Economia

Contas do governo têm pior mês de julho desde 1997. Déficit: R$ 7,2 bi

CNb59fVUEAAWdxBA arrecadação em queda livre e o engessamento das despesas levaram o governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) a registrar mais um déficit primário em 2015. Em julho, os gastos superaram as receitas em R$ 7,2 bilhões e a equipe econômica não conseguiu poupar nada para pagar juros da dívida pública. Esse é o terceiro déficit consecutivo do ano e o pior resultado para o mês registrado na série histórica do Tesouro, iniciada em 1997.

A mediana das estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg indicava um resultado negativo de R$ 6,8 bilhões. Portanto, o déficit primário do governo central em julho foi pior do que a expectativa.

Entre janeiro e julho, o governo central acumulou um déficit primário de R$ 9,1 bilhões. Esse também é o pior desempenho da série do Tesouro para os sete primeiros meses do ano. Os números indicam que será muito difícil para a equipe econômica conseguir atingir a meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) proposta para o setor público consolidado em 2015, de R$ 8,7 bilhões, ou 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país). Para o governo central, a meta é de R$ 5,8 bilhões, ou 0,1% do PIB.

Segundo relatório divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Fazenda, a receita do governo central somou R$ 619,1 bilhões até julho, o que representa uma queda real da de 3,7% em relação ao mesmo período em 2014. Enquanto isso, a despesa atingiu R$ 627,8 bilhões, com leve alta de 0,4% na mesma comparação.

GASTOS COM SUBSÍDIOS CRESCERAM R$ 12,4 BILHÕES

O documento mostra que, em 2015, houve diminuição do recolhimento de tributos importantes como o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). Além disso, foi observada uma retração nas receitas com dividendos (-R$ 8,2 bilhões) e com a participação especial pela exploração de petróleo e gás (-R$ 10,2 bilhões) em função da queda no preço internacional do petróleo.

Do lado das despesas, o governo reduziu gastos com investimentos e com auxílio à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Mas foi obrigado a desembolsar mais com subsídios e subvenções, especialmente para o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do BNDES. Esses gastos tiveram uma alta de R$ 12,6 bilhões, sendo R$ 7,4 bilhões somente para o PSI.

Houve ainda um incremento das despesas com Previdência Social. Essa conta chegou a R$ 239,3 bilhões e cresceu 2,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o relatório, esse comportamento se deveu principalmente ao aumento do número de benefícios pagos (3,1%).

SECRETÁRIO DO TESOURO INDICA FIM DAS PEDALADAS FISCAIS

Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, os resultados fiscais negativos de julho e do ano foram bastante expressivos, mas isso não significa que o governo não esteja fazendo ajuste fiscal. Ele fez questão de ressaltar o aumento dos gastos com subsídios e subvenções:

— Tivemos um pagamento de R$ 7,2 bilhões com subsídios e subvenções em julho. Esse é exatamente o déficit que tivemos em julho.

A declaração de Saintive faz parte de um esforço da equipe do ministro Joaquim Levy para mostrar o fim das chamadas “pedaladas fiscais”. Essas manobras, que significaram adiar o pagamento de despesas para tentar melhorar artificialmente o resultado das contas públicas, foram muito usadas nos últimos anos pelo ex-secretário do Tesouro, Arno Augustin. Isso deteriorou a política fiscal e contribuiu para a redução da nota brasileira pelas agências de classificação de risco:

— Estamos buscando dar o tratamento adequado e fazer o pagamento tempestivo dessas despesas. Quando fazemos pagamentos e damos previsibilidade a eles, estamos melhorando expectativas e isso mostra uma mudança de sinal em relação à economia — disse o secretário.

Embora o resultado do governo central em 12 meses seja um déficit primário de R$ 43,9 bilhões, Saintive afirmou que a equipe econômica continua perseguindo a meta fixada para o ano (superávit de R$ 5,8 bilhões, ou 0,1% do PIB):

— Continuamos perseguindo a meta. O último quadrimestre pode ter performance melhor. Existem receitas de concessões para entrar.

Perguntado sobre a proposta em estudo no governo de recriar a CPMF para reforçar o caixa no ano que vem, o secretário fugiu do assunto:

— Estamos discutindo o orçamento de 2016 e a verdade é que você discute medidas tanto do lado da despesa quanto do lado da receita. Mas isso é um anúncio que será feito no dia 31 de agosto (quando a proposta orçamentária será encaminhada ao Congresso).

O Globo

Opinião dos leitores

  1. SAFADEZA a nossa presidente dilma quer dar de presente pros brasileiros…o retorno da CPMF!!!! Absurdo!!! Eles do PT , PMDB e empreiteiros…desviam bilhões da Petrobrás e de outros órgãos públicos e nós brasileiros é que vamos pagar a conta!!!!Por que o PT em vez de cortar 10 ministérios e Secretarias…não corta logo 20…e também não corta os cartões corporativos que os altos cargos de Brasília possuem pra gastar milhares de reais todos os meses!!! Por que dilma não vende todos os carros de luxo oficiais e corta a mamata dos aptos oficiais dos deputados e senadores de todos os partidos em Brasília…garanto que economizaria muuuito mais!!! Já não basta gasolina cara, luz cara, comida cara!!! e a corrupção por que Lula e dilma não falam nela nos programas de TV??? Movimento Vem pra rua…façam alguma coisa! Façam novos protestos pacíficos num domingo qualquer pedindo a proibição do retorno da CPMF e acabar com essas "mamatas" que foram citadas acima…CARO BRUNO ESPERO QUE PUBLIQUE NOSSO COMENTÁRIO E NA ÍNTEGRA…OBRIGADO.

    http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/08/ministro-confirma-proposta-de-novo-imposto-para-financiamento-da-saude.html

  2. Pq nao usa o mesmo período citado pra fazer as outras comparações catastróficas do país?
    Seletividade é a resposta.

  3. Vejam quais são os resultados da política de aumentos da taxa de juros implantada pelo governo, os resultados das contas públicas têm sido afetados pela redução da arrecadação federal, que registrou o pior desempenho para o período de janeiro a julho desde 2010.
    Política equivocada de aumentos de juros na tentativa de controlar a inflação, sendo que a inflação foi impulsionada pelo proprio governo represando os preços de energia elétrica e combustíveis e não pelo aumento do consumo. Incompetência total do governo.

  4. Vou discordar de Gregório, duvido o PT tirar os milhares de cargos comissionados criados para acomodar seus necessitados. Isso é responsabilidade do PT e a quantidade dos sugões de plantão só aumenta, aumenta, aumenta…

  5. Isso vai a turma que acredita nas ilusões vendidas pelo PT. Estão destruindo tudo que fica na responsabilidade petista.

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