O presidente Jair Bolsonaro se defendeu nesta quinta-feira, 6, durante live no Facebook, das críticas ao projeto que muda a legislação de trânsito, alterando penalidades aplicadas. Ele afirmou que, em relação às cadeirinhas para crianças, as multas eram, na prática, contestadas na Justiça e retiradas.
“Qualquer pessoa era multada, recorria ao Judiciário e ganhava. Não tinha multagem nem a perda de pontos”, disse. Ele disse ainda que, se um dispositivo aumenta a segurança para as crianças, os pais não precisam de leis para adotá-los. “Se tem algo para que o seu filho fique protegido, nem precisava de lei”.
O presidente acrescentou que vai abrir uma enquete na rede social sobre o uso de radar móvel. “Se você gosta de tomar multa, bota lá que é a favor, se não, vota contra. No meu voto vou botar para acabar com o radar móvel”, disse.
O Estado mostrou nesta quarta-feira, 5, que uso de cadeirinhas pode levar a uma redução de pelo menos 60% nas mortes de crianças no trânsito, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS). O órgão indica que mecanismos de restrições para crianças em veículos são “altamente eficazes na redução de ferimentos e mortes”. Desde que o uso se tornou obrigatório no Brasil, o número de mortes de crianças de 0 a 9 anos no trânsito caiu 12,5%.
Em relatório para segurança viária, de 2018, a OMS indicou que 84 países têm legislação nacional de retenção para crianças – em levantamento que inclui o Brasil. Entre estes, 33 países, com 9% da população mundial, cumprem critérios de melhores práticas em sistemas de retenção para crianças.
Na terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro enviou um projeto de lei à Câmara dos Deputados em que, entre outros pontos, põe fim às multas a quem não transportar crianças com os equipamentos.
O analista de sistemas Giuliano Russo Fusari, de 37 anos, conhece a importância por experiência própria. Em 2014, sofreu um acidente de carro quando estava com os dois filhos – um menino de 5 e uma menina de 1 ano e 3 meses. As crianças não se feriram.
ESTADÃO CONTEÚDO
Antes da lei existir os pais não amavam seus filhos? Cresci nos anos 80 e 90 e não recordo de ter visto uma única vez uma cadeirinha de bebê ou um assento elevatório (booster) ser usado, assim como ninguém usava cinto de segurança e todos se amontoavam nos bancos. As cadeirinhas (assim como o cinto de segurança) só passaram a ser usadas por causa da lei.
A questão é que esse país quer controlar a vida das pessoas, através de legislação, em vez de educação, a cadeirinha, assim como o cinto é muito importante, porém o cidadão é quem deve decidir o melhor pra si e sua família. Todos sabemos que o fumo e a bebida fazem mal a sociedade, nem por isso, ninguém é multado por beber ou fumar.
Comentário muito lúcido
Bom dia, muito pertinente sua colocação, mas, se me permite discordar, não podemos esquecer que a lei proíbe a venda de bebidas alcoólicas e cigarros a menores, assim como proíbe o fumo em ambientes fechados. Também é vedado que se dirija alcoolizado. Para todas essas proibições há sanções (algumas pecuniárias e outras penais). E por quê? Porque é para o bem da sociedade como um todo.
Temos que lembrar que o direito coletivo se sobrepõe ao individual. A liberdade de qualquer um não pode atingir a liberdade do próximo. Não é possível, por exemplo, deixar de penalizar o motorista alcoolizado porque este põe em risco a vida dos demais motoristas e pedestres que com ele compartilham a viam pública. Não pode ser liberado o fumo em locais fechados porque expõe as outras pessoas aos riscos inerentes ao cigarro. E assim funcionam as leis.
Não são criadas pensando apenas na vontade do indivíduo mas nas consequências das ações e omissões nos outros cidadãos e na própria sociedade. O uso da cadeirinha e do cinto de segurança não protegem apenas aqueles que os usam, mas protegem o próximo que não terá contra si arremessada uma criança ou um adulto que atravessou o para-brisas num acidente. Protege a sociedade que não arcará com os custos hospitalares do tratamento e/ou aposentadorias ou afastamentos por acidente pagos pelo INSS. Há redução, inclusive, com os custos relacionados a ambulâncias, bombeiros e polícia que não gastarão tanto tempo num socorro de acidente de trânsito (muito mais rápido quando todos estão devidamente protegidos do que quando os corpos estão espalhados pela via pública), liberando essas pessoas para outras atividades e, consequentemente, reduzindo a necessidade de número maior de funcionários.
Independente de Lei meus filhos sempre usaram e enquanto necessários, usarão!!! Tudo vai da consciência de cada um, na verdade, em um país de pessoas conscientes e educadas, que não é o caso do BR, nem são necessárias outras coisas como radares, frentistas de postos, etc.
O analista colocou a cadeirinha por causa da Lei ou porque ama seus filhos?
Muito boa sua colocação, sem a Lei será que ele compraria a cadeirinha ?
Falta liberar agora o uso do capacete e do cinto de segurança para ficar completo. kkk