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‘Nova Guerra Fria’: alta da tensão EUA-China envolve consulados, vacinas e até TikTok

Bandeira dos Estados Unidos cobre parte de um retrato do ex-presidente chinês Mao Tsé-Tung diante da Porta de Tiananmen durante visita do presidente dos EUA, Donald Trump, a Pequim, na China — Foto: Damir Sagolj/Reuters

A determinação dos Estados Unidos em 22 de julho de fechamento do consulado da China na cidade de Houston, no Texas, e a consequente ordem de Pequim em 24 de julho para fechar o consulado norte-americano na cidade de Chengdu, no sudoeste do país asiático, são o mais recente desentendimento entre os dois países. A ofensiva mútua é parte de uma série de disputas econômicas e políticas que têm ocorrido nos últimos anos e meses entre as duas potências.

As tensões aumentam quase diariamente, e especialistas chegam a falar em uma “nova Guerra Fria” desde que administração do presidente Donald Trump se tornou mais agressiva com os chineses. Os estudiosos veem diferenças históricas importantes na comparação com a disputa entre os EUA e a União Soviética do pós-Segunda Guerra, mas acreditam que Estados Unidos e China estão entrando em território perigoso.

Relembre desentendimentos recentes entre os dois países:

Fechamento de consulados

Em 22 de julho, os Estados Unidos determinaram o fechamento do consulado da China em Houston, no Texas, no prazo de até 72 horas. O Departamento de Estado americano afirmou que a medida tinha o objetivo de proteger a “propriedade intelectual e as informações privadas dos americanos”, um dia após denúncia de que hackers chineses tentaram roubar informações sobre a vacina para Covid-19. Pequim considerou a medida “sem precedentes” e , dois dias depois, em 24 de julho, determinou o fechamento do consulado norte-americano em Chengdu, sudoeste do país asiático.

Acusação de roubo sobre vacina para Covid-19

Nesta terça-feira (21), o Departamento de Justiça norte-americano denunciou dois hackers chineses suspeitos de roubar informações sobre projetos de vacinas para Covid-19. Os acusados trabalhavam para o Ministério da Segurança de Estado da China, segundo a promotoria norte-americana. O presidente dos EUA, Donald Trump, já culpou a China pela pandemia de Covid-19. Ele se refere ao Sars-Cov-2 como “o vírus chinês”. Os dois países fazem parte de uma corrida mundial para desenvolver primeiro vacinas que combatam a doença.

EUA quer banir TikTok e outras redes chinesas

No início de julho, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou em entrevista à rede de TV Fox News que o país está considerando banir aplicativos de redes sociais chinesas, incluindo o TikTok. Pompeo chegou a afirmar que as pessoas só devem baixar o aplicativo “se quiserem suas informações pessoais nas mãos do Partido Comunista Chinês”. O aplicativo pertence à chinesa ByteDance, que já afirmou anteriormente que opera de maneira separada e que suas centrais de dados ficam localizadas fora da China, não estando submetidas às leis chinesas.

Disputas tarifárias

Os dois países travaram uma batalha no comércio global nos primeiros anos do governo de Donald Trump. O presidente norte-americano impôs tarifas sobre produtos importados do país asiático para torná-los mais caros para os consumidores americanos, o que estimularia a produção interna nos EUA. A China, por sua vez, respondeu com aumento de taxas sobre produtos norte-americanos. Em janeiro de 2020, os dois assinaram um acordo pelo qual a China se comprometeu a comprar mais produtos dos EUA para reduzir o déficit comercial bilateral dos norte-americanos.

Fim do status especial de Hong Kong

A China recebeu Hong Kong de volta do Reino Unido em 1997 e deveria seguir a lógica de “um país, dois sistemas”. Isso significa dizer que esse território tem uma semiautonomia. No entanto, a China tem tentado aumentar o controle que exerce em Hong Kong. O último ato foi uma lei de segurança imposta pela China, que aumenta a influência de Pequim sobre o território e pode barrar sua autonomia judicial. Os EUA tinham regras de comércio e de imigração específicas para Hong Kong, por ser uma região com uma relativa autonomia. No entanto, com a interferência crescente da China, o presidente Donald Trump retirou o status especial do território.

Disputa pelo 5G e a pressão dos EUA sobre a Huawei

Em maio, os norte-americanos impuseram sanções para cortar o acesso da empresa privada chinesa a semicondutores fabricados com componentes americanos. Entre os americanos, há suspeita que a Huawei espione para o governo de Pequim. A Huawei perdeu contratos no Reino Unido, e os chineses culpam os EUA por uma campanha contra a empresa. Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, disse que ” única falha da Huawei é ser chinesa”.

A Huawei fornece tecnologia de comunicação 5G. É uma evolução que permitirá uma conexão mais rápida. Ela inclui centros, onde as informações ficam armazenadas, e equipamentos periféricos. Os americanos alegam que as redes 5G da empresa chinesa podem ser usadas pelo governo de Pequim para espionagem ou sabotagem.

Divergência sobre Mar do Sul da China

A China reivindica os recursos marítimos de 90% do Mar do Sul da China, que é potencialmente rico em recursos energéticos. Brunei, Malásia, Filipinas, Taiwan e Vietnã também dizem ter partes da soberania do mar. Os EUA rejeitam a pretensão dos chineses. Com frequência, enviam navios de guerra à rota marítima estratégica.

Corrida espacial

A China se prepara para lançar sua primeira missão a Marte, usando uma sonda e um pequeno robô teleguiado. O lançamento deve ocorrer até 25 de julho na Ilha Hainan. Outros países, como os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos, aproveitam a situação atual, em que há uma distância reduzida entre a Terra e o planeta vermelho, para lançar suas próprias sondas.

Perseguição a minoria muçulmana

Os EUA, como outras nações ocidentais e várias organizações de direitos humanos, acusam a China de confinar pelo menos um milhão de muçulmanos uigures na região da província de Xinjiang. Os uigures são uma etnia majoritariamente muçulmana que vive no país asiático. Pequim nega todas as acusações. Os americanos puniram empresas que participariam da perseguição à minoria étnica.

Tema das eleições presidenciais nos EUA

Trump transformou o país asiático em um tema de campanha das eleições de novembro, mas parece improvável que a relação bilateral mude radicalmente se o democrata Joe Biden vencer.

Stephen Walt, professor de Relações Internacionais da Universidade de Harvard, disse à France Presse que as duas maiores potências econômicas do mundo competem a longo prazo por “visões estratégicas incompatíveis”, como o desejo da China de dominar a Ásia.

A China vê Trump como um “líder fraco e propenso a erros” e provavelmente acredita que a resposta “desastrosa” dos Estados Unidos à pandemia de coronavírus oferece oportunidades, apontou o estudioso.

“Parece a Guerra Fria soviético-americana em alguns aspectos, mas ainda não é tão perigosa quanto a rivalidade anterior”, disse Walt.

“Uma diferença fundamental é que os dois estados ainda estão fortemente conectados economicamente, embora esse relacionamento esteja agora sob considerável tensão”.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que lança regularmente advertências contra Pequim, não rejeitou a comparação com a Guerra Fria em uma entrevista recente.

Pompeo também observou que os Estados Unidos nunca tiveram tantos laços econômicos com a União Soviética quanto com a China e que, portanto, o Ocidente precisava se separar de Pequim, especialmente na frente tecnológica, um setor que Washington teme que o país asiático use para espionar.

Em uma mudança com relação há alguns anos, as empresas americanas, afetadas pelo que consideram um roubo desenfreado de propriedade intelectual, raramente pedem uma desescalada do conflito com a China.

Os Estados Unidos também atacaram Pequim por sua repressão em Hong Kong e a prisão em massa de muçulmanos uigures.

Antes da pandemia do novo coronavírus, Trump acreditava que poderia manter boas relações comerciais com a China, especialmente depois que Pequim prometeu aumentar as compras de produtos americanos.

Mas os dois lados sabiam que a China não estava em condições de cumprir tudo o que foi acordado com Washington, disse Shi Yinhong, professor de relações internacionais da Universidade Renmin em Pequim. Shi acredita que as relações vão continuar a se deteriorar.

“A antiga Guerra Fria foi um confronto e competição muito feroz entre duas grandes potências, impulsionadas pela ideologia e estratégia”, enfatizou. Agora, os Estados Unidos e a China estão “se desprendendo” seletivamente, mas rapidamente, observou.

“Usando essa definição, pode-se dizer que a China e os Estados Unidos começaram a entrar em uma nova Guerra Fria”, concluiu o analista asiático.

Não há consenso entre especialistas

Oriana Skylar Mastro, professora assistente da Universidade de Georgetown e pesquisadora no American Enterprise Institute, disse que é perigoso falar sobre uma Guerra Fria com a China.

“A situação com a China não se parece com a Guerra Fria”, afirmou.

“No lado positivo, temos um amplo compromisso. No lado negativo, há uma possibilidade real de uma guerra quente entre os dois lados em um grau que nunca existiu com a União Soviética”.

Ela observou que a comparação com a Guerra Fria leva a respostas ineficazes, incluindo que Washington percebe erroneamente Pequim como uma ameaça ideológica.

Mastro disse que a China tem muitas opções para aliviar as preocupações dos Estados Unidos, como a retirada dos sistemas de armas no Mar da China Meridional.

“Mas Pequim não fará isso, principalmente porque entende mal os propulsores da política americana. Acredita que os Estados Unidos estão respondendo ao seu próprio declínio e os atacará, independentemente de como agirem”, sustentou.

G1

 

Opinião dos leitores

  1. "Nova guerra fria", "novo normal", "novo coronavírus"… Haja coisa nova. E novidade que bom, nenhuma.

  2. Os dois sabem que precisam um do outro. Por isto deveriam ter vergonha e não ficarem com esse jogo besta de ? e ?.

  3. Daqui há alguns dias nós vamos ter que escolher entre o nosso maior parceiro comercial, ou o nosso maior explorador comercial. A balança comercial é fundamental.

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Geral

Endividamento sobe a 78,2% das famílias em maio, diz CNC

Foto: Josh Appel / Unsplash

Os brasileiros ficaram mais endividados e mais inadimplentes em maio, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A proporção de famílias com contas a vencer cresceu de 77,6% em abril para 78,2% em maio, a segunda alta consecutiva, apontou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

Em relação a maio de 2024, porém, quando 78,8% das famílias estavam endividadas, houve uma queda de 0,6 ponto porcentual.

A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer nas modalidades cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa.

A fatia de consumidores com contas em atraso subiu de 29,1% em abril para 29,5% em maio, maior nível desde outubro de 2023. Um ano antes, em maio de 2024, a proporção de famílias inadimplentes era de 28,6%.

“Apesar de o porcentual de endividados ter ficado abaixo do registrado em 2024, o avanço na inadimplência evidencia um aumento da fragilidade financeira das famílias. O crédito precisa ser acessado com responsabilidade. Garantir o equilíbrio entre endividamento e capacidade de pagamento será fundamental para o crescimento do País”, avaliou o presidente da CNC, José Roberto Tadros, em nota oficial.

A proporção de consumidores que afirmaram não ter condições de pagar suas dívidas vencidas, ou seja, que permaneceriam inadimplentes, aumentou de 12,4% em abril para 12,5% em maio. Essa parcela era de 12,0% em maio de 2024.

Classe média mais endividada

Na passagem de abril para maio, as famílias de classe média ficaram mais endividadas e mais inadimplentes.

No grupo com renda familiar mensal de até três salários mínimos, a proporção de endividados caiu de 81,1% em abril para 81,0% em maio. Na classe média baixa, com renda de três a cinco salários mínimos, a proporção de endividados subiu de 79,0% para 80,3%. No grupo de cinco a dez salários mínimos, houve elevação de 75,7% para 78,9%. No grupo com renda acima de 10 salários mínimos mensais, essa fatia cresceu de 67,3% para 67,6%.

Quanto à inadimplência, no grupo com renda familiar mensal de até três salários mínimos, a proporção de famílias com dívidas em atraso desceu de 37,0% em abril para 36,9% em maio. Na classe média baixa, com renda de três a cinco salários mínimos, a proporção de inadimplentes aumentou de 27,8% em abril para 28,9% em maio. No grupo de cinco a dez salários mínimos, houve elevação de 21,3% para 22,8%. No grupo que recebe acima de 10 salários mínimos mensais, a fatia de inadimplentes diminuiu de 15,2% para 15,0%.

CNN Brasil

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Mãe e bebê de 1 ano são arremessadas de carro em acidente na BR-101 no RN

Acidente aconteceu na BR-101 entre Goianinha e Canguaretama. Carro ficou destruído — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

Uma mãe e uma bebê de 1 ano de idade foram arremessadas do carro em um acidente na BR-101 na manhã desta segunda-feira (9) entre os municípios de Goianinha e Canguaretama, no interior do Rio Grande do Norte. O veículo também ficou destruído.

Segundo a família, a mãe quebrou o fêmur e vai precisar de cirurgia, além de ter sofrido escoriações no ombro.

A bebê e o marido dela, que dirigia o veículo e que faz aniversário nesta segunda (9), também foram socorridos, mas tinham quadros estáveis e se recuperavam no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal.

O acidente aconteceu no sentido da pista em direção a João Pessoa. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o carro onde estava a família teria sido atingido na parte traseira por uma caminhonete do tipo Amarok quando estava na faixa da esquerda da pista.

Com o impacto, o motorista do carro atingido perdeu o controle, capotou e saiu da pista, parando em um matagal nas margens da BR-101. O veículo ficou destruído.

A família foi socorrida por ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada para o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal.

Após o acidente, pertences do casal e do bebê, como celulares, relógios e bolsas, foram recolhidos por policiais rodoviários federais para serem entregues aos parentes no local.

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Geral

“Presenciei os fatos, mas não participei”, diz Cid durante interrogatório no STF

Foto: Reprodução/Youtube/Rádio e TV Justiça

O STF começou a realizar, nesta segunda (9), os interrogatórios dos réus do chamado “núcleo crucial” da ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022.

Ao ser questionado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se a acusação da Procuradoria-Geral da República contra Mauro Cid era verdadeira, o tenente-coronel respondeu que presenciou os fatos, mas que não participou deles.

“Eu presenciei grande parte dos fatos, mas não participei deles”, disse Cid no início do interrogatório.

Ao todo, serão ouvidos oito réus:

  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Alexandre Ramagem, deputado e ex-chefe da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI;
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice de Bolsonaro na eleição em 2022.

A Primeira Turma do STF reservou os cinco dias desta semana para os interrogatórios.

CNN Brasil

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Após 3 horas de protesto, indígenas liberam ligação entre RN e Paraíba pela BR-101

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Cerca de 300 indígenas interditaram a BR-101, no município de Rio Tinto, na Paraíba, por volta das 10 horas da manhã desta segunda-feira (9). Depois de cerca de 3 horas, os manifestantes liberaram o trecho por volta das 13 horas, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal.

A manifestação faz parte da Mobilização Nacional dos Povos Indígenas no Brasil, com pautas centrais a demarcação de terras, defesa dos direitos indígenas e a proteção do meio ambiente. A PRF acompanhou a situação para garantir a segurança viária e o direito à livre manifestação, com o objetivo de preservar a ordem e minimizar os impactos aos condutores.

Durante o protesto, condutores que trafegavam no sentido João Pessoa/Natal deveriam utilizar a PB-041, acessando por Mamanguape e retornando à BR-101 após o bloqueio. No sentido oposto (Natal/João Pessoa), a mesma rota pode ser feita em sentido inverso.

Portal da Tropical

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IOF: Congresso não tem compromisso de aprovar medidas de arrecadação sugeridas pelo governo, diz Motta

Foto: Wilton Junior/Estadão

O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou nesta segunda-feira, 9, que não há o compromisso do Congresso de aprovar as medidas alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sugeridas pelo governo em reunião com parlamentares no domingo, 8.

“Não há do Congresso o compromisso de aprovar essas medidas que vêm na MP. A medida provisória será enviada apenas para que, do ponto de vista contábil, não se tenha que aumentar o contingenciamento que já está sendo feito”, afirmou.

No domingo, depois de quase seis horas de reunião com lideranças do Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um acordo para reduzir o impacto da tributação do IOF e compensar a perda de arrecadação com aumento de taxação das bets e outras medidas sobre o sistema financeiro.

As quatro medidas anunciadas pelo governo foram:

  1. MP para compensar a arrecadação com o recuo do IOF
  2. Novo decreto para recalibrar a cobrança de IOF em um terço do projeto original
  3. Proposta para rever 10% das isenções tributárias infraconstitucionais
  4. Nova reunião para discutir redução de gastos primários

Nesta segunda-feira, Motta afirmou que as mudanças sugeridas pelo governo para reduzir a alta do IOF devem vir por uma medida provisória, por um projeto de lei complementar e, a depender do conteúdo, de uma proposta de emenda à Constituição.

“Essa medida provisória vem para um aumento de tributo para alguns setores, como bets, fintechs e títulos. O governo admitiu fazer um corte de isenções fiscais, tem que ser por lei complementar, se formos debater apenas as infraconstitucionais. Se formos debater o pacote todo, terá que ser por PEC”, disse.

Segundo ele, há um esgotamento do Brasil sobre medidas que sempre visam aumento de arrecadação. Ele afirmou que, se pautada, a medida para aumentar o IOF teria sido derrubada pelo Congresso.

“A medida (aumento do IOF) teria um efeito muito danoso, especialmente sobre o custo do crédito no país (…). Seria mais uma medida diante de tantas outras visando apenas ao aumento da arrecadação. Há um esgotamento do país sobre essas medidas”, afirmou.

Motta afirmou que o decreto para aumentar o IOF não foi combinado com o Legislativo e que tanto Câmara como Senado reagiram contra a medida, o que fez o governo reavaliar.

Também falou que “não há o interesse de revisão de gastos” e que a meta não é ter medidas paliativas, mas com efeito a longo e médio prazo.

“Não havia interesse do governo em debater as pautas estruturantes, corte nas isenções fiscais, na desvinculação sobre saúde e educação, o crescimento do primário em diversas áreas”, declarou.

Para ele, o Congresso “tem sido ao longo do tempo uma Casa de muita responsabilidade e uma âncora para governos migrarem por caminhos, muitas vezes, questionáveis”. Afirmou ainda que a relação do Congresso com o governo Lula tem sido respeitosa.

Estadão Conteúdo

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Geral

Pix bate novo recorde com 276,7 milhões de transações em um dia, diz Banco Central

Foto: ADRIANA TOFFETTI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O BC (Banco Central) informou que registrou na última sexta-feira (6), um novo recorde de transações por meio do Pix. Foram 276,7 milhões de operações em um único dia. Antes, o maior volume havia sido contabilizado em 20 de dezembro de 2024, com 252,1 milhões de transações.

“Os números são mais uma demonstração da importância do Pix como infraestrutura digital pública, para o funcionamento da economia nacional”, diz o BC, em nota.

Segundo a instituição, as operações movimentaram R$ 135,6 bilhões.

O Pix encerrou o ano de 2024 com 63,8 bilhões de transações, um crescimento de 52% ante os 41,9 bilhões em 2023, e mais uma vez se tornou o meio de pagamento mais usado no país em um levantamento anual.

As transações do Pix superaram as de cartão de crédito, débito, boleto, TED, cartão pré-pago e cheques no Brasil, as quais, juntas, totalizaram 50,8 bilhões.

Ranking dos meios de pagamentos | Imagem: Reprodução/Febraban

Histórico

Com entrada em funcionamento em 16 de novembro de 2020, o Pix ultrapassou as transações feitas com DOC (Documento de Crédito, que foi descontinuado pelo sistema financeiro em fevereiro de 2024) já em seu primeiro mês de funcionamento.

Em janeiro de 2021, superou as transações com TED (Transferência Eletrônica Disponível). Em março daquele mesmo ano, passou na frente em número de transações feitas com boletos. Já no mês seguinte (maio), o Pix ultrapassou a soma de todos eles.

Em relação aos cartões, o Pix ultrapassou as operações de débito em janeiro de 2022, e no mês de fevereiro foi a vez de passar na frente das transações com cartões de crédito.

Depois do Pix, os meios de pagamentos preferidos dos brasileiros no ano passado foram o cartão de crédito (19,8 bilhões de transações), cartão de débito (16,7 bilhões) e o cartão pré-pago (9,2 bilhões), seguidos dos boletos (4,2 bilhões), TED (821 milhões) e cheques (125 milhões).

No quesito valores transacionados, o Pix só perde o primeiro lugar para a TED que somou R$ 43,1 trilhões em 2024, enquanto a ferramenta de pagamentos instantâneos registrou R$ 26,9 trilhões no ano passado. Isso indica que a TED ainda é preferida para transações de maior valor.

Em terceiro lugar aparecem os boletos, com R$ 6,2 trilhões transacionados no ano passado, seguido pelo cartão de crédito, com R$ 2,8 trilhões.

R7

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Geral

Três cidades receberam quase metade dos royalties de petróleo destinados a municípios do RN no 1º trimestre de 2025; veja quais são

Foto: Getúlio Moura

No primeiro trimestre de 2025, 98 dos 167 municípios potiguares receberam repasses de royalties do petróleo e gás, somando R$ 106.569.675,25. O valor representa um aumento de mais de 30% em relação ao mesmo período do ano passado.

No entanto, três municípios se destacaram por receberem juntos mais de R$ 49 milhões, quase a metade do total: Grossos, Alto do Rodrigues e Serra do Mel, todos da região Oeste potiguar.

Os royalties são uma compensação financeira paga ao poder público pelas empresas produtoras de petróleo e gás natural no Brasil como forma de compensar a sociedade pela utilização destes recursos, que não são renováveis.

Grossos foi o maior beneficiário, invertendo sua posição de 23º colocado em 2023 e 21º colocado em 2024 para primeiro.

Foram R$ 18.659.295,98 recebidos de janeiro a março. O valor corresponde a R$ 1.880,21 por morador da cidade, que tem menos de 10 mil habitantes, segundo o IBGE.

Parte do valor faz parte de um parcelamento feito com o município após a Justiça reconhecer que a cidade tinha direito a valores que não repassados entre abril de 2008 e maio de 2013.

Alto do Rodrigues também registrou uma evolução surpreendente, subindo uma colocação e alcançando o 2º lugar, com R$ 15.757.257,34, um aumento de R$ 9,2 milhões em relação aos R$ 6,5 milhões recebidos no mesmo período de 2024. A cidade tem pouco mais de 12 mil habitantes.

Já Serra do Mel, com 13 mil habitantes, recebeu R$ 14.621.165,98 de janeiro a março – quase o dobro do quarto colocado na tabela, Felipe Guerra.

10 municípios com mais royalties no primeiro trimestre de 2025

Município Royalties (R$)
Grossos 18.659.295,98
Alto do Rodrigues 15.757.257,34
Serra do Mel 14.621.165,98
Felipe Guerra 7.607.441,09
Mossoró 6.044.240,45
Açu 5.510.166,91
Areia Branca 4.209.533,57
Tibau 3.798.084,22
Governador Dix-Sept Rosado 2.990.907,36
Caraúbas 2.673.974,07

g1-RN

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Geral

Crime organizado virou “empresa multinacional, envolvida na política e no Judiciário”, diz Lula na Interpol

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta segunda-feira (9) de sessão solene para assinatura da Declaração de Intenções entre o Brasil e a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), em Lyon (França). Ao discursar, disse que a polícia, em todo o mundo, enfrenta seu momento “mais complicado”.

Lula declarou: “No crime organizado, você não enfrenta uma simples quadrilha. Você não enfrenta uns simples grupos. São verdadeiras empresas multinacionais que estão envolvidas dentro das empresas, estão envolvidas na política, estão envolvidas no Judiciário, estão envolvidas no futebol, estão envolvidas em toda parte da cultura. É como se fosse um polvo de muitos tentáculos tentando tomar conta de tudo o que é errado no mundo”.

Segundo Lula, “uma das consequências perversas da globalização é a articulação de grupos criminosos” para além das fronteiras nacionais. “A criminalidade está evoluindo a uma velocidade sem precedentes, exigindo ações multilaterais, urgentes e coordenadas”, afirmou.

O presidente declarou que o crime organizado “tornou-se uma questão global”, impulsionado pelo avanço tecnológico. “Para combater o crime de forma efetiva, é preciso asfixiar seus mecanismos de financiamento, em especial a lavagem de dinheiro”, disse Lula.

Poder 360

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Cidades

Segurança pública não registra ocorrências de gravidade no São João de Natal e reduz furtos e roubos no Pingo da Mei Dia, em Mossoró

Foto: Divulgação

As forças de segurança pública não registraram ocorrências de maior gravidade neste primeiro final de semana no São João de Natal (Polo Arena das Dunas). Policiais civis, policiais militares e bombeiros militares que atuaram na abertura dos festejos juninos em Mossoró, no tradicional Pingo da Mei Dia, realizado no sábado (07), ainda registraram uma redução de 42,72% nos crimes de furto e de 36,84% nos roubos. Também foram realizados menos atendimentos hospitalares (-19,23%), sem o registro de casos de grande relevância.

Neste primeiro final de semana de festas no São João de Natal, incluindo as festividades no Polo Arena das Dunas, foram registrados 171 furtos e 34 crimes de roubos. Pelo menos 80 pessoas receberam atendimentos hospitalares na área de eventos. Já em Mossoró, as forças de segurança contabilizaram 185 furtos e 12 roubos. Ao longo do percurso, 21 pessoas precisaram de atendimento médico.

Ainda em Natal, no entorno da Arena das Dunas, a Prefeitura de Natal informou a participação de mais de 300 mil pessoas durante os três dias de festas. A estimativa é a mesma da Polícia Militar. Já em Mossoró, somente no Pingo da Mei Dia, a organização do evento contabilizou um público de aproximadamente 250 mil pessoas. A PM, em parceria com a UERN, estimou cerca de 244 mil pessoas.

Além da participação efetiva das guardas municipais, ambos os eventos tiveram efetivos reforçados da Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Militar, com participação de efetivos da Polícia Rodoviária Federal e agentes de trânsito e SAMU.

Ocorrências São João de Natal

* Furtos 2025: 171
* Roubos 2025: 34
* Atendimentos hospitalares 2025: 80

Ocorrências Pingo da Mei Dia em Mossoró

* Furtos 2024: 323
* Furtos 2025: 185
* Redução de 42,72%

* Roubos 2024: 19
* Roubos 2025: 12
* Redução de 36,84%

* Atendimentos hospitalares 2024: 26
* Atendimentos hospitalares 2025: 21
* Redução de 19,23%

Opinião dos leitores

  1. Graças ao presidente Bolsonaro, que armou a população de bem. Hoje vagabundo pensa duas vezes.

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Política

VÍDEO: Rogério Marinho sobre Big Techs: ‘Responsável é quem fala, não a plataforma’

 

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Resposta cirúrgica do senador Rogério Marinho (PL-RN) ao jornalista Fernando Mitre “sobre o julgamento das big techs, do marco da internet”.

“O senhor é a favor de responsabilizar as big techs pelos conteúdos que divulgam ou não? Fora da internet, todos se responsabilizam. Na internet, não, por quê?”

Rogério Marinho respondeu: “se eu chegar aqui e falar o que eu falei e eu for processado, você vai ser responsabilizado? Não. Foi eu que falei. Eu estou usando o seu programa para dizer o que eu acho sobre, por exemplo, esse ativismo político do Supremo Tribunal Federal, eu posso ser processado por isso”.

BZ Notícias

Opinião dos leitores

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