Jornalistas, apresentadores e repórteres do Rio Grande do Norte trabalharam de roupas pretas nas redações e nos programas de TV nesta quarta-feira (10) em protesto contra o piso salarial para profissionais de imprensa do Estado, o mais baixo do Brasil. Ontem, eles anunciaram estado de paralisação, com protestos a qualquer momento e possibilidade de greve se não houver reajuste.
“Fizemos um dia de luto em revolta para marcar a paralisação. A insatisfação é geral. Vamos fazer manifestações-surpresa para incomodar os patrões”, disse o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte, Breno Perruci. “Se eles nos receberem com retaliação e não atenderem às nossas reivindicações, podemos fazer greve”, completou.
Profissionais de todos os veículos de comunicação apoiaram a causa. Na InterTV Cabugi, afiliada da Globo, os apresentadores Matheus Magalhães e Lidia Pace ancoraram o RN TV vestindo preto, e os produtores e editores trabalharam com roupas escuras. O protesto também atingiu a TV Ponta Negra (SBT), TV Tropical (Record) e Band Natal, além dos jornais, portais e rádios do Estado.
Cerca de 1.200 jornalistas trabalham no Rio Grande do Norte e têm o pior piso salarial do Brasil: R$ 1.225,80. Os profissionais defendem quase o dobro de aumento, para três salários mínimos (R$ 2.172,00), e benefícios como vale-alimentação, auxílio-creche, licença-maternidade de seis meses e vale-cultura. As empresas de comunicação, entretanto, ofereceram 6% de aumento e revoltaram os trabalhadores.
Em assembleia realizada nesta quarta, os profissionais recusaram a proposta, anunciaram estado de paralisação e decidiram usar roupas pretas. Diferentemente do estado de greve, quando há interrupção total dos trabalhos, o de paralisação prevê protestos a qualquer hora.
Desde setembro, jornalistas e empresas brigam pelos salários. Como não houve negociação, eles entraram em dissídio coletivo. A partir desta quinta (11), o caso sairá da Superintendência Regional do Trabalho para a Justiça do Trabalho do Rio Grande do Norte, que definirá se haverá ou não reajuste salarial aos trabalhadores.
INDIGNADO, SINDICATO FALA EM VERGONHA FAZ CONVOCAÇÃO
Hoje (10/12/14) encerramos as negociações da nossa campanha salarial desse ano e como não chegamos a um acordo, a situação será levada a dissídio na justiça do trabalho.
O nosso piso salarial atual é de R$ 1.225,80 (O PIOR DO BRASIL) e na nossa proposta defendemos que o piso fosse de 3 salários mínimos, o que corresponde a R$ 2.172. Nas cláusulas sociais, pedimos auxílio-alimentação, auxílio-creche, vale-cultura (de R$ 50 e subsidiado pelo governo federal), plano de cargos, carreira e salários e ampliação da licença maternidade de 4 para 6 meses.
Os patrões simplesmente não aceitaram nem negociar nenhumas dessas cláusulas e absurdamente ainda apresentaram a proposta de reajuste de apenas 6% (menor que a inflação). Vejam bem, 6%, é simplesmente uma VERGONHA para nós que já temos a VERGONHA maior de recebermos o pior salário do Brasil.
Pois bem, em assembleia, a categoria decidiu por unanimidade dos presentes, NÃO ACEITAR ESSA ESMOLA que nos foi proposta. E na assembleia nós também decidimos por unanimidade, entrar a partir de agora, em ESTADO DE PARALISAÇÃO.
Ou seja, nossa negociação salarial vai a dissídio, mas dessa vez não vamos aceitar passíveis e vamos agir. Os patrões vão assistir um novo comportamento da nossa categoria que não admite mais ser humilhada.
Portanto, nesta quinta-feira (11/12/14) teremos uma nova assembleia geral e aqui convocamos todos os colegas que estão nas redações, nas assessorias, como autônomos, nos órgãos públicos, enfim. Venham fazer parte dessa luta, porque agora é hora de encorparmos nossa própria decisão. Vamos definir como agir e por onde começar. Temos a chance de fazer história e faremos.
Breno Perruci.
Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RN.
Jornalista no RN não é mais que porta voz do grupo político dono do jornal ou TV que o emprega. Assim sendo talvez fosse o caso de ver o salário de porta voz para depois pedir aumento.
Grande Claudio David, respeito sua opção meu amigo, mas prefiro lutar pela carreira que abracei por vocação, só que não lutar apenas da boca pra fora, lutar meeeesmo. Já você caríssimo Elves Alves, não merece nem que comente, nem que eu gaste meu fraquíssimo português. Você com certeza está muitos níveis acima.
É mais fácil arrumar outra ocupação, mudar de ramo… foi o que eu fiz!
Cláudio David de Souza
ex-jornalista e formando em Direito/UFRN
O pior é que a maioria dos jornalistas potiguares não tem talento, escrevem mal e porcamente, são destituídos de 'faro' e padecem de indigência de criatividade. Numa palavra, o jornalismo do RN há muito que faliu, é apenas um cadáver insepulto. Se o consumidor final de notícias sabe disso, imagine a classe patronal desses espancadores do verbo.