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Cresce o número de casos de infecção transmitida por gatos

2015_843585744-2015082539388.jpg_20150825Foto: Nina Lima / Agência O Globo

Uma doença de nome difícil: esporotricose. O mal, que é transmitido por gatos aos humanos, tem se espalhado pelo estado. Segundo a Superintendência de Vigilância Epidemiológica da Secretaria estadual de Saúde, no ano passado foram feitas 982 notificações da doença, o que representou um aumento de 20% em relação a 2014, quando foram registrados 818 casos. Este ano, até 2 de junho, foram 226.

Causada pelo fungo Sporothrix schenckii, a esporotricose é uma micose que se instala na pele e costuma ser transmitida por gatos aos humanos.

— O fungo causava a doença em pessoas que mexiam com terra ou planta contaminadas. Mas, de 1998 para cá, esse padrão mudou. As pessoas com a doença começaram a chegar à Fiocruz após serem mordidas ou arranhadas por gatos infectados. Quando a transmissão era através da terra, atendíamos de um a dois casos por ano. A quantidade de fungos na terra é menor e mais diluída. O gato concentra muito fungo, que vai se multiplicando — detalha Dayvison Freitas, pesquisador em dermatologia infecciosa do Instituto Evandro Chagas, da Fiocruz, e doutor em medicina tropical.

NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA

Os pacientes eram atendidos na Fiocruz, em Manguinhos, mas, após o aumento do número de casos, o controle passou a ser feito pelo estado. O quadro é tão sério que, a partir de 2013, a notificação de casos em humanos atendidos em unidades públicas ou consultórios particulares passou a ser obrigatória no Rio. Segundo o estado, apesar do avanço da doença, por falta de série histórica, não é possível afirmar que há uma epidemia.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia no Rio de Janeiro, Egon Daxbacher, explica que a esporotricose é uma micose profunda e, por isso, é transmitida apenas pela mordida ou pelo arranhão do gato.

— É uma lesão em forma de caroços, que podem aumentar em número, sempre em linha reta. Eles costumam ser vermelhos, quentes e inflamar, gerando pus.

Chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatozoonoses em Animais Domésticos do INI/Fiocruz, Sandro Pereira afirma que gatos contaminados apresentam ferimentos, principalmente na cabeça, nas patas e na cauda.

— A maioria dos animais que atendemos reside em casas e tem por hábito passear nas redondezas. Nesses passeios, eles podem, em uma briga, contrair o fungo de um gato doente.

Dayvison Freitas destaca que a culpa pela proliferação da doença não é do gato:

— Ele é a maior vítima: adoece e precisa do humano para cuidar dele. É preciso que medidas de saúde pública sejam implantadas para levar os gatos doentes para abrigos e tratá-los.

DIAGNÓSTICO É FEITO POR ANÁLISE CLÍNICA

Causada pelo fungo Sporothrix schenckii, a esporotricose é uma micose que pode afetar animais e humanos. Não há vacina ou qualquer medicamento preventivo. A transmissão para o homem ocorre por meio de arranhões e mordidas do gato.

Sinais de contaminação em humanos aparecem, na maioria das vezes, em forma de lesões na pele, que começam com um pequeno caroço vermelho e podem evoluir para uma ferida. Geralmente, surgem nos braços, nas pernas e no rosto, formando uma fileira de caroços ou feridas. Nesses casos, donos de animais infectados devem procurar imediatamente o dermatologista.

O diagnóstico nos bichos é feito por um veterinário, por meio de análise clínica. O fungo pode ser encontrado em terra úmida e, para evitar o contágio, as pessoas devem usar luvas.

Para prevenir a contaminação do gato, o ideal é manter o animal restrito, em casa ou no quintal, sem acesso à rua, onde ele pode ter contato com felinos infectados.

Os bichos contaminados espirram com frequência e têm feridas, principalmente na cabeça. Mas os machucados podem surgir também nas patas e no rabo. As lesões são profundas, não cicatrizam, têm pus e se espalham para o restante do corpo. O animal perde apetite, fica apático e pode ter secreção nasal. O tratamento do gato e do humano contaminados é com comprimido antifúngico e dura, em média, de 4 a 6 meses.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Gato é um animal bonito, carinhoso mas representa muitos perigos a saúde, principalmente das crianças.

    Há pesquisas que vinculam diretamente várias doenças entre pessoas que têm gatos… por exemplo: 50% das pessoas que desenvolvem esquizofrenia tiveram gatos na infância.

    Então, se tem criança em casa, nada de gato, combinado?

  2. Muito mais doenças graves são transmitidas pelos humanos imundos! Esses sim, devem ser evitados.

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