Jornalismo

SUPER REPORTAGEM: Como os governos Lula, Dilma e Temer torraram R$ 6 bilhões no devaneio de criar a BBC Brasileira

A Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) nasceu em outubro de 2007, durante o segundo mandato do governo Lula, com a proposta de ser a BBC brasileira: uma emissora de comunicação pública, que não se pauta por interesses comerciais e almeja ser algo além de mera porta-voz do governo federal. Hierarquicamente, foi criada abaixo da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, cujo chefe na época, Franklin Martins, tinha interesse estratégico em criar um concorrente à grande mídia, vista como hostil aos petistas.

Mais de uma década depois, a estatal consumiu R$ 6,37 bilhões dos cofres públicos em valores correntes, segundo levantamento exclusivo de ÉPOCA com base em dados do Ministério do Planejamento. Mesmo com esse aporte, a EBC está sufocada com gastos fixos com pessoal e custeio de seus prédios, sem margem para investimentos. Soma-se a isso uma inexplicada explosão de atestados médicos de funcionários, que somaram 3.061 de janeiro a julho deste ano, sendo que o quadro de servidores é composto de 2.307 pessoas.

Dos presidenciáveis, Geraldo Alckmin (PSDB) se pronunciou favoravelmente ao fechamento da empresa, embora seu governo tenha mantido ilesa a TV Cultura, emissora pública paulista. A mesma ideia volta a ser ventilada dentro do governo federal como solução para a estatal, numa retomada de um plano que chegou a ser discutido no Palácio do Planalto quando Michel Temer assumiu o lugar de Dilma Rousseff após o impeachment. Na ocasião, o principal objetivo era acabar com a TV Brasil, que, pela baixa audiência, logo ficaria conhecida como “TV Traço”.

Na TV Brasil e na Agência Brasil, emissora e agência de notícias vinculadas à estatal, o clima é de conflagração ideológica. Jornalistas afirmam que seus chefes censuram matérias críticas ao governo Temer e perseguem quem não segue uma linha editorial governista, praticando assédio moral. Por outro lado, gestores, sem se identificar, dizem que os repórteres “se comportam como se estivessem vivendo a última fase da revolução cultural de Mao” e se recusam a cobrir fatos negativos ao ex-presidente Lula.

Grande parte da situação atual se explica pelo fato de a EBC ter nascido, nas palavras do ex-presidente Nelson Breve, “sobre os escombros de outras instituições” — especificamente, a Radiobrás e a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), que geria a TVE Brasil — e pela relação mal resolvida tanto com o governo petista quanto com o emedebista. Apesar do discurso de que seria uma empresa de comunicação pública, e não estatal, a EBC assumiu desde o princípio a produção da Voz do Brasil e da TV NBR, canais institucionais do governo, e manteve uma relação afinada com o Executivo.

A jornalista Tereza Cruvinel, ex-colunista de política do jornal O Globo, foi sua primeira presidente e criticou a “dualidade de tarefas” de comunicação pública e governamental que a empresa teve de encampar. “É prejudicial à percepção que se tem da EBC. Espero que, no futuro, esses serviços sejam separados”, disse a ÉPOCA. Para manter a isenção, havia duas ferramentas, segundo ela. A primeira era um mandato de quatro anos do diretor-presidente, garantindo que o nome não fosse trocado quando conviesse ao Executivo. A segunda era um conselho curador que definiria as linhas editoriais dos veículos e teria poder de destituir o chefe da estatal se ele se dedicasse mais à propaganda política do que ao serviço público.

Espaço onde ficam escritórios e estúdios de produção da Empresa Brasil de Comunicação é alugado – Ailton de Freitas / Agência O Globo

O primeiro conselho, porém, foi escolhido pelo próprio governo e incluía ministros de diversas pastas, como Gilberto Gil (Cultura), Fernando Haddad (Educação) e Franklin Martins (Comunicação Social), o último um dos principais idealizadores do projeto da empresa. Havia também nomes ligados à iniciativa privada, como José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni), ex-diretor da TV Globo, e o então professor de Direito Luiz Edson Fachin, depois nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A lei que criou a empresa previa que os nomes posteriores seriam escolhidos por meio de consulta pública. Na prática, contudo, as indicações criaram um feudo do Ministério da Cultura (MinC) e da Secom na empresa, sendo que os diretores e funcionários ligados ao MinC acabaram saindo gradualmente nos dois primeiros anos após a criação da EBC. Alguns pediram demissão. Outros, como Leopoldo Nunes, ex-diretor de programação, foram demitidos.

Com a influência da Secom sedimentada, a TV Brasil logo foi apelidada de “TV do Lula” pela oposição, embora Cruvinel negue que tenha havido apadrinhamento político na emissora. “Os cargos comissionados sempre foram indicados pela diretoria com base em quem fosse um profissional adequado para a área, seja jornalismo ou audiovisual”, afirmou. “Não estou dizendo que todo mundo no governo Lula compreendia a EBC. Havia gente que não compreendia, e tínhamos de explicar que era uma empresa pública, não do governo.” Para Cruvinel, a oposição nunca provou que o órgão era aparelhado ou chapa-branca. “Agora (na gestão Temer) é que é.”

Segundo Eugênio Bucci, professor de jornalismo na Universidade de São Paulo (USP) que presidiu a Radiobrás no primeiro governo Lula, o conselho curador era “meramente decorativo”, já que as decisões orçamentárias sempre foram tomadas pelo conselho de administração, formado por membros dos ministérios. “No Brasil, nunca tivemos nada próximo do que precisa ser a comunicação pública”, afirmou Bucci. “Aqui, todas as emissoras públicas, com algumas exceções, copiam as emissoras comerciais e têm uma orientação de defesa do governo. São governistas. Isso é a antítese da comunicação pública.” No governo Lula, nos programas de entrevista da TV Brasil, ganharam protagonismo — e verba — jornalistas abertamente simpáticos ao governo, como Luis Nassif, e cientistas políticos militantes de esquerda, como Emir Sader.

Entre 2010, último ano de Lula, e 2011, primeiro ano de Dilma, o investimento da estatal chegou a R$ 130 milhões por ano, o maior valor de sua história. O capital foi destinado à compra de equipamentos de produção e transmissão de rádio e TV — grande parte da herança das rádios e TVs regionais da Radiobrás e da Fundação Roquette Pinto estava sucateada. Mas a audiência da TV Brasil nunca decolou, o que lhe rendeu o apelido de “TV Traço” — o termo é usado para se referir ao intervalo entre 0,0 e 0,2 ponto no Ibope. Em janeiro de 2018, essa taxa equivalia a até 49.700 domicílios no Painel Nacional de Televisão (PNT). Na semana passada, a EBC alardeou que a audiência da TV Brasil cresceu 64% nos últimos dois anos. Em julho de 2016, a emissora marcava 0,19 ponto de audiência. Em julho último, registrou 0,31 ponto — acima, portanto, do intervalo considerado como traço de audiência. Passou, assim, para a posição de décima emissora mais vista do país — motivo de comemoração pela direção da empresa.

“Quando viram que não tinha colado chamar a TV Brasil de chapa-branca, começaram a pegar nisso da audiência. Primeiro veio o terror do chapa-branquismo, depois a cobrança por audiência”, afirmou Cruvinel, fazendo uma série de ressalvas à baixa penetração da emissora. “Audiência é importante, sim, até porque tem dinheiro público envolvido. Mas é o objetivo fundamental de uma TV comercial, que vive de publicidade. O objetivo de uma TV pública é oferecer programação complementar, educativa, informativa e formadora da cidadania.” Em 2009, uma pesquisa do Datafolha indicou que só 34% dos brasileiros sabiam o que era a TV Brasil, mas que 80% de seus espectadores qualificavam a programação como boa ou ótima. Em 2010, a TV passou a transmitir a Série C do Brasileirão, o que ajudou a superar o “traço” em algumas ocasiões.

No governo Dilma Rousseff, em outubro de 2011, Cruvinel teve um atrito com o conselho curador por uma questão editorial. A TV Brasil e a Rádio Nacional de Brasília transmitiam missas e cerimônias cristãs, outra herança dos veículos incorporados pela EBC em 2007. Cruvinel acreditava que, por ser pública, a EBC não podia promover uma religião específica. O conselho discordava. O embate chegou à Justiça e ao Senado Federal, e Cruvinel disse que os curadores estavam promovendo uma desqualificação de sua gestão. A defesa dos religiosos acabou prevalecendo, e a missa aos domingos é transmitida até hoje pela TV Brasil.

Cruvinel negou que esse tenha sido o motivo de sua saída, que ocorreu em seguida, no fim de seu mandato de quatro anos. Em seu lugar, entrou Nelson Breve, antes secretário de Imprensa do governo Lula. Ele assumiu com o compromisso de que a TV Brasil deixaria de ser a “TV Traço” — o que foi cumprido com a programação esportiva e a cobertura do Carnaval, por exemplo — e defendeu a programação religiosa na emissora. Em sua gestão, foi realizado um concurso para substituir cerca de 1.500 funcionários dos antigos veículos, que não eram concursados, regularizando a situação da estatal. A maioria dos funcionários que estão na empresa hoje foi contratada nessa leva.

“Avaliamos depois que esse concurso não foi feito da melhor forma”, disse Breve. “Estávamos trocando profissionais com muita experiência por profissionais com pouca experiência, e sem uma estrutura dentro da empresa para formar essas pessoas”, afirmou. Um dos problemas apontados é que, no concurso, os jornalistas não foram avaliados pelo currículo, por trabalhos já publicados nem por prova de redação. O jornalista Ricardo Melo, que depois seria presidente da empresa, disse que estranhou o perfil “concurseiro” dos profissionais quando entrou na EBC em 2015. “Não é para reclamar do corpo de funcionários, me dei bem com eles. Mas havia gente que não tinha afinidade com a área de comunicação, queria só ser concursado.” Depois do concurso, a estatal foi de um quadro de 1.476 funcionários para 2.412 em 2013. Era difícil gerir esse contingente, já que a EBC é formada por três canais de TV, nove rádios e uma agência de notícias, a Agência Brasil, cada uma com uma herança administrativa diferente.

A estrutura vagarosa de empresa estatal também prejudicava a cobertura jornalística, relatou Melo. Se acontecesse um desastre em uma cidade afastada, era preciso abrir uma licitação para fazer a viagem, por exemplo. “Quando eu era diretor de jornalismo, tinha um chefe de gabinete, quatro assessores e uma secretária. Não fazia sentido essa rigidez ministerial em uma empresa de notícias”, disse. Cruvinel concordou com a crítica. “Se um diretor de um programa precisa de um vaso de flores, não tem como tirar o dinheiro de uma gaveta para comprar, precisa abrir licitação.” Ela disse que, se soubesse que o modelo de estatal era tão engessado, teria sugerido que a EBC tivesse outro arranjo, como o de organização social.

As despesas com pessoal saltaram de 35% dos gastos da empresa, em 2008, para 54% em 2014. Nos bastidores, a percepção era que a presidente Dilma dava menos importância que Lula à estatal. “Os repasses se mantiveram no mesmo nível, mas houve um crescimento vegetativo do funcionalismo que foi pressionando o orçamento de investimentos”, explicou Breve. O investimento caiu pela metade de 2011 para 2012 e nunca retomou o nível inicial.

Integrantes da EBC avaliaram que a então presidente Dilma Rousseff deu menos importância à estatal do que Lula, que nomeou a jornalista Tereza Cruvinel como sua primeira presidente – Gustavo Miranda / Agência O Globo

Para compensar o aumento de custos fixos, Breve participou de longa batalha para que a empresa pudesse usar os recursos da Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública, um tributo do setor de telecomunicações criado em 2008 para garantir independência financeira à EBC. As operadoras de telefonia entraram com uma ação em 2009 para não pagar a contribuição e passaram a depositar os valores devidos em juízo. Em 2013, o valor represado que poderia ser usado pela estatal chegava a R$ 1,37 bilhão. Breve conseguiu acesso aos recursos da TIM, o que equivalia a R$ 321 milhões, mas, ao mesmo tempo, a empresa perdeu receita do Tesouro prevista na Lei Orçamentária Anual para 2014 — com isso, a expectativa de aumentar a verba naufragou.

“Foi um cochilo da assessoria da empresa que estava acompanhando isso no Congresso”, disse Breve. Ele chegou a pensar em renunciar, desgastado com a briga para liberar dinheiro para a empresa. “No mundo desenvolvido, a comunicação pública é entendida como uma coisa importante. A BBC funciona porque recebe verba.” A contribuição paga pelos cidadãos britânicos à BBC leva 3,7 bilhões de libras, cerca de R$ 19 bilhões, ao caixa da empresa todo ano. Alguns, como Eugênio Bucci, relativizam esse problema orçamentário. “Não é tão pouco dinheiro assim (da EBC). O problema é a má gestão. Basta comparar com o faturamento da Band ou o do SBT.” Em 2017, foram de, respectivamente, R$ 350 milhões e R$ 800 milhões.

As acusações de que a empresa era aparelhada pelo governo petista não cessaram. Em 2012, a empresa de Mônica Monteiro, namorada de Franklin Martins, venceu um edital de R$ 2,39 milhões para produzir a segunda temporada da série Nova África para a TV Brasil. Era o maior valor contratado pela estatal até então. Na primeira tentativa, o concurso teve de ser cancelado porque o envelope com a proposta da Cine Vídeo já tinha sido aberto antes da sessão de julgamento, o que levantou ainda mais a suspeita de irregularidades. A EBC afirmou, em sua defesa, que uma goteira pingou sobre o envelope da empresa da namorada de Martins, obrigando sua abertura antecipada. Martins, então já ex-ministro, negou que tivesse interferido em favor de Mônica Monteiro. Procurado, ele não quis dar entrevista a ÉPOCA.

“A verdade às vezes é absurda. Mas, na sala onde ficavam os envelopes, aqui no Rio de Janeiro, o gesso do teto caiu por causa de uma infiltração e molhou tudo”, afirmou Breve. A licitação cancelada devido aos envelopes molhados aconteceu na gestão de Cruvinel, e a segunda, que aprovou o projeto da Cine Vídeo, na dele. “É absolutamente injusta essa acusação. A Cine Vídeo é uma das maiores produtoras do país e tinha legitimidade para disputar o que fosse dentro da empresa.”

Breve enfrentou, também, uma greve de 15 dias dos funcionários da estatal em novembro de 2013. Os empregados, que não tinham ganhado reajuste até então, fecharam um acordo para receber um aumento salarial de 0,5% acima da inflação no fim daquele ano e 0,75% em novembro de 2014. Ficou combinado também que ganhariam o dobro de auxílio-alimentação em junho e dezembro. Hoje, o tíquete é de R$ 1.057, mais de R$ 40 por dia de trabalho, e dobra, nesses dois meses, para R$ 2.114 (cinco cestas básicas de alimentos, segundo o valor estipulado para o Distrito Federal).

A EBC sentiu os efeitos do sufocamento com seus gastos fixos durante a crise econômica, e o investimento caiu para R$ 9,5 milhões anuais em 2015 e 2016. Em agosto de 2015, Breve deixou a presidência da EBC. Quis voltar ao Rio, onde estava sua família. “É natural que exista rejeição à EBC, porque ela não estava pronta. Eu lamento, mas acho que há esperança. Ainda haverá mudanças, e acho que um dia vai ser compreendida a proposta de comunicação pública.”

Após uma curta gestão de Américo Martins, que trabalhava lado a lado com Edinho Silva, ministro-chefe da Secom de Dilma, veio a disputa ideológica mais acirrada de que a EBC já foi palco. Naquele período, entre fevereiro e maio de 2016, a empresa estava sem presidente, nas mãos de um colegiado. Enquanto tramitava o processo de impeachment contra Dilma Rousseff, Ricardo Melo, então diretor de jornalismo, dedicou boa parte da programação aos protestos favoráveis à permanência da presidente. “Toda a grande mídia foi a favor do impeachment, eu dava voz aos que eram contra”, afirmou a ÉPOCA. No início de maio, poucos dias antes do afastamento da petista, foi nomeado diretor-presidente da empresa. “Eu dei voz aos que não tinham voz. Está tendo manifestação de estudantes no Rio? Vamos pôr no ar. Acampamento dos sem-terra? Coloca no ar. Isso irritou profundamente os caras.”

Irritou tanto que, cinco dias após a presidente Dilma ser afastada, o presidente Michel Temer exonerou Ricardo Melo. Para o lugar dele, nomeou Laerte Rímoli, ex-assessor de imprensa de políticos como Eduardo Cunha e Aécio Neves. Na lei que criou a EBC, porém, havia a garantia de que o diretor-presidente poderia ficar no cargo por quatro anos. Melo entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal pedindo uma liminar para voltar à chefia da empresa, medida concedida pelo ministro Dias Toffoli.

Contra a vontade do governo, Melo retornou à chefia em junho de 2016 e conseguiu irritar até funcionários e sindicalistas com a postura abertamente pró-Dilma. “Nós lutamos pelo caráter público da empresa, e vimos que ele estava usando a estrutura da EBC para fazer uma defesa do antigo governo”, disse Edvaldo Cuaio, representante dos funcionários no conselho de administração da empresa desde 2015. “Fiz um levantamento da programação, na época, e tinha 11 horas a favor da Dilma e uma hora contra.”

Enquanto Ricardo Melo não desgarrava do cargo, Geddel Vieira Lima, então ministro da Secretaria de Governo, defendia que a EBC fosse fechada e dizia que a estatal virara um “foco de militância”. “É um símbolo de um governo ineficiente, do aparelhamento da gestão, de autopromoção”, afirmou ao jornal O Globo em junho de 2016. Dyogo Oliveira, ministro do Planejamento, e Moreira Franco, então secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), debateram o possível fechamento da empresa. Alguns integrantes do governo, porém, como Márcio de Freitas, à frente da Secom, julgaram que a ideia não valia o desgaste no Congresso naquele momento.

Temer se voltou contra a gestão de Melo em setembro, com uma Medida Provisória que acabou com o mandato de quatro anos do presidente e com o conselho curador da EBC. Com a mudança, a liminar que mantinha Melo no cargo foi derrubada pelo Supremo, e Rímoli pôde voltar à chefia poucos dias depois. Em seguida foram rescindidos os contratos da estatal com sete jornalistas alinhados à antiga gestão, cujos contratos somavam R$ 2,8 milhões por ano — Sidney Rezende, Lúcia Scarano de Mendonça, Emir Sader, Luis Nassif, Paulo Markun, Tereza Cruvinel e Paulo Moreira Leite. Nassif ganhava R$ 760 mil por ano, e Markun R$ 585 mil.

Uma das primeiras medidas de Rímoli foi nomear Christiane Samarco, ex-jornalista de O Estado de S. Paulo e assessora do MDB, como diretora-geral — seu salário, de R$ 27 mil, está hoje entre os mais altos da estatal. Quando a Medida Provisória que alterou a lei da EBC foi aprovada pelo Senado, em março de 2017, foi incluída a criação de um Comitê Editorial e de Programação com 11 integrantes de diversos setores da sociedade, espécie de substituto do conselho curador, mas Temer vetou trechos da lei que permitiam ao comitê decidir sobre a linha editorial da estatal. O Comitê Editorial não foi criado até hoje.

Após o impeachment de Dilma Rousseff, Laerte Rímoli assumiu o comando da EBC. Uma de suas primeiras medidas foi rescindir os contratos de sete jornalistas alinhados à antiga gestão, cujos contratos somavam R$ 2,8 milhões por ano. Depois, aumentou em 30% os salários dos dirigentes da emissora – Ailton de Freitas / Agência O Globo

Em 2017, com um controle de gastos mais rígido, o investimento na estatal foi o mais baixo de sua história, totalizando R$ 7,7 milhões. Rímoli implementou o ponto eletrônico, economizando R$ 1,2 milhão por ano com horas extras, segundo a direção, e cortou oito contratos de produção de conteúdo para a TV Brasil, que representavam R$ 3,96 milhões anuais. Na intenção de enxugar o quadro de funcionários, foi lançado um Programa de Demissão Voluntária, em vigor de outubro de 2017 até março deste ano. A empresa apontou que 554 empregados eram elegíveis, mas só 96 aderiram ao plano, gerando uma economia de R$ 23 milhões anuais na folha de pagamentos. O controle com as finanças não foi tão rigoroso nos salários dos dirigentes, que tiveram um aumento de mais de 30%, aprovado pelo conselho de administração em março de 2017. No mesmo período, Rímoli também contratou a jornalista Roseann Kennedy para apresentar um telejornal, por um salário de R$ 21.400.

“Até somos a favor do enxugamento (de pessoal), mas tem de se debater onde seriam feitos os cortes”, disse Edvaldo Cuaio. “É para acabar com programas de televisão, que é a estrutura-fim, ou para diminuir a estrutura-meio?” Hoje, pouco mais de 50% dos funcionários da EBC fazem parte dessa “estrutura-meio”, ou seja, não são jornalistas nem produzem conteúdo, ou pelo menos não foram contratados formalmente para isso. “Há muito desvio de função na empresa”, disse Gésio Passos, jornalista da EBC e coordenador-geral do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal. “O iluminador faz câmera, o câmera faz iluminação, e isso vai gerando esse passivo trabalhista muito grande. A geração que entrou no concurso de 2012 sabe de seus direitos e briga por eles na Justiça.” O passivo trabalhista da EBC chegou a R$ 7,7 milhões no fim do ano passado, o que inclui pessoal a pagar e encargos sociais. Com os processos trabalhistas em andamento, o valor pode chegar a R$ 100 milhões, segundo a Secom. Há, hoje, 77 funcionários com uma remuneração bruta de mais de R$ 20 mil e 739 que ganham menos de R$ 5 mil. A média de salário da empresa é R$ 8.300, e a dos jornalistas R$ 10.200.

Com pouco dinheiro para custeio e manutenção nos últimos anos, funcionários se queixam do sucateamento da infraestrutura das sedes no Rio de Janeiro e em São Luís, Maranhão. Os prédios, da extinta TVE, já eram antigos quando a EBC foi criada. Em 2014, uma inspeção na sede do Maranhão encontrou partes do piso, teto e paredes caindo aos pedaços, além de infiltrações, infestação de fungos, madeira corroída por cupins e instalações elétricas expostas. Apontou-se que o risco de contaminações, incêndios e desabamentos era alto. O prédio chegou a funcionar recentemente com um “gato” de água, sem encanamento regular. A direção afirmou que os problemas foram corrigidos, mas funcionários relataram que a situação do edifício ainda é precária.

No prédio da TV Brasil na Avenida Gomes Freire, no centro do Rio, o teto de uma sala desabou em fevereiro deste ano devido a uma infiltração que ainda não foi contida. O ar-condicionado funciona parcialmente e, por isso, só uma das salas de edição está operante — em um dia em que o resfriamento dessa sala também falhou, em junho, o programa Repórter Brasil, o principal jornal da TV Brasil, até deixou de ir ao ar. Em nota, a EBC afirma que o sistema de ar-condicionado tem mais de 40 anos, “o que torna difícil identificar no mercado empresas que se interessem pelo serviço de manutenção, em decorrência da falta de peças de reposição”.

A Rádio Nacional da Amazônia, um dos braços mais importantes de inclusão social promovidos pela empresa, ficou mais de sete meses fora do ar em 2017 devido à demora para consertar uma estação de energia atingida por um raio. Algumas comunidades ribeirinhas têm, na rádio, sua única fonte de informação e comunicação com familiares, e ouvintes escreveram cartas se queixando do blecaute na emissora. O transmissor principal ainda está queimado, e a empresa iniciou um processo de licitação para substituí-lo. Enquanto isso, a rádio funciona com um gerador realocado de forma emergencial, que permite transmitir só 12 horas por dia.

O diplomata Alexandre Parola (à direita) assumiu em maio um mandato-tampão no comando da EBC – Alan Santos / Agencia O Globo

Em novembro de 2017, os servidores fizeram greve reivindicando reajuste salarial — que eles não têm desde 2016 — e a saída de Rímoli. No acordo para acabar com a paralisação, os trabalhadores preferiram manter os dois tíquetes-refeição extras que recebem por ano a ter um reajuste de salário pela inflação, de acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST). De lá para cá, o clima na empresa vai de mal a pior. Os funcionários alegam que o governo Temer passou a interferir muito no direcionamento das reportagens, gerando um ambiente de desmotivação e enfrentamento político. Quando a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) foi assassinada, em março, um gerente da Agência Brasil pediu para diminuir a cobertura da repercussão de sua morte, já que o PSOL estaria “tirando proveito”, o que irritou os jornalistas. “Já havia interferência antes, mas agora não é nem disfarçada. Se sai uma pesquisa do IBGE desfavorável ao governo, o título da notícia vira um detalhe da pesquisa que não é tão ruim assim”, disse uma funcionária da TV Brasil que não quis se identificar.

Em uma reunião em abril deste ano, Rímoli sugeriu oficializar em um documento que houvesse uma “adaptação processual e de plataforma para que a Agência Brasil passe a comunicar apenas notícias de Estado”. Após a intervenção de Cuaio, a redação foi alterada para “que a Agência Brasil aprimore a comunicação das notícias de Estado e da sociedade”, mas o episódio ouriçou ainda mais os funcionários contra a direção.

Rímoli deixou a empresa no início de maio e se mudou para os Estados Unidos. Procurado, não quis dar entrevista. Foi sucedido por Alexandre Parola, diplomata de carreira e ex-porta-voz de Michel Temer, para um “mandato-tampão”, já que, em janeiro, Parola começará a trabalhar em Genebra, na Suíça, como representante do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). Conhecido por seu comedimento ao dar declarações, tem um perfil conciliador. Ao contrário de Rímoli, que chamava a EBC de “mastodonte”, é cauteloso ao falar de corte de custos. “A gestão do presidente Temer não quer acabar com a EBC, e sim tem a intenção de fazer uma empresa pública trabalhar com eficiência e com respeito ao dinheiro que a financia, que é o do imposto do contribuinte”, disse a ÉPOCA.

Na última segunda-feira, Parola nomeou como assessora Luisa Farani de Azevêdo, filha do embaixador Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC. É o órgão no qual Parola vai representar o Brasil no início do ano que vem. Publicitária, Farani já trabalhou como estilista e fez vestidos para Letícia Sabatella, Anitta e Marcela Temer. Seu posto será na área de parcerias internacionais da empresa. Procurado, Parola disse que Farani tem qualificação para o cargo, fala quatro línguas, mandou currículo e foi entrevistada. “Porque ela é filha do Roberto Azevêdo não vai poder trabalhar em canto nenhum agora?”, questionou. O salário será de cerca de R$ 15 mil. Farani não respondeu ao contato da reportagem.

Em 13 de julho, o diplomata acabou com a Gratificação de Desempenho de Atividade de Comunicação (GDAC), instituída em 2016. Segundo o Sindicato dos Jornalistas, a gratificação era usada como uma forma de pressão da chefia sobre os funcionários, já que podia ser retirada a qualquer momento. A recomendação do Ministério Público do Trabalho afirmava que a gratificação feria “os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência” da administração pública, por ser “concedida sem critérios objetivos e dando margem a favorecimentos e retaliações”. Em nota, a empresa disse que a extinção do benefício prejudica “sobretudo os empregados merecedores da gratificação e que se encontram nas faixas salariais mais baixas da empresa”.

Segundo Edvaldo Cuaio, Parola tem se mostrado mais sensível aos problemas da empresa do que Rímoli. Parola disse ter ficado surpreso quando, no fim de junho, a Folha de S.Paulo divulgou que funcionários da empresa apresentaram 310 atestados médicos em apenas uma semana. Foi aberta uma licitação para contratar uma perícia médica e apurar o que causou a explosão de incidentes médicos. “Estamos apurando. Antes do resultado da perícia, qualquer comentário seria ou leviano ou injusto”, afirmou Parola.

O Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal, no início de agosto, entrou com uma ação civil pública acusando a direção da EBC de assédio moral e desrespeito aos direitos humanos pela forma com que trata os trabalhadores. “Existem práticas muito agressivas na empresa”, disse a procuradora Renata Coelho, responsável pelo inquérito. “Inclusive perseguição ideológica, de tentar interferir no conteúdo do que é escrito. Ou dizer ‘não, não relate tal coisa’. Em profissões de trabalho eminentemente intelectual, como jornalista, redator, radialista, essas são, na verdade, medidas muito agressivas.” No dia 13, a Justiça determinou que o assédio moral parasse, sob pena de até R$ 50 mil para cada irregularidade denunciada na empresa daqui em diante.

A Comissão de Empregados da EBC atribuiu o surto de atestados ao “crescimento dos casos de assédio moral, perseguições, excesso de trabalho motivado por falta de pessoal, censura e insegurança quanto ao futuro da EBC”. “O número de afastamentos por doença mental aumentou por causa da pressão que os jornalistas vêm sofrendo dentro da própria empresa”, disse Gésio Passos, do Sindicato dos Jornalistas do DF. Em 2017, foram 4.586 atestados, aumento de 57% sobre os 2.905 de 2016. No primeiro semestre deste ano, com 2.859 atestados de janeiro a junho, o aumento em relação à média de 2017 foi de 20%.

“Temos relatos de que muitos dos funcionários que apresentaram atestados postaram fotos em redes sociais em comemorações, aniversários, casamentos. É uma coisa que está errada”, disse Márcio de Freitas, da Secom. Para ele, a cobertura da Presidência de Temer foi feita de forma crítica pela EBC. “Não há direcionamento político. Antes, na gestão anterior, é que tinha.”

Segundo Freitas, o “enxugamento da EBC é pacífico”. Ele diz não ser favorável a sua extinção, como especulam funcionários, e sim a sua adaptação, para que possa dar lucro. “Como foi criada, a empresa não pode receber recursos publicitários de nenhuma forma, inviabilizando patrocínios, parcerias. A empresa pode ter uma função, mas teríamos de mudar a lei para que ela tivesse um sentido mais mercadológico”, disse.

O Ministério do Planejamento publicou, em julho, uma portaria que permite o remanejamento compulsório de funcionários na administração federal e elimina o poder de veto dos órgãos de origem — como a EBC —, o que facilitaria esse “enxugamento”. Em reunião no Planalto, no início de agosto, a Secom defendeu mais um Programa de Demissão Voluntária, um novo plano de carreira e a construção de uma sede própria, já que a estatal paga mais de R$ 1 milhão por mês de aluguel em Brasília. Um integrante do Planejamento fez menção à proposta de extinção da estatal, mas foi prontamente censurado.

Época

Opinião dos leitores

  1. "A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na retaguarda para ver". Bertrand Russell. O blog está bem de comentaristas.

  2. Vou pedir pra ONU mandar lula devolver esse dinheiro torrado e os 100 bilhões roubados quando ele era presidente. Oba!

  3. Qual a diferença dessa EBC para TV assembleia do nosso estado, nenhuma todas são feita para gastar dinheiro publico e contratar apadrinhados políticos.

  4. É muito roubo, gente!! Quanto bandido, onde esses ratos enfiam tanto dinheiro, como pode isso, enquanto isso falta dinheiro para educação, saúde e segurança. Esses bandidos merecem fuzilamento em praça pública…REVOLTANTE!!e esse Franklin Martins está solto pq?

  5. Por isso que Lula
    Não sai da mídia e muito jornalista comprado muitos artistas comprado
    São todos articulados pelo pt
    E VIVA O BRASIL

  6. A BBC foi criada depois de todo planejamento do PT para ter um canal oficial para venda de versões e cargos para jornalistas da esquerda alinhados com o partido. O aparelhamento foi tão grande, que até hoje, depois de 18 meses de governo Temer o PT ainda manda na BBC.
    Essa desperdiçadora de recursos públicos tem que ser investigada, ela é um alojamento de funcionários fantasmas e que vivem de licença médica. Mais um paraíso que paga a quem não trabalha, na linha adotada pelo PT em seus 13 anos de desgoverno imoral.
    São esses que querem a volta do ex presidente condenado e vão a passeatas em prol da libertada de presidiário
    Fechar é pouco, tem que ser investigada, tem muita denúncias sobre ela

  7. Interessante. TORRA-SE R$6.000.000.000,00 (seis bilhões de Reais) numa farra homérica e, ao que parece, ninguém diz nada. Atenção Ministério Público.

  8. É praticamente um Modus Operandi:
    a) anuncia-se a criação de um empreendimento, sob o pretexto de defender a soberania nacional/integração do Brasil a países emergentes/independência em determinada atividade/avanço socais;
    b) anunciam-se aportes bilionários (do Tesouro, empréstimos de bancos oficiais e aportes de fundos de pensão).
    c) tudo com muito marketing (nosso governo pensa no Brasil…. os outros são entreguistas malvados);
    d) quando vc vai fazer o balanço final, viu que não se cumpriu nem 1% do prometido, mas o que teve de companheiro (e empresário da laia) lavando a burra, não tá no gibi;
    e) com os bolsos cheios, resta sair culpando a mídia, os americanos, o Judiciário, azelites pelo fracasso.

    Tem ene exemplos desse algorítimo petista.

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Guerra

Trump pede evacuação total de Teerã: “Irã não pode ter arma nuclear”

Foto: Getty Images

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu, nesta segunda-feira (16/6), que a população de Teerã, capital do Irã, deixe a cidade imediatamente. A declaração foi feita em sua rede social, a Truth Social, em meio à escalada de tensão entre Israel e Irã.

“O Irã deveria ter assinado o ‘acordo’ que eu disse para assinarem. Que vergonha, e desperdício de vidas humanas. Em poucas palavras: O IRÃ NÃO PODE TER UMA ARMA NUCLEAR. Eu já disse isso várias vezes! Todos deveriam evacuar Teerã imediatamente!”, escreveu o republicano.

O que está acontecendo?

Na última quinta-feira (12/6), as Forças de Defesa de Israel dispararam uma “ofensiva preventiva” contra o programa nuclear do Irã.

O governo israelense já vinha, antes do ataque, subindo o tom contra o regime do aiatolá Ali Khamenei, com ameaças ao programa nuclear.
Nos últimos anos, o avanço nuclear do Irã incomodou a comunidade internacional. Israel, que é uma potência militar, via o avanço como uma ameaça.

Embora ambos os países sejam rivais históricos, o ataque levou ao aumento da instabilidade no Oriente Médio.

A declaração ocorre horas após o Irã, por meio do ministro das Relações Exteriores, Seyed Abbas Araghchi, pedir que Trump intervenha para interromper os ataques de Israel.

Segundo Araghchi, bastaria uma ligação de Washington para influenciar o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. O ministro iraniano afirmou que, se houver um cessar-fogo, o país estaria disposto a flexibilizar posições em futuras negociações sobre o programa nuclear.

“Se o presidente Trump for genuíno em relação à diplomacia e estiver interessado em acabar com essa guerra, os próximos passos são importantes”, declarou Araghchi em uma publicação no X (antigo Twitter).

O chanceler iraniano também acusou Netanyahu de ser um “criminoso de guerra” e disse que as ações militares de Israel visam impedir avanços nas tratativas entre Teerã e Washington. Além do apelo a Trump, o governo iraniano busca apoio de países como Catar, Arábia Saudita e Omã, com o objetivo de pressionar os Estados Unidos a atuar por um cessar-fogo imediato.

EUA envia porta-aviões nuclear para zona de guerra

Enquanto isso, os EUA reforçam sua presença militar na região. Nesta segunda-feira, o porta-aviões USS Nimitz, movido a propulsão nuclear, foi deslocado do mar do Sul da China para o Oriente Médio. Segundo o site Marine Traffic, que acompanha a movimentação de embarcações militares, a escala prevista no Vietnã foi cancelada.

Com a chegada do USS Nimitz, os Estados Unidos passam a ter dois porta-aviões de propulsão nuclear posicionados na região. O USS Harry S. Truman está no Oriente Médio desde maio.

Além disso, mais de 30 aviões-tanque da Força Aérea americana decolaram de bases nos EUA em direção ao Atlântico, em operação que, segundo autoridades, pode estar ligada a exercícios da Otan na Europa.

O Departamento de Estado norte-americano negou qualquer envolvimento direto em ataques aéreos de Israel contra o Irã e reiterou que o apoio dos EUA ao governo israelense é apenas em caráter defensivo.

Metrópoles

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Guerra

Após sair de Israel, autoridades brasileiras chegam à Arábia Saudita

Foto: Reprodução

O grupo de autoridades brasileiras que deixaram Israel nesta segunda-feira (16) cruzou a fronteira com Jordânia e chegou à Arábia Saudita, de onde devem pegar voo de volta para o Brasil. Na comitiva, está o secretário de Planejamento de Natal, Vagner Araújo.

Eles chegaram na Arábia Saudita na fronteira com a Arábia Saudita por volta das 17h30 (horário de Brasília). Um diplomata brasileiro acompanhou o grupo por todo o trajeto, desde a Jordânia, por onde eles saíram de Israel, pra ajudar nos trâmites de entrada – em face dos procedimentos de uma passagem não planejada.

Após a chegada à Jordânia, sendo recebidos por representantes do Ministério das Relações Exteriores, os integrantes da comitiva brasileira tiveram uma viagem tranquila de carro até a Arábia Saudita, sem a pressão de estarem expostos, de acordo com o secretário Vagner Araújo. Após resolverem os trâmites de entrada no país, o deve embarcar em voo particular, contratado pelos integrantes da comitiva, para voltar ao Brasil.

Tribuna do Norte

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Geral

Netanyahu diz que não descarta assassinar o líder supremo do Irã

Foto: reprodução

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sugeriu nesta segunda-feira (16) que assassinar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, “acabaria com o conflito” entre os dois inimigos históricos.

“Isso não vai escalar o conflito, vai acabar com o conflito”, disse Netanyahu em entrevista à ABC News, ao ser questionado sobre um suposto plano israelense para matar o líder supremo, vetado por Donald Trump, presidente dos EUA, por temer que isso intensificasse o confronto entre Irã e Israel.

“A ‘guerra eterna’ é o que o Irã quer, e eles estão nos levando à beira de uma guerra nuclear”, afirmou Netanyahu. “Na verdade, o que Israel está fazendo é impedir isso, pôr fim a essa agressão, e só podemos fazer isso enfrentando as forças do mal.”

O primeiro-ministro disse também que Israel vai matar os comandantes iranianos “um a um” e que a campanha militar “esta´mudando a cara do Oriente Médio”.

Novos ataques

A sede de uma TV estatal do Irã foi bombardeada por Israel mais cedo nesta segunda-feira (16). O ataque atingiu a emissora durante a transmissão ao vivo de um jornal. O governo do Irã afirmou que o ataque à emissora constituiu um crime de guerra.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que seu país havia emitido um alerta à população de Teerã para que deixassem a cidade, e as Forças Armadas israelenses publicaram um aviso de evacuação para o distrito 3 da capital iraniana, uma região com muitos ministérios e embaixadas.

Ainda não estava claro, até a última atualização desta reportagem, se o aviso se referia ao ataque à base militar, que fica do outro lado da cidade.

O mais grave confronto direto entre Irã e Israel continua a se intensificar e chegou ao quarto dia nesta segunda-feira (16), após um fim de semana marcado por centenas de mortes, ataques diurnos e de longo alcance. A escalada do conflito preocupa líderes mundiais e aumenta a tensão entre as potências do Oriente Médio.

Israel lançou a “Operação Leão Ascendente” com um ataque surpresa na sexta-feira (13), matando parte da cúpula militar iraniana e danificando instalações nucleares. O Irã respondeu com mísseis que atingiram áreas residenciais e instalações de petróleo em Israel.

Até o início desta segunda, ao menos 224 pessoas morreram no Irã e 22 em Israel — incluindo crianças —, com base em informações das autoridades dos países. Um único ataque em Teerã, no sábado (14), deixou 60 mortos, metade crianças. Ataques iranianos em Israel nesta segunda (16) deixaram oito mortos, segundo comunicado do serviço de emergência do país.

A ofensiva israelense continua e deve se intensificar. Autoridades disseram que ainda há “uma longa lista de alvos” no Irã. No entanto, há tentativas de conversas por um acordo de cessar-fogo.

G1

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Brasil

Zema ironiza férias de Haddad: “7 dias sem imposto”

Foto: Reprodução

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema(Novo), usou nas redes sociais nesta 2ª feira (16.jun.2025) para ironizar o início das férias do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Haddad entrou de férias hoje! 7 dias sem imposto!”, diz o meme compartilhado por Zema no Instagram.

A publicação traz uma imagem feita por inteligência artificial que mostra Haddad sentado em uma cadeira em uma praia enquanto lê o livro “IOF for dummies” (“IOF para leigos”, em português). O post foi curtido pelo deputado federal Marcel van Hattem(Novo-RS).

Haddad retorna do recesso em 22 de junho. A pausa se dá enquanto o Congresso debate e deve votar o requerimento de urgência do PDL (projeto de decreto legislativo) que derruba o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Inicialmente, as férias estavam marcadas para 11 a 20 de julho. A mudança nas datas foi publicada no Diário Oficial da União em 5 de junho.

Poder360

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Guerra

Nova onda de ataques com mísseis contra Israel começou, diz estatal do Irã

Foto: Leo Correa/AP

Uma nova onda de ataques do Irã com mísseis e drones contra Israel começou nesta segunda-feira (16), segundo a mídia estatal Press TV e outros veículos de comunicação iranianos.

Segundo a agência de notícias semioficial Mehr News, a operação tem como alvo as cidades de Tel Aviv e Haifa.

Até o momento não há informações sobre danos, feridos ou interceptações em Israel referentes a esse último lançamento.

Um porta-voz da Guarda Revolucionária do Irã disse que os ataques continuarão até a parte da manhã, no horário local.

Netanyahu não descarta atacar líder supremo do Irã

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não descartou a possibilidade de atacar o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, quando questionado pela ABC News sobre o assunto.

“Vejam, estamos fazendo o que precisamos fazer”, respondeu Netanyahu.

Ele afirmou que a possível eliminação do líder supremo “encerraria o conflito”, e não o agravaria.

Irã não quer expandir conflito, diz presidente

Nesta segunda-feira, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, pontuou que o país não quer expandir o conflito com Israel, mas alertou que responderá na mesma proporção.

Pezeshkian fez essas declarações durante um telefonema com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, segundo a agência de notícias estatal iraniana.

“O Irã não iniciou esta guerra, mas responderá na mesma proporção do nível do ataque”, destacou Pezeshkian.

CNN

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RN

Após recorde de público, Polo Zona Norte do São João de Natal muda para Avenida da Alegria

Foto: Magnus Nascimento/PMN

O Polo Zona Norte do São João de Natal 2025 vai mudar de lugar. Inicialmente confirmado pela Prefeitura para o Ginásio Nélio Dias, o palco da festa será transferido para a Avenida da Alegria. A informação foi apurada com exclusividade pelo AGORA RN. A gestão municipal convocou uma coletiva nesta segunda-feira 16, às 17h, para anunciar a mudança.

A decisão acontece após o enorme sucesso de público nos primeiros fins de semana do evento na Arena das Dunas, onde, no sábado 7, cerca de 150 mil pessoas lotaram o polo principal durante os shows de Calcinha Preta, Pablo e À Vontade. No último domingo 15, com shows de Simone Mendes, Xand Avião e Belo, o espaço recebeu cerca de 140 mil pessoas.

Para atender à expectativa crescente e garantir melhor estrutura e segurança ao público da Zona Norte, a Prefeitura realizará os shows na Avenida da Alegria, um espaço mais amplo e com maior capacidade de circulação. A Avenida da Alegria estreou no Carnaval deste ano, arrastou multidões e consolidou a Redinha como um dos principais espaços para eventos públicos capital potiguar.

A Avenida da Alegria terá, conforme a programação, três noites de festa. No dia 27 de junho, sobem ao palco Henry Freitas, Banda Grafith e Kadu Martins. Já no dia 28, o destaque é o cantor Leo Santana, assim como Raynel Guedes. Encerrando a programação, no dia 29, o público poderá curtir os shows de Seu Desejo, Circuito Musical, Pagode do Coxa e Kelvy Pablo.

Antes dos shows do Polo Zona Norte, ocorrerão os shows do Polo Zona Oeste – o palco será montado na Av. Rio Grande do Sul, bairro Cidade da Esperança. Nesta quinta-feira 19, sobem ao palco Cavaleiros do Forró e Eliane. Na sexta 20, será a vez de Giullian Monte e Samya Maia. Já no sábado 21, o público confere os shows de Edyr Vaqueiro e da dupla Amanda & Ruama. Encerrando a programação do Polo Zona Oeste, no domingo 22, se apresentam Circuito Musical e Raynel Guedes.

A abertura do São João deste ano ocorreu na Avenida da Alegria, com apresentações de Bell Marques, Márcia Fellipe e Capilé. A noite reuniu cerca de 75 mil pessoas, conforme levantamento da gestão municipal.

Mudanças

Logo após o primeiro fim de semana de festa no Polo Arena das Dunas, a Prefeitura do Natal decidiu reforçar a estrutura, segurança e mobilidade devido ao recorde de público. As mudanças incluíram interdições de trânsito na Prudente de Morais e viaduto estaiado, ampliação das entradas e saídas de emergência, aumento no número de ambulâncias e ônibus extras, além de novos painéis.

O prefeito de Natal, Paulinho Freire (União Brasil), almeja colocar a capital potiguar no calendário dos grandes eventos juninos do país. “Estou impressionado com o que estou vendo a cada dia de evento. Temos uma equipe experiente nesse tipo de festa, mas nunca poderia imaginar que alcançaríamos essa magnitude. Hoje, já podemos afirmar, sem medo de errar, que Natal tem uma das maiores festas de São João entre as capitais do Brasil”.

Com acesso gratuito, o São João de Natal é coordenado pela Fundação Cultural Capitania das Artes (Funcarte), Secretaria Municipal de Cultura (Secult) e Secretaria Municipal de Turismo (Setur), além de contar com o auxílio de outras pastas.

Blog do BG com AgoraRN

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Economia

Refis Natal 2025 já tem 10 mil adesões; prazo para participar termina em 30 de junho

Foto: Ranile Maria/Jovem Pan News Natal

Pelo menos 10 mil pessoas já aderiram ao Programa de Recuperação Fiscal (REFIS) 2025 promovido pela Prefeitura de Natal. A iniciativa, que oferece descontos especiais para a população quitar débitos junto ao executivo municipal, receberá novas adesões até o próximo dia 30 de junho. A informação foi repassada pelo titular da Secretaria Municipal de Finanças de Natal, Marcelo Oliveira, em entrevista ao Tribuna Livre nesta segunda-feira (16).

O secretário reforça que o programa é uma oportunidade para todos que apresentam débitos tributários junto ao poder executivo, seja relativo ao Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), taxas de lixo, além de multas não necessariamente tributárias.

Um dos principais atrativos da iniciativa é a possibilidade de parcelamento amplo da dívida. Isso porque os contribuintes podem optar por pagamento à vista, com 100% de desconto nos juros e até 90% na multa, ou parcelar em até 60 vezes, com descontos progressivos. Antes, com a possibilidade menor de parcelamento, muitos cidadãos deixavam de aderir à iniciativa ou ficavam inadimplentes.

“As pessoas querem pagar [suas dívidas], pois dever ao município traz transtornos com cobranças administrativas e judiciais. Em última instância, quando o cidadão não oferece nenhuma garantia, o próprio imóvel dele pode ir a leilão. Agora, as pessoas conseguem colocar essas parcelas dentro do orçamento”, esclarece Marcelo Oliveira.

No lançamento do REFIS, em 22 de abril, a Prefeitura projetou que pelo menos 10 mil adesões ao programa seriam realizadas. Faltando 14 dias para o fim do prazo para aderir à iniciativa, o secretário de Finanças esclarece que a meta já foi alcançada e deve ser ampliada para 15 mil até 30 de junho. Isso porque, atualmente, em média, 300 pessoas estão aderindo ao programa por dia nesta reta final, o que representa o dobro da média nas primeiras semanas da iniciativa.

Confira descontos ofertados por quantidade de parcelamentos

  • Até 12 parcelas: 100% de desconto nos juros e 80% de desconto na multa de mora
  • De 13 a 24 parcelas: 100% de desconto nos juros e 70% de desconto
  • De 25 a 36 parcelas: 100% de desconto nos juros e 60% de desconto
  • De 37 a 48 parcelas: 100% de desconto nos juros e 50% de desconto
  • De 49 a 60 parcelas: 100% de desconto nos juros e 40% de desconto

Saiba como aderir ao programa de casa 

Todo o processo pode ser feito de forma prática pelo Portal Directa, (www.directa.natal.rn.gov.br), com autenticação via Gov.br. Também é possível ser atendido via WhatsApp no número (84) 98786-1990 ou presencialmente na Rua Açu, 394 – Tirol.

Os pagamentos podem ser feitos via PIX ou ficha de compensação em qualquer banco e via convênio BB e Caixa. No caso do Banco do Brasil os pagamentos podem ser feitos através de convênio exclusivo sem a necessidade de emissão de boletos, bastando acessar aplicativo BB, terminais ou internet banking na opção Pagamentos – Impostos e Taxas – IPTU – RN – Natal.

Outra inovação do programa é a possibilidade de pagamento com cartão de crédito, ampliando as formas de quitação e facilitando ainda mais a adesão. Nessa modalidade o contribuinte pode aproveitar o desconto máximo à vista e parcelar esse valor no cartão de crédito, por exemplo.

Blog do BG

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Brasil

“Se achando o ditador do Brasil”, diz filho de Gilson Machado sobre Moraes

Foto: Reprodução

O vereador do Recife Gilson Filho (PL) criticou a prisão do pai, o ex-ministro Gilson Machado, decretada e revogada na sexta-feira, 13, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob suspeita de obstrução de Justiça.

“Uma perseguição sem prova nenhuma contra meu pai. Alegaram que ele tentou tirar um passaporte português para Mauro Cid quando, na verdade, ele estava tirando a renovação do passaporte do meu avô, de 85 anos”, afirmou Gilson Filho.

Em pronunciamento, o vereador afirmou que Moraes “está se achando o ditador do Brasil” e contestou as medidas cautelares impostas pelo ministro contra seu pai.

“É isso que Moraes faz no nosso país, ele pega a Constituição e rasga. Ele está se achando o ditador do Brasil”, disse.

“Meu pai não pode sair de Recife e mora em Jaboatão dos Guararapes. Ele não pode ir para o show da banda dele, ele é empresário de banda de forró e tem mais de dez shows marcados. Ele não pode falar com o ex-presidente Bolsonaro”, acrescentou.

Moraes concedeu a liberdade provisória mediante o cumprimento das seguintes medidas cautelares: cancelamento do passaporte; comparecimento quinzenal à Justiça na comarca de origem, às segundas-feiras; Proibição de sair da comarca; Proibição de sair do país; Proibição de contato com demais investigados na PET 12.100/DF, inclusive por meio de terceiros.

Gilson Machado nega todas as acusações de que estava tentando um passaporte português para o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Não matei, não trafiquei droga, não tive contrato com traficante, apenas pedi um passaporte para meu pai, por telefone, aqui, no Consulado Português do Recife, no qual ele foi no outro dia, ele tem 85 anos. No outro dia, eu entrei em contato, ele foi lá no consulado, juntamente com o meu irmão. E o passaporte dele, se ele não recebeu, está para receber, a renovação do passaporte português dele“, disse a jornalistas, quando se dirigia para realizar exame de corpo de delito no IML.

O Antagonista 

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Geral

Câmara acerta votar urgência contra IOF e deve ter mais de 300 votos

Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Os líderes da Câmara dos Deputados definiram nesta 2ª feira (16.jun.2025) votar o requerimento de urgência do PDL (projeto de decreto legislativo) que derruba o decreto que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O acordo feito foi para que o mérito do texto não seja analisado. Vista como um recado de força ao governo, a votação deve ter mais de 300 votos no plenário.

O dispositivo permite que a proposta seja analisada no plenário sem passar pelas comissões temáticas. O presidente da Casa Baixa, Hugo Motta (Republicanos-PB), já havia optado por pautar a urgência depois da insatisfação com a MP (Medida Provisória) do Executivo editada na 4ª feira (11.jun) que aumentou impostos.

Entre as medidas, o Executivo quer taxar investimentos hoje isentos, como a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e a LCI (Letra de Crédito Imobiliário).

Na 4ª feira (11.jun), Motta disse que não está no cargo para “servir a projeto político de ninguém”, em referência ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O acordo foi visto por governistas como um aceno de insatisfação da Câmara sobre liberação de emendas e vetos de Lula. A ideia é pressionar o Planalto.

Segundo apurou o Poder360, o clima da reunião de líderes foi tenso. O líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), ficaram exaltados. Pediam mais tempo e mais diálogo. Como a discussão não andava, Motta optou por encerrar a reunião.

Integrantes do PL afirmam ter 310 votos para aprovar a urgência. Governistas consideram ser uma conta segura. Essa votação expressiva dará munição para os deputados pressionarem por outra votação logo em seguida para derrubar o decreto do IOF. Essa possibilidade é remota, entretanto, mantendo o caráter de recado dos deputados.

O governo, por sua vez, se comprometeu a adiantar o que está atrasado, como as emendas, e a voltar a ter diálogo mais próximo com os líderes.

Votar tudo nesta 2ª feira (16.jun) à noite seria quase um milagre. Ocorre que o IOF só cairá se o Senado também aprovar o decreto legislativo. Nada aponta para isso. Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente da Casa Alta, não quer desagradar ao Planalto por querer negociar novos cargos e indicações no Executivo.

Mais cedo, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que será “inevitável” um novo contingenciamento com corte em emendas, caso o Congresso derrube o decreto.

Até os deputados da base de apoio a Lula, entretanto, avaliam que o decreto do ministro Fernando Haddad (Fazenda) deveria cair. A solução para compensar os cerca de R$ 20 bilhões pode sair das reservas de dividendos da Petrobras (R$ 10,3 bilhões), BB (R$ 2,5 bilhões) e BNDES (R$ 16,1 bilhões).

Motta passou algumas horas com Lula no sábado (14.jun). O petista disse achar estranho pautar o regime de urgência para derrubar o IOF. Motta rebateu que o sentimento era ruim na Câmara e que foi muito constrangedor ter tomado conhecimento que Haddad o criticou veladamente e elogiou Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Casa Baixa.

O ministro fez a declaração em jantar de advogados petistas e simpatizantes do governo Lula.

Haddad ficará fora do trabalho de 16 até 22 de junho. As férias estavam anteriormente marcadas para 11 a 20 de julho.

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Geral

VÍDEO: Filho de homem que agrediu criança em festa junina é expulso de escola

O colégio particular de Vicente Pires que foi palco de uma agressão a uma criança de 4 anos, durante a festa junina no último domingo (15/6), anunciou, nesta segunda-feira (16/6), que a família do agressor foi desvinculada da instituição. A decisão inclui a expulsão do filho do homem responsável pelo ataque, que também era aluno da unidade de ensino.

Em nota de repúdio, a escola classificou a medida como um “posicionamento claro e definitivo” diante da gravidade do episódio. “Nossa escola não compactua e jamais compactuará com qualquer forma de violência”, afirma o comunicado.

O que aconteceu

  • Durante a festa junina em um colégio em Vicente Pires (DF), Douglas Parisio pulou o alambrado e invadiu o palco onde crianças se apresentavam.
  • No palco, ele agrediu um menino de 4 anos, derrubando-o ao chão e o segurando pelo pescoço, causando pânico entre pais e alunos.
  • Revoltados com a cena, pais que assistiam à apresentação dos filhos imobilizaram Douglas e o afastaram para a lateral do palco.
  • A agente da Polícia Civil Mariane Barbosa, que acompanhava a festa como mãe, se identificou como policial e deu voz de prisão a Douglas.
  • Ele reagiu à abordagem e desferiu um tapa no rosto da policial.
  • Equipes da Divisão de Operações Especiais (DOE) da PCDF e da Polícia Militar foram acionadas e chegaram rapidamente ao local.
  • De acordo com a defesa do agressor, o filho do homem estaria sendo alvo de agressões físicas e psicológicas por parte da criança agredida. A família afirma que já havia alertado a direção da escola diversas vezes, sem que medidas eficazes fossem tomadas.

A instituição também informou que está adotando novas medidas de segurança, incluindo a contratação de vigilância extra para o setor da Educação Infantil. O objetivo, segundo a direção, é reforçar a proteção dos alunos e garantir a tranquilidade das famílias.

Metrópoles

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