Judiciário

Processo sobre a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel completa dois anos parado no STF

2002-010629-_20020219Foto:  Paulo Cesar Bravos/19-01-2002

O processo sobre a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel completa nesta quinta-feira dois anos parado no Supremo Tribunal Federal (STF). Uma liminar concedida no dia 4 de dezembro de 2012 pelo ministro Marco Aurélio Mello determinou a suspensão do júri do empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, apontado pelo Ministério Público como mandante do crime.

Sombra, que está solto, é o único dos sete réus do assassinato, ocorrido em 20 de janeiro de 2002, que ainda não foi julgado. Os outros seis, acusados de terem executado o sequestro seguido da morte do ex-prefeito, foram condenados e cumprem penas de prisão entre 18 e 24 anos.

De acordo com o juiz Antonio Hristov, da 1ª Vara da Comarca de Itapecerica da Serra, responsável pelo caso, o julgamento do empresário deveria acontecer em março de 2013. A defesa de Sombra entrou no STF com um habeas corpus alegando que não teve o direto de questionar dois dos outros réus em depoimentos à Justiça. Marco Aurélio Mello concedeu a liminar (decisão provisória) para suspender o processo, mas o mérito do habeas corpus ainda não foi julgado. Em abril de 2013, a Procuradoria Geral da República (PGR) deu parecer pela não procedência do pedido da defesa de Sombra.

No mês passado, o juiz Hristov encaminhou ao STF um pedido do Ministério Público para que fosse autorizada a continuidade do processo, já que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já rejeitou os argumentos do advogado do empresário sobre a impossibilidade de acompanhar os depoimentos dos outros réus.

– Depois que ocorrer a liberação do STF, o julgamento pode ser realizado num prazo de até seis meses – disse Hristov.

O promotor Lafaiate Pires, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do ABC do Ministério Público, lamenta a demora do julgamento do crime, que completa 13 anos no mês que vem, e reconhece que a situação cria uma sensação de impunidade.

– A defesa se vale do que está previsto em lei para postergar o julgamento. Infelizmente, essa demora acaba gerando essa sensação (de impunidade) – afirmou o promotor.

A investigação do Ministério Público apontou que a morte de Celso Daniel foi encomendada porque o prefeito teria decidido acabar com um esquema de cobrança de propina na prefeitura de Santo André liderado por Sombra. O prefeito foi encontrado morto com oito tiros numa estrada rural de Juquitida, na região metropolitana de São Paulo. Ele havia sido sequestrado dois dias antes na Zona Sul da capital paulista, quando voltava de um jantar com Sombra, de quem era amigo. O empresário dirigia uma Pajero blindada e o prefeito estava no banco do passageiro.

Ainda segundo a apuração do MP, para manter o esquema de corrupção, o empresário decidiu mandar matar o amigo e simulou um sequestro para disfarçar. Com o objetivo de colocar o plano em prática, Sombra contratou Dionísio de Aquino Severo, resgatado de helicóptero de um presídio em Guarulhos um dia antes do sequestro do prefeito, para organizar a ação e contatar os demais integrantes da quadrilha. Dionísio foi morto dias depois de ser preso, em abril de 2002, antes de dar o seu depoimento sobre o caso.

Além dele, outras seis pessoas que tiveram algum tipo de vínculo com a morte de Celso Daniel morreram, depois do crime. Sérgio “Orelha”, que abrigou Severo em sua casa nos dias subsequentes à morte de Daniel, foi metralhado em sua casa em novembro de 2002. Outra morte é a do investigador de polícia Otávio Mercier. A quebra do sigilo telefônico revelou ligações do celular do policial para Severo na véspera do sequestro. Em dezembro de 2003, o agente funerário Iran Moraes Redua foi assassinado com dois tiros. Ele foi o primeiro a identificar o corpo de Daniel. O garçom do restaurante Rubayat Antonio Palácio de Oliveira, que serviu o prefeito no jantar junto com Sombra no dia 18 de janeiro de 2002, horas antes do sequestro, morreu, em fevereiro de 2003. Ele foi perseguido por dois homens quando dirigia uma moto na Zona Leste da capital paulista, levou um chute, perdeu o controle e colidiu com um poste. Nada foi roubado. A única testemunha que declarou à polícia ter assistido à morte do garçom, Paulo Henrique Brito, foi assassinada, 20 dias depois, com um tiro nas costas. O médico legista Carlos Alberto Delmonte Printes, que constatou indícios de tortura ao examinar o corpo de Daniel, se suicidou com ingestão de medicamentos em 2006.

A tese do Ministério Público de crime de mando foi colocada à prova no julgamentos dos seis réus já condenados até agora e aceita pelos jurados. Antes da acusação contra Sombra apresentada em 2003, o Ministério Público havia feita uma outra denúncia, baseada na investigação da Polícia Civil, em que o caso era tratado como crime comum. O prefeito teria sido pego, por acaso, pela quadrilha. O empresário não havia sido denunciado dessa vez.

Depois de investigações do Ministério Público, foi feito aditamento da denúncia com a acusação contra Sombra, em 2003. O empresário teve a prisão decretada e ficou na cadeia entre dezembro de 2003 e julho de 2004, quando conseguiu um habeas corpus no STF.

Um outro habeas corpus apresentado em 2004 pela defesa de Sombra no STF questiona o poder de investigação do Ministério Público e não foi julgado até hoje. O ministro Ricardo Lewandwski pediu vistas em dezembro de 2012 e ainda não devolveu o processo ao plenário.

Procurado, o Supremo não se manifestou sobre a demora para o julgamento dos dois habeas corpus apresentados pela defesa de Sombra. O empresário, que nega participação na morte do prefeito, responde ainda outras ações criminais por causa dos suposto esquema de propina em Santo André.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Sinceramente essa máfia do PT é digna de fazer inveja a Pablo Escobar o maior traficante de drogas de todos os tempos. Quando se fala em organização criminosa, não poderia existir um adjetivo mais apropriado. Agora o que nos entristece é ver o STF andando a passos de tartaruga para colocar esse criminoso na cadeia.

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Geral

Dom João Santos Cardoso e monsenhor Charles Dickson já estiveram com o Papa Leão XIV

Foto: reprodução

A eleição do cardeal americano Robert Francis Prevost como Papa Leão XIV emocionou fiéis em todo o mundo e trouxe uma grata lembrança a dois nomes do clero potiguar. O arcebispo de Natal, Dom João Santos Cardoso, e o monsenhor Charles Dickson já tiveram a oportunidade de conhecer pessoalmente o então cardeal Prevost em junho de 2024, durante uma visita a Roma.

Na época, Robert Prevost exercia a função de Prefeito do Dicastério para os Bispos, um dos mais importantes organismos da Cúria Romana.

Nas redes sociais, o monsenhor Charles citou a saudação bíblica “Bendito o que vem em nome do Senhor” (Sl 118,26). A citação ecoa com ainda mais força entre aqueles que já tiveram a graça de partilhar da presença do novo papa. A memória do encontro reacende a lembrança especial que une o clero potiguar à história da Igreja no mundo.

Blog Virgínia Coelli

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Geral

VÍDEO: novo papa estava de passagem comprada para terceira vinda ao Brasil

 

O papa Leão XIV já visitou o Brasil em duas oportunidades. Eleito o novo líder da Igreja Católica nesta quinta-feira (8/5), Robert Francis Prevost, de 69 anos, esteve em terras brasileiras em missões como padre-geral dos agostinianos.

As visitas do então cardeal Prevost aconteceram em 2012 e 2013, segundo informações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O Santo Padre visitou as cidades de Guarulhos (SP) e Belo Horizonte (MG).

Leão XIV faria mais uma viagem ao Brasil, para participar da 62ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que aconteceria entre 30 de abril e 9 de maio deste ano. O Santo Padre realizaria uma pregação no retiro.

O evento foi cancelado em virtude do falecimento do papa Francisco. A assembleia foi remarcada para 2026.

Todavia, em fevereiro, Prevost recebeu a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no Dicastério para os Bispos, durante a visita anual à Cúria Romana.

Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (8/5), o secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, detalhou a proximidade de Leão XVI com o Brasil. “É preciso destacar que o então cardeal Prevost já estava com as passagens compradas, porque estaria aqui na semana passada, durante nossa assembleia geral, para pregar no retiro a todos os bispos do Brasil. Quando nós o convidamos, ele imediatamente aceitou.”

Metrópoles 

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Brasil

(VÍDEO) Fraude no INSS: 9 milhões tiveram descontos e serão noticiados

O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller, afirmou, nesta quinta-feira (8/5), que cerca de 9 milhões de aposentados e pensionistas tiveram descontos associativos em suas folhas de pagamento.

Segundo Waller, essas pessoas serão notificadas pelo INSS para indicar se autorizaram ou não o desconto.

A declaração foi dada durante entrevista coletiva para atualizar os desdobramentos da Operação Sem Desconto, que investigou um esquema de cobranças de mensalidades associativas irregulares contra aposentadorias e pensões.

Além do presidente do INSS, participam da entrevista os ministros Jorge Messias (AGU), Vinicius Marques de Carvalho (CGU) e Wolney Queiroz (Previdência Social).

Descontos associativos

Os descontos associativos são feitos por meio de convênios com entidades, associações e sindicatos que oferecem serviços, com mensalidades descontadas direto no contracheque. No entanto, a investigação identificou o crescimento de cobranças não autorizadas.

Waller ressaltou que o instituto não envia mensagens por SMS nem entra em contato via telefone com os beneficiários. Ele afirmou que o único canal oficial será o Meu INSS, mas também é possível buscar informações na Central 135.

Quem tiver sido alvo dos descontos associativos será informado, por meio do Meu INSS (aplicativo ou site). No portal, o beneficiário terá acesso ao valor da cobrança feita e saberá o nome da entidade que a efetuou.

Nessa etapa, o aposentado ou pensionista precisará informar se o desconto foi ou não autorizado.

A partir disso, o sistema notificará automaticamente a associação, que terá prazo de 15 dias para comprovar o vínculo autorizado. Caso não seja comprovado, a organização terá os mesmos 15 dias úteis para fazer o pagamento do valor descontado.

O valor será devolvido pelas associações diretamente ao INSS, que depositará o recurso na conta dos beneficiários.

Metrópoles 

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Geral

Acariense Mons. Flávio e o cardeal Robert Prevost, hoje Papa Leão XIV


O 8 de maio de 2025 se tornou um dia histórico para a Igreja Católica com a eleição de um novo Papa. Leão XIV assume o pontificado como sucessor de Francisco e ocupa a cadeira de Pedro. Porém, um fato que chama ainda mais a atenção e enche de orgulho o povo de Acari é a proximidade de um dos seus filhos com três Papas. Monsenhor Flávio Medeiros, cônego da Basílica de São Pedro em Roma, tem sido testemunha e parte ativa dessa história. Ele reside na Casa Santa Marta, local onde o Papa Francisco escolheu viver até seus últimos dias, e compartilhou sua convivência mais próxima com o Pontífice.

Além disso, Monsenhor Flávio também foi visto ao lado de Robert Francis Prevost, hoje Papa Leão XIV, em uma celebração especial. Em 3 de março de 2025, o sacerdote participou de um Santo Rosário pela saúde do Papa Francisco, evidenciando sua proximidade e importância dentro da Igreja Católica. Ainda nesta quinta-feira (8) as imagens geradas pelo vaticano para as televisões de todo o mundo mostravam o monsenhor Flávio na Praça de São Pedro bem na primeira fileira, ao lado de outros religiosos, aguardando o momento do anúncio de perto, como testemunha ocular da história – da qual ele também faz parte.

A trajetória de Monsenhor Flávio é motivo de grande orgulho para o Rio Grande do Norte, especialmente para a região do Seridó, que se sente bem representada por ele no coração da Igreja no Vaticano.

IM- Ismael Medeiros 

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Geral

Brasil teve 1 morte por AVC a cada 7 minutos em 2025

Foto: iStock

O acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame, é uma das principais causas de morte no Brasil. Somente em 2025, entre os dias 1º de janeiro e 5 de abril, o quadro foi responsável pela morte de 18.724 pessoas, segundo dados do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil. O número é o equivalente a uma morte a cada sete minutos ao longo do ano. Além disso, em 2024, foram registrados 84.878 óbitos.

Entre 1990 e 2021, os AVCs provocaram 7,3 milhões de mortes em todo o mundo e projeções indicam que a condição poderá causar quase 10 milhões de mortes anualmente até 2050.

Embora os números possam assustar, especialistas destacam que a incidência de casos tem diminuído. Mesmo com o envelhecimento da população — o que naturalmente tem elevado os números absolutos de casos —, a taxa de incidência global caiu 21,8% nas últimas três décadas, e a de mortalidade, 39,4%. No Brasil, as quedas foram de 47,7% e 62,2%, respectivamente.

Ainda assim, o AVC continua sendo um desafio para as políticas públicas, especialmente em três áreas: prevenção, tratamento e reabilitação. Tanto que os avanços já obtidos parecem ter estagnado ou mesmo regredido em alguns países. No Brasil, de 2015 a 2021, a redução média anual foi de apenas 0,75%, ante 2,09% no apanhado de 1990 a 2021.

Diante do cenário, representantes de governos, organizações internacionais e especialistas em saúde lançaram em abril a Coalizão Mundial de Ação contra o AVC (Global Stroke Action Coalition, em inglês). A entidade emitiu um chamado urgente à ação para enfrentar as crescentes desigualdades relacionadas à condição.

Uma das coordenadoras do grupo é a neurologista brasileira Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC. Segundo ela, o País se destaca com ações do Sistema Único de Saúde (SUS), como uso de trombolítico (medicamento que desfaz o trombo ou coágulo sanguíneo, permitindo a circulação), protocolos para agilidade no tratamento e a criação de 119 centros especializados no atendimento ao AVC, financiados pelo Ministério da Saúde.

Mas ainda há muito a melhorar. “O Brasil está à frente de muitos países por ter políticas públicas gratuitas de prevenção e reabilitação, mas ainda enfrentamos desafios”, diz Sheila.

A desigualdade regional é um dos maiores obstáculos: 77% dos centros de AVC estão no Sul e Sudeste, segundo a Rede Brasil AVC. Um estudo publicado na Frontiers Neurology estimou que, em instituições sem esses centros, a taxa de mortalidade chegou a 49%, contra 17% onde havia estrutura adequada.

Outra melhoria buscada pela coalizão global é o diagnóstico precoce. A maioria dos casos está ligada a fatores de risco modificáveis, principalmente a hipertensão. Por isso, a proposta é que todo paciente tenha sua pressão aferida ao chegar ao posto de saúde.

“Hipertensão é o principal fator de risco, mas somente 20% das pessoas que têm a condição são diagnosticadas. Por outro lado, gerenciar a hipertensão por si só poderia reduzir a taxa de AVC pela metade”, diz a médica.

A reabilitação também precisa de atenção. Os especialistas dizem que sobreviventes e cuidadores devem participar da formulação de políticas e ter acesso facilitado a terapias. “O paciente pode ficar com sequelas após um evento como esse, por isso precisa de reabilitação física, fisioterapia, reabilitação da fala, mas muitas vezes não consegue acesso rápido a essas medidas”.

Outras demandas da Global Stroke Action Coalition são o desenvolvimento de planos nacionais de ação para AVC e o compromisso em financiar intervenções inovadoras. Por fim, há o entendimento de que o cuidado com o quadro deve ser contínuo.

“Controlar a pressão arterial, promover hábitos saudáveis e garantir que o paciente tenha acesso à reabilitação são partes de uma mesma estratégia. O cuidado com o AVC não começa no hospital e nem termina na alta. Ele precisa ser contínuo, integrado e acessível em todas as fases, desde a prevenção até a reintegração do paciente à vida cotidiana”, defende Sheila.

Estadão Conteúdo

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Trump parabeniza o papa Leão 14: ‘É uma grande honra saber que ele é o primeiro papa americano’

Foto: Getty Images

O presidente americano, Donald Trump, parabenizou Leão XIV, o primeiro papa dos Estados Unidos, em uma mensagem em sua rede Truth Social nesta quinta-feira (8). “Parabéns ao cardeal Robert Francis Prevost, que acaba de ser nomeado papa. É uma grande honra saber que ele é o primeiro papa americano. Que emoção e que grande honra para o nosso país”, disse ele. “Estou ansioso para conhecer o papa Leão XIV. Será um grande momento!”.

O americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, tornou-se o sucessor do papa Francisco nesta quinta-feira (8) e o primeiro pontífice dos Estados Unidos na história, sob o nome de Leão 14, anunciou o Vaticano. O 267º pontífice da Igreja Católica também possui nacionalidade peruana, onde atuou como missionário e como arcebispo emérito de Chiclayo.

Em seu primeiro discurso na sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, logo após sua eleição, o novo papa fez um “apelo à paz” a “todos os povos” nesta quinta-feira (8), em seu primeiro discurso na sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, logo após sua eleição. O primeiro papa americano e peruano da história também fez um apelo para “construir pontes” por meio do “diálogo”, exortando a avançar “sem medo, unidos, segurando a mão de Deus e segurando a mão uns dos outros”.

*Com informações da AFP

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PCC e CV “não são terroristas” porque “não atuam por ideologia”, diz secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, explicou à coluna “Painel”, do jornal Folha de S.Paulo, por que o Brasil discordou da posição do governo Donald Trump (Partido Republicano) de classificar as organizações criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) como grupos terroristas.

Em entrevista publicada na terça-feira (6), Sarrubbo disse que o Brasil fundamenta sua discordância no entendimento de que as organizações criminosas não se enquadram na definição de terrorismo adotada pela legislação brasileira.

“Não consideramos as facções organizações terroristas. Em 1º lugar, porque isso não se adequa ao nosso sistema legal, sendo que nossas facções não atuam em defesa de uma causa ou ideologia. Elas buscam o lucro através dos mais variados ilícitos”, declarou Sarrubbo.

O Ministério da Justiça transmitiu essa posição ao diplomata norte-americano David Gamble, responsável pelo setor de sanções do Departamento de Estado dos EUA, durante encontro realizado na 3ª feira (6.mai) em Brasília.

O governo Trump tem avaliado classificar as facções brasileiras como organizações terroristas, seguindo abordagem similar à adotada em relação ao grupo venezuelano Tren de Aragua.

Políticos alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apoiam essa iniciativa e criticam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo que entendem como um combate pouco rigoroso ao crime organizado.

O secretário destacou na entrevista que o Brasil “tem dado respostas e trabalha ativamente na construção de políticas públicas combatendo essas facções, inclusive fortalecendo a integração com os demais países da América Latina”.

Sarrubbo mencionou que o país mantém presídios federais, isola lideranças e possui instituições fortes, como as polícias e o MP (Ministério Público), que atuam no enfrentamento dessas organizações criminosas.

Poder 360

Opinião dos leitores

  1. Como é que é, homi? “…nossas facções não atuam em defesa de uma causa ou ideologia”. Ato falho de Freud?

  2. Quê? Esse cara vive em Narnia? Essas facções criminosa têm até manifesto próprio, e nesses “manifestos” contém os ideais desses criminosos.

  3. Há controvérsias! As facções mantém diálogos “cabulosos” com os partidos da extrema esquerda.

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Geral

Câmara comunica STF sobre suspensão de ação contra Ramagem

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) comunicado oficial da decisão de suspender a ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) no inquérito sobre o plano de golpe.

O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou ofício ao presidente da Corte, Luís Roberto Barroso.

O plenário da Câmara aprovou na quarta-feira (7), por 315 votos a 143, o pedido apresentado pelo Partido Liberal (PL) para sustar a ação.

Os deputados aprovaram um projeto de resolução apresentado pelo deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A proposta suspende integralmente ação contra Ramagem e abre brecha para a interpretação sobre também abranger toda a investigação, incluindo outros réus do caso — mesmo que isso seja apontado como “inconstitucional” por parte dos deputados.

Além de Ramagem, também são réus ex-ministros, militares e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A resolução aprovada pela Câmara foi publicada no Diário Oficial da Casa ainda na quarta-feira. O STF recebeu o comunicado oficial nesta manhã.

“Encaminho, em anexo, cópia do avulso da matéria, que foi autuada na Câmara dos Deputados como Sustação de Andamento de Ação Penal n. 1/2025, da Resolução pertinente e das notas taquigráficas e da ata da sessão em que se procedeu à discussão e votação em Plenário da matéria”, afirma o documento assinado por Motta.

Apesar de mencionar a discussão do texto, na sessão de quarta-feira a votação no plenário ocorreu sem que houvesse debate entre os deputados. Também não houve espaço para apresentação de emendas — a base governista planejava apresentar sugestões de mudanças.

Motta explicou, na sessão, que o Regimento Interno da Casa não faz menção à discussão em plenário para este tipo de requerimento. Por isso, o rito definido pela presidência vetou discussões, pedidos de adiamento de votação e de retirada do requerimento de pauta.

Apesar da decisão da Câmara, o ministro Cristiano Zanin, do STF, decidiu que a Casa não poderia anular integralmente o processo contra Ramagem. A suspensão só poderia atingir duas das cinco acusações contra o parlamentar: as que investigam crimes que teriam ocorrido após a diplomação – como estabelece a Constituição para a suspensão da ação penal.

Réu no STF

Ramagem foi diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro. Ele é o único parlamentar que é réu no processo de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Ele foi indicado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos integrantes do “núcleo crucial” da trama.

O congressista é acusado de cinco crimes, mas apenas dois deles teriam ocorrido após a sua diplomação como deputado, segundo o STF: dano qualificado com violência ou grave ameaça contra patrimônio da União, causando grande prejuízo, e deterioração de patrimônio tombado.

Conforme a decisão de Cristiano Zanin, as demais acusações (golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito) se tratam de crimes que teriam sido cometidos antes da diplomação.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Não adianta o congresso legislar e aprovar Leis, os ministros usam a famigerada “interpretação da Lei” e, interpretam da maneira que mais lhes convém.

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Geral

Leia na íntegra o primeiro discurso do papa Leão XIV aos fiéis católicos, na Praça de São Pedro

Imagem: Vatican News/Reprodução

O papa Leão XIV faz, nesta quinta-feira (8), seu primeiro pronunciamento aos fiéis católicos, na Praça de São Pedro.

Em seu discurso inaugural, o novo pontífice mencionou o papa Francisco, agradeceu aos cardeais pelos votos e concedeu a bênção Urbi et Orbi.

Leia o discurso na íntegra:

“Que a paz esteja convosco. Irmãos, irmãs caríssimos, esta é a primeira saudação do Cristo ressuscitado, o bom pastor, que deu a vida pelo rebanho de Deus. Também eu gostaria que esta saudação, de paz, entrasse no vosso coração, alcançasse vossas famílias, a todas as pessoas. Onde quer que estejam, a todos os povos, a toda a terra, a paz esteja convosco.

Esta é a paz de Cristo ressuscitado, uma paz desarmada, uma paz desarmadora, humilde e perseverante, que provém de Deus. Deus que nos ama a todos, incondicionalmente. Ainda conservamos em nossos ouvidos aquela voz frágil, mas sempre corajosa do papa Francisco, que abençoava Roma.

O papa que abençoava Roma, dava a sua bênção ao mundo inteiro naquela manhã do dia de Páscoa. Permitam-me dar sequência àquela mesma bênção: Deus nos quer bem, Deus nos ama a todos. O mal não prevalecerá. Estamos todos nas mãos de Deus. Portanto, sem medo, unidos, mão na mão com Deus e entre nós, sigamos adiante. Somos discípulos de Cristo. Cristo nos precede. O mundo precisa da sua luz. A humanidade necessita de pontes para que sejam alcançadas por Deus e ao mundo. Ajudai-nos também vós, unam-se aos outros, a construir pontes, com o diálogo, com o encontro, unindo-nos todos para sermos um só povo, sempre, em paz. Obrigado, papa Francisco.

Gostaria de agradecer a todos os irmãos cardeais que me escolheram para ser sucessor de Pedro, e caminharei junto a vós, como Igreja unida, buscando sempre a paz, a justiça, buscando sempre trabalhar como homens e mulheres fiéis a Jesus Cristo. Sem medo, para proclamar o Evangelho. Para sermos missionários.

Sou um filho de Santo Agostinho, agostiniano, que disse: “Convosco sois cristão, e para vós bispo”. Nesse sentido, podemos todos caminhar juntos rumo a essa pátria, à qual Deus nos preparou.

À Igreja de Roma, uma saudação especial. Devemos buscar juntos como ser igreja missionária, uma igreja que constrói pontes, que dialoga, sempre aberta a receber como esta praça de braços abertos, a todos, todos aqueles que precisam da nossa caridade, da nossa presença, do diálogo, de amor.

E se me permitem também uma palavra: [em espanhol] a todos aqueles, de modo particular, à minha querida diocese de Chiclayo no Peru, onde um povo fiel acompanhou o seu bispo, compartilhou a sua fé e deu tanto a mim para seguir sendo igreja fiel de Jesus Cristo.

A todos vós irmãos e irmãs, de Roma, da Itália e do mundo inteiro, queremos ser uma igreja sinodal, uma igreja que caminha, que busca sempre a paz, que busca sempre a caridade e busca sempre estar próxima, especialmente daqueles que sofrem.

O dia da súplica à Nossa Senhora de Pompeia, nossa mãe Maria quer sempre caminhar conosco, estar próxima, ajudar-nos com a sua interseção e seu amor. Agora gostaria de rezar junto convosco, rezemos juntos por essa nova missão, por toda a Igreja, pela paz no mundo. Peçamos essa graça especial à Maria, nossa mãe.”

Em seguida, o pontífice fez uma oração junto aos fiéis presentes na praça, além de ter dado sua primeira bênção como papa – a Bênção Urbi et Orbi, do latim, “à cidade [de Roma] e ao mundo, a todo o universo”.

E se me permitem também uma palavra: [em espanhol] a todos aqueles, de modo particular, à minha querida diocese de Chiclayo no Peru, onde um povo fiel acompanhou o seu bispo, compartilhou a sua fé e deu tanto a mim para seguir sendo igreja fiel de Jesus Cristo.

A todos vós irmãos e irmãs, de Roma, da Itália e do mundo inteiro, queremos ser uma igreja sinodal, uma igreja que caminha, que busca sempre a paz, que busca sempre a caridade e busca sempre estar próxima, especialmente daqueles que sofrem.

O dia da súplica à Nossa Senhora de Pompeia, nossa mãe Maria quer sempre caminhar conosco, estar próxima, ajudar-nos com a sua interseção e seu amor. Agora gostaria de rezar junto convosco, rezemos juntos por essa nova missão, por toda a Igreja, pela paz no mundo. Peçamos essa graça especial à Maria, nossa mãe.”

Em seguida, o pontífice fez uma oração junto aos fiéis presentes na praça, além de ter dado sua primeira bênção como papa – a Bênção Urbi et Orbi, do latim, “à cidade [de Roma] e ao mundo, a todo o universo”.

CNN Brasil

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Geral

[VÍDEO] Papa Leão XIV faz primeira aparição após ser eleito: “A paz esteja com todos vocês”

O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi eleito no conclave e será conhecido a partir de agora como papa Leão XIV.

O novo papa apareceu na sacada da Basílica de São Pedro depois de ser anunciado, em latim, pelo cardeal Dominique Mamberti.

“A paz esteja com todos vocês. Esta é a primeira saudação do Cristo ressucitado. Eu também gostaria que essa saudação de paz entrasse no coração de vocês”, disse o novo pontífice em seu primeiro discurso.

Primeiro papa norte-americano da história, liderará a Igreja Católica em um momento de perda gradual de fiéis e terá de fazer frente à alta popularidade do papa Francisco, além de responder se seguirá a agenda reformista de seu antecessor.

Nascido em Chicago, Prevost construiu sua carreria eclesiástica no Peru é considerado próximo a Francisco, que o promoveu a cardeal, indicando que os cardeais seguiram a tendência apontada antes do conclave de que deveriam escolher um nome de continuidade e perfil pragmático. Ele fez menção ao antecessor em seu primeiro discurso nesta quinta.

“Obrigado, papa Francisco”, disse.

Com informações de g1 e UOL

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