
POR JOSIAS DE SOUZA
Superado o receio de que o novo relator da Lava Jato saia da caneta de Michel Temer, um potencial investigado, o país passa a conviver com o pavor de que o Supremo Tribunal Federal escolha um relator inconfiável. A hipótese de que o substituto de Teori Zavascki seja selecionado por sorteio é horrorizante. A impressão de que nem todos os ministros da Suprema Corte são dignos da função é horripilante.
Nenhum cidadão no mundo recebe mais informações jurídicas do que o brasileiro. Um visitante estrangeiro estranha que o noticiário fale mais sobre inquéritos, denúncias e ações penais do que sobre futebol. A maioria dos brasileiros entende de leis apenas o suficiente para saber que precisaria entender muito mais.
Entretanto, as transmissões da TV Justiça desenvolveram na plateia habilidades que permitem diferenciar certos magistrados dos magistrados certos. O que tornava Teori especial aos olhos leigos era o estilo de zagueiro de time de várzea, não o notório saber jurídico.
O relator morto da Lava Jato sabia demarcar o seu território na grande área de um processo. Cara amarrada, mirava a canela. Com dois trancos, arrancou Eduardo Cunha da presidência da Câmara e do exercício do mandato. Abriu o caminho para a cassação e a prisão. Com outro tranco, empurrou gente como Lula para dentro do “quadrilhão”, como os investigadores chamam o inquérito-mãe da Lava Jato.
Não são negligenciáveis as chances de o novo relator ser içado na Segunda Turma do Supremo, onde tramitam os processos da Lava Jato. Com a morte de Teori, restaram nesse colegiado: Celso de Mello (preferido da presidente Cármen Lúcia), Gilmar Mendes, Dias Tofoli e Ricardo Lewandowski. Responda rápido: você levaria a mão ao fogo por todos eles?
Em geral, essa gente leiga que conhece o seu valor costuma achar inacreditável que jogadores remunerados pelo teto do serviço público, tratados com todo o pão de ló que o dinheiro público pode pagar, não consigam prevalecer sobre o time dos corruptos de goleada.
O pedaço mais esclarecido da arquibancada raciocina assim: eu, com o mesmo salário e igual tratamento, ficaria envergonhado se não pintasse duas ou três capelas sistinas por mês.
Quer dizer: ou o Supremo acomoda na relatoria da Lava Jato um ministro com a disposição de um zagueiro e o talento de um Michelangelo ou vai jogar no ralo todo o prestígio que amealhou no julgamento do mensalão.
Verdade incômoda!
Lava Jato pode acabar para Temer, Serra, Aécio, Alckmin e caterva!
A morte de Teori representa o fim tácito da Lava Jato, pois todos os petistas graúdos já foram indiciados. Os únicos políticos que poderiam vir a ser indiciados eram – não são mais, a meu ver – aqueles que têm foro privilegiado, a esmagadora maioria tucanos, peemedebistas, Michel Temer à frente. A morte de Teori poderá deixá-los impunes.
O objetivo de tirar Dilma do Poder, entregar a Temer apoiado por Aécio, Serra, FHC e todo o PSDB, destruir o PT e atacar Lula até conseguir inviabilizar sua candidatura, retomando toda a agenda Neoliberal que FHC começou e não consegui terminar, retirando sistematicamente todos os direitos trabalhistas, previdenciários, incentivando a privatização da Saúde, Segurança e da Educação com força total e entregando nossas riquezas aos estrangeiros a preço de banana.
Agora, a tacada final sobre o Estancamento da sangria foi dado com maestria de quem tem a certeza da impunidade nas investigações e a cobertura leniente da imprensa pra esconder qualquer evidência das digitais que mais se beneficiaram com esse "providencial acidente".
Isenção no SUPREMO é coisa difícil de ser achada. Porém há uns Ministros mais isentos do que outros, e também, Ministros mais suspeitos do que outros. No item "SUSPEIÇÃO", o Ministro com maior índice sem dúvidas é o Gilmar Mendes, que inclusive costuma dar entrevistas e fazer declarações a respeito de casos e pessoas que irão ser julgadas por ele ou por colegas Ministros. Destruindo porém qualquer esperança de que tenha isenção em seus julgamentos, que de tão parciais, já são esperados e banalizados.
Perfeito o artigo de Josias. Que a ministra presidente saiba costurar o melhor nome e afaste a possibilidade de sorteio.
Minha mão branquinha ficaria pretinha se colocar no fogo pelos ministros que sobraram no STF…….os pilantras políticos que iam ser acusados por teori ganharam de 7 a 1 do brasil e devem tá
comemorando nos seus castelos Brasil afora…..Conseguimos!!!
Ainda confio na coerência, justiça e honestidade da Ministra Cármen Lúcia e na de "meia dúzia de três ou quatro" ministros do TSF.