Judiciário

Ministro do STF anula sessão da Câmara que absolveu Natan Donadon

15_37_47_188_fileO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso atendeu a um pedido do PSDB e concedeu, nesta segunda-feira (2), uma liminar que anula a sessão da Câmara que livrou o deputado federal Natan Donadon (sem partido-RO) da cassação na semana passada.

Em sua decisão, Barroso justifica que considera “relevante e juridicamente plausível o fundamento de que, no caso em exame, a perda do mandato deveria decorrer automaticamente da condenação judicial, sendo o ato da Mesa da Câmara dos Deputados vinculado e declaratório”.

— Assim entendo porque o período de pena a ser cumprido em regime fechado excede o prazo remanescente do mandato, tornando sua conservação impossível, tanto do ponto de vista jurídico quanto fático.

A liminar atende a um pedido do líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), feito ao Supremo na última quinta-feira (29). Sampaio argumentou que cabe à Câmara apenas determinar a perda de mandato de parlamentar condenado em última instância criminalmente e que não é possível um cidadão condenado criminalmente, e que portanto perdeu os direitos políticos, ter mandato no Legislativo.

— A controvérsia em questão diz respeito à própria dignidade e respeitabilidade tanto das decisões do Supremo Tribunal Federal quanto da Câmara dos Deputados.

Barroso diz ainda, na liminar, “haver periculum in mora (perigo na demora) pela gravidade moral e institucional de se manterem os efeitos de uma decisão política que, desconsiderando uma impossibilidade fática e jurídica, chancela a existência de um Deputado presidiário, cumprindo pena de mais de 13 (treze) anos, em regime inicial fechado”.

— A indignação cívica, a perplexidade jurídica, o abalo às instituições e o constrangimento que tal situação gera para os Poderes constituídos legitimam a atuação imediata do Judiciário.

Na última quarta-feira (28), havia 405 deputados dos 513 presentes na sessão. Eles decidiram o futuro político de Donadon: 233 votaram pela perda de mandato, enquanto 131 votaram pela manutenção e 41 se abstiveram. Eram necessários 257 votos pela cassação para que o parlamentar, agora sem partido, mas que era do PMDB de Rondônia, perdesse o mandato.

Barroso foi indicado, em maio, pela presidente Dilma Rousseff para ocupar a vaga deixada por Carlos Ayres Britto, que completou 70 anos e se aposentou. Em junho, os senadores sabatinaram Barroso e aprovaram a indicação dele para a mais alta Corte brasileira.

O Globo

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Diversos

Barroso suspende efeitos da sessão da Câmara que manteve mandato de Donadon

DonadonO ministro Luiz Roberto Barroso acaba de suspender a decisão do plenário da Câmara que manteve o mandato do deputado Natanh Donadon. O ministro atendeu pedido feito em mandado de segurança do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Na avaliação do ministro do STF, todo condenado em regime fechado que tenha que permanecer detido sob esse regime fechado, por prazo superior ao que lhe resta de mandato, não pode exercer o cargo político. Por isso, a decisão da Câmara que manteve o mandato de Donadon seria inaplicável. O STF deve divulgar em instantes a íntegra do despacho de Barroso.

O Globo

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Política

Provável rival de Dilma em 2014, Aécio condena manutenção do mandato de Donadon

14_56_53_718_fileO senador mineiro Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência da República em 2014, condenou nesta quinta-feira (29) a decisão da Câmara dos Deputados de preservar o mandato de Natan Donadon (sem partido-RO), condenado a 13 anos de prisão pelo desvio de R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia.

Em sessão realizada na noite da última quarta-feira (28), os parlamentares decidiram que Donadon continua com seu mandato de deputado federal, mesmo cumprindo pena em regime fechado na penitenciária da Papuda, em Brasília (DF). Para Aécio, a “péssima decisão” dos deputados mancha a imagem do Congresso.

— Não faço juízo de valor em relação ao processo, nem conheço o conteúdo. Mas, se ele foi condenado pelo STF, não pode conviver no parlamento brasileiro. Isso mostra a necessidade clara de termos voto aberto no plenário para esse tipo de votação.

O senador tucano disse ainda que a medida tomada pelos deputados foi “extremamente infeliz e distancia cada vez mais o parlamento da sociedade”.

Donadon está preso desde 29 de julho, quando se entregou à Polícia Federal. O parlamentar foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pelos crimes de peculato e formação de quadrilha.

Decisão da Câmara

Ontem, Donadon esteve no plenário da Câmara para a sessão que definiu seu futuro político. Em sua defesa, o parlamentar disse que as provas que o absolviam foram excluídas do processo do Supremo. Afirmou ainda que fez os pagamentos adequados quando era diretor financeiro da Assembleia de Rondônia, que os serviços foram executados e disse ser vítima do Ministério Público.

— Eu sou inocente, não tirem meu mandato. Eu não sou ladrão, nunca roubei nada, é uma acusação injusta.

Havia 405 dos 513 deputados no plenário. Ao todo, 233 votaram favoráveis à cassação, 131 contrários e 41 abstiveram os votos. Eram necessários dois terços dos 405 que votaram, mas apesar do pedido ter sido negado, faltaram 24 votos para a cassação.

R7

Opinião dos leitores

  1. Agora a pouco teve um novo apagão em Potilandia e na UFRN. Alguma noticia em relação a isso? Se aconteceu em outros bairros ou se teve relação com o apagão de ontem?

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