Jornalismo

Policiais se rebelam contra Evo Morales na Bolívia e se negam a reprimir protestos

Unidades da polícia nas cidades bolivianas de Cochabamba (centro), Sucre (sudeste) e Santa Cruz (leste do pais) se rebelaram nesta sexta-feira (8) contra a polêmica vitória eleitoral de Evo Morales e afirmaram que não reprimirão mais os manifestantes da oposição que exigem a renúncia do presidente.

A revolta teve início em Cochabamba, quando um policial com o rosto coberto anunciou, no Quartel-General da Unidade Tática de Operações (Utop): “Estamos amotinados”. Outro policial acrescentou: “Vamos estar com o povo, não com os generais”.

Imagens de TV mostraram ao vivo cerca de 20 policiais no alto do edifício do quartel da polícia da Utop de Cochabamba, agitando uma bandeira boliviana, enquanto dezenas de jovens opositores se amontoavam nos arredores, saudando-os da rua.

Os manifestantes estouraram fogos e içaram em um mastro uma bandeira boliviana, entoando o hino nacional.

Assim como os rebelados de Cochabamba, os agentes do comando de Santa Cruz fecharam a unidade e vários policiais subiram no teto do prédio com bandeiras bolivianas.

Em Sucre, capital de Chuquisaca, um policial com o rosto coberto deu entrevista à TV dizendo que a polícia da região “está se unindo aos camaradas já rebelados em Cochabamba”. “Não podemos seguir com este ‘narcogoverno’, com esta democracia injusta”, afirmou.

Milhares de manifestantes foram às unidades policiais de La Paz, Potosí (sudoeste) e Trinidad (nordeste) para incentivar os policiais à revolta.

Após o início da revolta, o ministro do Governo, Carlos Romero, fez um pronunciamento em que evitou tratar o ato como uma rebelião, mas disse que estabelecerá mecanismos para contatar os representantes das tropas e “redirecionar essa situação de agitação”.

Romero também afirmou que a revolta de agora não terminará como o ocorrido na praça Murillo, em La Paz, onde se encontram o Palácio de Governo e o Parlamento, em fevereiro de 2003. Na ocasião, a polícia, que reivindicava melhores salários, entrou em confronto com a guarda militar presidencial. “Não há fevereiro de 2003 e não haverá”.

Nas últimas horas, circularam versões, segundo a imprensa, de que há queixas e reivindicações de militares contra o comandante da Polícia de Cochabamba, Raúl Grandy, por maus-tratos e por supostamente ter se inclinado a favor de manifestantes governistas durante os confrontos de rua contra opositores.

No último conflito, na quinta-feira, foram registrados um morto e de 80 a 90 feridos. Segundo versões extraoficiais, os policiais receberam ordens de Grandy de reprimir os manifestantes da oposição e favorecer o grupo de seguidores do presidente Evo.

O comando policial nacional nomeou um novo comandante da polícia de Cochabamba, o coronel Javier Zurita.

O governo de Evo Morales emitiu um comunicado à comunidade internacional de que o país é alvo de uma tentativa de sofrer um golpe de Estado.

“Alguns dirigentes de movimentos cívicos sob a liderança de Luis Fernando Camacho e a aliança política Comunidade Cidadã, sob chefia de Carlos Mesa, impulsionam um plano de golpe de Estado com a tomada da Casa Grande do Povo (Palácio do Governo).”, diz o texto.

PROTESTOS

A Bolívia vive a terceira semana de violentos protestos, com greves e bloqueios de ruas, contra a reeleição do presidente para um quarto mandato.

Iniciadas em Santa Cruz, as manifestações foram se espalhando gradualmente pelo país. Nesta sexta-feira, uma multidão tomou as ruas de La Paz, sede dos Poderes Executivo e Legislativo.

As atividades no centro da cidade de 800 mil habitantes foram virtualmente paralisadas, assim como na nobre Zona Sul.

Várias avenidas foram bloqueadas. Ônibus, micro-ônibus e táxis se moviam por trechos curtos, e apenas o teleférico (público) circulou normalmente em suas dez linhas.

Em torno da Casa Grande do Povo, a torre onde fica a sede do Executivo no centro de La Paz, um grande dispositivo de segurança impediu a passagem de manifestantes. O prédio foi cercado pela multidão nas últimas três noites.

O edifício de 29 andares contíguo ao Palácio Quemado, a histórica casa de governo, também foi protegido por mineiros e por camponeses aliados ao presidente.

FOLHAPRESS

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Política

Bolsa Família fecha 2025 com 2,1 milhões de beneficiários a menos no 3º ano de Lula

Foto: REUTERS/Adriano Machado

O Bolsa Família encerra 2025 atendendo 18,7 milhões de famílias, uma queda de 2,1 milhões de beneficiários em relação ao ano anterior. O recuo ocorre em meio a revisões cadastrais mais rígidas, reformulação do Cadastro Único e um pente-fino intensificado a partir do 2º semestre, quando o governo começou a enfrentar limitações orçamentárias para manter o programa. Em dezembro de 2024, o número de atendidos era de 20,8 milhões — 11,2% acima do patamar atual.

Apesar da redução de beneficiários, o valor médio pago pelo programa segue em alta: passou de R$ 607,14 em dezembro de 2022 para R$ 691,37 ao fim de 2025. O governo atribui a diminuição do público ao aumento de renda de parte das famílias, mas admite que outra parcela foi cortada por irregularidades ou segue impedida de receber o benefício mesmo após apresentar documentos exigidos pelos municípios.

O aumento dos gastos acompanha a escalada do valor médio: em dezembro, o programa movimenta R$ 12,7 bilhões — bem acima dos R$ 3,7 bilhões de janeiro de 2022, embora abaixo do pico de R$ 15 bilhões registrado em junho de 2023. Enquanto isso, a fila de pré-habilitados voltou a crescer e chegou a 987,6 mil famílias em novembro, o maior número desde julho de 2022. O governo ainda não divulgou os dados de dezembro.

Com a pressão fiscal aumentando, os cortes se intensificaram no 2º semestre, levando o programa ao nível atual de beneficiários. O cenário reforça a falta de transparência sobre quem está sendo excluído e expõe o desafio do governo em equilibrar demanda social crescente com limitações orçamentárias. Os pagamentos de dezembro foram antecipados e seguem até o dia 23, com todos os depósitos garantidos antes do Natal.

Com informações do Poder360

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Mundo

Colômbia admite que pode dar asilo a Maduro caso ele renuncie ao poder

Foto: Jesus Vargas/Getty Images

A chanceler da Colômbia, Rosa Villavicencio, afirmou que o país não descarta conceder asilo político ao presidente venezuelano Nicolás Maduro caso ele renuncie e deixe o comando da Venezuela. A declaração ocorre em meio ao aumento da pressão dos Estados Unidos, que intensificaram a tensão regional após apreenderem um navio petroleiro ligado ao regime venezuelano nesta semana.

Villavicencio disse que Washington e Caracas voltaram a dialogar recentemente para tentar negociar uma saída segura para Maduro. Segundo ela, se o acordo envolver a necessidade de o presidente venezuelano buscar proteção em outro país, a Colômbia estaria disposta a recebê-lo. A fala ocorre após reportagens do Miami Herald e do New York Times revelarem que Maduro conversou por telefone com Donald Trump no fim de novembro, quando o republicano teria oferecido passagem segura para ele e sua família deixarem a Venezuela — proposta rejeitada por Maduro.

Ainda de acordo com o Miami Herald, a negociação entre Maduro e Trump não avançou, e a Casa Branca considerou o diálogo encerrado. A pressão dos EUA também mira o governo colombiano: Trump intensificou ataques contra Gustavo Petro, a quem chamou de “narcotraficante”, a mesma acusação feita ao líder venezuelano.

Na quinta-feira (11), Trump voltou a elevar o tom e disse que a Colômbia “está produzindo muita droga”, enviando um recado direto a Petro: “É melhor ele se conscientizar ou será o próximo. Ele será o próximo em breve. Espero que ele esteja ouvindo.” As falas aumentam ainda mais o clima de instabilidade política na região.

Com informações do Metrópoles

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Política

Michelle Bolsonaro reage e diz que Congresso está “de joelhos” após decisão de Moraes sobre Zambelli

Foto: Isac Nóbrega/PR

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) criticou duramente o Congresso Nacional após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, anular a sessão que havia rejeitado a cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Em publicação nas redes sociais, Michelle afirmou ser “triste” ver o Legislativo “enfraquecido e de joelhos diante de tanta arbitrariedade”, ao compartilhar a notícia sobre a decisão que determinou a perda imediata do mandato da parlamentar.

Ela também comentou uma segunda determinação de Moraes, que ordenou ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que dê posse ao suplente de Zambelli em até 48 horas. “Dias sombrios para a tão chamada ‘democracia’ do nosso país”, escreveu Michelle, reforçando críticas ao Judiciário e à interferência no processo legislativo.

Moraes justificou a intervenção afirmando que a Câmara violou a Constituição ao manter o mandato de Zambelli, condenada criminalmente por tentar invadir o sistema do CNJ. Segundo ele, cabe ao Judiciário determinar a perda de mandato nesses casos, restando à Mesa da Câmara apenas declarar o ato. O ministro classificou a decisão dos deputados como “clara violação constitucional”.

Zambelli acumula duas condenações no STF, incluindo a pena de 10 anos por invasão ao sistema do CNJ, além de uma condenação por porte ilegal de arma. Ela chegou a fugir do Brasil, foi incluída na lista vermelha da Interpol e acabou presa em Roma, na Itália. O governo brasileiro pediu sua extradição, e, com o fim dos recursos, o STF determinou também o pagamento de multa e a perda definitiva do mandato parlamentar.

Com informações do Poder360

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Geral

VÍDEO: Brasileiro assume comando global da Coca-Cola e liderará nova fase da gigante em 2026

 

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Vídeo: Reprodução/Jovem Pan News

A Coca-Cola anunciou que o brasileiro Henrique Braun será o novo CEO global da companhia a partir de 31 de março de 2026. Atual vice-presidente Executivo e COO, ele sucederá James Quincey, que deixará o cargo após nove anos para assumir a presidência executiva do conselho. A empresa informou ainda que pretende indicar Braun para uma vaga no conselho na Assembleia Geral Anual de 2026.

Quincey, segundo a companhia, comandou a transformação da Coca-Cola em uma empresa de portfólio amplo, somando mais de 10 marcas bilionárias e impulsionando estratégias digitais e operacionais. Durante sua gestão, também guiou o grupo por momentos críticos, como a pandemia de Covid-19, modernizando a estrutura e aproximando a marca dos consumidores.

Com 57 anos, Braun ocupa desde 2025 o comando global das operações da Coca-Cola. O executivo construiu carreira internacional em unidades da América do Norte, Europa, Ásia e América Latina, tendo sido presidente da operação brasileira e da divisão da América Latina. Formado em engenharia agronômica pela UFRJ, ele também possui mestrado pela Michigan State University e MBA pela Georgia State University.

Braun afirmou estar “honrado” com a missão e adiantou suas prioridades: acelerar oportunidades de crescimento, aproximar ainda mais a empresa dos consumidores e ampliar o uso da tecnologia como motor de desempenho. “Vejo enormes oportunidades em um mercado global em rápida transformação”, destacou o futuro CEO.

Com informações da CNN

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Geral

Servidora infiltrada no Judiciário agia para favorecer chefe de facção no RN, aponta operação do MPRN

Foto: Divulgação

Uma operação do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) expôs, nesta quinta-feira (11), um dos esquemas mais graves de infiltração do crime organizado no Poder Judiciário potiguar. A ação, batizada de Entre Dois Mundos, apura a atuação de uma servidora terceirizada que teria usado acesso privilegiado, influência interna e informações sigilosas para beneficiar líderes do Sindicato do Crime do RN — incluindo seu próprio companheiro, apontado como integrante de alto escalão da facção.

Segundo o MPRN, a investigada exercia funções semelhantes às de uma assessora jurídica e manipulava movimentações processuais dentro de um setor considerado estratégico para o cumprimento de penas. Com amplo acesso ao Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU), ela teria ajustado o curso da execução penal do companheiro, direcionando o processo para um juiz substituto justamente no período de férias do magistrado titular — conhecido por negar benefícios ao apenado. O resultado dessa manobra foi imediato: progressão de regime concedida e retirada rápida da tornozeleira eletrônica.

O esquema, segundo as investigações, envolvia ainda um advogado e o próprio apenado, configurando um conjunto de crimes como corrupção ativa e passiva, advocacia administrativa, violação de sigilo profissional e participação em organização criminosa. A operação contou com apoio da Polícia Militar do RN, do MPPB (por meio do Gaeco) e com suporte técnico do Grupo de Segurança Institucional do Tribunal de Justiça (GSI/TJRN).

Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos celulares, um computador e um token — supostamente do advogado investigado — reforçando a suspeita de compartilhamento indevido de credenciais. Também foram apreendidos cerca de R$ 9 mil em espécie, além de uma pistola, cinco carregadores e grande quantidade de munição. A servidora foi afastada cautelarmente das funções, enquanto o apenado, já em execução penal, voltou a ser preso, desta vez em flagrante por posse de arma de uso restrito. Ele segue à disposição da Justiça.

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Geral

EUA elogiam PL da Dosimetria e veem ‘primeiro passo’ para reaproximação com o Brasil

Christopher Landau, vice-secretário de Estado dos EUAFoto: Reprodução/X

O vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, afirmou na noite desta quinta-feira (11) que Washington “saúda” a aprovação do PL da Dosimetria pela Câmara dos Deputados. O texto reduz penas aplicadas aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro e, segundo Landau, representa um “primeiro passo” para restaurar a relação diplomática entre os dois países, estremecida nos últimos anos. A manifestação foi publicada no X e reflete o alinhamento do número dois do secretário Marco Rubio, provável influenciador direto na política externa do governo americano.

Para Landau, o projeto aprovado atende a preocupações antigas dos EUA sobre o uso do sistema judicial brasileiro em disputas políticas. “Os Estados Unidos têm expressado consistentemente preocupação com as tentativas de instrumentalizar o processo legal no Brasil e, portanto, saúdam o projeto aprovado como um primeiro passo para lidar com esses abusos”, escreveu. Ele acrescentou que vê, finalmente, “o início de um caminho para melhorar as relações” entre os dois países.

A aprovação do texto foi celebrada também pela oposição bolsonarista, que abandonou a defesa de uma anistia ampla e passou a apostar na redução das penas. O ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe, pode ter sua pena diminuída para até 2 anos e 4 meses em regime fechado, segundo o relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP). A votação ocorreu na madrugada de quarta-feira (10), com 291 votos a favor e 148 contrários.

Agora, o PL segue para análise no Senado, onde o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), já sinalizou que pretende pautar o tema ainda em 2025. Caso o projeto avance, a mudança na dosimetria pode alterar o cenário jurídico de dezenas de condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes, além de impactar diretamente o tempo de prisão de Bolsonaro, atualmente detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

Com informações do Metrópoles

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Política

Rogério Marinho fala sobre decisão de Moraes em ‘usurpar’ a Câmara e alerta para risco institucional

Foto: Waldemir Barreto / Senado

O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, voltou suas críticas ao ministro Alexandre de Moraes nesta quinta-feira (11), após o magistrado determinar a cassação imediata do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e exigir a posse do suplente em até 48 horas. Para Marinho, a decisão anula a deliberação da Câmara dos Deputados e representa uma violação direta à separação dos Poderes. Segundo ele, o ato “usurpa competência exclusiva do Parlamento” e afronta o texto constitucional.

Na nota divulgada publicamente, Marinho cita o artigo 55 da Constituição para sustentar que, em casos de condenação criminal, a perda de mandato só pode ocorrer mediante votação da Câmara, por maioria absoluta. “A decisão individual anulou a deliberação soberana da Câmara e ultrapassa os limites constitucionais”, afirmou. A Casa rejeitou a cassação de Zambelli na quarta-feira (10), após o processo ser aprovado pela CCJ, mas não alcançar os votos necessários no plenário.

O senador também questionou o fundamento jurídico usado por Moraes. De acordo com Marinho, o ministro se apoiou em uma “jurisprudência instável” e promoveu uma “operação juridicamente ilegítima” ao transformar uma condenação criminal em cassação automática — algo que, segundo ele, não está previsto na Constituição. Para o líder da oposição, o precedente abre brecha para que decisões monocráticas revertam votações regulares da Câmara e provoquem desequilíbrios institucionais.

Ao encerrar a nota, Rogério Marinho reforçou o discurso de defesa do Parlamento e acusou o STF de ultrapassar seus limites. “Reafirmo meu repúdio à decisão e meu compromisso com a defesa da Constituição, da autonomia do Parlamento e da separação de poderes. Nenhum Poder pode usurpar o papel do outro”, concluiu.

Com informações do Agora RN

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Geral

Ventos no Sudeste causam efeito dominó e afetam 36 voos em Natal

Foto: Agência Brasil

A forte ventania que castiga a região Sudeste desde quarta-feira (10) desencadeou um efeito cascata no sistema aéreo brasileiro, resultando em atrasos e cancelamentos em diversas capitais. No Rio Grande do Norte, o Aeroporto Internacional Aluízio Alves registrou 34 voos atrasados e 2 cancelados entre quarta (10) e quinta-feira (11), deixando centenas de passageiros sem previsão de retorno e enfrentando dificuldades para reorganizar suas viagens.

A reportagem é da Tribuna do Norte. Entre os afetados está o potiguar Diógenes Baracho, 31, gestor esportivo que foi a São Paulo a trabalho e teve seu voo cancelado após horas de espera em Congonhas. Ele relatou que já percebia sinais de caos no trajeto até o aeroporto — ruas sem energia e árvores caídas — e, ao chegar, encontrou um cenário de filas, tumulto e frustração generalizada. Segundo Baracho, muitos passageiros perderam compromissos importantes, como casamentos, reuniões e até o nascimento de familiares, enquanto reinava a sensação de total falta de controle.

O natalense também criticou duramente a ausência de assistência das companhias aéreas. Apesar de o cancelamento ter sido causado pelo mau tempo, ele aponta falhas graves na condução da situação. Sem hotel, sem transporte e sem orientações claras, Diógenes só conseguiu um voucher de alimentação porque foi atrás da informação por conta própria. Agora, tenta retornar para Natal saindo de Campinas, na noite desta quinta (11), arcando sozinho com hospedagem, transporte e alimentação — despesas que espera ser reembolsadas.

Em nota, a Zurich Airport Brasil, administradora do aeroporto de Natal, afirmou que os passageiros devem buscar diretamente as companhias aéreas para esclarecer motivos dos atrasos e cancelamentos, além de verificar o status dos voos ou solicitar remarcação. Enquanto isso, o cenário segue de incerteza e desgaste para quem depende das rotas afetadas.

Com informações da Tribuna do Norte

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Geral

Relações explosivas entre ministros e Banco Master agravam crise e colocam STF sob fogo

Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

As conexões entre o Banco Master e ministros do Supremo Tribunal Federal provocaram uma onda de desgaste na imagem da Corte, especialmente após Dias Toffoli assumir o processo que investiga a instituição de Daniel Vorcaro. A revelação de que o ministro viajou a Lima, no Peru, no jato de um empresário acompanhado do advogado de um investigado — poucas horas antes de impor o chamado “sigilo master” ao caso — intensificou as suspeitas e paralisou as apurações. Além disso, Toffoli ainda autorizou que o cliente do criminalista Augusto Arruda Botelho tivesse amplo acesso às provas, restringindo o sigilo apenas ao público.

As informações são da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo. Outro foco de pressão recai sobre Alexandre de Moraes, após vir à tona o contrato milionário do escritório de sua esposa, Viviane Barci de Moraes, com o Master. Firmado em janeiro de 2024, quando o banco já enfrentava grave crise de confiança, o acordo previa pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões por três anos, totalizando R$ 129,6 milhões até 2027 — período em que Moraes assumirá a presidência do STF. Mensagens encontradas no celular de Vorcaro indicam que os repasses ao escritório eram tratados como prioridade absoluta. Com a liquidação do banco, os pagamentos cessaram, mas estimativas indicam que até R$ 79 milhões podem ter sido desembolsados.

O contrato abrangia cinco frentes de atuação jurídica, incluindo articulações perante Judiciário, Ministério Público, Polícia Judiciária, Banco Central, Receita e Legislativo. Apesar disso, até agora, só é pública uma queixa-crime assinada pelo escritório contra o investidor Vladimir Timmerman, que mantém litígios com o empresário Nelson Tanure. O caso, porém, perdeu em duas instâncias, embora caibam recursos. Paralelamente, o Master vivia expansão arriscada baseada na venda de títulos de alta rentabilidade, enquanto seu balanço sinalizava problemas de liquidez. A situação desabou quando o Banco Central identificou fraude na suposta venda de R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito ao BRB.

A descoberta levou à Operação Compliance Zero, que prendeu Vorcaro e resultou na liquidação do Master. O caso seguiu para o STF por decisão de Toffoli, e a expectativa é que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, mantenha o processo na Corte com o sigilo reforçado — movimento alinhado à ala formada por Moraes e Gilmar Mendes. Para críticos, a conduta dos ministros demonstra despreocupação com o impacto na credibilidade do STF. A viagem de Toffoli em jato particular com um defensor de investigado e o contrato milionário envolvendo a família de Moraes expõem uma crise ética que pressiona ainda mais a proposta de novo código de conduta defendida pelo presidente da Corte, Edson Fachin.

Com informações do O Globo

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Política

Moraes impõe prazo e pressiona Câmara: suplente deve tomar vaga de Zambelli em 48h

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O ministro Alexandre de Moraes determinou a perda imediata do mandato de Carla Zambelli (PL-SP) e ordenou que a Câmara dê posse ao suplente em até 48 horas. A decisão coloca o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), sob forte pressão, já que o plenário havia decidido pela permanência da deputada, apesar de a Primeira Turma do STF ter comunicado a cassação desde junho.

A Câmara tentou prolongar o processo ao enviar o caso para a CCJ, que aprovou a perda do mandato. No plenário, no entanto, o placar de 227 votos pela cassação e 170 contra não atingiu a maioria absoluta necessária, revertendo a decisão. Mas a comemoração da oposição durou pouco: poucas horas depois, Moraes endureceu o tom e determinou a execução imediata da sentença.

Mesmo sem a ordem do STF desta quinta-feira (11), a permanência de Zambelli já era considerada insustentável. Presa na Itália e com risco de extradição, ela acumula faltas, o que também pode resultar em perda de mandato segundo a Constituição. Com isso, quem deve assumir é o suplente Adilson Barroso (PL-SP), que recebeu mais de 62 mil votos em 2022.

A situação reacende um precedente: em 2018, a Mesa Diretora da Câmara cassou o mandato de Paulo Maluf após decisão do STF, sem levar o caso ao plenário. Zambelli foi condenada junto ao hacker Walter Delgatti por invasão ao sistema do CNJ, além de responder por porte ilegal de arma. Após a primeira condenação, fugiu para a Itália, onde acabou presa em julho deste ano.

Com informações da CNN

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