Em meio à omissão, ineficiência e negacionismo de Jair Bolsonaro em um ano de pandemia, articula-se em Brasília um arranjo para colocar a cúpula do Congresso no comando do combate à crise da Covid-19, com o respaldo de governadores e até a participação do próprio ministro da Saúde. Após dez meses de submissão à cartilha bolsonarista e agora sob investigação, Eduardo Pazuello tem sinalizado com pedido de ajuda a gestores.
A costura tem sido feita nos bastidores e com cuidado para não provocar a ira do presidente. A articulação envolvendo o Congresso parte de dois entendimentos em meio ao colapso nacional da saúde. Primeiro, os governadores querem evitar o desgaste de atuar sozinhos no pico da pandemia. Segundo, a polarização de Bolsonaro com eles chegou a um ponto em que a única forma de ter uma ação nacional é com o Legislativo junto.
Aliados de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) tentam tratar o assunto como uma pacificação entre os Poderes e não como um atropelo ao governo federal. O discurso é que Bolsonaro está ciente que deve agir e uma participação do ministério mostrará esse comprometimento.
O plano é que um grupo criado por Lira com governadores na semana passada concentre as principais ações do país contra o avanço da Covid-19, coordenando a atuação do ministério e esvaziando as ordens negacionistas de Bolsonaro. A ideia é colocar mais pessoas nesse comitê, como secretários de saúde, parlamentares, especialistas, médicos. O Supremo foi procurado para dar apoio à iniciativa.
Os principais pontos a serem comandados: fabricação e compra de vacinas, leitos de UTI, equipamentos suficientes para hospitais, e medidas de restrição para frear a transmissão. Depois de quase dez meses obedecendo todas as diretrizes do presidente, Pazuello passou a indicar a gestores nos últimos dias que não consegue tomar as medidas que lhe são cobradas por não ter respaldo no Palácio do Planalto.
Apesar de políticos criticarem a atuação do ministro e o chamarem de incompetente nos bastidores, a leitura é a de que não é possível tirá-lo agora nem tirar a pasta da linha de frente do combate à pandemia, inclusive por questões legais (assinatura de documentos, divisão de dinheiro, etc).
Para pessoas que falaram com o general nos últimos dias, a impressão é a de que a sinalização dele agora é reflexo da preocupação com a investigação de que é alvo em meio ao crescente número de mortes, que não para de bater recordes.
A Folha revelou neste domingo (8) que a White Martins pediu transporte de oxigênio a coronéis que assessoram Pazuello e não foi atendida. O jornal também mostrou que o Brasil rejeitou no ano passado proposta da farmacêutica Pfizer que previa 70 milhões de doses de vacinas até dezembro deste ano.
O ministro acumula erros e acusações na condução da Saúde. As reclamações se dão também por ele ter chegado com o status de um especialista em logística, área que apresentou diversas falhas desde então, como as confusões em voos na entrega de vacinas, etc.
Entre governadores, há quem defenda que a mobilização deveria isolar completamente o governo federal, deixando inclusive Pazuello de fora. João Doria (PSDB-SP) escreveu no grupo de WhatsApp dos gestores que é contra qualquer relação com genocídas, mentirosos e incompetentes, segundo suas palavras.
Outra parte, porém, entende que a participação da União é obrigatória, inclusive para divisão de responsabilidades. “Se o governo federal não quiser participar, vamos ao Supremo para obrigá-lo. Entre os direitos de quem exerce a presidência da República não está o de se omitir criminosamente”, disse Flávio Dino (PCdoB-MA) ao Painel.
FOLHAPRESS
Toma vergonha Pazuello, faz uma delação premiada e volta pro quartel homem.
Cada esfera de poder tem suas atribuições , a esfera federal deveria coordenar as ações ,comprar vacinas,fechar as fronteiras quando necessário, realizar campanhas nacionais de uso de máscaras e distanciamento social, não fez nada disso. O que o governo federal fez foi negar a gravidade da pandemia e procurar desligitimar sua solução que são as vacinas.
O que o governo federal pode fazer nos estados além de distribuir dinheiro e insumos como vem sendo feito.
Por determinação do STF em abril e prorrogado em 2021 os governadores e prefeitos que tem o comando na condução e controle da pandemia nos seus estados e municípios, podem fazer lockdown, abrir mais leitos, contratar médicos, comprar materiais que o governo federal paga tudo.
Esta é a realidade hoje.
O Pazzuelo pediu ajuda porque não tem poder para tomar atitudes nos estados, somente atender pedidos deles.
O Ministro Pazuello tinha mesmo era que pedir pra sair. Ao longo de sua gestão mostrou-se ineficiente e um verdadeiro puxa-saco do presidente negacionista.
Tudo que vem da folha tem que da descontos.
Esses desacreditados espalham demais fake news.
Quem manda no país é o STF, que determinou total controle aos governadores e prefeitos… Como o governo federal pode intervir ? Sei que é uma fala repetida essa, mas alguém me mostre aí se estou errado…
Temos um ministro incompetente e um presidente inepto. Resultado eh o caos que estamos vivendo. E vai piorar!