Foto: Adriano Machado
Técnicos da PGR (Procuradoria-Geral da República) passaram as últimas duas semanas nos escritórios da Lava Jato de Curitiba copiando arquivos do banco de dados da operação. Nem as notícias sobre a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) determinando a suspensão do trabalho paralisaram os esforços da procuradoria para acessar informações da força-tarefa.
A decisão do ministro Edson Fachin tornou-se pública por volta das 14h. Duas horas depois, os técnicos da PGR permaneciam copiando arquivos da Lava Jato alegando ainda não terem sido intimados. Às 18h, a intimação ainda não havia chegado, conforme apurou o UOL.
Procurada, a PGR não se manifestou sobre a cópia dos arquivos nem sobre a decisão de Fachin. De acordo com o jornal O Globo, ela vai recorrer para garantir seu acesso aos dados.
A força-tarefa da Lava Jato de Curitiba não quis se manifestar sobre os dois assuntos.
De acordo com o procurador-geral Augusto Aras, só a Lava Jato de Curitiba detém 350 terabytes em seus arquivos, incluindo dados sobre 38 mil pessoas. De acordo com fontes consultadas pelo UOL, porém, Aras comparou bancos de dados diferentes e ignorou que as informações da força-tarefa contemplam também pessoas jurídicas ao fazer as afirmações.
O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, determinou no último dia 9 que todos esses dados fossem enviados à PGR. A procuradoria alegou indícios de irregularidades em processos da operação e pediu acesso aos arquivos.
A decisão de Toffoli também determinava o compartilhamento dos arquivos da Lava Jato do Rio de Janeiro e de São Paulo. Nestes casos, a PGR não tinha iniciado a cópia dos arquivos até a decisão de Fachin.
Fachin, na verdade, revogou a decisão de Toffoli. Decidiu ainda que seu entendimento sobre a questão é retroativo. Assim, todos os arquivos já copiados não poderiam ser usados pela PGR em algum processo judicial ou procedimento contra os procuradores da Lava Jato.
O ministro Fachin é relator dos processos da Lava Jato no STF. Por conta do recesso do Judiciário, o Toffoli ficou responsável pelo julgamento de pedidos urgentes feitos à Corte. Ele decidiu pelo compartilhamento, mas Fachin reexaminou a questão quando voltou ao trabalho nesta segunda-feira.
A causa ainda pode ser avaliada pelo conjunto dos ministros do STF caso Toffoli considere necessário. Ainda não houve pronunciamento do ministro sobre o assunto.
UOL
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