Polêmica

App polêmico deixa ‘espionar’ outros celulares; conheça

mSpy foi criado para auxiliar os pais, mas também foi aproveitado por organizações corporativas — Foto: Reprodução/Mirella Stivani

O mSpy é um aplicativo criado com a função de ajudar os pais a monitorar tudo que seus filhos acessam e recebem em dispositivos móveis. A plataforma foi criada em 2011 para sistemas operacionais iOS e Android, como iPhone e celulares com sistema do Google, por exemplo. Atualmente, ela atende mais de 1 milhão de usuários cadastrados no mundo. Além disso, também foi incorporada por empresas que desejam seguir as ações de seus colaboradores nos celulares e tablets corporativos.

O sistema pode ser polêmico por conta da instalação discreta e se for usado com objetivo diferente do proposto. Na lista a seguir, preparada pelo TechTudo, confira as principais dúvidas sobre o mSpy. Veja como ele funciona, as políticas de segurança e se o uso é legalizado.

O que é?

O mSpy foi criado com a proposta exclusiva de ajudar os pais a monitorarem seus filhos. No entanto, devido sua precisão em fornecer diferentes tipos de dados, ele também foi adotado por empresas com a justificativa de proteger dados confidenciais e manter a produtividade de seus colaboradores.

mSpy é um app que promete vigiar o celular do usuário — Foto: Reprodução/Mirella Stivani

Entre as diferentes funções do mSpy estão o envio de informações por meio de mensagens de texto e SMS realizadas no aparelho; chamadas realizadas e recebidas, coordenadas de GPS; relatórios do histórico do navegador; rastreamento GPS e pontos de Wi-Fi; arquivos salvos, inclusive textos e imagens e registros de e-mails. Também é possível realizar bloqueio de chamadas telefônicas e acesso a determinados sites e aplicativos.

O tipo de serviço varia de acordo com a assinatura escolhida. O software é instalado em dispositivos móveis, mas a checagem das informações rastreadas pode ser feita também em computadores.

Como o mSpy funciona?

Assim que o o mSpy é instalado no PC ou smartphone, ele coleta todos os dados do dispositivo em tempo real e envia para um painel de controle, que pode ser consultado em qualquer navegador, como Google Chrome e Firefox. Apenas quem é responsável pela assinatura do software recebe a senha e login para abrir o painel e consultar as informações.

Ao baixar o mSpy, é preciso confirmar a intenção de usar esse serviço legalmente, ou seja, as informações coletadas não podem ser repassadas a terceiros. No caso das empresas, o funcionário precisa estar ciente e aceitar o monitoramento, já que no aparelho não aparece nenhum ícone ou aviso que indica a instalação do aplicativo.

O app funciona em qualquer lugar/dispositivo?

O mSpy funciona tanto em dispositivos com sistema Android como iOS, os mais populares do mercado — Foto: Reprodução/Mirella Stivani

O mSpy é compatível com todas as operadoras de telefonia do mundo. Para rastrear as informações e enviar ao painel do controle do assinante, a Internet do aparelho precisa estar ativa. Quanto ao sistema operacional, o mSpy funciona em aparelhos com Android a partir da versão 4+; já no iOS, a exigência inclui atualizações iOS 7 – 8.4; 9.0 – 9.1 com Jailbreak ou iOS 7 – 11+ sem Jailbreak.

Quais os principais pontos da política de privacidade?

Quem assina o serviço do mSpy precisa fornecer à empresa do software uma série de dados pessoais, como nome e e-mail, além de aceitar as regras impostas pelo aplicativo. A verificação da identidade seria uma forma de fornecer atendimento e assistência personalizados ao cliente, bem como uma forma de checar como e para quê os dados coletados são usados.

As normas do sistema afirmam que é expressamente proibido fornecer login e senha do mSpy a outras pessoas, pois o uso é restrito apenas ao assinante. Da mesma forma, é ilegal repassar as informações coletadas nos aparelhos rastreados pelo aplicativo. A política de privacidade completa do mSpy pode ser encontrada no site da ferramenta (https://www.mspy.com.br/privacy-policy.html).

O uso do mSpy é legal?

O uso do mSpy é legal, mas quem contrata o serviço precisa seguir algumas regras. O aplicativo deve ser utilizado por pais que desejam monitorar seus filhos menores de idade, a fim de garantir a segurança dos pequenos ao evitar que entrem em contato com estranhos ou sites inapropriados.

aso alguma empresa queira monitorar os dispositivos móveis de sua propriedade, o colaborador deve estar ciente disso e aceitar as condições de privacidade descritas pela ferramenta. O aplicativo não pode ser instalado em celulares ou tablets de uso pessoal do colaborador. As informações coletadas não podem ser repassadas e muito menos comercializadas para terceiros. Nestes casos, o uso se torna ilegal e cabe um processo judicial de acordo com as especificações da Lei.

Perigo e segurança

Em seu site oficial, o mSpy garante que é muito seguro e todas as informações só chegam para os assinantes do serviço. Entretanto, em setembro deste ano, a empresa confirmou o vazamento de milhões de dados, inclusive de quem adquiriu o software, como nomes de usuários do iCloud e tokens de autenticação de dispositivos executados no app.

Há três anos, em 2015, o mSpy já havia sofrido com brechas de segurança, o que permitiu o acesso a dados sigilosos dos dispositivos rastreados. Portanto, assim como qualquer software, a ferramenta corre riscos de invasões e mostrou ser vulnerável aos ataques cibernéticos. Esse é um fator que deve ser considerado pelos interessados em obter as possibilidades da ferramenta.

Globo, via Techtudo, MySpy, TechCrunch, KrebsOnSecurity e The Next Web

 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *