Durante um ano e quatro meses, Sergio Moro desempenhou funções incompatíveis sob Jair Bolsonaro: ministro da Justiça e engolidor de sapos. Agora, afirma que deixou o governo porque se negou a ser papagaio de Bolsonaro. Faltou explicar por que ostentou por tanto tempo o silêncio que o fez incorporar-se à paisagem de Brasília como atração turística.
“Me desculpem os seguidores do presidente se essa é uma verdade inconveniente, mas essa agenda anticorrupção não teve impulso por parte do presidente para que nós implementássemos”, disse Moro ao programa Fantástico, na noite deste domingo (24). Ele citou a perda do Coaf, o descaso do Planalto com pacote anticorrupção e a aliança do presidente com políticos de prontuário notório.
Deve-se pedir escusas a Moro para recordar que Bolsonaro tirou a carta da moralidade do baralho desde o ano passado. O Coaf foi da Justiça para os fundões do Banco Central, Moro digeriu. O Planalto desprezou o pacote anticorrupção, desossado no Congresso. Moro engoliu.
Indiciado pela Polícia Federal e denunciado pelo Ministério Público no caso do laranjal do PSL de Minas Gerais, o ministro Marcelo Álvaro Antonio continuou no comando da pasta do Turismo como se nada tivesse sido descoberto sobre ele. Moro deglutiu. O que deixa sem nexo a cara de nojo que o ex-juiz faz agora para o centrão.
“A gota d’água pra mim foi a interferência na Polícia Federal, em particular porque a PF também investiga malfeito dos próprios governantes”, declarou Moro. Ora, essa goteira foi inaugurada em agosto de 2019. Bolsonaro disse que seria um “presidente banana” se não pudesse trocar o chefe da PF no Rio. Ou o diretor-geral, em Brasília. Foi nessa época que o delegado Ricardo Saadi foi retirado da superintendência da PF no Rio. Caiu por excesso de eficiência.
Perguntou-se a Moro por que ouviu em silêncio as ameaças de Bolsonaro e os despautérios de outros ministros na reunião ministerial de 22 de abril. E ele: “Pelo tom da reunião é claro ali que o contraditório não é algo fácil de ser realizado na ocasião. Essas situações geravam desconforto.”
“Minha lealdade ao próprio presidente demanda que eu me posicione com a verdade e não apenas concordando com a posição do presidente”, afirmou Moro, para explicar o seu desembarque tardio. “Se for assim, não precisa de um ministro, precisa de um papagaio.”
Difícil saber o que é pior, se o papel de papagaio ou de atração turística. Ministros precários como Abraham Weintraub e Ricardo Salles se habituaram a coabitar com Moro fotos de reuniões ministeriais como se posassem ao lado das cataratas de Iguaçu, onde o perigo é apenas presumido. No encontro de 22 de abril, Moro tinha uma aparência de Vênus de Milo. A inação do então ministro estimula o debate sobre a forma como ele perdeu os braços no período em que esteve no governo.
JOSIAS DE SOUZA
Acho é pouco! São dois canalhas e nessa Briga fico literalmente do lado da briga
A primeira coisa que moro deveria ter feito, era descibrur is mandantes da facada no presidente , isso o povo todo que saber!
Perfeito o texto. Foi para o governo sabendo que alí era um antro de corruptos, malucos, imbecis e incompetentes. Ficou calado o tempo todo.
Moro, quem não te conhece q te compre.
Esse desprovido de ética foi plantado no governo Bolsonaro pelos tucanos pra blindar alguns ratos e, em último caso, desestabilizar o governo, como está tentando agora.
Ninguém de iluda que ele prendeu Lula por amor a pátria, nem pra tirar um bandido de circulação. Ele prendeu o bêbado barbudo, até então imbatível, pra abrir caminho pra os tucanos voltar a presidência. Não é à toa que ele ignorou Bolsonaro num aeroporto aí da vida. Quando o cenário mudou, o manicaca foi oferecer seus "bons" serviços.
Perfeito, Sr. Tertu. Futuramente o Presidente lamentará amargamente o que fez. Poucos parecem entender que, ao ter cuidados com as mudanças na PF o Ex-ministro Sérgio Moro estava preservando o próprio Presidente.
A justiça do Brasil é: antes e depois de Sergio Moro.
O Brasil e grato por isso.
Todos sabem como se comporta um jumento de carroça….!!! Na base da teimosia e Moro sabia disso….nao ha debate com esse maluco!!!!!
Deixou o governo no tempo certo, como um grande defensor dos verdadeiros princípios democráticos, tentou de várias formas imprimir a sua filosofia e objetivos pra o pais e instrumentar o país para se defender criminosos. O grupo do presidente desidratou o seu poder de ação, ao mesmo tempo não priorizou os objetivos para o qual tinha convidado o Moro, mesmo assim, ele aguardou na fila de prioridades do governo. Com sucessivos ataques na estrutura do combate a corrupção, sentiu definitivamente que era hora de desistir de está num governo que não se identificava com seu perfil, e com os objetivos do convite pra ser ministro. Logo só existia o caminho da demissão, e encontrar outros caminhos pra sua brilhante saga, e livrar o país das garras desses corruptos.