Denúncia

Deficiente físico é humilhado em agência do HSBC em Natal; prestou queixa

Uma situação constrangedora aconteceu no banco HSBC da Avenida Prudente de Morais, em Lagoa Nova, sem que a reparação tenha sido devidamente feita ao cliente que deve sua moral jogada na lama pela truculência do serviço de segurança, que já pode ser substituído.

Na sexta-feira passada, acompanhado por sua irmã, o bacharel em Direito Eduardo Pacheco Ramos precisou ir à agência do HSBC descontar um cheque. O primeiro problemas já foi detectado na vaga destinada aos deficientes físicos, ocupada por veículo sem identificação.

Mas foi dentro da agência que a dor de cabeça mesmo veio. Deficiente físico, ele alertou à segurança (da empresa Nordeste) de que necessitaria passar pela porta destinada a esse público, algo que lhe foi negado porque ele não é cliente especificamente daquela agência.

Eduardo foi aconselhado pela segurança a passar pela porta giratória. Ele alertou que seria inviável porque, em razão de sua perna metálica, a trava seria acionada, algo que, de fato, aconteceu por três vezes, não tendo os seguranças, ainda assim, se sensibilizado e aberto a passagem para deficientes.

Os seguranças insistiram na negativa sob o argumento de que a porta era apenas para cadeirantes. É um pensamento demasiado quadrado – quase quadrúpede – tomar a simbologia para deficientes como algo exclusivo dos cadeirantes. Foi esse o procedimento adotado pela segurança do HSBC, relatou Eduardo.

A essa altura, os clientes da área de autoatendimento começaram a se indignar com o caso. Um deles se solidarizou com Eduardo e se prontificou a testemunhar contra a abordagem do banco.

Indignado, Eduardo sacou seu celular e foi tentar fazer imagens dos seguranças, tendo sido ameaçado por um deles. Do lado de dentro da agência, dois funcionários do banco acorreram como bombeiros da situação e abriram a porta para deficientes. Eduardo passou.

Segundo ele, o atendimento do banco foi de uma presteza digna de registro. O mesmo não se pode observar na volta. Os mesmos seguranças se negaram a abrir a porta para que ele saísse.

Eduardo se aproximou de um para identifica-lo. “João Maria, é o nome do segurança que, quando cheguei perto, ele colocou a mão na arma e disse que  eu queria aparecer”, queixa-se o bacharel em Direito.

Testemunha do tudo, o cliente Wilton Alves externou sua indignação conclamando que outros cidadãos presentes se colocassem à disposição para prestar testemunho e esclarecimentos contra o HSBC, um deles era o também deficiente físico Gillney, que usa metais internos na sua perna e que na ocasião se dispôs a colaborar.

“Desorientado, recebi a ligação de meu advogado que me instruiu a comparecer à unidade policial mais próxima e registrar um B. O. Fiz isso e espero reparar o direito judicialmente, para que fatos dessa natureza não mais aconteçam; principalmente quando se discute temas importantes de cidadania e inclusão social como direito de todos”, avalia Eduardo.

Opinião dos leitores

  1. Até quando a ignorância com os direitos iguais, que na verdade deveria ser desigual, com prevalecente pelos mais debilitados e carente?

  2. não é novidade desrespeito a cadeirantes, deficientes físicos, idosos….
    eu que faço parte de grupo, sei o que sofremos todos.
    falta de educação, ruindade, falta de punição, é isso que estimula.
    denunciar e cobrar direitos , ainda é o que podemos fazer !!!

  3. Está claro que as fotos não foram tiradas no momento que o ABSURDO aconteceu como "A_mexicana" percebeu, mas E DAÍ? Creio eu, que essas fotos foram efetuadas com o intuito de serem postadas nesse blog, e não importa o se as fotos foram no momento ou não, até porque não foi relatado que foram.. o que REALMENTE importa é o que aconteceu, que foi um enorme absurdo! E acho que as pessoas deveriam prestar atenção neste fato gravíssimo e não em detalhes significantes…

  4. Isso é o resultado da deficiência na educação do País, cuja altgernativa é contratar trogloditas para a segurança e meter mêdo pelo físico. Vá em frente e entre com a ação competente por danos morais.
    Com o respeito de carlos de Miranda Gomes, advogado

  5. Fatos como esse ocorrem com frequencia, após o B.O. entre na justiça por seus direitos, pelo menos serve de exemplo para outros bancos.
    Juliel

  6. Eduardo coloque um processo para valer contra o banco, assim não é possível que um banco não possa treinar seus funcionários ou terceirizados para uma situação como essa. Vá em frente

  7. Realmente um situação absurda!!
    Caro Eduardo Pacheco, como deficiente, não deixe que isso fique em pune. Como bacharel, corra atrás dos seus direitos como consumidor, sobretudo por ter sido desrespeitado e humilhado. Tenho certeza que conseguirá êxito!

    Boa sorte!

  8. Absurda essa situação! Agora, não menos absurda é situação constrangedora pela qual inúmeros deficientes passam todos os dias e que na matéria foi tratada como um detalhe a mais, que é o desrespeito às vagas reservadas nos estacionamentos para os portadores de necessidades especiais. Em todos os lugares, gente que se diz muito importante e educada comete esse abuso sem o menor constrangimento. Pelo contrário, quando contestadas ainda se acham no direito de dizer alguns desaforos a quem vai reclamar. Outro dia eu fui à agência do Banco do Brasil da Av. Afonso Pena e, o estacionamento estava cheio, restando apenas uma vaga para deficiente, peguei meu carro e fui estacionar em outro lugar, só achando vaga em frente à Athlética. Tudo bem, andar debaixo da "lua" que tem feito nos últimos dias não é um negócio muito bom, mas também não vou morrer por isso. No entanto, ao passar em frente ao estacionamento do banco, vi um sujeito descer de sua Pajero (uma Full, novinha em folha) e andar muito bem e satisfeito até o banco, depois de ter deixado o carro na vaga de deficiente no estacionamento da agência. Quando questionei ao porteiro do estacionamento sobre aquilo, ele apenas me disse que, quando reclama com alguém, a pessoa o ignora ou mesmo o diz alguns desaforos. Longe de defender a atitude absurda dos seguranças do HSBC, faço este relato apenas que vejamos o quanto os deficientes são desrespeitados cotidianamente sem que façamos nada, ou quase nada, quando quem comete o abuso é "um de nós". Agora, quando o abuso é cometido por quem, em tese, deveria nos servir, aí não, aí é diferente, nossa indignação dica à flor da pele. BG, te deixo uma sugestão, comece uma campanha neste teu blog tão acessado para que possamos envergonhar todos aqueles que estacionam indevidamente nas vagas reservadas. Tire foto dos carros, publique o nome dos donos, quem sabe assim teremos uma cidade mais civilizada.

    1. Meio estranho isso. As fotos parecem ter sido  tiradas num fim de semana, haja visto que não há ninguém por perto, nem mesmo os seguranças que ficam logo atrás da porta. Muito incomum, em se tratando de Banco, que não se observe nenhum movimento. Acho que todos, independente de ter ou não limitações, devem ter bem tratados em qualquer lugar que seja. Perdoe-me, senhor Eduardo, mas eu estava sacando dinheiro no caixa eletrônico no momento em que isto aconteceu e tinha bastante gente ao redor. Nas suas fotos, não aparece ninguém, além do senhor. Muito estranho isso!

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