Diversos

Down: Comissão emite nota contra desembargadora que discriminou professora natalense

No Dia Internacional da Síndrome de Down, a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Câmara Municipal de Natal, presidida pela vereadora Júlia Arruda, emitiu nota de repúdio às recentes declarações da desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, sobre publicação em rede social na qual questiona o trabalho da educadora natalense Debora Araújo Seabra de Moura, primeira professora com síndrome de Down no mundo.

Confira o texto na íntegra:

“Às vésperas do 21 de março, data que marca a luta das pessoas com síndrome de Down, e constatada a veracidade de autoria da desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, sobre o texto publicado em grupo do Facebook, no qual se refere à norte-rio- grandense Debora Araújo Seabra de Moura, questionando ironicamente “o que será que essa professora ensina a quem??”, esta Comissão vem a público formalizar seu repúdio, lamentando com profunda repulsa as declarações da magistrada, que fere a ética e indigna do cargo que ocupa, bem como externar sua solidariedade e apoio irrestrito à educadora Débora.

Num ato de grandeza, em carta escrita a mão direcionada à desembargadora, a primeira professora com síndrome de Down no mundo demonstra altruísmo, senso de cidadania e consciência coletiva, ficando evidente a grande diferença entre as duas profissionais.

Uma, que rompeu preconceitos e é cumpridora de suas obrigações com exemplar desvelo e dedicação aos seus alunos. A outra, divulgando suas opiniões sobre pessoas sem o cuidado inerente a sua função, de conhecer e checar a veracidade dos fatos.

No caso da onda de “fakenews” que surgiriam após o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, também protagonizada pela desembargadora em questão, esta terá de responder a processos já instaurados em diversas instâncias, pela divulgação das inverdades sobre a pessoa da vereadora, morta covardemente por assassinos profissionais.

Em relação à professora Débora, além de responder sobre a infâmia proferida contra uma pessoa de direitos, integralmente protegida e amparada pela lei, e, para além disso, um verdadeiro exemplo de inclusão e cidadania, esta Comissão exige uma retratação pública, reconhecendo seu trabalho e a importância do seu pioneirismo.

Por fim, esta Comissão se coloca à disposição da professora Débora Seabra, da sua família e de colegas de trabalho para o apoio que se fizer necessário, considerando seu papel regimental de promover e zelar pelos direitos das pessoas com deficiência.”

Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Câmara Municipal de Natal

 

Opinião dos leitores

  1. Se ela é super coxa, não sei. Acho ela idiota, preconceituosa, ajumentada que não interpretem como preconceito por favor.

  2. Alguém tem dúvida q essa desembargadora nao bateu panela e é uma super coxa? Eu nao tenho nenhuma.

  3. Uma pessoa pública como essa desembargadora não pode se dar ao luxo de cometer certos deslizes. Suas meras opiniões são sempre vistas sob uma ótica mais rigorosa, dada a sua posição social e profissional. Nada sabemos sobre sua atuação profissional e não penso que se possa deduzir algo apenas com base nessas suas recentes afirmações. Comentários que poderiam ter sido numa mesa de bar, na companhia de amigos, adquirem maior gravidade quando são divulgados em redes sociais. É algo sobre o que precisamos ter cuidado, todos nós, em maior ou menor grau. Quanto à professora com down, foi um comentário infeliz mas sem consequências legais, a meu ver. Pensem se essa mesma opinião tivesse sido externada de modo mais brando, apenas questionando a capacidade da professora, como poderia ocorrer com qualquer outro docente? Penso que está havendo um certo exagero na exploração desses episódios.

    1. Olha o malabarismo de um coxa para defender outro. Imagina se essa desembargadora fosse de esquerda o q esse senhor aqui de cima escreveria. Deprimente.

    2. Ela praticou crime sim! E qualificado!
      E no caso dela a culpabilidade é altíssima.
      Lei n.º 13.146/2015
      "Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência:
      Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
      § 2o Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de publicação de qualquer natureza:
      Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. "
      Essa mesma lei garante o trabalho às pessoas com deficiência
      "Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas."
      A professora com Down, certamente, serve ao mais ao Brasil do que essa juizazinha de quinta… o melhor para a sociedade seria que ela tivesse a coragem de cumprir o que prometeu…"peraí que eu vou ali me matar"

  4. O CNJ talvez va sugerir a pena administrativa maxima. Aposentadoria compulsória. Antes do tempo legal. Em casa recebendo.

  5. Se essa Senhora que se diz Desembargadora, julgar os Processos que estão sobre sua responsabilidade da mesma maneira que se pronunciou nos casos de Mariele e a Professora Débora, imaginem como será os resultados das Sentenças proferidas por essa Senhora Desembargadora. O CNJ deve fazer uma fiscalização rigorosa nas suas atuações como Desembargadora.

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Saúde

Cromossomo responsável pela síndrome de Down é “desligado” em laboratório

Cientistas americanos conseguiram “desligar” o cromossomo responsável pela síndrome de Down numa experiência feita com células humanas em laboratório. A pesquisa, publicada na “Nature”, abre caminho para uma revolução no tratamento da condição dentro de alguns anos.

Os seres humanos nascem com 23 pares de cromossomos, incluindo os dois cromossomos que definem o sexo (XX ou XY), num total de 46 em cada célula. As pessoas com síndrome de Down têm três – em vez de duas – cópias do cromossomo 21. Este terceiro cromossomo provoca sintomas como dificuldade de aprendizado, o surgimento precoce de doenças como o mal de Alzheimer e um risco maior para problemas circulatórios e cardíacos.

E foi justamente esse cromossomo “extra” que os cientistas conseguiram “desligar”

A terapia genética, que usa genes para tratar doenças, vem sendo testada para problemas causados por um único gene problemático. Mas, até agora, a ideia de conseguir silenciar os efeitos de um cromossomo inteiro parecia além do campo das possibilidades, mesmo no laboratório.

Cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Massachusetts conseguiram demonstrar que, ao menos em teoria, tal perspectiva é possível ainda que leve mais algumas décadas.

O grupo de especialistas liderado por Jeanne Lawrence inseriu um gene chamado XIST em células-tronco de uma pessoa com síndrome de Down cultivadas em laboratório. O gene exerce um papel importante no desenvolvimento celular normal ao “desligar” um dos dois cromossomos X presentes nos embriões femininos, garantindo que as meninas não tenham uma dose dupla de cromossomos X.

A experiência mostrou que o gene é capaz também de silenciar a cópia extra do cromossomo 21, ajudando a corrigir os padrões irregulares de crescimento das células dos portadores da síndrome.

Segundo os especialistas, muitos anos de estudos ainda serão necessários para se conseguir um tratamento para a síndrome, mas, ressaltam, a pesquisa mostra um novo caminho para o estudo da base celular da condição e pode ajudar a identificar drogas capazes de minorar seus sintomas.

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Comportamento

Aos 31 anos: A natalense Débora Seabra é a primeira professora com Down no Brasil

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Seja na aula de spinning, de musculação, nas oficinas de teatro ou no trato com as crianças no trabalho como professora, Débora Araújo Seabra de Moura, de 31 anos, prova que a inclusão é possível.

Moradora de Natal (RN), ela estudou exclusivamente na rede regular de ensino, e foi a primeira pessoa com síndrome de Down a se formar no magistério, em nível médio, no Brasil, em 2005. Fez estágio na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e há nove anos trabalha como professora assistente em um colégio particular tradicional de Natal, a Escola Doméstica.

Débora considera que sua vida escolar teve mais experiências positivas. “A escola regular me fez sentir incluída com as outras crianças. Para mim não existe separação. Superei preconceitos, fiz muitas amizades e mostrei para as pessoas o que era a inclusão”, afirma.

Contrariando tendências, o médico psiquiatra José Robério, de 72 anos, e a advogada Margarida, 71, pais de Débora não imaginaram outra escola para a garota, se não a regular. Foi assim por toda a vida escolar, nem sempre fácil. Ainda na educação infantil, Débora lembra de ter sido chamada de ‘mongol’ por um garoto. Ela chorou, ficou magoada, mas encontrou na professora uma aliada que explicou à classe que ‘mongois’ eram os habitantes da Mongólia e ainda ensinou as crianças o que era a síndrome de Down.

G1

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