Finanças

A briga pelos bens de Marielle Franco; desavenças entre familiares e a viúva Mônica são antigas

Anielle Franco, irmã de Marielle, reclamou de a viúva Mônica ser a protagonista das manifestações pela memória da vereadora. Foto: Ricardo Moraes / Reuters

As desavenças em torno do legado e da imagem icônica de Marielle Franco já não permitem que os dois lados dessa querela convivam na mesma agenda pública, como ficou claro no desfile das escolas do Grupo Especial na Sapucaí. Dona Marinete da Silva, a mãe, e família saíram na Unidos de Vila Isabel; Mônica Benício, a viúva, desfilou na Mangueira, que se sagrou campeã com o enredo “História para ninar gente grande”, criado pelo carnavalesco Leandro Vieira em exaltação aos líderes que influenciaram a história do Brasil, especialmente índios e negros.

Ao ser questionado sobre o motivo de não terem sido convidados pela verde e rosa, o pai de Marielle, Antonio Francisco da Silva Neto, devolveu a pergunta: “As pessoas têm me perguntado isso a todo momento. Como a escola que tem o samba-enredo sobre Marielle não convida a mãe, a filha e a irmã, parentes consanguíneos dela? Eu respondo: ‘Perguntem ao pessoal da Mangueira’”.

“É isso: nego surfando na onda. Isso é muito triste para uma mãe. Minha filha é maior que tudo isso. Todos e todas que usam o nome ou a história para tirar proveito. Não reconhecem a grandeza da filha que criei e formei para o mundo. Estão plantando agora, mas a colheita vem com certeza. Nunca mais essa família será a mesma, mas somos fortes, somos resistência. Foi que passei para ela. Vamos continuar lutando como fizemos toda nossa vida”, concluiu Marinete, nas redes sociais, ao deixar claro que o Carnaval deste ano era motivo de dor profunda, marcado pela lembrança de Marielle, no ano anterior, fazendo campanha do “não é não”.

O recado de dona Marinete tinha um alvo: ela não reconhece em Mônica uma pessoa autorizada a falar em nome da família. Discorda de suas posições. Não aceita que a viúva circule com independência e sustente um discurso cada vez mais afiado contra a impunidade dos mandantes do assassinato.

As desavenças entre familiares de Marielle e a viúva Mônica são mais antigas do que este desfile de carnaval. Por causa das diferenças, Mônica passou por pelo menos três situações delicadas. A primeira foi quando alguém da família achou pequena a quantia encontrada na conta bancária de Marielle. Depois, no dia em que parentes da vereadora levaram de casa a maioria dos pertences pessoais da parlamentar, sem pedir licença. Por fim, quando foi cobrada pela devolução do carro de Marielle, cuja entrega só havia atrasado por falta de tempo e por uma cisma da arquiteta de que teria de entregar o veículo limpo e revisado. Fora isso, só restou a Mônica o direito a uma parte da pensão previdenciária. Parlamentares do PSOL intermediaram o pagamento de bolsa da Open Society para a família, assegurando benefícios de R$ 300 mil por oito anos, numa tentativa de atenuar conflitos pela herança da vereadora.

O PSOL tentou até onde foi possível esconder a briga. Dona Marinete, em mais de uma ocasião, reclamou ao próprio deputado Marcelo Freixo que colocasse um freio na agenda pública de Mônica Benício. Um dos raros momentos de harmonia entre os dois lados da família ocorreu no show do cantor inglês Roger Waters, no Maracanã, dia 24 de outubro, quando Mônica, Anielle, irmã, e Luyara, filha de Marielle, subiram ao palco juntas, para uma homenagem à vereadora. Depois disso, não acertaram mais o passo.

Leia em ÉPOCA a reportagem completa sobre as desavenças entre a viúva e a família de Marielle Franco em torno da projeção política de Mônica e da herança de Marielle. (Exclusivo para assinantes)

Opinião dos leitores

  1. A opção sexual dela não me interessa , mas o pagamento da pensão e de bolsa da Open Society para a família, assegurando benefícios de R$ 300 mil por oito anos, me interessa muito sair do nosso bolso. A corda gente!!!!

  2. Não sou contra a polícia desvendar o mistério que envolve a morte de Marielle não. Sou contra a palhaçada que estão fazendo e indeusando este caso, será que o motorista não tinha vida? Será que até então, ninguém ouvia se falar em Marielle e hoje porquê o PT está fora do poder, quer atribuir o caso, ao novo governo? Porquê o caso Daniel, até hoje é um mistério? Inclusive era no governo do PT.

  3. A própria família briga por dinheiro… Deveriam aplicar igualdade para todos e distribuir os bens aos mais necessitados, assim Marielle pregava, igualdade para todos!

  4. Engraçado que uma das lutas pela proteçao dos direitos LGBT é justamente essa, quando uns dos conjugue e morre, a Família vem e pega tudo, como se a outra pessoa, fosse uma leprosa e nem devia esta junto com o seu ente

  5. JOÃO MARIA, VAI DIZER QUE EM SUA FAMÍA NÃO TEM SAPATÃO? ORA, ORA…! ISSO É COMO GELADEIRA E FOGÃO SEU BABACA, TODA CASA TEM!!! VAI MORDER A LÍNGUA…

  6. Essa ilustre desconhecida que não deveria ter sido morta, assim continuaria no anonimato, tem tanta gente que morreu e ninguém diz nada.

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