
Foto: Sérgio Lima/CNI
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade,JAMAIS defendeu o aumento da jornada de trabalho brasileira, limitada pela Constituição Federal em 44 horas semanais. A CNI tem profundo respeito pelos trabalhadores brasileiros e pelos direitos constitucionais, símbolo máximo das conquistas sociais de nossa sociedade.
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Confira na íntegra o trecho da entrevista coletiva dada à imprensa nesta sexta-feira (8) por Andrade, erroneamente difundida:
“Nós estamos ansiosos, na iniciativa privada, de ver medidas muito duras. Duras que eu digo, medidas modernas, mas medidas difíceis de serem apresentadas. Por exemplo, a questão da Previdência Social. Tem que haver uma mudança da Previdência Social, se não nós não vamos ter no Brasil um futuro promissor. As questões trabalhistas, nós vemos agora a França promovendo, sem enviar para o Congresso Nacional, tomando decisões com relação às questões trabalhistas.
Nós aqui no Brasil temos 44 horas de trabalho semanais. As centrais sindicais tentam passar esse número para 40. A França, que tem 36 horas, passou agora para 80, a possibilidade de até 80 horas de trabalho semanal (sic, são 60 horas) e até 12 horas diárias de trabalho. A razão disso é muito simples, é que a França perdeu a competitividade da sua indústria com relação aos outros países da Europa. Então, a França está revertendo e revendo as suas medidas para criar competitividade. O mundo é assim. A gente tem que estar aberto para fazer essas mudanças. E nós ficamos aqui realmente ansiosos para que essas mudanças sejam apresentadas no menor tempo possível”.
Paneleiros? Onde? Cadê?
O golpe foi para isso. Acordem! A classe média com síndrome de vira-lata e os pobres que vão pagar o pato.
Que tal como medidas de aumento de receitas ao tributarmos os lucros e dividendos da empresas de grande porte e instituir o imposto sobre doações? Fora inverter a ordem de sistema tributário para incidir sobre a renda e não o consumo, como em todo país decente desse planeta (até na Meca do capitalismo, EUA, é assim). Nem toquei na auditoria da dívida pública, pois todos, eu disse todos, os contribuintes desse pais pagam anualmente 580 bilhões de juros da dívida sem saber ao certo se este é o valor que realmente deveria ser pago. Também não vou falar da imensa dissiparidade da produtividade do empregado francês, usado como parâmetro pelo presidente da CNI, para a adoção desse jornada absurda. Lá o ganho de produtividade é feito com investimentos maciços em educação. Alcancemos esse patamar para depois debatermos maduramente o aumento da jornada de trabalho.
Façamos que elite também comece a pagar a conta.