QUE ELE REPRESENTA !!!

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Geral

Justiça manda suspender cobranças da Receita Federal contra Lulinha; filho do presidente era alvo de processos da Receita oriundos da Lava Jato

Foto: Paulo Giandalia / AE

A Justiça Federal determinou a suspensão de seis processos da Receita Federal contra Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), relativos à Operação Lava Jato.

Publicada na terça-feira (26/3), a decisão do juiz Diego Câmara, da 17ª Vara do Distrito Federal, acolheu a argumentação da defesa de Lulinha de que a Receita Federal utilizou provas que já foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Lulinha foi investigado pela Lava Jato por repasses milionários da Oi à Gamecorp, uma de suas empresas, entre os anos de 2004 e 2016, durante os governos do PT.

O caso foi transferido para São Paulo e arquivado a pedido do Ministério Público Federal (MPF) após o STF declarar o ex-juiz e atual senador Sergio Moro suspeito nos processos envolvendo Lula – foi Moro quem autorizou as quebras de sigilo da operação que investigou Lulinha.

A decisão desta terça determina que Lulinha não seja cobrado por eventuais pagamentos à União relacionados às ações e que tenha o nome retirado de listas de devedores, como Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e Serasa.

O filho do presidente tem se movimentado para voltar aos negócios. Ele busca um CEO no mercado e quer voltar a atuar na área de games, que era parte da programação da PlayTV.

Metrópoles

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Segurança

Fugitivos de Mossoró ficaram ao menos 30 dias sem revista em celas; 10 servidores são investigados

Foto: Depen/Divulgação

Os dois presos que fugiram da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, ficaram ao menos 30 dias sem revista nas celas. A corregedoria da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) abriu investigação contra 10 servidores.

A informação consta em uma IPS (investigação preliminar sumária) realizada pela corregedoria do órgão, que aponta que a fuga foi resultado de diversas falhas de procedimentos.

Segundo fontes envolvidas nas buscas, a partir da próxima semana, vai haver uma mudança na estratégia de procura pelos fugitivos. O tempo de permanência da Força Nacional no município não será renovado, haverá uso somente das forças locais, além de membros da inteligência da polícia.

A busca pelos dois presos completa 44 dias nesta quinta-feira (28).

Nesse intervalo, Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Martelo, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Tatu ou Deisinho, já mantiveram uma família como refém, foram avistados em comunidades diversas, se esconderam em uma propriedade rural e agrediram um indivíduo na zona rural de Baraúna.

Os investigadores dizem acreditar que eles estejam atualmente escondidos em uma caverna na região, e um deles estaria mancando.

De acordo com a IPS, a falha principal foi a ausência de revistas nas celas por um período mínimo de 30 dias, quando, conforme os procedimentos adequados, deveria ocorrer diariamente. Isso resultou na incapacidade dos servidores de detectar o buraco que os presos estavam fazendo na luminária.

Segundo os investigadores, não foi possível determinar com precisão quantos tempo foi necessário para abrir o buraco, mas estima-se que tenha levado de três a quatro dias.

Além das barras de ferro da própria cela, os presos utilizaram uma chapinha de 20 cm, localizada no buraco da porta, por onde eles recebem alimentos.

Falta de revistas nas celas

Há ainda a possibilidade de o prazo da falta de revistas em celas ser ainda maior, considerando que só foram analisados relatórios de um período de 30 dias. Durante a investigação preliminar, foram colhidos depoimentos de 22 servidores.

São apontadas ainda falhas estruturais no presídio, como o uso de luminária com parafuso inadequado e a ausência de laje no shaft, como é chamado o espaço da manutenção do presídio, onde estão máquinas, tubulações e toda a fiação.

Segundo investigadores, a presença da laje poderia ter inviabilizado a fuga, considerando que em 2018, na penitenciária federal de Catanduvas, houve uma tentativa de fuga semelhante através da luminária. Naquela ocasião, o preso não conseguiu sair e retornou à cela.

As penitenciárias foram informadas sobre o ocorrido, e a penitenciária de Mossoró implementou o reforço na segurança das luminárias em 2018. No entanto, foi utilizado um parafuso inadequado, o que também teria contribuído para essa nova fuga.

A corregedoria da Senappen não chegou a investigar a tentativa de fuga de 2018 tendo em vista que a situação foi classificada como dano ao patrimônio. Agora, investigadores consideram que houve um erro na época. A avaliação é de que a obra na área externa do presídio não foi determinante para a fuga, mas facilitou a saída dos detentos.

10 servidores investigados

Após a conclusão da investigação preliminar, a corregedoria instaurou três processos administrativos disciplinares envolvendo 10 servidores que ocuparam cargos de chefia durante os 30 dias que antecederam a fuga.

A lista inclui o chefe de segurança, o diretor da unidade, seis chefes de plantão e dois servidores das torres 3 e 4, que supostamente teriam visão sobre a área de onde os presos fugiram.

Na visão dos investigadores, os chefes teriam a obrigação de fiscalizar se os servidores estavam realizando as revistas de forma adequada. Esses processos podem levar mais de um ano para serem concluídos.

Além disso, 17 servidores receberam TACs (Termos de Ajustamento de Conduta) por não terem seguido os procedimentos adequadamente.

Enquanto o processos administrativos disciplinares pode resultar até na demissão do servidor, o TAC não possui esse caráter. O servidor concorda em cumprir as condições estabelecidas e se compromete a não cometer infrações durante dois anos. Além disso, ele é obrigado a realizar um curso sobre procedimentos e rotinas carcerárias.

A investigação preliminar também concluiu que não houve conivência por parte dos servidores. O que ocorreu foi uma sequência de falhas procedimentais.

Na avaliação desses investigadores, houve também uma falta de investimento ao longo do tempo na infraestrutura do presídio, que também contribuiu com a fuga. O presídio ficou durante dois anos sem contrato de manutenção, resultando em um aspecto deteriorado nas celas dos dois detentos.

Além disso, devido à promessa de construção da muralha, não houve investimento na cerca elétrica com sensor de presença, apesar de essa cerca já ter sido eletrificada no passado. Adicionalmente, havia uma lâmpada queimada em um poste, que deveria iluminar o corredor por onde os presos passaram até alcançar a cerca.

Algumas câmeras de vigilância também estavam inativas ou apresentavam qualidade insatisfatória. Enquanto as câmeras de todos os presídios federais são espelhadas com Brasília, as que capturaram a fuga não estavam devido à sua baixa qualidade.

Além da investigação em relação aos servidores, também foi instaurado uma nova IPS para examinar a gestão desde a construção do presídio, com foco nos problemas estruturais que não foram devidamente tratados.

Uma das questões que os investigadores buscam esclarecer é o motivo pelo qual o projeto original da construção da penitenciária incluía uma laje no shaft, enquanto no projeto executivo essa laje foi removida.

Também querem apurar quem autorizou a instalação dos parafusos inadequados na luminária em 2018.

Folhapress

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Geral

Açude Gargalheiras registra maior acúmulo de água dos últimos 12 anos, diz Igarn

Foto: Anthony Medeiros

O Governo do Estado do Rio Grande do Norte, por meio do Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn), realiza o monitoramento dos principais reservatórios responsáveis pelo abastecimento e atendimento às diversas necessidades de uso dos municípios potiguares. O Relatório dos Volumes dos Principais Reservatórios do RN, divulgado nesta quinta-feira (28), indica que o açude Marechal Dutra, conhecido como Gargalheiras, acumula 16.428.067 m³, percentualmente, 36,98% da sua capacidade total, que é de 44.421.480 m³. Este já é o maior acumulado de águas no manancial dos últimos 12 anos.

De acordo com o Igarn, o açude público de Cruzeta acumula 11.391.701 m³, correspondentes a 48,38% da sua capacidade total, que é de 23.545.745 m³, o que também representa a maior reserva hídrica do manancial, no mês de março, desde 2012, em que apresentou um acumulado de 58,51% da sua capacidade no dia 28 de março.

A barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior manancial do RN, acumula 1.454.869.247 m³, equivalentes a 61,3% da sua capacidade total, que é de 2.373.066.000 m³. No mesmo período do ano passado o reservatório estava com 1,286 bilhão de m³, correspondentes a 54,20% da sua capacidade total.

De acordo com o Igarn, a barragem Santa Cruz do Apodi acumula 377.678.200 m³, percentualmente, 62,97% da sua capacidade total, que é de 599.712.000 m³. No mesmo período do ano passado, o reservatório acumulava 266.835.315 m³, correspondentes a 44,49% da sua capacidade total.

Os reservatórios monitorados pelo Igarn, que continuam com 100% da sua capacidade são: Campo Grande, em São Paulo do Potengi; Pataxó, em Ipanguaçu; Dourado, em Currais Novos; Passagem, em Rodolfo Fernandes; Beldroega, em Paraú; o açude público de Encanto. O açude Santa Cruz do Trairi, localizado em Santa Cruz, que já chegou a sangrar no mês de março, voltou a atingir 100% da sua capacidade.

Tribuna do Norte

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Acidente

VÍDEO: Moradores protestam por morte de criança vítima de atropelamento na Olavo Montenegro

 

Moradores da avenida Olavo Montenegro protestam nesta quinta-feira (28) por morte de criança de 12 anos, após atropelamento na via ocorrido ontem.

Pneus e entulhos estão sendo queimados e o trânsito está lento nos dois lados da via que liga Nova Parnamirim ao Parque das Nações.

A menina Maria Ester, 12 anos, atropelada na avenida Olavo Montenegro, na quarta-feira (27), morreu na tarde desta quinta-feira (28), na UTI do Hospital Walfredo Gurgel, onde estava internada.

Segundo realato de testemunhas, ela atravessava a via entre os carros quando foi surpreendida por um veículo, do tipo gol, que a atropelou. Com o impacto, Maria, como foi identificada, caiu ferida no chão. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e esteve no local para a assistência médica.

 

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Brasil

VÍDEO: Bebê de 1 ano foge e é achado na companhia de cachorro caramelo

 

Por volta de 3h da quarta-feira (27), uma criança de um ano e oito meses foi encontrada andando em uma rua movimentada de Belém na companhia de um cachorro caramelo.

A criança foi encontrada sem roupas, na Avenida Duque de Caxias, no bairro Marco por uma equipe da Guarda Municipal (GMB). Em um vídeo gravado pela equipe mostra o momento em que os guardas tentam se aproximar da criança e o cachorro parece proteger o menino.

Segundo o G1, a GMB passou a procurar por aberturas em portas ou portões por onde a criança poderia ter saído. O giroflex da viatura foi acionado, barulho que acordou os moradores, dentre eles, os pais da criança.

Os pais relataram no depoimento que chegaram em casa cansados, tomaram banho e dormiram. Não perceberam que a criança acordou e saiu.

O bebê e o cachorro foram entregues à família.

Metrópoles

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Brasil

Alexandre de Moraes autoriza soltura de coronéis da PMDF presos pelo 8/1

Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu, nesta quinta-feira (28), a liberdade provisória aos coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Klepter Rosa (foto em destaque), Fábio Augusto Vieira e Marcelo Casimiro.

Os três coronéis deverão cumprir medidas cautelares que consistem na proibição de se ausentar do DF, no recolhimento domiciliar no período noturno e nos fins de semana. Eles deverão usar tornozeleira eletrônica e precisam se apresentar na Vara de Execuções Penais do DF todas as segundas-feiras.

Moraes também determinou aos ex-integrantes da cúpula da PMDF a entrega e o cancelamento de todos os passaportes e a suspensão imediata de quaisquer documentos de porte de arma de fogo. Os coronéis estão proibidos de usar redes sociais ou de se comunicar com os demais envolvidos no caso.

Fábio Augusto era o comandante-geral da PMDF durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Klepter atuava como subcomandante-geral da tropa e Casimiro era o chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF.

Os coronéis estavam presos desde 18 de agosto de 2023 e foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), junto a outros cinco integrantes da PMDF, por omissão, abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e violação dos deveres.

Advogado de Klepter, Newton Rubens disse que o coronel “cumpriu com seu dever no dia 08/01, no que resultou, antes mesmo da intervenção federal na SSP/DF, no esvaziamento dos prédios públicos e prisão de alguns invasores.”

“A prisão cautelar imposta pelo Supremo não fazia e não faz sentido, pois o coronel Klepter não atrasou e mais entregou toda documentação solicitada pelo STF. Ademais, não alinhou a nenhuma movimento político golpista e mais, jamais arregimentaria a tropa para afastar-se dos deveres legais e constitucionais. A concessão da liberdade é só o primeiro passo para a comprovação da inocência do coronel Klepter”, declarou o advogado.

Moraes considerou que o fim da investigação policial, o recebimento da denúncia e a transferência dos coronéis para a reserva remunerada da PMDF afastam eventual capacidade de organização da tropa para benefício próprio. O ministro também apontou que houve “reestruturação total do comando da Polícia Militar do Distrito Federal”.

A coluna tenta contato com a defesa dos demais coronéis citados.

Réus
Em fevereiro de 2024, a Primeira Turma do STF aceitou a denúncia da PGR e tornar réus sete oficiais que integravam a cúpula da PMDF à época dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Segundo a PGR, havia “uma profunda contaminação ideológica de parte dos oficiais da PMDF denunciados, que se mostraram adeptos de teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e de teorias golpistas”.

A PGR denunciou, em agosto de 2023, sete oficiais da corporação.

Metrópoles 

Opinião dos leitores

  1. Deputados e senadores brasileiros viajam nesta quarta-feira (15) para Washington DC, capital dos Estados Unidos, a fim de mostrar a parlamentares norte-americanos situações que têm colocado em risco a democracia no Brasil, muitas delas relacionadas a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). 👉 Parece que alguma coisa tá mandando.

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Cidades

Sete bairros de Natal terão abastecimento de água suspenso no próximo domingo (31)

Foto: Reprodução

A Caern realiza no próximo domingo (31) manutenção para interligação e setorização do abastecimento dentro da obra de requalificação do bairro Cidade Alta, em Natal. O serviço está previsto para ocorrer entre 7h e 18h. Nesse período, a companhia informa que o fornecimento de água estará suspenso para os seguintes bairros: Alecrim (região do Baldo), Areia Preta, Barro Vermelho, Cidade Alta, Mãe Luiza, Petrópolis e Ribeira.

O prazo de normalização, tempo necessário para que todos os imóveis estejam plenamente abastecidos, é de até 48h após o sistema ser religado. A orientação da Companhia é que a população reserve água para o período informado e que utilize de forma racional.

 

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Judiciário

Defesa de Bolsonaro volta a pedir devolução de passaporte

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil  

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) solicitou, mais uma vez, ao Supremo Tribunal Federal (STF) a devolução do passaporte do ex-presidente. O documento foi apreendido no dia 8 de fevereiro na operação Tempus Veritatis, que apura suposta tentativa de golpe de Estado.

Junto com o pedido, os advogados anexaram um convite assinado pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para que Bolsonaro visite o país entre os dias 12 e 18 de maio.

Em fevereiro, a defesa do ex-presidente já havia recorrido da decisão do ministro Alexandre de Moraes que resultou na apreensão do passaporte. Na época, os advogados alegaram falta de fundamento técnico.

Coincidentemente, o primeiro pedido foi feito no mesmo período em que Bolsonaro passou duas noites na Embaixada da Hungria, em Brasília.

Nesta semana, o jornal The New York Times divulgou imagens do ex-presidente na representação diplomática. A defesa de Bolsonaro afirmou que ele se hospedou na embaixada para “manter contatos com autoridades do país amigo”.

O episódio foi questionado pelo ministro Alexandre de Moraes. A defesa apresentou explicações, que foram remetidas à Procuradoria-Geral da República (PGR), antes da análise pelo STF.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Daqui a pouco vão acusar Bolsonaro de broderagem com a autoridade do país amigo. O valor do m2 do terreno da embaixada vai desvalorizar… parece com alguma fala sua quando ainda era deputado, capitão expulso?

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Brasil

População ocupada recua em 258 mil pessoas em um trimestre, afirma IBGE

Foto: Agência Brasil 

O País registrou uma perda de 258 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até fevereiro de 2024 em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2023, um recuo de 0,3% na ocupação. A população ocupada totalizou 100,250 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro. Em um ano, mais 2,127 milhões de pessoas encontraram uma ocupação. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE).

A população desocupada aumentou em 332 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,535 milhões de desempregados no trimestre até fevereiro. Em um ano, 689 mil pessoas deixaram o desemprego.

A população inativa somou 66,813 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro, 293 mil a mais que no trimestre anterior Em um ano, esse contingente aumentou em 59 mil pessoas.

O nível da ocupação – porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar – ficou em 57,1% no trimestre até fevereiro, ante 57,4% no trimestre até novembro de 2023. No trimestre terminado em fevereiro de 2023, o nível da ocupação era de 56,4%.

Desalento

O Brasil registrou 3,671 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em fevereiro. O resultado significa 293 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2023, um aumento de 8,7%.

Em um ano, 299 mil pessoas deixaram a situação de desalento, queda de 7,5%.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

Estadão

Opinião dos leitores

  1. Musica de Zeze de Camargo e Luciano.
    É o amor ôôô, que mexe com minha cabeça e me deixa assim…
    Quem sabe canta!!!
    É o Amor ôôô….

  2. Interessante é o malabarismo com as palavras pra não falar que o desemprego aumentou. Kkkkkk. População ocupada recuou. Traduzindo desemprego. Patife.

  3. Para a boiada imunda que só lê o título, segue resumo:
    Em um ano, mais 2,127 milhões de pessoas encontraram uma ocupação.

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Páscoa: um momento de renovação e esperança

Foto: Divulgação

A Páscoa traz uma oportunidade de reflexão sobre a nossa jornada, por meio dos símbolos da ressurreição e do renascimento.

E para as famílias que vivenciam o luto, essa é uma época ainda mais especial, de ressignificar os sentimentos e entender que a vida é feita de momentos e histórias. É o que destaca a psicóloga especialista em luto do Morada da Paz, Simône Lira, sobre a importância da comunidade no apoio às pessoas enlutadas.

“A Páscoa é um momento de reflexão, de entender que a dor não vai acabar, mas que há esperança de renovação. A comunidade desempenha um papel crucial ao oferecer apoio e assistência, motivando as pessoas a acreditarem que dias melhores virão, assim como o renascimento simbólico que a Páscoa representa.”

Em seus cerimoniais, os profissionais do Morada da Paz abordam a Páscoa como uma maneira de honrar a vida e o legado de cada pessoa, com respeito às preferências e crenças de cada família. Podem ser realizadas desde a seleção de músicas e leituras que evocam a ressurreição e a continuidade da vida após a morte, até a criação de momentos de compartilhamento de memórias que destacam a importância do ente querido. Cada elemento do cerimonial pode ser cuidadosamente planejado para transmitir uma mensagem de esperança e conforto às famílias enlutadas.

Tayroni Carlos, cerimonialista fúnebre do cemitério, funerária e crematório Morada da Paz, explica que o trabalho dos profissionais do luto é proporcionar cerimônias personalizadas e significativas, que celebram não apenas a passagem, mas também a vida e os vínculos que permanecem vivos na memória daqueles que ficaram. “Uma das formas de encontrar conforto no luto é acreditar que após a morte há o renascimento, e é isso que buscamos destacar em algumas de nossas cerimônias. A ressurreição materializa-se na ideia de prosseguir o legado deixado pelos entes queridos, é uma oportunidade de ressignificar e prolongar sua trajetória.”

Já Safira Santana, cerimonialista fúnebre do Morada da Paz, ressalta a importância das tradições familiares, para os adeptos, durante a Páscoa, e como elas se entrelaçam com os serviços prestados. “As homenagens que fazemos refletem as características e os desejos de quem parte e da família. Mas independente da religião, a Páscoa é um momento de conforto espiritual, de relembrar memórias afetivas e celebrar a vida.”

Assim, em um ambiente de respeito, acolhimento e esperança para aqueles que vivenciam o luto, o Morada da Paz promove conversas significativas sobre renovação e continuidade da vida.

Foto: Divulgação

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