O PDT ameaça expulsar a deputada Tabata Amaral (SP) se ela votar a favor da reforma da Previdência. Em reunião realizada nesta terça-feira, 9, com a bancada do PDT na Câmara, o presidente do partido, Carlos Lupi, disse que quem apoiar as mudanças na aposentadoria propostas pelo governo de Jair Bolsonaro será punido com o desligamento.
Tabata é favorável à reforma e lidera um grupo dentro do PDT que também promete acompanhá-la na votação. O ex-ministro Ciro Gomes, candidato derrotado do PDT à Presidência da República, chegou a telefonar nesta terça para a deputada, pedindo para que ela seguisse a orientação do partido, mas não obteve sucesso.
“Eu fiz um apelo humilde pelo voto dela, para que seja contrário à reforma da Previdência”, afirmou Lupi ao Estado. “O governo tem um poder de convencimento que a gente não tem. Nós temos as palavras e eles têm emendas. Eles têm olhos azuis e nós, negros. Então, muita gente usa a Tabata para se proteger da decisão, alguns por convicção e outros por utilidade pública.”
iro, por sua vez, disse que o governo recorreu ao “toma lá, dá cá” que tanto criticou para aprovar a reforma da Previdência no Congresso. Na conversa por telefone com Tabata, o ex-ministro fez de tudo para convencê-la a mudar de opinião, mas ela alegou que, após negociações, o governo atendeu às reivindicações da bancada feminina e alterou até mesmo o cálculo da aposentadoria.
Contrariado, Ciro foi às redes sociais e pregou a expulsão dos pedetistas desobedientes. “A tentativa de compra de votos por dinheiro de emendas ou ofertas mentirosas a Estados e municípios ronda, neste momento, até os partidos de oposição”, escreveu ele no Twitter. “Defenderei que o PDT expulse aqueles que votarem contra o povo nesta reforma de previdência elitista.”
De acordo com o Placar da Previdência, 7 dos 27 deputados do PDT são favoráveis à reforma da Previdência, enquanto 13 são contrários. Outros quatro se dizem indecisos e três não quiseram responder, incluindo Tabata. “Já estou aqui sofrendo e tento a todo custo uma saída para evitar expulsões”, afirmou Lupi.
EDUARDO BOLSONARO
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse nesta terça-feira, 9, ao Estadão/Broadcast que os policiais também precisam dar sua “cota de sacrifício” na reforma da Previdência. “É preciso ter uma certa maturidade para que a gente chegue a um consenso de que o Brasil está acima de tudo”, disse.
Conforme informou o Estado, o governo tenta conter o racha do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, para evitar abrir uma “porteira” para novas mudanças na votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Com 22 dos 54 deputados eleitos com a bandeira da segurança pública, o PSL deve entrar na votação dividido em relação a regras mais brandas para policiais federais, rodoviários e legislativos.
Na avaliação de Eduardo Bolsonaro, que é advogado e policial federal, o PSL deve demonstrar “coesão e unidade” na votação da matéria no plenário da Câmara, mas o parlamentar observou que não tem como controlar o posicionamento dos colegas de bancada. “Ninguém acorda querendo fazer uma reforma. Ninguém bate na porta do governo para trabalhar mais três, quatro, cinco anos. Mas ou o Brasil faz isso ou daqui a pouco a gente vai chegar numa situação igual à da Grécia”, afirmou o deputado federal.
ESTADÃO CONTEÚDO
Tábata Amaral é bem maior que o PDT inteiro. Eita partidinho vagabundo.