O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou que a cobrança de mensalidade nas universidades públicas de alunos que tenham condição de pagá-la não deve ser tratada como um tabu.
A declaração foi dada em um encontro com jornalistas nesta segunda-feira (20), cinco dias depois dos protestos que colocaram em lados opostos o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e os professores e estudantes após cortes no orçamento das universidades federais.
O petista defendeu a adoção de novas formas de financiamento das universidades públicas, incluindo o incentivo a doações, parcerias com a iniciativa privada e cobrança de mensalidade de estudantes de alta renda familiar.
“Uma família que pagou educação privada a vida inteira não tem condições de contribuir com a universidade? Qual o problema disso?”, questionou o governador.
Ele ainda comparou o cenário brasileiro com o de países da Europa e afirmou que, sendo mais pobre, o Brasil não pode abrir mão de fontes de financiamento para universidades que países ricos não abrem mão.
Mesmo defendendo a proposta, o governador reconheceu que este debate encontraria resistência dentro de seu próprio partido e de setores da esquerda, que historicamente defendem a educação superior pública e gratuita.
“Quem é contra [cobrança de mensalidade] não é contra que o rico pague. Mas tem um discurso de que seria o início de uma privatização, que o passo seguinte seria cobrar de todo mundo. Não necessariamente é assim”, afirmou.
Por outro lado, destacou que dificilmente haverá um debate sério sobre o financiamento das universidades em um cenário de polarização que vem sendo incentivado por declarações do próprio presidente, Jair Bolsonaro, e do ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Nas últimas semanas, o presidente chamou professores e estudantes que foram às ruas de “idiotas úteis” enquanto o ministro da Educação prometeu punir com cortes no orçamento as universidades que “promovem balbúrdia”.
Além de defender a discussão de novas formas de financiamento, Rui Costa também afirmou que é preciso adotar mecanismos que permitam uma maior influência de representantes da sociedade nas decisões das universidades.
Defendeu que os conselhos das universidades tenham uma maior participação de membros da sociedade para evitar o corporativismo.
“O Brasil infelizmente tem uma tradição de corporações que se dão benefícios. Não necessariamente o que é bom para a universidade é bom para a sociedade”, afirmou.
Assim como Bolsonaro, o governador Rui Costa também é alvo de protestos da comunidade universitária da Bahia.
Os professores das universidades estaduais estão em greve há mais de um mês e reclamam de cortes no orçamento das instituições de ensino.
Conforme revelado pela Folha, entre 2017 e 2018 o governo baiano deixou de aplicar R$ 110 milhões — diferença entre o valor orçado e o empenhado— nas quatro universidades estaduais baianas.
Nesta segunda, Costa disse que a diferença entre o orçado e o empenhado é resultado da crise pela qual o país atravessa.
Destacou ainda que ampliou o orçamento das universidades em todos os anos da sua gestão e criticou os professores por entrarem em greve antes mesmo de iniciar uma negociação com o governo do estado.
Folhapress
É admirável (pra não dizer o contrário) como a educação em nosso País é um joguete de interesses. Não se tem um ensino fundamental que funcione em escola pública, ensino médio muito menos, muitas pessoas investem nessa fase da vida de seus filhos, quando na verdade é uma obrigação do Estado, oferecer um ensino de qualidade, para poder vê-los chegar a uma universidades com uma melhor qualificação, pois como diz o Presidente do Brasil – os universitários são uns analfabetos, da pra saber o porque? Infelizmente vivemos num País de faturas "FARTA TUDO" – Se existisse um ensino básico de qualidade e as pessoas não tivessem investido nos filhos, talvez tivessem como bancar uma Universidade. Agora a culpa está em quem quer adquirir conhecimentos para o engradecimento do País. Quem sabe a próxima alternativa que vão dá é que os pais que tenham condições mandem seus filhos estudarem fora porque podem pagar. Me envergonha certos comentários de pessoas insanas. Penso às vezes que vivemos num mundo de fantasias, vamos acordar pra realidade e tentar melhorar e não ficar jogando culpas em quem não tem.
Fascista, nazista, motorista, taxista. Papiloscopista….
Brada o universitário, há dez estudando pra concluir o curso de história, em uma universidade pública.
Universidades federais e IFs brasileiros são verdadeiras "caixas-pretas". Não há órgão de controle que destrave por completo a blindagem dessas fortalezas inundadas de dinheiro público. Nem com meu espelho cristalino…
"Transparência", por ali, não passa de retórica falaciosa. Todas bancadas integralmente com grana do contribuinte, sem a qual não se sustentam por 24 horas. Exigem "autonomia universitária", mas nenhuma mostra competência para se autofinanciar.
Aliás, seus magníficos gestores só "brilham" no manuseio de recursos públicos à farta, nunca com a falta deles. Estranhamente não se interessam por fazer carreira na iniciativa privada. Ou é o mercado que não tem interesse neles? Eis um caso que merece um estudo mais aprofundado.
Cuidado pra não ser expulso do PT, eles não gostam de quem pensa diferente deles… kkkkk