Economia

Pandemia deve lançar mais 5,4 milhões de brasileiros na extrema pobreza em 2020

Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Há quatro anos, a carteira assinada de Silvio Xavier, de 39 anos, deu lugar à informalidade. Desempregado, passou a ganhar a vida como vendedor de balas nos ônibus do Rio. Nas últimas semanas, com as medidas de contenção do coronavírus, a atividade informal se transformou numa luta pela sobrevivência.

Xavier, que nunca recebeu Bolsa Família, viu a renda cair de uma hora para a outra. Ainda sem qualquer ajuda do governo para se proteger em casa, ele resolveu se arriscar e voltar às ruas, contrariando as recomendações de especialistas e autoridades de saúde.

Xavier é um dos 5,4 milhões de brasileiros que devem entrar na extrema pobreza este ano por conta da pandemia de coronavírus, segundo estimativa do Banco Mundial. A instituição também prevê retração de 5% no Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2020, a maior em 120 anos.

Se isso se confirmar, o número de pessoas vivendo com menos de US$ 1,90 por dia ou R$ 145 por mês (o Banco Mundial usa câmbio diferente do atual para o cálculo porque considera a comparação do poder de compra entre os países), no país aumentará de 9,3 milhões para 14,7 milhões até o fim de 2020.

A taxa de pobreza extrema chegaria a 7% da população, o maior patamar de miseráveis desde 2006, quando 7,2% dos brasileiros viviam nessas condições.

Parte desses “novos pobres” nunca recebeu benefícios do governo, e agora precisam de ajuda. Xavier, que mora com a mulher e três filhos numa casa alugada na Favela da Maré, na Zona Norte, se inscreveu para receber o auxílio emergencial de R$ 600 por três meses oferecido pelo governo, mas ainda não recebeu. Enquanto espera, recebe mantimentos da organização Gerando Vidas, que apoia desempregados.

— Se não receber a ajuda do governo, vou ter que continuar indo para a rua — diz o vendedor de balas.

17,9 milhões já receberam

Epidemiologistas e a Organização Mundial da Saúde (OMS) defendem o isolamento social dos que podem ficar em casa como o caminho para enfrentar o coronavírus. Especialistas afirmam que é preciso encontrar meios para amparar os mais pobres para além da renda básica prometida por três meses diante das consequências econômicas da pandemia.

Em um ano, o país colocará mais gente na miséria que na crise econômica dos últimos anos. Entre 2014 e 2019, o país jogou 3,8 milhões de brasileiros nessa situação.

No domingo, a Caixa Econômica Federal informou que já foram finalizados 40,5 milhões de cadastros para o auxílio emergencial, sendo que 23 milhões tiveram os dados checados. Considerando os registrados no Cadastro Único, 17,9 milhões já receberam, segundo o banco. A estimativa é que 70 milhões de pessoas recebam.

— Com a paralisação da economia, temos que contar com o Estado entrando muito forte para amparar os grupos mais vulneráveis — diz Francisco Menezes, coordenador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase).

Por que muita gente ainda não recebeu? Muitos informais eram “invisíveis” para o governo porque não recebiam qualquer assistência social, como Bolsa Família ou seguro-desemprego. A Dataprev diz levar cinco dias úteis para checar dados de inscritos e liberar o dinheiro. Muitos tiveram dificuldade na inscrição por ter CPF irregular.

Nos últimos anos, a lenta recuperação do emprego, puxada pela informalidade, não chegou aos mais vulneráveis. A renda do trabalho ficou praticamente estagnada enquanto o PIB per capita retrocedeu ao patamar de 2009. Na avaliação do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, esse quadro dificultou o combate à extrema pobreza no país, já limitado por questões orçamentárias e políticas. Agora, o desafio é maior.

— Tivemos um desajuste no Bolsa Família. Concedemos o 13º pagamento, mas tiramos mais de 1,1 milhão do programa, e a fila voltou. Embora tivesse uma retomada lenta em curso, essa crise do coronavírus chega num cenário no qual a extrema pobreza avançou 71% desde 2015, após ter caído 73% entre 1990 e 2014. Ou seja, não recuperamos nem o que perdemos — diz Neri.

Solidariedade como saída

Apesar de anunciado há um mês, o auxílio emergencial ainda não chegou a muitas famílias. Carla Grigório, de 43 anos, viu a renda com a venda de turbantes e acessórios na rua despencar de R$ 3 mil para zero.

Mãe solteira e com quatro filhos em casa, ela recebeu R$ 120 do Projeto Mães das Favelas, da Central Única das Favelas (Cufa), que pretende beneficiar cerca de 40 mil mulheres durante a pandemia. Ainda ganhou mantimentos de vizinhos no Complexo do Lins, na Zona Norte, onde vive e também é líder comunitária.

— Estamos dependendo de doações, mas o Lins não tem tanta visibilidade. Não há projetos sociais apoiados pelo Estado. Quando me perguntam, não sei dizer o que vamos fazer. Procuro não pensar no amanhã, só no hoje — diz.

A pobreza deve se agravar ainda mais no Nordeste, onde o número de informais ultrapassa o de trabalhadores com carteira assinada em seis dos nove estados. Segundo estudo da consultoria iDados, 21,1 milhões de brasileiros que se enquadram nos critérios para receber o auxílio emergencial estão no Nordeste, o correspondente a 51,2% da população adulta da região.

Combate mais difícil

Para Victor Hugo Miro, coordenador do Laboratório de Estudos da Pobreza da Universidade Federal do Ceará, o governo terá que atuar com foco específico para reduzir essas desigualdades na região. E sob condições muito diferentes das do período anterior a 2014, com crescimento econômico, emprego e renda em alta:

— Agora estamos prevendo uma recuperação lenta da atividade econômica. Será combater a pobreza em condições adversas.

Os especialistas avaliam que a pandemia pode favorecer uma expansão da rede de proteção social no país, apesar das restrições orçamentárias. Para Neri, da FGV, essa será uma decisão política:

— Os pobres se tornaram invisíveis. Eles estão em alta agora, mas isso não garante nada. Nos últimos cinco anos houve um descuido da sociedade como um todo com essa parcela. Embora estejamos falando desse benefício emergencial generoso para os mais pobres, essas coisas mudam rapidamente.

Com O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Lamentável! Uma hora que deveria haver solidariedade, os políticos estão brigando pelo o impeachment de Bolsonaro . Querem voltar a roubar de qualquer forma, mas com fé em Deus quem vai cair são eles que só atrapalham o progresso do país.

  2. Se 5,4 milhões dos nossos compatriotas irão integrar a linha da pobreza plena, o que preocupa bem mais é o estado de fome que estas criaturas irão vivenciar, é em consequência desta catástrofe, iremos ter aumento de assaltos a mão arma, além do consumo e tráfego de drogas, como a cocaína, crack, maconha, raxixe…

  3. Se precisava desenhar, o desenho virou notícia.
    Por isso estão brigando politicamente para manter o isolamento horizontal, total, irrrestrito.
    Acabar com a economia do país, aumentar o número de miseráveis e todos os estados que seus governadores e prefeitos fizeram essa opção, jogar a culpa em Bolsonaro.
    Vão esquecer que a decisão não foi do governo federal e mais, o STF decidiu que a decisão eram responsabilidade dos estados.

    1. O estado TEM de ajudar essas pessoas como tda nação séria está fazendo.
      Agora o direito a VIDA se sobrepõe a qualquer outro direito, inclusive o governo tem a obrigação de ajudar os mais pobres. Entendeu ou que q eu desenhe?

    2. Na hora de pagar as contas chamam o gov. federal e ainda reclamam. Deve haver um meio termo fora dos mesquinhos interesses político-eleitorais. Bastava união, mas isso é impossível. O que importa é se cacifar para as próximas eleições. Políticos, seja de qual partido for, me dão nojo.

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Geral

Governo Lula cobra mais de R$ 17 milhões de recebimentos indevidos do Bolsa Família

Foto: Gabriel Lyon/ MDS

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) tem cobrado mais de R$ 17,2 milhões referentes ao recebimento indevido do Bolsa Família em todo o Brasil. Os dados, obtidos pelo site Metrópoles por meio de Lei de Acesso à Informação (LAI), abrangem valores dos recursos financeiros que o órgão busca ressarcir desde 2006 e incluem também o período de implementação do Auxílio Brasil.

Hoje, o programa contempla mensalmente cerca de 20 milhões de famílias em todos os 5.570 municípios do país. O custo para garantir esse subsídio gira em torno de R$ 14 bilhões. Na divisão por unidades federativas, o maior número de beneficiados está em São Paulo. São mais de 2,5 milhões de famílias beneficiárias no estado, a partir de um aporte federal de R$ 1,67 bilhão. A Bahia aparece na sequência, com 2,47 milhões de contemplados.

Dívidas por recebimento indevido

Conforme estabelece a Lei nº 14.601/2023, o responsável que prestar informação falsa no CadÚnico ao registrar seus dados para participar do Bolsa Família deve ressarcir os valores recebidos a título de benefícios financeiros do programa. O pagamento considera o valor original da dívida atualizado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A norma ainda estipula que os valores não pagos na forma e nos prazos estabelecidos serão inscritos em dívida ativa da União. Além disso, se houver indícios de que algum agente público contribuiu para cometer fraude durante inscrição da família no CadÚnico, as informações serão enviadas para apuração da autoridade policial competente.

Os dados indicam que as dívidas referentes a pagamentos de benefícios de 2019 foram as maiores, totalizando mais de R$ 6 milhões. Os dois anos anteriores também apresentam débitos relevantes que variam de R$ 2,1 milhões a R$ 3,2 milhões.

Bloqueios por descumprimento de condições

Para integrar o programa, a principal regra é que a família tenha renda mensal de até R$ 218 por pessoa. Os dados cadastrais precisam estar atualizados. Os escolhidos ainda devem cumprir compromissos nas áreas de saúde e de educação, que são chamados de condicionalidades.

O Bolsa Família prevê a exigência de frequência escolar para crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos, o acompanhamento pré-natal para gestantes, o acompanhamento nutricional (peso e altura) das crianças até 6 anos e a manutenção do caderno de vacinação atualizado, com os imunizantes previstos no Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.

De acordo com dados do Ministério da Cidadania, divulgados na plataforma Vis Data, houve mais de 1,3 milhão de ocorrências de descumprimento dessas condições em todo o país neste ano. A grande maioria das situações gerou apenas advertências. No entanto, pelas infrações cometidas, foram 192 mil suspensões de benefícios e 297 mil bloqueios temporários.

Cadastros serão passados “a limpo”, disse Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, no fim de novembro, que programas sociais como o Bolsa Família serão passados “a limpo” para garantir que aqueles que tenham direito não seja prejudicados por fraudes em cadastros. Segundo o titular da pasta federal, “tem muita incompatibilidade que precisa ser corrigida”.

“Algumas coisas que funcionaram vão ser extrapoladas, como é o caso da biometria e do recadastramento, que será antecipado em virtude do que foi encontrado nesses últimos seis meses. É muito claro para nós que vamos ter de passar a limpo, num prazo menor do que anunciado em julho, o conjunto de medidas saneadoras dos cadastros dos grandes programas sociais”, afirmou.

Metrópoles

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Geral

Crime organizado brasileiro fatura R$ 146 bilhões em um ano no Brasil, diz Fórum de Segurança

Operação no Rio de Janeiro contra o crime organizado  — Foto: Reprodução/TV Globo

O crime organizado atuante no Brasil teve um faturamento de R$ 146 bilhões em produtos explorados em 2022. O montante vem da produção de ouro, fabricação de bebidas e produtos do fumo, extração de minérios de metais preciosos e exploração de combustíveis e lubrificantes. Os dados pertencem ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e foram apresentados nesta sexta-feira (6) ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Somente com a exploração de bebidas, foram R$ 56,9 bilhões. Com tabaco e cigarros o faturamento foi de R$ 10,3 bilhões. Ouro R$ 18,2 bilhões e combustíveis e lubrificantes renderam ao crime R$ 61,4 bilhões.

Faturamento por produto:

  • tabaco e cigarro: R$ 10,3 bilhões
  • ouro: R$ 18,2 bilhões
  • bebidas: R$ 56,9 bilhões
  • combustíveis e lubrificantes: R$ 61,4 bilhões

Segundo o levantamento do FBSP, a economia de grupos mafiosos operantes no Brasil gira em torno de controles territoriais, lavagem de dinheiro e bens, monitoramento das prisões, vigilância da cadeia completa das drogas, desconexão entre inteligência de segurança pública e inteligência fiscal/financeira e a ampliação de setores econômicos já explorados.

Além disso, entre julho de 2023 a julho de 2024, o Brasil teve um prejuízo de R$ 22,7 bilhões em roubo/furto de celular, fruto de ações do crime organizado. Já em golpes virtuais, via Pix, boletos falsos e fraudes de cartão de crédito, assim como adulteração de maquininhas de cartão, o rombo ultrapassa os R$ 48 bilhões.

Sobre a atuação do crime organizado no meio virtual, também entre julho de 2023 a julho de 2024, a cada uma hora 4.504 foram feitas vítimas de tentativas de golpes por aplicativos de mensagens ou por ligações no país, sendo elas por transferências, via Pix ou boletos falsos. Em golpes financeiros por falsas centrais de seguranças foram cerca de 4.678 vítimas por hora. Ademais, 1.220 a cada 60 minutos sofreram golpes ou fraudes em algum investimento que realizou após publicidade em redes sociais ou na internet.

A partir do levantamento, o Fórum conclui que houve também uma migração do mundo físico para o híbrido de atividades do crime organizado, agora com forte presença  de crimes virtuais de patrimoniais e facilitados pelos furtos/golpes com celulares.

O Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) seguem sendo as organizações criminosas mais presentes e operantes na maioria dos estados brasileiros.

CNN Brasil

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Polícia

Motorista é preso ao passar por blitz da PRF bêbado e com pneu furado em Natal

Foto: PRF

A Polícia Rodoviária Federal prendeu, na noite desse sábado (7), um motorista, de 26 anos, que dirigia sob efeito de álcool e com o pneu do carro furado. De acordo com a PRF, o homem tentou fugir ao passar em frente de uma blitz no km 95 da BR-101, na zona Sul de Natal, mas foi interceptado na Av. Salgado Filho. O caso chamou atenção dos policiais pela atitude arriscada do condutor, que trafegava em alta velocidade.

Na ação, os policiais notaram o veículo em condições suspeitas e iniciaram um acompanhamento tático, interceptando o motorista alguns quilômetros depois da blitz. Submetido ao teste do etilômetro, o resultado foi de 0,74 mg/L, valor que excede em mais de duas vezes o limite permitido por lei.

O condutor foi preso e encaminhado à Delegacia de Plantão da Polícia Civil em Natal. Além de enfrentar multa de R$ 2.934,70 e a suspensão do direito de dirigir por até um ano, ele responderá pelo crime de embriaguez ao volante, que prevê pena de seis meses a três anos de detenção, conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

A PRF destacou que operações de fiscalização como essa são essenciais para preservar vidas e garantir a segurança nas rodovias federais.

Tribuna do Norte

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Gastronomia

PAPO DE FOGÃO: Confira as receitas de Galinha Caipira típica do Piauí; e Arrumadinho

GALINHA CAIPIRA TÍPICA DO PIAUÍ

Ingredientes:
1 Galinha de aproximadamente 1,5k
2 dentes de alho
50g de pimenta do reino em pó
2 tomates
1 cebola grande
Cheiro verde
Sal a gosto
4 pimentas de cheiro
2 colheres de sopa de corante
300ml de água
2 colheres de óleo

MODO DE PREPARO:
Corte a Galinha a sua maneira.
Pique todos os temperos bem picadinho.
Coloque a cebola, o alho, a pimenta de cheiro, o tomate, o sal, a pimenta do reino, o corante, um pouco de cheiro verde e misture bem os temperos na galinha.
Em uma panela bem quente coloque o óleo, coloque a galinha e refogue bem pra ela soltar o caldo.
Mecha bem até ferver, depois coloque a água e deixa cozinhar, em fogo médio, por 45 minutos a uma hora ou até amolecer.
Se necessário coloque mais água.
Quando estiver macia, retire do fogo, coloque o cheiro verde por cima e sirva em seguida.
Utilize um pouco do caldo pra fazer o pirão.

Tempo de preparo: 10 min
Tempo de cozimento: 60 min

ARRUMADINHO

Ingredientes:
300g de charque escaldada
300g de farinha
Manteiga de garrafa a gosto
300g de feijão verde
2 Tomates picados
2 Cebolas médias picadas
Coentro a gosto
Sal a gosto
Azeite a gosto
Vinagre

Modo de Preparo:
Retire o sal da carne de charque, deixando de molho por 2h com troca dá água.
Escalde a carne de charque e frite no óleo ou manteiga de garrafa.
Em uma frigideira coloque a manteiga, 1 cebola picada e deixe fritar na manteiga.
Quando estiver dourada coloque a farinha e misture bem, pra fritar a farinha. Cozinhe o feijão verde com cebola e sal.
Quando estiver cozido escorra, acrescente o coentro e misture.
Misture os tomates picados, uma cebola picada, o azeite, o vinagre, o sal e o coentro picado.
Montagem do prato:
Na lateral do prato coloque o vinagrete, ao lado a carne de charque, depois o feijão verde e por último, a farofa ao lado do feijão.
Sirva em seguida.

Tempo de preparo: 2h
Tempo de cozimento: 20 min

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Geral

Fiscais do Enem 2024 denunciam atraso no pagamento por empresa vinculada ao Inep: ‘Estamos desamparados’

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Fiscais que atuaram na edição deste ano do Enem denunciam atraso no pagamento pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe). Procurada pelo jornal O Globo, a instituição vinculada ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) afirmou que o processo de repasse, que tinha o dia 28 de novembro como limite, será finalizado até 13 de dezembro.

— Trabalhamos nos dois dias de prova e não recebemos ainda o pagamento, mesmo com a data limite tendo sido encerrada há mais de uma semana. Está acontecendo assim como no ano passado. Ligamos para a Cebraspe, mas nunca nos atendem ou dão satisfação sobre o atraso. Estamos desamparados — afirmou ao jornal O Globo uma das fiscais impactada.

O atraso no pagamento atinge aplicadores, transcritores, técnicos em informática, auxiliares de coordenação e coordenadores de aplicação. Em postagens nas redes sociais, trabalhadores impactados pelo atraso do pagamento se queixaram sobre a situação.

“Não aguento mais esperar meu dinheiro! Uma burocracia absurda para trabalho. Pagam tão pouco e, na hora (de pagar), essa falta de respeito”, comentou uma fiscal em postagem da Cebraspe no Instagram.

Segundo a Cebraspe, foram contratadas 435 mil pessoas em todo o país para o Enem deste ano, e 66% delas tiveram seus pagamentos realizados pelas funções exercidas até o momento.

“O Centro informa ainda que nesse processo de pagamento, que envolve auditoria da operação reversa, está em permanente contato com seus Coordenadores e Colaboradores”, acrescentou.

Já o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) afirma que não há registro de atraso nos repasses feitos à instituição aplicadora do Enem, que, desde 2023, é o Cebraspe.

“A seleção e o pagamento da equipe de aplicação fazem parte dos serviços contratados administrativamente por meio de licitação e são responsabilidade da referida instituição”, explicou.

O Globo

Opinião dos leitores

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Economia

Inadimplência atinge em novembro de 2024 o maior índice desde outubro de 2023

Foto: stevepb/Pixabay

A inadimplência dos consumidores permaneceu elevada em novembro. Entre as famílias, 29,4% disseram que têm dívidas em atraso. O percentual é o maior desde outubro do ano passado. O total de consumidores que revelaram estar sem condições de quitar as dívidas subiu para 12,9%. Em outubro, era de 12,6% e, em novembro de 2023, de 12,5%.

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de novembro, elaborada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Peic divulgada, na quinta-feira (5), indicou alterações nos tipos de crédito e no comportamento financeiro das famílias.

Conforme a pesquisa, o endividamento do consumidor avançou em novembro, chegando a 77% do total, na comparação com os 76,6% registrados no mesmo mês de 2023. O aumento é resultado do maior uso do crédito para compras de fim de ano, além de indicar uma gestão mais cautelosa do orçamento, afirmam os pesquisadores. O percentual de consumidores que se consideram muito endividados recuou para 15,2%, menor patamar desde novembro de 2021.

O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destacou a importância de prazos mais longos no planejamento financeiro familiar. Para Tadros, o consumidor está buscando equilíbrio nas dívidas. “O aumento sazonal do crédito é esperado nesta época do ano, mas o perfil mais equilibrado das dívidas indica uso mais consciente, com menor impacto na renda mensal”, disse, em texto divulgado pela CNC.

Agência Brasil

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Mundo

Queda de Bashar al-Assad marca fim de comando familiar de cinco décadas na Síria

Imagem: reprodução

Na manhã deste domingo (8), militantes realizaram um pronunciamento televisionado anunciando a deposição do presidente da Síria Bashar-al Assad. Segundo a agência de notícias Associated Press, o ditador sírio fugiu do país, mas ainda não há informações sobre o local de refúgio.

A queda do governo ocorreu após protestos em massa chegarem na capital Damasco e marca o fim de um regime comandado pela família Assad por meio século.

Bashar-al Assad assumiu a presidência do país aos 34 anos, em 2000, após a morte do pai e então presidente Hafez al-Assad, que chegou ao comando com um golpe de estado, em 1971.

O filho, formado em medicina, era visto como uma figura de esperança que reformaria a nação após o comando de Hafez por quase três décadas, conhecido como punho de ferro.

Quando Bashar sofreu uma série de protestos em março de 2011, durante a Primavera Árabe, ele recorreu a táticas de violência contra a oposição. Uma guerra civil foi declarada oficialmente. Como resposta, o presidente liberou o exército para controlar as cidades com presença da oposição.

Grupos de direitos internacionais apontam o uso generalizado da tortura e execuções sumárias, principalmente nos presídios da Síria. A estimativa é que a guerra matou quase meio milhão de pessoas e deslocou do país 23 milhões de civis, o equivalente a quase metade da população.

A disputa política mudou no final de novembro deste ano com avanços de militantes nas ruas do país até a capital Damasco.

O primeiro-ministro sírio, Mohammed Ghazi, disse que o governo estava pronto para ceder à oposição e entregar as funções para um administração de transição.

SBT News

Opinião dos leitores

    1. O seu quase ditador de estimação que o diga.
      Sem anistia, que aquele traste, juntamente com os seus iguais, apodreçam na cadeia.

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Esporte

Já garantido na F1 em 2025, Gabriel Bortoleto é campeão da F2

Foto: James Sutton – Formula 1/Formula Motorsport Limited via Getty Images

Gabriel Bortoleto é o mais novo campeão da Fórmula 2. O piloto brasileiro terminou em segundo lugar e subiu ao pódio na corrida em Abu Dhabi para garantir o título, mas a conquista foi tranquila: o francês Isack Hadjar, concorrente direto na luta pelo campeonato, ficou travado na largada e teve que receber ajuda para retornar aos boxes. Com isso, caiu para o último lugar e não teve chance de se recuperar. A vitória da prova ficou com o paraguaio Joshua Durksen, que ganhou pela primeira vez na temporada.

O brasileiro começou a corrida com 296,5 pontos, contra 292 do vice-líder Isack Hadjar, e largou na segunda posição, logo à frente do francês. No entanto, com o engasgo do rival na largada, conseguiu fazer uma prova tranquila e conduziu o carro em segurança até a linha de chegada, embora ainda tenha ultrapassado Victor Martins no fim. Depois de acabar na segunda posição, Bortoleto terminou o campeonato com 214,5 pontos.

Carreira

Aos 20 anos de idade, Bortoleto teve ascensão meteórica no automobilismo. Ele iniciou sua trajetória no kart aos sete anos e estreou em carros de fórmula em 2020. Passou pela F4 italiana e pela Fórmula Regional Europeia (FRECA) antes de chegar à Fórmula 3, em 2023. Na primeira temporada na F3, foi o campeão pela Trident após vencer duas provas. Com o bom desempenho, garantiu vaga na Invicta em 2024. Agora, sagrou-se campeão com dois triunfos na categoria.

Vaga na F1 em 2025

Gabriel Bortoleto já tem contrato garantido com a Sauber para 2025 e vai representar o Brasil na F1 – ele será o primeiro piloto brasileiro na principal categoria do automobilismo desde 2017, ano em que Felipe Massa deixou a competição. O primeiro contato do agora campeão da Fórmula 2 com o carro da equipe suíça será nos testes de pós-temporada em Abu Dhabi.

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Política

CÂMARA DE PARNAMIRIM: Rhalessa ganha apoios e vira favorita na disputa contra César Maia

Foto: reprodução/CMP

A eleição para a Câmara Municipal de Parnamirim, que caminhava para o presidente da casa na próxima legislatura ser o vereador César Maia, mudou completamente.

Segundo apuramos neste sábado (7), César Maia que já tinha o apoio declarado de 13 vereadores perdeu força e estaria perdendo apoios nos últimos dias.

A vereadora Rhalessa que se viu em um momento praticamente sem chances, ganhou o apoio da próxima gestão e começou a reverter votos, cresceu e nesse momento teria igualdado os votos com César Maia.

Alguns edis tentam costurar um acordo entre os dois para que não haja perdedores e fraturas expostas.

Opinião dos leitores

  1. Nada muda no município de Parnamirim, troca-se o “seis por meia dúzia” e tudo continua no atraso de sempre.

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Brasil

Número de aposentadorias, pensões e auxílios do INSS já supera 40 milhões por mês

SAULO ANGELO/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO

O número de aposentadorias, pensões e auxílios pagos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) superou 40 milhões por mês. Conforme dados da folha de pagamentos de outubro, o instituto pagou 40.645.365 benefícios previdenciários e assistenciais. Desse total, 6.338.776 são assistenciais e 34.306.589 previdenciários.

Ainda conforme o levantamento, o número de benefícios que pagam até um salário mínimo (R$ 1.412) é de 28.279.547. Os que ganham acima do piso nacional somam 12.365.818 benefícios. O valor máximo pago é de R$ 7.786,02.

Segundo o INSS, o total de benefícios era de 31,5 milhões, em 2022, e atingiu 39 milhões, em 2023. Um dos fatores para a alta seria o Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social, para reduzir o tempo de análise de processos administrativos e de realização de exames médico-periciais.

Para a advogada previdenciarista Adriane Bramante, havia um estoque muito grande de processos em análise, que foram concluídos.

“Eram quase 2 milhões de processos aguardando conclusão e esse estoque diminuiu para 1,3 milhão, aproximadamente. Esse pode ter sido um dos fatores do aumento”, afirma a advogada, que preside a Comissão de Direito Previdenciário da OAB-SP.

Só de aposentadorias neste ano foram concedidas 5,1 milhões até setembro. No ano passado inteiro, foram 5,9 milhões. No mês de setembro, foram concedidos 622,2 mil benefícios, no valor total de R$ 1.126,4 milhões. Em relação ao mês anterior, a quantidade de benefícios concedidos aumentou 21,59% e o valor de benefícios concedidos subiu em 22,98%.

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R7

Opinião dos leitores

  1. A previdência era pra ser um programa exclusivo dos Trabalhadores que contribuíram ou contribui, O assistencial (social) era pra existir, porém, desmembrado do previdenciário.

    1. Os artigos 194 a 205 da Constituição Federal deixa claro a Seguridade Social e suas fontes de recursos para manter a Assistência e Seguridade Social.
      A Previdência Contribuitiva sempre foi separada das demais atribuições da seguridade social os governos sim incluem tudo em uma só sexta inclusive com remanejamento de recursos da previdência para outras pastas através da chamada DRU

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