Alheio aos apelos da cúpula do Congresso, Jair Bolsonaro declara-se disposto a medir forças com o Supremo Tribunal Federal. Ele construiu uma teoria. Em privado, acusa ministros da Corte e uma ala da Polícia Federal de utilizar seus filhos para prejudicá-lo, inviabilizando sua Presidência. Promete reagir.
Em visita ao Planalto na última quinta-feira, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, aconselhou Bolsonaro a parar de “esticar a corda” com o Supremo. Ele respondeu que se considera “desrespeitado”. Estaria apenas “reagindo”.
Neste sábado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, insinuou numa videoconferência que Bolsonaro produz uma instabilidade que inibe inclusive os investimentos. “O ideal é que a gente consiga ter mais harmonia e menos conflito.”
No gogó, Bolsonaro até concorda com a premissa constitucional de que Executivo, Legislativo e Judiciário devem operar de forma independente e harmônica. Mas ele diz a auxiliares que a coisa só funciona se houver “respeito mútuo.”
Embora não utilize a palavra, Bolsonaro fala como se enxergasse a formação de complô para apeá-lo do Poder. Nessa versão, os filhos Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro seriam usados como degraus para atingir o pai.
Na percepção do presidente, o primogênito Flávio Bolsonaro está prestes a ser arrastado para dentro do inquérito em que Sergio Moro o acusa de tramar uma intervenção política na Polícia Federal. O caso é relatado no Supremo por Celso de Mello.
Bolsonaro se diz convencido também de que os filhos Carlos e Eduardo são personagens ocultos do inquérito em que parlamentares, ativistas e empresários bolsonaristas são acusados de difundir fake news nas redes sociais. Nesse caso, o relator é Alexandre de Moraes.
Causou irritação a Bolsonaro uma petição encaminhada a Celso de Mello pela delegada federal Christine Correa Machado. Na peça, a doutora pede a prorrogação por 30 dias do inquérito que apura as acusações de Moro.
Ao justificar o pedido, a delegada alegou que precisa realizar novas diligências. Incluiu no rol de pendências a resposta a um ofício encaminhado à Justiça Eleitoral, no Rio de Janeiro. O documento requisita informações sobre investigação relacionada ao suposto enriquecimento ilícito de Flávio Bolsonaro.
A pretexto de negar que tivesse interesse em intervir na PF, Bolsonaro dissera que a superintendência do órgão no Rio jamais investigara sua família. Era lorota. A pedido da Justiça Eleitoral, a PF varejara transações imobiliárias do Zero Um.
Flávio não foi indiciado. Mas o Ministério Público se negou a arquivar o processo. A investigação permanece aberta. Algo que reforçaria a suspeita de intervenção levantada por Moro.
Na petição enviada a Celso de Mello, a delegada da PF enumera outras diligências. E antecipa a intenção de interrogar o próprio presidente da República.
O relator aguarda manifestação do procurador-geral da República Augusto Aras sobre o pedido da PF. Mas Bolsonaro dá de barato que Celso de Mello autorizará a prorrogação das investigações por 30 dias.
“Estão muito enganados se acham que o presidente Bolsonaro vai aceitar passivamente ser tratado como um novo Michel Temer”, declarou o auxiliar do Planalto.
Considerando-se o que diz entre quatro paredes, Bolsonaro trata como favas contadas também o suposto interesse do ministro Alexandre de Moraes de implicar seus outros dois filhos —Carlos e Eduardo—no inquérito sobre fake news. “Para nós, é questão de tempo”, diz o assessor.
Não é só. Bolsonaro sente cheiro de queimado no Tribunal Superior Eleitoral, que está sob nova direção. Acaba de assumir a presidência do TSE o ministro Luís Roberto Barroso. Ascendeu à vice-presidência o ministro Edson Fachin.
Barroso e Fachin ocupam assentos também no Supremo. O primeiro atuou como algoz de Temer. O segundo é relator da Lava Jato. Suspeita-se no Planalto que a dupla levará à vitrine pedidos de cassação da chapa vitoriosa na campanha presidencial de 2018, acusada de praticar golpes baixos no WhatsApp e outras redes sociais.
Por uma trapaça sorte, Alexandre de Moraes, o relato do inquérito sobre fake news, também passará a dar expediente no TSE. Avalia-se que Moraes não hesitará em compartilhar com a Justiça Eleitoral dados colecionados no inquérito que corre no Supremo.
JOSIAS DE SOUZA
Mantenham afastados do seu entorno..simples assim
Com as atitudes, ligações, visão de estado e principalmente com os filhos que tem, Bolsonaro deve mesmo se preocupar. Quem não deve não teme. Porque o medo?
Os bolsominios são tão idiotas quanto os petistas e sempre acharam que a PF e STF não prestam. Quem não prestam são ELES!
Bolsonaro inventa suas mentiras e quer que todo mundo acredite, sem perceber que, fora o seu tradicional gado cloroquino pertencente ao seu laranjal miliciano, ninguém em sã consciência acredita mais nessas mentiras,
Todo mundo já percebeu que a família é toda envolvida com esquemas, tramas e fraudes, que vão desde empregar funcionários fantasmas em seus gabinetes, manter esquemas de rachadinhas e uso de laranjas, até a aproximação com milicianos de quem são amigos pessoais, portadores de armas pesadas e participação comprovada em quadrilhas organizadas, como o Escritório do Crime. Além de serem acusados de inúmeras mortes, inclusive da morte da Vereadora Marielle, que denunciava a Milícia do Rio de Janeiro,
Inventa outra Jair. As pessoas estão descobrindo quem são vcs e não adianta fingir que são vítimas inocentes, quando vcs sempre atacaram todo mundo sem provas, sem se importar em destruir reputações.
Como diz o ditado: "PIMENTA NOS OLHOS DOS OUTROS É REFRESCO"; não é seu Jair?
O STF e a PF sempre tiveram essa característica de usarem familiares para atingirem chefes de poderes executivos federais, estaduais e municipais. Claro que familiares envolvidos em atos ilícitos. É uma excelente estratégia para investigar corruptos. O nosso atual presidente tem a peculiaridade de ter três filhos exercendo cargos políticos.
Tadinho do MITOmaníaco… Deixa investigar a família logo. Tá com medo de que? Deixa de se fazer de vítima e vai trabalhar omi!
E bolsonaro? tenta manter a impunidade no Brasil, pra inocentar os filhos dos crimes cometidos.