Comportamento

EM VOZ ALTA: Palavrões mais pesados aliviam a dor, afirma estudo

Foto:  Erik Von Weber/Getty Images

Existe toda uma área de pesquisa que estuda os efeitos “analgésicos” dos xingamentos. Eles aliviam a dor e podem até ajudar a levantar peso. Os resultados podem variar de acordo com a situação – e a quantidade de dor envolvida. Mas uma coisa é certa: falar “carambolas” simplesmente não tem o mesmo efeito de gritar um belo palavrão quando você bate o dedo na quina do armário.

Diversas pesquisas já mostraram a relação entre os palavrões e a redução na percepção da dor, mas ainda não se sabe exatamente como esse efeito funciona. Um experimento feito em 2009, por exemplo, pediu aos participantes para colocar a mão em um balde de água com gelo. Aqueles que xingaram durante o teste perceberam uma diminuição na dor e aguentaram por mais tempo.

Agora, um novo artigo publicado na Frontiers in Psychology mostra que existem diferenças entre os palavrões. O experimento foi parecido com o outro: 92 participantes colocaram a mão em água gelada, com temperatura entre 3°C e 5°C. Eles podiam repetir uma palavra a cada três segundos. Eram quatro opções: o já conhecido “fuck”, uma palavra neutra, que não designa um xingamento, e dois palavrões inventados.

Um deles era “fouch”, uma mistura de “fuck” com “ouch” (interjeição em inglês equivalente ao nosso “ai”). O outro pseudo-palavrão era “twizpipe” (esse era para distrair e provocar uma reação engraçada, mesmo).

Como era de se esperar, o bom e velho palavrão foi o mais bem sucedido nos testes. O “fuck” aumentou a tolerância à dor em 33%, ou seja, quanto tempo a pessoa consegue deixar a mão na água. Além disso, o palavrão também aumentou o limiar de dor em 32%, contado a partir do momento em que os participantes diziam que estavam com muita dor. As outras palavras não tiveram efeito significativo.

O estudo é inglês, mas os efeitos também valem para os brasileiros. O um equivalente tupiniquim honesto para o “fuck” seria algo como “porra” ou “caralho” (desculpe pelo vocabulário, caro leitor). A frequência com que se fala palavrão também influencia a percepção de dor: quem não costuma xingar percebem um aumento de tolerância a dor nesses testes, em comparação a quem tem a boca suja.

“Ainda não se sabe como os palavrões ganham esse poder. Já foi sugerido que os xingamentos são aprendidos na infância, e que a aversão a eles contribui para esses aspectos emocionalmente estimulantes”, escrevem os pesquisadores.

Basicamente, se alguém ensinar um palavrão para a criança mas tratá-lo como uma palavra normal, sem tabu, a palavra não vai provocar o mesmo efeito. É essa sensação de “proibido” que traz o alívio. “Isso sugere que a maneira e quando nós aprendemos os palavrões são importantes para determinar como eles funcionam”, dizem os cientistas.

Super Interessante

Opinião dos leitores

  1. Cada vez mais as pessoas se distanciam dos princípios cristãos. No Evangelho de Matheus, 12:34 vemos que "a boca fala do que o coração está cheio". Palavrões remetem, sempre, a coisas ruins, sujas.

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Comportamento

Estudo diz que estar com alguém que você ama pode aumentar a sua tolerância à dor, mesmo sem a necessidade um beijo ou de um abraço

A vida pode proporcionar momentos bastante difíceis, mas ter um parceiro ao seu lado pode nos ajudar a lidar melhor com a dor. Segundo pesquisadores austríacos e espanhóis, a simples companhia da pessoa amada já funciona como um anagésico — e não precisa nem de abraço, beijo, ou outro tipo de contato físico para que isso ocorra.

Publicado no Scandinavian Journal of Pain, o estudo indicou que mesmo sem contato direto entre os corpos ainda assim ocorre uma empatia disposicional, que é, segundo os pesquisadores, quando se fica atento e se interage de certa maneira com as percepções do outro.

Os cientistas pediram que 48 casais heterossexuais respondessem a questionários para medir a habilidade deles em desenvolverem questões relacionadas à empatia. Cada um dos participantes tinha uma média de 25,4 anos de idade e estava junto de seu respectivo parceiro por pelo menos três anos.

Foi testada a habilidade de cada indivíduo em resistir à dor, seja na presença ou na ausência da pessoa amada. Quando cada casal se encontrou não foi feito contato físico. Com isso, notou-se que tanto homens quanto mulheres ficavam mais resistentes à dor pela simples companhia de quem eles amam.

Além disso, quanto mais elevado era o nível de empatia, maior era a tolerância aos desconfortos. “A empatia do parceiro pode amortecer a angústia afetiva durante a exposição à dor”, afirmou um dos autores do estudo, Stefan Duschek.

Os pesquisadores acreditam que alguns fatores podem ter afetado os resultados, já que algumas pessoas podem ter simplesmente se distraído e esquecido da dor devido à presença de outro indivíduo na mesma sala. Mesmo que essa possibilidade não possa ser descartada, os cientistas afirmam que a pesquisa indicou um efeito significativo e evidente dos laços amorosos como um aliado no combate a dores.

Galileu

 

Opinião dos leitores

  1. O amor entre duas pessoas é uma coisa impressionante.Não é aquele amor de internet ou de uma baladinha, é aquele amor maduro, construído através dos anos, das lutas cotidianas e das alegrias dos momentos bons. Esses pessoas sortudas, a qual eu me incluo, se falam pelo olhar e não precisam conversar muito, só a proximidade já traz uma calma, uma mansidão. Desejo a todos um grande amor.

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