Nos últimos dias, os habitantes da zona urbana do município de Lagoa Nova tem sentido no ar uma novidade nada agradável. Às margens da lagoa que deu origem à cidade, milhares de peixes mortos estão apodrecendo e outros tantos agonizam tentando sobreviver. O cenário é catastrófico e impressiona pelas proporções.
A poluição e o abandono da lagoa é um risco eminente à saúde pública. Além do mau cheiro, os peixes em decomposição podem ocasionar a transmissão de doenças. Mesmo assim presenciamos crianças brincando nas margens da lagoa em companhia de dezenas de urubus que se juntaram para se alimentar das carnes podres.
De acordo com o é médico veterinário e gestor ambiental lagoanovense João da Mata Bezerra, o fenômeno é ocasionado pela alta salinidade da água e pela escassez de oxigênio devido à elevada evaporação por causa da seca prolongada que assola o nordeste brasileiro. De acordo com uma análise feita anos atrás pelo Idema e pela Secretaria do Estado de Recursos Hídricos, a água da lagoa é super salina e, portanto, imprópria para o consumo humano.
A salinidade mede a quantidade de sais dissolvidos nas águas que é maior no verão e menor no inverno. A evaporação pode aumentá-la enquanto que as chuvas costumam diminuir esse percentual.
“Algo parecido tinha sido visto apenas nos anos oitenta quando muitos peixes foram dizimados”, conta o biólogo que conhece bem o lugar e o frequenta desde criança. Como há dias a chuva não chega na Serra de Santana o nível da lagoa diminuiu consideravelmente e por consequência a quantidade de oxigênio também. (mais…)
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