Economia

Bovespa despenca quase 14% após 5º ‘circuit breaker’ em 6 pregões

Foto: Arte/G1

O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, despencou novamente nesta segunda-feira (16) e chegou a ter os negócios interrompidos logo na abertura, em meio a dúvidas nos mercados globais sobre a eficácia das medidas anunciadas pelo Federal Reserve (FED) e outros bancos centrais e temores sobre a dimensão dos impactos da pandemia de coronavírus na economia.

O Ibovespa fechou com queda de 13,92%, a 71.168 pontos. Durante o pregão desta segunda, o índice chegou a tombar mais de 14%, a 70.854 pontos, a mínima da sessão. Veja mais cotações.

No acumulado no ano, a perda na Bolsa chega a 36%.

Às 10h24, quando o índice registrou queda de 12,53%, foi acionado o “circuit breaker” – mecanismo da B3 que interrompe as negociações por 30 minutos quando a queda chega a 10%. Se a queda chegar a 15% ao longo do dia, as negociações serão interrompidas novamente, dessa vez por 1 hora.

Foi a 5ª vez em 6 pregões que as negociações foram interrompidas na B3. Antes mesmo da abertura do pregão, o contrato futuro do Ibovespa já caía 10%, já sinalizando que ocorreria um novo “circuit breaker”.

Já o dólar fechou em forte alta e bateu R$ 5,0612.

Cenário externo

Na véspera, o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) anunciou, em pleno domingo, a redução da taxa de juros dos Estados Unidos para a faixa de 0% a 0,25%, o que agravou os temores sobre o impacto econômico da pandemia. Foi o segundo corte de juros em menos de duas semanas. A instituição também anunciou um programa de compra de US$ 500 bilhões em títulos do Tesouro e de US$ 200 bilhões em valores hipotecários.

Em nota a clientes, o Credit Suisse destacou que esses estímulos emergenciais são medidas fortes, que fazem sentido dada a rápida deterioração econômica como consequência do surto do Covid-19, mas que o mercado parece estar mais cético e negativo.

Na China, dados oficiais mostraram um tombo maior do que o previsto na economia. A produção industrial na China caiu 13,5% em ritmo anual nos 2 primeiros meses do ano, na primeira contração em quase 30 anos. Já as vendas no varejo recuaram 20,5% na comparação com os dois primeiros meses de 2019.

Na Europa, os principais índices de ações despencaram a mínimas desde 2012, com França e Espanha liderando as perdas após se juntarem à Itália com a imposição de quarentena nacional.

Na Bolsa de Nova York, também foi acionado o ‘circuit breaker’ e os índices tinham queda ao redor de 8%. Já o preço do barril de petróleo Brent tombava 10%, a US$ 30,22.

“As sequelas do Covid-19 já se fazem presentes na economia global e devem se ampliar ainda mais nas economias da Zona do Euro, EUA e aqui no Brasil, com risco de estarmos próximos de uma recessão global”, destacou a equipe da Mirae Asset, em relatório a clientes, citando também o acirramento do confronto entre Executivo e Legislativo no país.

Expectativa de corte de juros no Brasil

No Brasil, as atenções da semana se voltam para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que anuncia na quarta-feira (18) a nova taxa básica de juros. Com a decisão do Fed, aumentam as apostas do mercado de um novo corte na Selic, atualmente em 4,25%.

O mercado reduziu para 1,68% a estimativa de crescimento do PIB em 2020, segundo o boletim Focus do BC, divulgado nesta segunda. Os analistas também passaram a prever um corte da taxa básica de juros nesta semana, dos atuais 4,25% para 4% ao ano.

Segundo informou o Blog do João Borges, o Ministério da Economia já discute as várias alternativas para aumentar a disponibilidade de recursos para enfrentar a emergência da saúde das pessoas e da economia por causa do coronavírus. Uma delas é elevar o déficit fiscal previsto para este ano, que é de R$ 124 bilhões.

G1

 

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