Política

Outros quatro ministros entregam carta de demissão ao governo

Além da ministra Marta Suplicy (Cultura), outros quatro ministros também entregaram sua carta de demissão ao Palácio do Planalto até esta terça-feira (11): Mauro Borges (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Thomas Traummann (Secretaria de Comunicação), Clélio Campolina (Ciência e Tecnologia) e José Henrique Paim (Educação).

A diferença entre eles é que Marta Suplicy já fez um almoço de despedida de sua equipe nesta quarta (12) e disse a assessores que não pretende mais despachar do seu ministério. Os outros continuam trabalhando aguardando uma decisão da presidente Dilma, que está em viagem ao exterior.

Ela pode tanto trocar alguns de seus nomes ainda neste primeiro mandato, como deixar que todos terminem o ano no cargo, promovendo as trocas apenas quando tomar posse para os próximos quatro anos.

As cartas entregues ao Planalto, à exceção da encaminhada por Marta Suplicy, seguem o estilo protocolar, colocando os cargos à disposição.

A ministra da Cultura optou por fazer uma carta num tom diferente, com críticas indiretas à presidente Dilma, principalmente na condução da política econômica. A petista paulista desejou que a presidente seja “iluminada” ao escolher sua próxima equipe econômica e que opte por um ministro independente, capaz de resgatar a credibilidade e confiança do país.

BORGES

Mauro Borges disse nesta quarta que a entrega do cargo é um “procedimento natural em um governo de transição”.

Segundo ele, “é natural que os ministros deixem a presidenta à vontade para ela montar o seu ministério no segundo mandato”.

“Isso é absolutamente salutar. É parte da democracia. Considero isso um fato absolutamente positivo”, afirmou o ministro após participar de um evento de comemoração dos dez anos da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).

A Casa Civil sugeriu à equipe da presidente Dilma que encaminhasse cartas colocando os cargos à disposição. Até o momento, nem todos estariam dispostos a acatar a sugestão do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), que está auxiliando a presidente a montar seu próximo governo.

Folha Press

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Diversos

Santander envia carta a correntistas desculpando-se por críticas ao governo

Após sofrer críticas por uma carta em que relacionava o desempenho de Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas eleitorais à alta das ações de empresas estatais, o banco Santander enviou na terça-feira (29) nova missiva aos correntistas desculpando-se e afirmando que suas análises são feitas “sem qualquer viés político ou partidário”.

Assinada pelo vice-presidente executivo sênior do varejo, Conrado Engel, a mensagem repete os argumentos que o banco havia divulgado, anteriormente, à imprensa. “Esclarecemos que, de forma alguma, a nota reflete uma posição do banco com relação ao cenário político, e pedimos desculpa se seu teor dá margem a interpretações nesse sentido.”

No mesmo dia em que o Santander enviou a segunda carta a seus correntistas “select” -com rendimentos acima de R$ 10 mil mensais-, o presidente do banco, Emilio Botín, afirmou que o analista responsável pelo texto polêmico fora demitido.

“Enviamos uma carta à presidente [Dilma]. A pessoa tinha que ser demitida porque fez coisa errada”, disse Botín a jornalistas. “[O informe] É a opinião de um analista, não é a opinião do Santander. Nós tomamos as medidas necessárias.”

REAÇÃO

Questionada sobre o assunto em sabatina realizada na segunda-feira (28) pela Folha de S.Paulo, pelo portal UOL (ambos do Grupo Folha), pelo SBT e pela rádio Jovem Pan, a candidata do PT à reeleição classificou de “lamentável” e “inadmissível” a recomendação do Santander a seus correntistas.

“Eu acho que é inadmissível aceitar qualquer nível de interferência de qualquer integrante do sistema financeiro de forma institucional na atividade eleitoral e política”, afirmou.

“A pessoa que escreveu a mensagem [do Santander] fez isso sim e isso é lamentável. Isso é inadmissível pra qualquer, eu diria qualquer, candidato. Seja eu ou qualquer outro”, relatou ela, acrescentando que tomará uma “atitude bastante clara em relação ao banco”.

Também na segunda (28), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o analista responsável pelo texto “não entende porra nenhuma de Brasil”.

A fala ocorreu em discurso na 14º plenária da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Lula ressaltou que não há outro país em que o Santander lucre tanto como no Brasil e questionou ainda o fato de a funcionária que escreveu o informe ter chegado a um cargo de chefia.

“Essa moça que falou [isso] não entende porra nenhuma de Brasil e de governo Dilma Rousseff. Manter uma mulher dessas em cargo de chefia é sinceramente… Pode mandar embora e dar o bônus dela pra mim, que eu sei como é que eu falo”, criticou.

A íntegra da carta abaixo:

“Prezado cliente,

O seu extrato mensal do mês de julho trouxe, na coluna “Você e Seu Dinheiro”, um texto contendo comentários sobre a evolução da economia no contexto de pesquisas eleitorais. Esclarecemos que, de forma alguma, a nota reflete uma posição do banco com relação ao cenário político, e pedimos desculpa se seu teor dá margem a interpretações nesse sentido.

O Santander adota critérios exclusivamente técnicos em todas as análises econômicas, que ficam restritas à discussão de variáveis que possam afetar os investimentos dos correntistas, sem qualquer viés político ou partidário. Foram tomadas providências para assegurar que nenhum futuro comunicado dê margem a interpretações diversas dessa orientação.

Mais uma vez, lamentamos profundamente qualquer mal-entendido que possa ter sido provocado pelo referido texto. Permanecemos à sua disposição para qualquer esclarecimento adicional.

Atenciosamente,

Conrado Engel

Vice-Presidente Executivo Sênior do Varejo”

Folha Press

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