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Ao mesmo tempo que reprime, prisão brasileira permite armas, cozinha e maconha, diz antropóloga

A prisão brasileira é “uma coisa muito louca”, descreve a antropóloga e pesquisadora em violência Alba Zaluar. Ela explica: ao mesmo tempo que enjaula e oferece condições degradantes, o sistema carcerário do país permite armas, drogas e até a produção de bebidas alcoólicas – às vezes vendidas nas cantinas das unidades.

“As prisões brasileiras não têm nada a ver com essa visão foucaultiana, da disciplinarização, da possibilidade de vigiar tudo. Aqui no Rio, presos constroem as próprias celas, e a cantina vende de tudo: fogãozinho, gelo para colocar no isopor. O pessoal cozinha nas celas.”

Uma das primeiras a estudar a infiltração do narcotráfico nas comunidades pobres do Rio, Zaluar diz que a conivência com a entrada de maconha e outras substâncias que alteram o estado de consciência são formas de aliviar a tensão desses lugares “explosivos”, onde rebeliões como a do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), próximo a Manaus, são “mais do que esperadas”. Durante mais de 17 horas de motim, 56 presos morreram.

A fórmula que cria o conflito, conta a antropóloga à BBC Brasil, é clara: superpopulação, rivalidade entre facções, circunstâncias desumanas e um sentimento generalizado de injustiça.

Leia aqui os principais trechos da entrevista.

BBC Brasil

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