Membros da campanha presidencial de Donald Trump tiveram contatos repetidos com autoridades do alto escalão da inteligência russa (Foto: Evan Vucci/AP)
Registros telefônicos e chamadas interceptadas mostram que membros da campanha presidencial de Donald Trump tiveram contatos repetidos com autoridades do alto escalão da inteligência russa no ano anterior à eleição, publicou o jornal “New York Times” na terça-feira (14), citando quatro atuais e ex-autoridades norte-americanas.
Agências da inteligência e lei dos EUA interceptaram as comunicações por volta do mesmo momento em que descobriram evidências de que a Rússia tentava atrapalhar a eleição presidencial ao hackear o Comitê Nacional Democrata, disseram três das autoridades, de acordo com o “Times”.
Os órgãos da inteligência tentaram descobrir se a campanha de Trump estava aliada aos russos no ataque cibernético ou em outros esforços para influenciar a eleição. As autoridades entrevistadas disseram não ter evidências de tal cooperação, segundo a reportagem.
No entanto as interceptações alarmaram agências norte-americanas, em parte por conta do número de contatos que ocorria enquanto Trump elogiava o presidente russo, Vladimir Putin.
Imagem mostra Putin cumprimentando Michael Flynn, ex-assessor de Segurança Nacional de Trump (Foto: Ruptly via AP)
As conversas interceptadas são diferentes das conversas do ano passado entre Michael Flynn, ex-assessor de Segurança Nacional de Trump, e Sergei Kislyak, embaixador russo nos EUA, segundo o Times.
Durante as ligações, Flynn e Kislyak discutiram as sanções que o governo Obama impôs à Rússia em dezembro. Flynn acabou renunciando ao cargo na noite de segunda-feira.
A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters sobre a reportagem do “New York Times”.
O jornal relatou que autoridades disseram que comunicações interceptadas não se limitam a autoridades da campanha de Trump e incluem outras pessoas ligadas ao presidente.
Do lado russo, os contatos também incluem membros do governo de fora dos serviços de inteligência, segundo as autoridades. Todas as atuais e ex-autoridades falaram em condição de anonimato porque a investigação em andamento é confidencial, relatou o jornal.
As autoridades disseram que um dos assessores descobertos nas ligações era Paul Manafort, que foi gerente da campanha de Trump por diversos meses no ano passado e trabalhou como consultor político na Rússia e Ucrânia, de acordo com o Times. As autoridades se negaram a identificar outras pessoas ligadas a Trump nas conversas.
G1
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