Política

O dispositivo anti-Moro iguala magistrados a fichas-sujas

A Câmara dos Deputados vai sepultando a democracia com legislações contra o interesse nacional e a favor de interesses pessoais inconfessáveis e conveniências políticas espúrias. O jabuti embutido na nova proposta de Código Eleitoral, apresentado pela deputada Margarete Coelho, do PP do Piauí, é uma infâmia desmesurada mesmo para os largos padrões da infame história política do Brasil. Como publicamos, trata-se do dispositivo que simplesmente barra a candidatura de juízes e integrantes do Ministério Público que tenham se afastado definitivamente do cargo há menos de cinco anos.

O dispositivo é direcionado de modo inequívoco a barrar a eventual candidatura de Sergio Moro à presidência da República ou a qualquer outro cargo com mandato popular, em 2022. O período de cinco anos foi especialmente pensado para que o ex-juiz da Lava Jato só possa se candidatar a partir de 2023. Não só ele, mas qualquer magistrado ou procurador que tenha tomado parte na operação, como Deltan Dallagnol.

O direcionamento se torna tão mais escandaloso porque transforma todos os magistrados — todos — em cidadãos de segunda classe, ao suspender os seus direitos políticos pelo prazo de cinco anos, a partir do momento em que deixam o cargo, igualando-os praticamente a gente com ficha suja. Também retira do cenário eleitoral um dos nomes ilibados mais lembrados pelos cidadãos para a disputa de 2022. Inconstitucional e imoral até onde a vista alcança. O dado espantoso é que o jabuti da “quarentena” para juízes e procuradores– seria melhor defini-lo como cágado — começou a ser desenhado sob a inspiração do ministro Dias Toffoli, justamente um dos luminares encarregados de defender a Constituição que agora se pretende mais uma vez violar.

Esse dispositivo infame é mais do que casuísmo. É o coroamento da campanha iníqua contra a Lava Jato, operação que até ontem era patrimônio nacional. Muitos brasileiros compraram, infelizmente, a versão malandra de que os integrantes da Lava Jato tinham, acima de tudo, ambições políticas — e, como tal, encaminharam de forma ilegal os processos contra os poderosos pegos roubando centenas de milhões de reais. Se era uma operação política, destinada a dar projeção popular aos seus protagonistas, nada mais natural do que evitar que isso possa ocorrer de novo. E uma das maneiras de fazê-lo seria por meio do veto a candidaturas de juízes e procuradores. A construção é de uma sem-vergonhice ululante.

Com O Antagonista

Opinião dos leitores

  1. Infelizmente a classe política brasileira é composta, em 99,99% dos casos, de pilantras, vagabundos, canalhas, e principalmente, ladrões. Por isso, a classe política brasileira se aliou a advogados e juristas garantistas para destruir a Operação Lava Jato e garantir a impunidade dos maiores ladrões da História da Humanidade. Num país sério essa deputada seria presa e condenada à prisão perpétua ou pena de morte.

  2. Direita e esquerda (e centro) estão unidos nessa. Quem roubou pode ser candidato. O juiz que o condenou não pode.

  3. Parabéns MINTO das rachadinhas, afinal, você junto com o PGR petista que vc nomeou e reconduziu conseguiram acabar com a Lava Jato e agora o centrão junto com os deputados bolsonaristas e o PT vão aprovar essa infâmia e acabar de vez com a possibilidade de uma terceira via nas eleições de 2022… O centrão que está no governo federal agora e seja quem for eleito em 2022 vai poder roubar com força sem precisar ter medo de ser pego, afinal, a cada dia as instituições e as normas que combatem a corrupção estão ficando mais fracas… Não adianta a PF investigar, juntar provas pois no final não vai dar em NADA! Aos “patriotas” que ainda teimam em ser traídos pelo MINTO das rachadinhas, parabéns pela idolatria cega…

    1. Chegou a turma que zurra o tempo todo e ficaram calados com as notícias da visita da PF a secretaria estadual de saúde. Parece que tem mais aliados seu trilhando o caminho que a esquerda cultua e sabe viver.
      Mais uma vez vem fazer comentário ridículo totalmente desfocado da realidade visando proteger seus corruptos de estimação. Mente, faz narrativa, solta acusações e culpa os outros daquilo que seus bandidos de estimação praticam. Dias difíceis esse para vocês que perderam a mamata do recebimento dos recursos público em troca de apoio aos marginais de gravata com cargos.

    2. Manoel… dê uma olhadinha como o pessoal do PT, psol e o resto da taleban tem apoiado esse tipo de projeto… lula tem medo do juiz. É um frouxo.

    3. A verdade (são muito criativos os pseudônimos dessa Direita rachadinha): cara vc deve estar tendo um trabalho grande para defender o MINTO das rachadinhas e sua mamata da milícia né!? Vc leu no que eu postei em que eu não diferencio o centrão de seu presidente inepto do PT de lulaladrão? Afinal, ambos tem um medo grande de responder os crimes na justiça… Demente, tente melhorar sua argumentação e disfarçar sua linha de raciocínio pobre e idólatra pq tá pegando mal vc mudar o pseudônimo e não mudar a forma tacanha de só saber chamar os outros de esquerdista… KKKKKKK. Cuidado com Xandão ele tá pegando muitos milicianos digitais viu!

    4. Deixa de ser idiota, cara. Por que eu iria me ocupar em criar outro pseudônimo pra repetir o que já disse a teu respeito e que já foi observado por muitos leitores desse blog? Cuida da tua vida e trata de mudar teu comportamento. Amadurece, moleque.

    5. Sua burrice, Mané, não lhe deixa enxergar o ridículo de seus comentários infantis, sem nexo, mentirosos, grosseiros e que, pelo baixíssimo nível, demonstram ser mera militância paga. Afinal, pagar alguém de bom nível custa caro. Continua postando tuas asneiras, mas “me inclue fora delas”, talkey? Apesar de ter tempo prá “desperdiçar”, já passei da época de ser moleque.

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Geral

Dispositivo desenvolvido no IFRN tem patente concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi)

Imagem ilustrativa do sistema completo. Foto: Thales Ramos

Um projeto desenvolvido no Instituto Federal do Rio Grande do Rio Grande (IFRN), o Regulador Eletromagnético de Frequência (REF), acaba de obter sua primeira patente, concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). O objeto patenteado “foi inspirado em anos de estudos relacionados com a energia eólica, nos quais buscava-se conceber uma tecnologia para geração desse tipo de energia mais adequada à realidade nordestina e brasileira”, disse o professor Paulo Vitor Silva, responsável pela concepção da ideia, juntamente com Ricardo Pinheiro, professor da UFRN, e Nazareno Costa Júnior, empresário ligado ao setor de energia

Paulo Vitor afirmou que a observação da energia eólica e solar foi fonte de motivação no desenvolvimento do projeto do Regulador: “Essas fontes [fazendo referência à energia solar e eólica] vêm ganhando destaque na matriz energética do Brasil e do mundo. Partindo dessa constatação, decidimos iniciar os estudos na área com o intuito de desenvolvermos um dispositivo que pudesse servir como elemento de hibridização das duas fontes de energia para exploração simultânea, permitindo que a energia elétrica produzida fosse constante e de qualidade, independentemente das variações do vento e do sol, evitando-se a conexão de conversores eletrônicos diretamente à rede elétrica ,inevitável na geração fotovoltaica atualmente em uso e muito utilizada em várias configurações de aerogeradores”, explicou. A iniciativa virou a tese de doutorado do professor e gerou a primeira patente que o Inpi concede a dispositivo desenvolvido no IFRN.

NIT/IFRN

A patente conquistada pelo Regulador é resultado, também, da ação do Núcleo de Inovação Tecnológica do IFRN (NIT) junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Responsável pela gerir todos os processos de propriedade intelectual do IFRN, o NIT é parte da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propi) que lida com a gestão de patentes, softwares e transferências de tecnologias. O Núcleo lança anualmente um edital em fluxo contínuo, onde orienta pesquisadores para a proteção de propriedade intelectual. É o caso do Edital n°05/2021- Propi/RE/IFRN, lançado em 2021.

Ao falar sobre o desenvolvimento do dispositivo, Paulo Vitor, atualmente à frente da Direção-Geral do Campus Parnamirim do IFRN, destacou que, ainda em 2014, reuniu-se com a Propi e desde então o Instituto “abraçou a ideia, entrando como umas instituições parceiras no processo de registro de patente do REF”. A UFRN também foi parceira e o professor Ricardo Pinheiro, orientador de tese de doutorado de Paulo. “É relevante dizer também que foi de extrema importância a dedicação integral ao projeto e isso só foi possível pela ação da Coordenação de Desenvolvimento de Pessoal (Codepe) do Instituto, através da qual teve a oportunidade de me afastar das atividades acadêmicas”, declarou. A Codepe é subordinada à Diretoria de Gestão de Pessoas do IFRN.

Regulador Eletromagnético de Frequência

Segundo o professor Paulo, o Regulador Eletromagnético de Frequência (REF) pode ser aplicado em variadas situações, como “quando se necessite obter um eixo girante com velocidade constante, sendo a origem do movimento um eixo girante em outra velocidade que não a desejada ou em velocidade aleatoriamente variável”, disse. Ao exemplificar eventos cuja aplicação do REF seja importante, Paulo Vitor explicou que é o que ocorre, por exemplo, em aerogeradores, aqueles enormes cata-ventos, que convertem energia eólica em energia elétrica: “Quando o comportamento do vento é aleatório, a velocidade de origem depende da velocidade do vento. Além disso, o REF também é útil quando se dispõe de mais de uma fonte de energia para produzir a energia elétrica, como acontece no Brasil, especialmente no Rio Grande do Norte, onde há disponibilidade de ventos e de radiação solar em intensidade que viabiliza a geração de eletricidade”.

O dispositivo também pode servir como elemento de hibridização das duas fontes para exploração simultânea, podendo permitir que a energia elétrica produzida seja constante, independentemente das variações do vento e do sol, “o que torna a energia despachável e amplia seu valor no mercado”, acrescentou Paulo. O Regulador patenteado evita a necessidade de conexão de conversores eletrônicos diretamente à rede elétrica e garantindo o aumento da qualidade da energia na rede elétrica e a confiabilidade do sistema como um todo, segundo o professor, “ou seja, outras fontes de energia podem ser associadas, como a produzida por células de hidrogênio, biogás, biomassa, sistemas heliotérmicos, etc.”, disse.

“Em grandes aerogeradores, o REF pode ser utilizado para compensar as oscilações mecânicas causadas pela variação da velocidade do vento, ampliando a segurança e estabilidade do sistema de geração em benefício da rede elétrica e em pequenos aerogeradores, o REF pode contribuir de forma extremamente inovadora viabilizando o desenvolvimento de sistemas de geração de pequeno porte para utilização isolada, isto é, em locais onde não se tem acesso à rede elétrica; quando é necessário ou conveniente armazenar parte da energia elétrica gerada para uso em situações de menor disponibilidade, o que permitirá, de acordo com o dimensionamento do projeto, manter um sistema de produção de energia para atendimento permanente, sem risco de ‘apagão’”, finalizou o professor.

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Edital n°05/2021- Propi/RE/IFRN – fluxo contínuo

Com IFRN

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